capítulo 30

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Elisabeth

Jughead passou quase a noite toda comigo. Depois de pormos Malu na cama, sentamos na sala e ficamos assistindo a um filme qualquer que passava na
televisão. Ainda estava apavorada com tudo que tinha acontecido.

Quando saí do banheiro e vi Malu e Vitória conversando com um homem de cabelos pretos e cacheados, não pensei duas vezes em ir até minha filha e quase
arrastá-la comigo. Malu ainda segurava a mãozinha de Vitória quando a forcei a me acompanhar pelos corredores daquele teatro.

Além de medo, sentia raiva. Raiva porque deixara mais uma vez aquela sensação me dominar. E mais ainda por ter estragado uma noite tão especial como aquela. Minha filha não merecia. Ela estava feliz, se comunicando bem, à
sua maneira, mas ainda assim era mais do que qualquer progresso que já havíamos feito. Quase não acreditei quando ela andou pelas pessoas sem recuar.

A verdade era que Vitória fazia muito bem à Malu, e agora depois do meu surto, eu imaginava que Clara iria manter a filha bem longe de mim. Pensando naquela família, segurei a caneca de chá que tinha preparado havia pouco. Jughead saíra para falar ao telefone e sequer me importei com quem ele estava conversando já quase de madrugada.

Ele guardou o celular no bolso da calça e voltou até mim. Estava tão lindo, vestindo uma roupa social. Assim que o vira parado em minha porta, sentira que estava caminhando para uma noite de sonhos. Pena que ela se tornara um pesadelo.

— Clara te mandou um beijo. Disse que vai te ligar para combinar um programa com as meninas. Tive que sorrir. Parecia que eu estava errada, afinal.
Sentou-se ao meu lado e puxou minha mão com delicadeza, apertando seus dedos sobre ela.
— Preciso ir e você tem que descansar.Assenti.
— Vou ficar bem — disse, não sabendo se para ele ou para mim.— Eu sei que vai.
— Você tem muita fé em mim. Talvez mais do que eu mesma.
— Porque eu vejo algo que você não vê.

— E o que seria? — perguntei com desdém. Vi seu peito subir e descer em uma respiração profunda.— Eu vejo você. — Seu dedo fazia pequenos círculos na minha mão. — Vejo uma mãe maravilhosa que protege e cuida da Malu com toda a força que existe.Vejo a mulher que não precisou de ninguém para reconstruir a vida. Elisabeth, você não precisou me conhecer, ou a qualquer outra pessoa, para seguir em frente. Você buscou seu caminho por você mesma, e mais ninguém. Tudo isso —ele levantou o corpo, acenando com a cabeça para a minha casa, que também
era o Delícias da Malu— foi feito por você, suas mãos e a força que existe em
você. — Você vê tudo isso? — perguntei, sorrindo.

Diego se aproximou e em poucos segundos nossos lábios se encontraram de leve. As bocas entreabertas e um toque gentil me fizeram suspirar alto.

— E também vejo uma mulher linda e sensual. Cada vez que me aproximo de você, tenho que segurar meus desejos. — Quando levantei o rosto para encará-lo, vi seus olhos queimarem, inflamados pelo sentimento de que falava. Cada palavra ardia em minha pele e pulsava em meu peito. — Desejo sua boca e anseio o dia em que tocarei sua pele. — Sua mão acariciou a base do meu pescoço e engoli em seco. — Desejo o dia em que seremos um só.

Olhava sua boca entreaberta, os olhos que me fitavam profundamente escuros de desejo, e me faziam sentir coisas que havia muito tempo não sentia. Sua mão ainda estava em meu pescoço, os dedos roçando minha pele, fazendo-a se arrepiar. Em uma atitude impensada, me joguei sobre ele e sentei em seu colo. Jughead soltou um gemido quando segurei seu rosto.

— Eu quero isso — pedi.
O medo que sentira naquela noite dava lugar a um sentimento desconhecido. Eu queria tanto aquele homem que doía. Meu peito se esmagava em uma sensação que me deixava completamente sem ar. Suas mãos se arrastaram por baixo da saia do vestido, tocando a pele exposta, e de repente eu queria que ele me tomasse ali, no sofá.

Algo batia dentro do meu peito, exigindo que ele fizesse toda aquela escuridão desaparecer. Com Jughead eu poderia deixar
para trás toda a vergonha, medo e dor. Beijei sua boca com malícia. Chupei seus lábios com tanta força que achei que se rasgariam em minha boca. Deslizei minha língua para dentro dele, sentindo sua dureza crescer embaixo de mim. Meu corpo queria alívio, eu queria alívio. Soltei seu rosto e abri sua camisa, não me importando de arrancar alguns botões. Meu Deus, como ele era gostoso. Arranhei sua pele, desejando ter mais dele, amando sentir os músculos rígidos sob meu toque, e como ele reagia
a isso. Um gemido rouco escapou da minha garganta quando Jughead me inclinou para trás, beijou meu pescoço e colo e desceu a boca até os seios.

— Por favor — implorei, quando ele abaixou a parte de cima do vestido, expondo meus seios. Senti sua língua, molhada e excitante, contra meu mamilo.
Ele fechou os lábios ali, chupando e mordiscando. Me esfreguei em seu colo, sem me importar com nada. Tudo que queria era que ele arrancasse aquele
sentimento de dentro de mim. Queria que ele iluminasse minha alma escura.

— Princesa — choramingou, parando e me deixando frustrada.
— Não quero ser princesa. Hoje não. Eu só quero que você faça o medo ir embora. Jughead prendeu meu rosto entre as mãos, meu quadril ainda se
movimentando contra ele, mas parei assim que vi a intensidade no fundo dos seus olhos.

— Você é minha princesa, e sempre vai ser, mas também será minha mulher. E eu juro por Deus que essa decisão é a mais difícil que já tomei na vida. — Ele me abraçou, segurando-me forte contra ele, e descansei o rosto em seu ombro. — Sinta, Elisabeth, meu corpo pedindo o seu, meu pau implorando para estar dentro de você. Estou tão duro que não consigo pensar em outra coisa a não ser te deixar nua e te amar aqui e agora. Mas não posso. —Afastou-se, colando a testa na minha. — Quando eu entrar em você, não vou conseguir parar até te escutar gritando meu nome. Essas paredes não vão segurar todos os meus gemidos quando eu enfim conhecer seu corpo. Vamos fazer amor a noite toda e quero que acorde comigo enterrado em você, porque tenho certeza de que não há melhor lugar no mundo para estar. Quero me perder em você, Elisabeth.

Arfei, pois suas palavras não me traziam alívio. Pelo contrário, estava ainda mais excitada. Mas ele tinha razão. — Me desculpe. — Sentime envergonhada por tudo. — Porra! Não faz isso. Nunca se desculpe por desejar. Ouça sempre seu corpo, o que ele pede. Mas me deixa fazer isso ser perfeito. Não vou conseguir ser de outra forma, porque quero muito mais do que sexo. E você não poderia receber nada menos do que isso.

Balancei a cabeça, compreendendo suas palavras. Só então percebi que usaria o sexo com ele para esquecer o que estava sentindo. Nem eu, nem Jughead merecíamos aquilo. O que a gente estava compartilhando ia muito além de uma simples transa. E aquilo já era uma certeza para o meu coração.

Muito além do AmorTempat cerita menjadi hidup. Temukan sekarang