capítulo 7

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Jughead

Sofie chegara havia dois dias, mas minha agenda de trabalho só permitiu que nos encontrássemos hoje. Ela também tinha que dar atenção para a sua família, já que fazia um bom tempo que não os via. No entanto, nos falamos por
mensagens e ela me ligou de manhã pedindo esse encontro. Claro que aceitei.

Um lado meu passou o dia ansiando por isso, na esperança de ter minhas
memórias de volta ao revê-la. Porém, a outra parte só conseguia imaginar que
eu a magoaria. Não sabia bem o porquê, afinal passamos meses trocando mensagens, mas, mesmo assim, sentia que ela esperava muito mais de mim do
que eu podia oferecer.

Cheguei adiantado por motivos óbvios: viera direto do fórum. Era isso, ou nada. Fui levado até a mesa que havia reservado e pedi uma taça de vinho
enquanto aguardava o horário combinado. O local tinha um ar sofisticado e, ao mesmo tempo, aconchegante.

O som do piano era uma atração à parte. Fazia
muito tempo que não me permitia uma noite como aquela. Fora Manu quem me
indicara, e imediatamente peguei o celular para agradecê-la, porque dessa vez Áela realmente tinha acertado.

mensagem on

Eu:Boa noite, minha médica preferida. Obrigado pela dica do restaurante.

Ela respondeu em seguida: A garota já chegou?

Sorri por sua falta de gentileza de sequer me cumprimentar.

Eu:Boa noite pra você também. Estou bem, obrigado. Está aprendendo a ser
grossa com seu homem?
Ela:Dereck não é grosso, ele é direto. São coisas diferentes. Além do mais, não sei se essa garota merece ser levada em um lugar tão bacana.

Recostei na cadeira ainda sorrindo e larguei o celular sobre a mesa para
receber minha bebida. O garçom acenou e saiu logo em seguida, então voltei
para meu diálogo com Manuela.

Eu:Você nem a conhece.
Ela:Justamente por isso. Já faz quase quatro anos do seu acidente e essa garota só
esteve aqui uma vez. Essa história de “te amo e vou lutar pelo seu amor” não cola pra mim. Ela não te merece.

Depois do meu acidente, eu me apegara muito a Manuela. Ela havia sido muito mais que uma médica, e nossa relação acabou se estendendo para fora do
hospital. Por um tempo, achei que engataríamos um romance, mas então acabamos percebendo que nossa amizade valia muito mais do que a possibilidade de nos magoarmos caso a relação não desse certo.

Seguimos como amigos e Manu agora era a mulher de um astro do rock. Dereck Mayer e minha
Manuela… Quem diria? Eu não. Ainda mais porque ele era ex-namorado da minha cunhada e o terror da vida do Alexandre. Sabia que meu irmão tentava
disfarçar, mas toda vez que ele e Dereck estavam no mesmo ambiente, Alê se retraía. Óbvio que ele sabia que não havia a mínima chance de alguma coisa
acontecer. Clara era completamente apaixonada por meu irmão, e eu acompanhei de perto toda a luta pessoal do Dereck para conquistar Manu e provar seu amor por ela. Mesmo assim, achava que Alexandre nunca iria
esquecer que foi para os braços do Dereck que Clara correu quando as coisas ficaram difíceis. Esse era um lado do Alexandre que nunca iria mudar.

Digitei minha resposta.

Eu:Você tem que parar de me tratar como se eu fosse alguém perfeito.

A réplica veio segundos depois.

Ela:Você não é perfeito, mas é quase. E vem cá… já contou para a Clara?
Eu:Não. Pelo simples fato de que basta você enchendo meu saco.

Muito além do AmorWhere stories live. Discover now