Capítulo CLXXIV

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Entrei na sala de Mariana, tentando conter meu entusiasmo. Ela estava sentada atrás da mesa, falando ao celular.

— Mari, a Ema me pediu em casamento! – gritei, sorrindo.

— Agora, tire a calcinha. – Mariana estendeu a mão na minha direção, pedindo um momento. — Não vai precisar dela quando eu chegar.

— Acho que cheguei em um momento inoportuno. – murmurei, fechando os lábios e ficando quieta.

— Ajoelhe-se ao lado da cama. Fique assim até o meu retorno. – Mariana encerrou a ligação e colocou o telefone sobre a mesa. — Disse que foi pedida em casamento? Não existe um pequeno empecilho para isso acontecer? Talvez um certo casamento com a Norman?

— Não mais. Norman e eu nos divorciamos há quase uma hora.

— Uau... O fim foi tão precoce quanto o começo. Ao menos está livre agora. – disse Mariana, levantando-se. — Quer ir até minha casa para comemorarmos?

— Você não tem outros planos com a Dani?

— Não, ela vai gostar de te ver.

— Pelo que ouvi, ela está sendo punida.

— Considera punição ficar algumas horas de joelhos? – Mariana estalou a língua. — Você não sabe o que é punição, Sarah. – ela se sentou à frente da mesa, cruzando as pernas. — Me diga, onde está o anel?

— Que anel? – perguntei, semicerrando os olhos.

— Não foi pedida em casamento?

— Sim. – olhei para minha mão; de fato, não havia um anel de noivado. — Ah, nem eu nem a Ema compramos um ainda. Mas vamos resolver isso. Pelo menos estou noiva!

— Divorciada e noiva. Não basta ser lésbica? Em certa época, isso seria muito mal visto. – Mariana provocou.

— Você não é lésbica, por acaso? – franzi a testa.

— Hm... Apreciadora de mulheres bonitas. – disse Mariana, com um sorriso cínico.

— Ah, tá. – me aproximei mais de Mariana. — Podíamos sair pra beber. É um bom dia.

— Vai comemorar a prisão do seu pai ou o noivado?

— Os dois. – sorri.

— E como anda sua noiva?

— Está melhor. A Norman foi embora da minha casa. E meu pai vai pagar pelas maldades que fez. Assim, a Ema pode se concentrar nos preparativos do nosso casamento.

— Não me fale sobre isso. Odeio escolher docinhos e decoração, mas Daniele acha minha opinião importante.

— É claro que é importante, você é a outra noiva. A propósito, quem casará primeiro? Eu ou você? – sorri.

— Você, eu não tenho pressa.

— E se uníssemos as cerimônias? Tenho certeza que Daniele aceitaria.

— Ela é romântica como você, mas eu me recuso a fazer parte desse circo. Já basta precisar entrar em um vestido brega e aturar meus parentes por algumas horas.

— Quanta amargura. – girei a cadeira de Mariana e toquei seus ombros. — Seja boazinha, Mari. Não seria ótimo casar no mesmo dia que sua melhor amiga?

— Vai me incluir na lua de mel? – disse ela, erguendo o queixo e me olhando de baixo.

— Quer comprovar se sou virgem?

— Você não é virgem há muito tempo. – ela disse.

— Que maldade. – apertei os ombros de Mariana. — Eu ajudo a Daniele a escolher os doces e a decoração, e você fica livre dessa função. O que acha?

— Vai precisar se esforçar mais para me convencer. Que tal se ajoelhar aqui na minha frente?

— Que horror! – fiz careta. — Você não tem jeito, hein?! Deve cantar todas as mulheres que cruzam o seu caminho. Espero que a Dani te castre.

— Daniele tem meu coração, mas meus olhos são livres. – Mariana respondeu.

— Se Ema ousa me dizer isso, eu deixo ela sem sexo pelo resto da vida. – retruquei.

— Que ingênua. Ela não te diria isso, mas com certeza tem olhos livres também.

Dei um tapa na cabeça de Mariana.

— Isso é por me encher de paranoias.

— Eu vou ter uma conversa com a Ema; você está muito indisciplinada. Está precisando ficar com esse bumbum ardendo.

— Bem que eu queria. – sorri com malícia.

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Olá, pessoal! Tudo bem?

Gostaria de informar que essa história está na reta final, mas ainda há muitas emoções pela frente.

DOMINADORA POR ACASO (Sáfico)Where stories live. Discover now