Treachery of Ravens; Murder of Crows (Tradução)

Capítulo 79: Harry Potter

Harry estava praticamente sentado no colo de Draco enquanto eles se aconchegavam para ler o mesmo livro chato.

Quem diria que a magia do sangue de todas as coisas poderia ser tão chata?

Draco estava distraidamente traçando padrões na pele das costas de Harry, sob o suéter. Era difícil ter certeza, mas Harry tinha certeza de que eram simples runas de proteção.

Merlin, ele sentiria falta disso quando voltassem para a escola. Atacar Draco e provocá-lo de uma maneira que outros poderiam interpretar mal, pois lutar poderia ser divertido, mas não foi isto.

Harry não percebeu o quanto gostava de toques casuais e afetuosos até que eles se tornaram livremente disponíveis para ele. Tanto Draco quanto Tom estavam sempre o tocando. Era como se eles estivessem assegurando a Harry e a si mesmos que nenhum deles havia desaparecido na fumaça.

Harry gostou da sensação forte, mas fria, serpentina da mão de Tom em seu ombro, mas ele realmente gostou da sensação quente e suave de Draco pressionado de perto contra ele.

Ele tinha certeza de que havia alguma explicação científica trouxa para o motivo pelo qual o contato humano era tão bom, provavelmente mágico também, mas para Harry parecia apenas aceitação.

Puro e simples.

Outra explosão de emoções complicadas rompeu os escudos de Tom antes de ser acalmado novamente. Harry se perguntou o que seu pai estava fazendo.

“Você se lembra de alguma coisa que leu na última página?” Draco perguntou no ouvido de Harry, fazendo-o estremecer.

“Não.” ele admitiu timidamente.

Draco fechou o livro grande e pesado com um suspiro. "Nem eu. Acho que precisamos de uma pausa.”

Harry se aconchegou mais perto dele. "O que voce tinha em mente? Estou muito confortável.”

Draco passou a mão pelo cabelo de Harry. "Você é? Sempre achei que ficar quieto e estudar causava urticária.”

"Não quando você está aqui."  disse Harry. “Você me mantém bem e aquecido.”

“E confortável?”

"Sim."

"Isso é uma pena." Draco disse tristemente.

Harry olhou para cima, franzindo a testa. "Por que?"

Draco lançou-lhe um sorriso maligno. “Porque eu queria fazer isso!” ele disse e lançou um ataque total de cócegas nas costelas sensíveis de Harry.

"Parar!" Harry gritou entre gargalhadas enquanto se contorcia no colo de Draco buscando uma vantagem para retaliar.

Draco interceptou sua tentativa, prendendo os braços ao lado do corpo em um abraço apertado de urso que ainda deixou suas mãos livres para atormentar a pele sensível de Harry.

Harry resistiu inutilmente no colo de Draco.

Eles se separaram no momento em que a porta da biblioteca se abriu e Tom entrou na sala, olhando para eles com desconfiança.

“E o que exatamente eu acabei de descobrir?” ele perguntou maliciosamente.

Harry ficou vermelho profundo. “Estávamos apenas brincando.”

“Uh, huh.” Tom brincou. "Lembre-se do que eu disse, Draco."

Draco engoliu em seco. “Acima da cintura, senhor. Eu lembro."

Tom assentiu. "Tenho algo que quero mostrar a você, Harry."

Harry se animou com isso. "Você faz? O que é?"

Tom sorriu. "Eu."

"…Você?"

"Severus fez a poção funcionar."

"Oh! Mas... você parece o mesmo.”

Tom riu. “Eu não queria assustar você. Estou usando um glamour. Você está pronto para eu removê-lo?”

"Acho que sim." disse Harry. “Há algo que eu deveria observar?”

"Nada mal. Houve alguns pequenos... efeitos colaterais, mas particularmente gosto bastante deles. Espero que você também esteja.”

"Tudo bem." disse Harry instável. "Mostre-me."

Tom parecia estranhamente nervoso enquanto erguia a varinha. Harry se perguntou se talvez ele estivesse desfigurado ou algo assim, mas achou bobagem que Tom se preocupasse que isso fosse importante para Harry.

Harry já amava Tom de olhos vermelhos e cara de cobra como um pai, e eles mal tiveram a chance de se relacionar ainda. Harry não se importava com sua aparência.

O glamour desapareceu.

Harry franziu a testa.

Ele já tinha visto fotos de Tom quando jovem adulto. Ele tinha visto de perto o adolescente Tom do diário.

Ele não conseguia ver nenhuma diferença.

Até que ele fez isso.

Um suspiro saiu de seu peito enquanto ele olhava, paralisado, para seus próprios olhos, os olhos de sua mãe, olhando para ele com carinho e amor incondicional.

Harry havia mentido.

Afinal, a aparência de Tom era importante.

Com a visão turva pelas lágrimas, Harry se lançou sobre Tom, sobre seu pai, e agarrou-se a ele com força.

"Você tem meus olhos." disse Harry fracamente, teimoso demais para ficar envergonhado com sua explosão emocional, mas ele já podia senti-la aumentando.

Os braços de Tom apertaram-no com força. "Eu faço. Eu não sabia que isso iria acontecer, mas estou muito feliz que aconteceu. Ninguém pode alegar que não pertencemos um ao outro agora. Se alguém fizer você duvidar, basta olhar para mim.”

Harry tentou se desvencilhar do abraço, mas Tom o manteve preso. "Desculpe por agir como um bebê sobre isso." disse Harry timidamente.

“Calma, Pequena Quimera. Deixe-me abraçá-lo corretamente.”

“Você se sente melhor neste corpo?” Harry perguntou.

“Muito melhor. Eu me sinto eu mesmo, de novo. Na verdade, posso sentir meu amor por você em meu peito agora. Ainda bem que tenho um coração forte, ou temo que ele exploda.”

Harry riu um pouco descuidadamente. “Merlin, você é um idiota sentimental. Como ninguém nunca soube disso sobre você?”

“A culpa é principalmente sua, seu garoto atrevido. Você consertou algo que sempre esteve quebrado dentro de mim.”

Harry olhou nos brilhantes olhos verdes de Tom. “E você me salvou de tudo que Dumbledore fez comigo. Acho que estamos empatados.”

“Dificilmente, Harry. Passarei o resto da minha vida compensando os erros que cometi contra você. E eu nunca, jamais vou empatar.”

Harry franziu a testa com isso. “Eu não preciso que você faça isso. Eu só preciso que você esteja aqui para mim agora.”

“Farei tudo ao meu alcance para mantê-lo feliz e seguro enquanto o preparo para prosperar no mundo.”

Harry sorriu sonhadoramente e pressionou a cabeça contra o peito do pai, ouvindo as batidas calmas de seu coração.

Uma parte dele esperava que Tom nunca o deixasse ir.