Treachery of Ravens; Murder of Crows (Tradução)

Capítulo 64 : Draco Malfoy

Draco amassou seu décimo sétimo pedaço de pergaminho e jogou-o na cesta de lixo para os elfos cuidarem dele.

Ele se ofereceu para fazer isso, então por que escrever para Sirius Black era tão difícil?

Bem, ele sabia por quê.

Draco estava cansado de mentir.

Ele pode ser rude, desagradável e insensivelmente direto, pode ocasionalmente ser mal informado ou incorreto, às vezes pode até exagerar para ter um talento dramático, mas não era um mentiroso.

E Black, apesar de ter sido interpretado em algum nível pelo Professor Snape, parecia ter um feitiço de detecção de besteira embutido com um quilômetro de largura.

Se Draco pudesse contar a verdade, ele tinha certeza de que conseguiria trazer Black a bordo. ‘Ei, primo, fiquei super assustado quando um bando de Comensais da Morte começou a passar o verão na minha casa e implorou aos meus pais para me mandarem embora. Eles fizeram isso, e agora vou ficar com seu afilhado Harry, que é realmente muito legal quando você o conhece. Eu posso ter uma pequena queda por ele. De qualquer forma, eu sei que você é um assassino condenado, mas minha mãe nunca esteve convencida de que você realmente se juntou ao Lorde das Trevas, e Harry confia em você, e acho que nós dois poderíamos usar toda a família que pudéssemos conseguir agora. O que você diz?’

Funcionaria brilhantemente para a parte do plano de Draco, mas abriria muitas perguntas e jogaria completamente o Professor Snape para baixo da carruagem.

Assim, a pilha de pergaminhos amassados na lixeira ficou cada vez maior.

Assim como a frustração de Draco.

Esta era sua única chance de fazer algo produtivo pela causa, além de simplesmente fazer companhia a Harry.

Ele precisava provar a si mesmo.

Suspirando e girando os ombros para se concentrar, Draco pegou sua pena e tentou novamente.

Para Sirius Black,

Você não me conhece, mas meu nome é Draco Malfoy e somos primos por parte de mãe. Eu sei que você não tem motivos para confiar em mim, e tenho todos que conheço de todos os lados me dizendo para não confiar em você, mas estou desesperado e, honestamente, há algo na história oficial sobre você que não faz nenhum sentido.

Meus pais têm recebido vários... convidados que, se o seu registro de prisão estiver correto, deveriam estar cantando seus louvores e elogiando sua fuga e liberdade.

Mas eles não são.

Eles querem você morto. Para eles, você ainda é um traidor do sangue e está do lado errado.

Esses convidados me aterrorizam, primo. Não quero estar perto deles e não quero  acabar como eles.

Eu preciso de ajuda.

Ainda não estou sendo pressionado a tomar nenhuma ação permanente, mas é apenas uma questão de tempo até que um deles decida que preciso provar meu valor à causa.

Talvez eu precise correr a qualquer momento.

Tomei todas as precauções que pude, mas preciso de aliados, alguém que ajude a me manter seguro sem exigir que eu entregue minha família.

Quero ajudá -los, não condená-los.

Não sei se você estará disposto a ajudar ou se sou um maluco total e estou latindo para a árvore errada, mas imaginei que, pelo menos, ninguém acreditaria em você se você tentar me denunciar, então Vale a pena arriscar.

Draco Malfoy

Ps:
Anexei comida, dinheiro e poções de primeiros socorros a esta carta. Considere-os um gesto de boa vontade.

Draco recostou-se e releu sua última tentativa.

Foi um pouco desajeitado e um tanto quanto patético, e mais do que um pouco desesperado, mas Draco achou que isso chegava mais perto do que ele teria escrito caso realmente estivesse nessa situação.

Havia a possibilidade de Dumbledore interceptar a carta antes que ela chegasse a Black, ou de que Black a entregasse ao velho de boa vontade, então ele precisava ter cuidado para não dizer nada que pudesse prejudicar ele ou seus pais no tribunal.

Talvez o Lorde das Trevas deixasse o pai de Draco ler também, antes de enviá-lo.

Mas foi um íncio.

Se ele fizesse parecer muito polido, Black nunca acreditaria.

Deixando a carta de lado por enquanto, Draco pegou sua vassoura e foi atrás de Harry para outra revanche. Era um bom treino e uma boa desculpa para sair com Harry, mesmo que isso acabasse com seu ego toda vez que ele perdia.

Ele verificou primeiro a sala de treinamento e quando esta ficou vazia, ele espiou hesitantemente o escritório do Lorde das Trevas a caminho do quarto de Harry.

Harry não estava lá, mas o Lorde das Trevas estava, franzindo a testa para uma pilha de cartas e pergaminhos.

"Posso te ajudar com algo, Draco?" O Lorde das Trevas perguntou.

Draco engoliu em seco. “Não, senhor, desculpe, senhor. Estou apenas procurando por Harry. Escrevi um rascunho da minha carta para Black, mas acho que ainda precisa de algum trabalho.”

“Traga-o com você para o jantar.” disse o Lorde das Trevas suavemente, virando seu pedaço de pergaminho. “Vou dar uma olhada para você.”

“Obrigado, senhor. Meu Senhor. Er, meu senhor?”

"Sim, Draco?"

“Você teve notícias dos meus pais? Eles estão bem? Com… bem…”

“Com meus seguidores mais fanáticos e doentes mentais, aos quais ainda não foi confiada a verdade sobre meu atual estado de espírito, espreitando em torno de sua casa ancestral?”

“Er, sim... me desculpe se... me perdoe, meu Senhor. Eu não deveria ter dito nada.”

“Seus pais estão bem, Draco. O fervor em torno do meu retorno diminuiu, e tenho distribuído alguns trabalhos árduos para aqueles que têm maior probabilidade de ficar impacientes e empreendedores por falta de direção. Você é livre para escrever para eles, você sabe.”

Draco apertou os lábios em uma carranca tensa. “Não quero arriscar dizer nada importante. Se eu enviar uma coruja para eles, há sempre o risco de alguém do Ministério interceptá-los. Só porque eles negam publicamente o seu retorno não significa que não estejam investigando secretamente. E se eu usar um elfo ou flu para entregar uma carta, ou para falar diretamente com eles, há o risco de um de seus seguidores desinformados ouvir. Sinto que ambos os lados me verão como um vazamento em potencial, porque sou muito jovem e tudo mais.”

O Lorde das Trevas examinou Draco com um pequeno sorriso. “Vou convidar seus pais em breve. Já tenho alguns assuntos delicados para discutir com Lucius, e é sempre uma alegria entreter Narcisa. Vá em frente, salve meu filho de seu tédio inevitável.”

"Sim senhor. Obrigado, meu Senhor.”

“Basta manter as duas mãos acima do cinto.”

Draco engasgou com a respiração seguinte e ficou vermelho, seu rosto irradiando calor. "Eu... tchau."

Ele se virou e fugiu.