capítulo 32

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Jughead

—Princesa…
Foi a única coisa que consegui dizer, pois o restante das palavras parou em minha garganta. Eu te amo! Era o que eu ia dizer. Eu te amo… Porque não havia outra forma de explicar o que estava sentindo.

Afinal, amar era querer bem, não
é mesmo? Sonhar acordado, ouvir a voz da pessoa mesmo a quilômetros de distância. Amar era dormir e acordar com o mesmo pensamento. Sentir saudade antes mesmo dese afastar. Amar era sorrir com o coração apertado. Viver com
um único propósito: fazê-la feliz.

E era exatamente isso que sentia pela garota em meus braços. Cada parte de tudo que formava o amor batia em meu peito. Sentia o despertar de seu coração através dos dedos. A forma como batia alto e rápido. Queria que as horas não passassem, ao mesmo tempo que desejava viver outros momentos ao seu lado. Amar também era contradição.
Era querer e não querer.

—Desculpa ter vindo sem avisar.— Elisabeth sorriu envergonhada, baixando a cabeça e olhando para onde nossas mãos se encontravam.—Queria fazer uma surpresa.
—Não poderia esperar nada melhor pra esta noite.Vem,entra.

Fechei a porta atrás de nós e vi Elisabeth andar até a sala, observando tudo à sua volta. Seus olhos iam de um ponto a outro e, derepente, eu estava nervoso.
Era a primeira vez que me sentia assim, inseguro e com medo do que ela poderia achar do meu mundo. Parei, esperando que terminasse sua pequena
exploração. Larissa caminhou até um quadro pendurado na parede acima do sofá e me olhou sorrindo.

SEUS MAIORES BENS SÃO SEUS SONHOS
Nietzsche

—Belo pensamento — disse ela.—E quais são os seus sonhos?
Senti que estava me testando. Procurando saber se realmente se encaixava naquilo que eu sonhava. Ah, minha linda, se você soubesse que você faz parte de todos os meus sonhos.
Comecei a caminhar em sua direção enquanto falava.

— Sonho em continuar fazendo um bom trabalho como promotor, levar um pouco de paz a quem precisa. Sonho com minha família e amigos sempre
unidos. Sonho com um mundo melhor pros meus sobrinhos.

Alcancei-a, meu corpo tão próximo a ela que podia sentir seu calor. Devagar, ela levantou a mão na altura do meu peito, mas, antes de tocá-lo, parou no ar, como se algo duelasse dentro dela, impedindo-a de seguir seus desejos.

— Sonho em me
casar com uma mulher maravilhosa, ter filhos, viver pra fazê-la feliz. Sonho em ver uma garotinha crescendo sob os meus cuidados e poder fazer parte da vida dela como um verdadeiro pai. Elisabeth soltou um suspiro. Mesmo sabendo que ela estava mergulhada em uma emoção que era só dela, continuei. Se me calasse, sufocaria com o amor que ela necessitava saber que eu sentia.

— Sonho em amar você todos os dias e poder estar ao seu lado a cada nova transformação. Sonho em ser aquele que te fará acreditar mais uma vez no
amor, e sonho em poder te dar momentos que se transformarão em boas lembranças. Elisabeth levantou o rosto, encarando meus olhos, e enfim tocou minha pele.
Senti queimar, ardendo na paixão que ela me fazia sentir.

—  Por favor — murmurou, lágrimas se misturando ao sorriso que surgia em seus lábios.— Nunca deixe de sonhar.
— Só quando eu parar de respirar. As palavras mal chegaram ao destino e seu gosto já me invadia. Ela trazia uma doçura nos lábios que era só dela, e eu nunca me sentiria saciado do seu sabor.

Suas mãos deslizaram pelos meus ombros, deixando um rastro de desejo por onde tocava, e minha mente implorou que seus dedos cobrissem cada centímetro de pele que existia em mim, por que a sensação de ser tocado por ela
era sublime. Já fora tocado por várias mulheres, mas nenhuma delas fizera eu me sentir daquela forma: como se existisse apenas aquele momento.

Muito além do AmorWhere stories live. Discover now