capítulo 34

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Elisabeth

Fazia um tempo que estava acordada, mas fiquei com medo de abrir os olhos e descobrir que tudo tinha sido um sonho. Não me movi, não respirei, sequer
conseguia pensar.

— Está acordada?
Sua voz penetrou em meus ouvidos. Ainda de olhos fechados, sorri. Ele me tocava; os dedos acariciando minha
coluna e traçando uma linha imaginária de cima a baixo, provocando arrepios.

Virei o rosto, abri os olhos e perdi o fôlego ao vê-lo deitado de lado, me encarando com tanta paixão que eu senti minha pele queimar.

— Que horas são? — murmurei.
— Ainda é cedo.
— Foi tão perfeito. Como você disse que seria.

Ele abriu um sorriso orgulhoso e seu olhar percorreu meu corpo. Senti minhas bochechas esquentarem. Nunca achara que o sexo poderia ser assim…
completo. Foi tão intenso que ainda sentia seus toques em minha pele. Minha boca ainda saboreava o seu gosto. Podia ouvir sua voz dizendo eu te amo.

Virei, deixando os seios à mostra. Pensei em me cobrir com o lençol, mas que diferença faria para quem havia feito um sexo tão maravilhoso quanto o nosso? Jughead não conseguia desviar os olhos deles e, quando viu que eu percebi,
sorriu.

— Você foi perfeita.
— Dizem que a segunda vez é ainda melhor. Puxei sua mão para que viesse até mim.
— Disso eu tenho certeza.

Ao contrário da primeira vez, ele abriu minhas pernas e se encaixou no meio delas. Podia sentir seu pau me tocando, mas estava mais focada em sua boca se movendo contra a minha. Eu o beijei de volta quando ele ameaçou parar, e comecei a sentir a necessidade pulsante de tê-lo dentro de mim.

Jughead parecia ter sido tomado pelo mesmo desejo que eu. Ele saiu e voltou segundos depois vestindo o preservativo. Depois de voltar para o meio das minhas pernas, segurou o meu rosto entre as mãos.

— Eu preciso que você saiba que, a qualquer momento, basta uma palavra sua e eu paro. Parar? Como? Por quê?
— Não quero que você pare.

Puxei seu pescoço para beijá-lo e senti que ele me invadia conforme nosso beijo se aprofundava. Ele metia fundo, o quadril se movendo sem descanso. Diferente da primeira vez, jughead estava mais intenso. Como se o desejo o
dominasse.

— Que bocetinha gostosa! Caralho… Caralho… — disse ele, mordiscando minha orelha. — Deliciosa demais.

Meu quadril subia de encontro ao dele, tamanha a necessidade de tê-lo mais fundo. Eu o queria tanto que não suportava sentir qualquer espaço nos separando. Ele estocava cada vez mais forte, mais rápido, mais fundo, mais delicioso.

— Definitivamente — sussurrei ofegante —, não pare.
Ele não parou.
Eu não parei.
Entre gemidos, sussurros e promessas, jughead me levou a um lugar aonde jamais imaginara que chegaria: ao céu.

Depois do banho, fiquei parada na frente do espelho, tentando descobrir qual Elisabeth me olhava de volta. Levei os dedos aos lábios, sentindo o inchaço causado pelos beijos de jughead. Sorri ao me lembrar de tudo que fizemos.

Ele foi ávido, sem deixar de se preocupar comigo. Tudo que ele fez foi para me deixar segura da decisão que eu havia tomado antes mesmo de pôr os pés em seu apartamento. E eu consegui. Houve momentos em que tive medo. Momentos em que minha mente viajou para longe, para um tempo de que eu nunca mais queria lembrar. Mas antes que eu me perdesse por inteiro, ele chamava meu
nome com tanta paixão que eu voltava imediatamente para ele.

Cheguei à conclusão de que não conhecia a Elisabeth do reflexo. Ela era única. Uma mulher machucada que voltara a amar.
Finalmente… ela era eu.

— Princesa, você precisa de alguma coisa?
Sua voz atravessou a porta, fazendo meu coração disparar.
Sequei uma lágrima e respondi baixinho, sem que ele pudesse me ouvir: — Não. Eu não preciso de mais nada.

Jughead me deixou em casa antes de ir para o Ministério Público. Combinamos de levar Malu a um recital no meio da semana. Só nós três, como uma família. Ele ainda prometeu aparecer e me roubar alguns beijos. Sentia como se estivesse andando em nuvens. Não queria acordar do sonho que vivia.

Entrei em casa sorrindo como a boba apaixonada em que me transformara. Estava tão distraída que quase caí de costas quando vi Janaína sentada no balcão da cozinha, segurando uma panela de brigadeiro.

— Pela carinha de idiota… deu.— Você quase me matou de susto. Cadê a Malu?
— Dormindo. E aí? Como foi?
— Como foi o quê?
Ela cerrou os olhos e me encarou com um pouco de raiva.
— Foi maravilhoso.
— Me…
— Não — interrompi, antes que ela pedisse detalhes. Jana fez beicinho, mas não me convenceu.
— Foi tão perfeito que será apenas meu.

Eu me aproximei e dei um abraço na minha melhor amiga antes de ir ver minha filha. Ao deixar a cozinha, chamei por Janaína com um assovio. Ela me encarou confusa.

— Ele fala boceta — sussurrei.
— Cacete! Ele é dos meus. Quer dizer… dos seus. Ahhh, você entendeu.
Enquanto Jana falava, meu celular apitou.
Te amo, minha princesa.
Sorri.
E, pelo jeito, continuaria sorrindo por muito tempo.

Muito além do AmorOpowieści tętniące życiem. Odkryj je teraz