Capítulo 10: Harry Potter

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Harry não conseguia respirar.

Snape amara a mãe de Harry, arriscara a vida para implorar a Voldemort que a poupasse?

Voldemort pode estar mentindo sobre dar uma chance a ela, mas Snape foi medicado com veritaserum e imperioso para não lutar contra isso.

Ele estava dizendo a verdade.

Fique de lado, sua garota tola.

Então, novamente, talvez à sua maneira, Voldemort também estivesse sendo honesto.

Lágrimas repentinas transbordaram dos olhos de Harry, ferindo-o com sua ferocidade.

Ninguém falava muito sobre sua mãe.

Ela sempre foi uma reflexão tardia depois de James. Depois do próprio Harry.

Mas Snape lutou por ela.

Snape a amava, e quando ela morreu, Snape jurou proteger Harry e ele quis dizer isso.

Harry não conseguia pensar em nenhuma outra pessoa viva no mundo que pudesse responder honestamente a essas perguntas sob o veritaserum como Snape respondera.

Merlin, Harry foi um idiota!

Sem perceber o que estava fazendo, Harry minimizou seu choque e a mão intrusiva de Voldemort em seu ombro e se lançou sobre Snape.

Ele abraçou seu professor com força; com medo de que ele desaparecesse se tivesse uma chance. "Sinto muito." disse Harry. “Dumbledore disse que eu deveria confiar em você, mas não acreditei nele. Eu pensei... tudo estava tão louco. Eu ainda acho que posso ser maluco e isso está tudo na minha cabeça.”

Snape agarrou os ombros de Harry com firmeza e o empurrou para trás, olhando-o nos olhos. "Potter, qual foi a primeira pergunta que fiz a você na minha aula?"

"Er... eu realmente não me lembro, senhor."

Snape bufou zombeteiramente. “Bem, isso rastreia. Que tal isso, Potter. O que você fez quando encontrei você e seus amigos peludos debaixo de uma árvore no terceiro ano?”

Harry empalideceu. "Oh! Eu bati em você com um atordoador para proteger... Almofadinhas.”

Snape assentiu. Ele examinou Harry, como se procurasse danos, e então desviou o olhar por cima do ombro de Harry. Ele ainda agia como se não gostasse muito de Harry, mas seu aperto em Harry nunca afrouxou. Não importa o que mais ficasse entre eles, Snape queria manter Harry seguro.

“Meu Senhor, o que está acontecendo?”

"Tive uma espécie de epifania, Severus." disse Voldemort, circulando ao redor da mesa para se sentar casualmente ao lado deles. “Eu fiz do menino meu herdeiro.”

Tanto Harry quanto Snape olharam para ele severamente. "O que?"

Voldemort riu como se todos fossem velhos amigos. "Severus, o que você sabe sobre magia da alma?"

Harry ouviu Voldemort explicar a Snape que Harry tinha Snakeface Jr alojado em seu cérebro.

Snape parecia relutante em perder o contato com Harry quando ele se moveu para se sentar em sua própria cadeira, em vez de ficar ali desajeitadamente entre os dois homens, mas ele deixou Harry ir em vez de fazer uma cena.

Como forma de compromisso, Harry aproximou sua cadeira do professor, que pareceu relaxar com o gesto.

Uma chance.

Harry passou tanto tempo convencido de que Snape o odiava e que Voldemort não o via como pessoa, e ainda assim aqui estava ele.

Voldemort convidou Harry para testemunhar o interrogatório de Snape em primeira mão, apesar dos protestos relutantes de Harry na época. Ele permitiu que Harry soubesse de tudo e de todo o planejamento que eles estavam fazendo agora.

Sem segredos.

Sem mentiras.

Era quase como se Voldemort pensasse que Harry merecia estar ciente e ter uma palavra a dizer em sua própria vida.

Era um conceito tão estranho.

Harry se perguntou vagamente se alguém do outro lado já havia notado que ele havia sumido.

Ele duvidava disso.

Eles não estavam cuidando dele tão de perto, e Voldemort parecia ser bastante inteligente.

Harry não pôde deixar de acreditar nele quando afirmou que sua sanidade estava voltando.

Ele já estava muito mais calmo e calculador do que o louco que Harry havia encontrado antes.

Mais gentil também.

Este Voldemort parecia quase um ser humano real.

Não é um monstro.

Não é uma aberração.

Apenas uma pessoa.

Harry mordeu o lábio enquanto trabalhava tortuosamente em seus pensamentos.

Se Voldemort estava tentando alcançá-lo, fazendo um esforço e cuidando de Harry do jeito que ele sempre desejou, o que isso significava?

Se Dumbledore se recusasse a fazer essas mesmas coisas, o que aconteceria?

Harry não queria escolher lados com base em seu próprio conforto. Ele queria defender os princípios, a moralidade.

Mas Dumbledore nunca o ouviu.

E se Voldemort o fizesse?

E se Snape fizesse?

Snape havia dito que tinha limites para o tipo de magia negra e crueldade que estaria disposto a tolerar, não?

E Harry podia sentir o alívio de Voldemort por não ter tido que cortar a perda de Snape.

Voldemort valorizava Snape.

Ele parecia valorizar Harry.

E se eles pudessem guiar Voldemort por um caminho menos sangrento? Um caminho menos preconceituoso?

Era possível, não era?

Ou Harry estava apenas sendo um idiota?

"Harry?"

Harry foi tirado de seus pensamentos. A voz aguda e esganiçada de Voldemort ainda o deixava nervoso, mesmo quando cheia de preocupação.

“É hora de seus compromissos. O curandeiro e o representante de Gringotes estarão aqui em breve. Eles farão os testes e depois analisaremos os resultados juntos, certo?”

Harry assentiu, olhando entre Voldemort e Snape.

Snape parecia tão chocado quanto Harry.

“Pedi a Severus para ficar com você enquanto você faz o teste, como seu defensor. Se ele considerar algum dos testes antiético ou inseguro, ele intervirá em seu nome. Vou esperar aqui até você terminar.”

Sim.

Harry estava louco e estava internado em uma instituição mental em algum lugar, não estava?

Treachery of Ravens; Murder of Crows (Tradução)Where stories live. Discover now