Prólogo

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Afinal o que é essa tal de felicidade? Essa que tantos almejam e procuram? Essa que alguns dizem que encontrou e outros que se sentem totalmente envolvidos por ela?

Muitos podem conhecê-la e desfrutar ao máximo de todas as vantagens que ela traz para a vida ou podemos dizer "são felizes". Mas assim como existem aqueles que são felizes ou meio felizes, há os que não são nem um pouco felizes, nem um pouquinho... Tudo que posso dizer é que até agora não encontrei o real significado para a palavra felicidade.

A verdade é que não me vejo da mesma forma que a maioria dos jovens usam para se sentirem felizes. Pelas suas maneiras de "curtir a vida" não me traz nenhuma vontade de degustar da felicidade.

Estou vestida como uma princesa. Não sei de onde veio esta roupa, mas antes a tristeza que me dominava se foi de repente e meu estado agora transparece felicidade. Corro pelos vastos campos, pelos imensos jardins. Arranco uma flor e rodopio sentindo seu perfume magnífico. Tudo está alegre, o dia está lindo, as árvores parecem sorrir...

Há uma música bem lenta tocando ao fundo. Olho ao meu redor. Estou agora em um salão de dança de um castelo. Mas, não há ninguém aqui... Ao fitar a escada o vejo descendo. Ele está vestido de príncipe e sorri para mim enquanto desce. Perco-me em seu sorriso e em seus olhos brilhantes, tudo que quero é estar ao seu lado.

Ele chega até mim, se ajoelha, pega minha mão com delicadeza e a beija. Imediatamente me puxa para uma dança, ao som de uma melodia clássica que tocava bem baixinho e que agora se tornou mais alta, ao ritmo em que dançamos.

Não paro de encarar seu rosto, ele também não desvia seu olhar por um segundo sequer. Eu o amo tanto...

Uma lágrima escapa de seus olhos. Espanto-me ao ver que de forma automática uma lágrima também escorre pela minha face. Só então me lembro de tudo que aconteceu, e que não há motivos para estar feliz. Não depois de tudo...

Afasto-me dele. A dor ainda está presente. Ainda está recente. Não consigo conviver com isso. Ele vai se afastando progressivamente. Eu viro as costas, o deixando sair pelo enorme portão do castelo.

Eu não quero deixá-lo ir, de forma alguma. Talvez ainda haja alguma chance para nós. Corro atrás dele. Quando chego lá fora tudo está escuro. O dia mudou para noite de uma hora para outra. Não posso vê-lo. Olho para o céu, as estrelas são os únicos pontos brilhantes que existem.

Suspendo meu longo vestido com as mãos e começo a correr o mais rápido que consigo, na intenção de encontrá-lo em meio a esta vasta escuridão. Mas, é inevitável não se cansar. Tento recuperar forças suficientes para continuar procurando... Minhas forças se esgotaram, e não se renovam...

Ouço um sussurro dizendo adeus, que chega trazida pelo vento. E é nesse momento que percebo que ele está partindo. Como se fosse uma força que o puxa para bem longe, ele está lentamente me deixando para trás. Só posso ver o contorno do seu corpo se esvaindo. Já é tarde demais. Ele se foi...

InalcançávelOnde as histórias ganham vida. Descobre agora