Entrei na sala de Mariana, tentando conter meu entusiasmo. Ela estava sentada atrás da mesa, falando ao celular.
— Mari, a Ema me pediu em casamento! – gritei, sorrindo.
— Agora, tire a calcinha. – Mariana estendeu a mão na minha direção, pedindo um momento. — Não vai precisar dela quando eu chegar.
— Acho que cheguei em um momento inoportuno. – murmurei, fechando os lábios e ficando quieta.
— Ajoelhe-se ao lado da cama. Fique assim até o meu retorno. – Mariana encerrou a ligação e colocou o telefone sobre a mesa. — Disse que foi pedida em casamento? Não existe um pequeno empecilho para isso acontecer? Talvez um certo casamento com a Norman?
— Não mais. Norman e eu nos divorciamos há quase uma hora.
— Uau... O fim foi tão precoce quanto o começo. Ao menos está livre agora. – disse Mariana, levantando-se. — Quer ir até minha casa para comemorarmos?
— Você não tem outros planos com a Dani?
— Não, ela vai gostar de te ver.
— Pelo que ouvi, ela está sendo punida.
— Considera punição ficar algumas horas de joelhos? – Mariana estalou a língua. — Você não sabe o que é punição, Sarah. – ela se sentou à frente da mesa, cruzando as pernas. — Me diga, onde está o anel?
— Que anel? – perguntei, semicerrando os olhos.
— Não foi pedida em casamento?
— Sim. – olhei para minha mão; de fato, não havia um anel de noivado. — Ah, nem eu nem a Ema compramos um ainda. Mas vamos resolver isso. Pelo menos estou noiva!
— Divorciada e noiva. Não basta ser lésbica? Em certa época, isso seria muito mal visto. – Mariana provocou.
— Você não é lésbica, por acaso? – franzi a testa.
— Hm... Apreciadora de mulheres bonitas. – disse Mariana, com um sorriso cínico.
— Ah, tá. – me aproximei mais de Mariana. — Podíamos sair pra beber. É um bom dia.
— Vai comemorar a prisão do seu pai ou o noivado?
— Os dois. – sorri.
— E como anda sua noiva?
— Está melhor. A Norman foi embora da minha casa. E meu pai vai pagar pelas maldades que fez. Assim, a Ema pode se concentrar nos preparativos do nosso casamento.
— Não me fale sobre isso. Odeio escolher docinhos e decoração, mas Daniele acha minha opinião importante.
— É claro que é importante, você é a outra noiva. A propósito, quem casará primeiro? Eu ou você? – sorri.
— Você, eu não tenho pressa.
— E se uníssemos as cerimônias? Tenho certeza que Daniele aceitaria.
— Ela é romântica como você, mas eu me recuso a fazer parte desse circo. Já basta precisar entrar em um vestido brega e aturar meus parentes por algumas horas.
— Quanta amargura. – girei a cadeira de Mariana e toquei seus ombros. — Seja boazinha, Mari. Não seria ótimo casar no mesmo dia que sua melhor amiga?
— Vai me incluir na lua de mel? – disse ela, erguendo o queixo e me olhando de baixo.
— Quer comprovar se sou virgem?
— Você não é virgem há muito tempo. – ela disse.
— Que maldade. – apertei os ombros de Mariana. — Eu ajudo a Daniele a escolher os doces e a decoração, e você fica livre dessa função. O que acha?
— Vai precisar se esforçar mais para me convencer. Que tal se ajoelhar aqui na minha frente?
— Que horror! – fiz careta. — Você não tem jeito, hein?! Deve cantar todas as mulheres que cruzam o seu caminho. Espero que a Dani te castre.
— Daniele tem meu coração, mas meus olhos são livres. – Mariana respondeu.
— Se Ema ousa me dizer isso, eu deixo ela sem sexo pelo resto da vida. – retruquei.
— Que ingênua. Ela não te diria isso, mas com certeza tem olhos livres também.
Dei um tapa na cabeça de Mariana.
— Isso é por me encher de paranoias.
— Eu vou ter uma conversa com a Ema; você está muito indisciplinada. Está precisando ficar com esse bumbum ardendo.
— Bem que eu queria. – sorri com malícia.---
Olá, pessoal! Tudo bem?
Gostaria de informar que essa história está na reta final, mas ainda há muitas emoções pela frente.
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DOMINADORA POR ACASO (Sáfico)
RomanceEma, uma policial de uma pacata cidade, tem sua vida transformada ao se deparar com Sarah. A presença enigmática de Sarah não apenas surpreende Ema, mas a conduz a um universo inexplorado, onde as algemas não servem para prender criminosos, mas dese...