[Capítulo 37]. A Prudência da Paciência (IV)

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— Tudo bem. — Cai Xing concordou com a cabeça baixa, estava exausto de muitas maneiras. Ele levou a mão na cintura e praguejou:

— Merda, eu perdi meu saco!

— Espere, acho que tenho um aqui. — Shen Zhengyi tirou de dentro da manga uma sacola pequena tão branco como as nuvens e os caracteres de seu nome, bordados na cor de seus olhos.

— Gege é muito gentil. — Ele sorriu.

Com certa relutância, ele pegou a bolsa espacial e jogou casualmente o que Shen Zhengyi separou para ele.

 — O Jovem Mestre salvou minha vida, devo começar a pagar minha dívida de alguma forma. — Seus olhos azuis tão puros quanto uma tarde de verão o encaravam com sinceridade.

Cai Xing ainda se lembrava de como eles podiam estar tão nublados quanto uma tempestade, quando o agarrou por trás, puxando seus cabelos para trazê-lo para mais perto, ao mesmo tempo que o fodia por trás.

Cai Xing conteve um sorriso doloroso.

 — Não sou uma boa pessoa ou alguém que mereça ajuda. Também não esperava nada quando o salvei. — Ele estreitou os olhos.

 — Não acho que o Jovem Mestre seja uma pessoa má. — Falou com sinceridade.

— Seus olhos cegaram-se por minha beleza?

Pequenos pontos vermelhos surgiram nas orelhas de Shen Zhengyi.

— Ca...

De repente gritos vieram de todos os lados e um deles chamou a atenção de ambos.

— Cai Xing! Yu Mei! — Essa era a voz de Chen Dewei, sua expressão era desesperada. — Vocês estão bem? — Ele saltou da espada e caiu bem na frente deles, a espada flutuou até se encaixar na bainha, fazendo a borla dourada sacudir.

— Dewei Ge? — Cai Xing não esperava a presença de Dewei. — O que faz aqui?

Shen Zhengyi desviou o olhar, e acabou vendo os seus irmãos discípulos de seita.

— Vou me retirar, irei até meus irmãos. — Shen Zhengyi se levantou e caminhou até eles. O grupo o cercou enchendo-o de perguntas.

Cai Xing segurou mais forte aquela bolsa quando o outro saiu de perto. Era um presente de agradecimento, mas o guardaria com muito carinho.

Notando que Cai Xing estava bem fisicamente, mas sua expressão fora do comum, Chen Dewei perguntou:

 — Por que está tão triste?

— Cometi um erro, o mestre não vai me deixar escapar. — Ele suspirou. — Ajude-me com algo. — Estendeu as mãos para Dewei.

— Devemos acelerar? — Chen Dewei perguntou.

— Não, não... — Balançou as mãos no ar. — O veneno não é estável o suficiente, se falharmos não haverá uma outra oportunidade.

— Cai Xing, não é necessário se sacrificar por isso. — Chen Dewei o ajudou a se levantar.

 — Alguém deve se sacrificar, Dewei. — Ele viu seu amigo dar um sorriso amargo, revelando uma das covinhas na bochecha. — E prefiro que essa pessoa seja eu.

Chen Dewei apertou os punhos.

— Além disso... — Cai Xing olhou para a direção onde Zhengyi estava, e parecendo saber que Cai Xing o olhava, virou a cabeça encontrando seu olhar. O jovem mestre do mal sorriu brilhantemente. — Esse erro valeu a pena ter sido cometido.

Falhas Eternas -  Vol. 01Where stories live. Discover now