Abri as pernas, afastei o short que usava e meus dedos se esgueiraram para dentro dela. O tecido era leve, convidativo, e roçava em minha pele quente, causando arrepios. Afastei os grandes lábios até encontrar o ponto que agora pulsava desesperado. Eu o toquei, e fiquei impressionada com como sabia com exatidão onde tocar.Fiz um pouco de pressão, mexendo o clitóris para os lados, esfregando o dedo nele.

Pensei no que acabara de ler, imaginei a cena, o sexo, os gemidos… Pressionei mais o dedo, tocando a parte interna da minha boceta. Meu coração passou a bater acelerado e minha testa começou a suar. Contorci- me sobre a cama, temendo fazer algum barulho, enquanto sentia o orgasmo se aproximando.

Girei o quadril sobre meu dedo, encontrando outro ponto em
meu interior que nem sabia que podia me dar tanto prazer. E deu. No momento em que o pressionei, o orgasmo veio rápido e forte. Durou apenas alguns segundos,mas tempo suficiente para me fazer delirar.

Joguei a cabeça para trás e fechei os olhos. Pensei no mocinho do livro, mas nenhum rosto concreto veio à minha mente. Eu imaginava apenas seus olhos. “… mergulhei em seus olhos azuis e desejei nunca mais sair dali. Sentia-me protegida, segura e amada.” Eu conhecia olhos assim.

(...)

Minha mãe ligou no dia seguinte da festa. Fazia um tempo que não falava com ela e fiquei feliz em saber que meu pai estava cuidando melhor da saúde. Ele sempre fora o tipo de pessoa que, por não gostar de hospitais, evitava até tomar vacina. Mas ainda bem que aprendera que com diabete e pressão alta não
se brinca. Prometi visitá-los em breve, e minha mãe agradeceu.

Eles não tocaram em nenhum assunto relacionado à minha antiga vida. Havia contado a ela sobre o Dennis no mesmo dia em que soubera de sua prisão.Eles ficaram aliviados, é claro. Mesmo assim, eu ainda acreditava que não tinham a real noção do estrago que essa relação causara.

Uma coisa era ficar sabendo pelo
telefone tudo que acontecera, outra era ver as feridas ainda não cicatrizadas. Deixei Malu aproveitando o sono de domingo e liguei o computador. Ouvi a porta abrindo, o que desviou minha atenção.

— Vamos participar de um festival de food trucks.
Janaína veio arrastando o pé até mim e se jogou ao meu lado no sofá. Ela não usava mais o gesso.
Arqueei uma sobrancelha, esperando que explicasse mais uma de suas ideias malucas, mas ela simplesmente ligou a televisão ef icou em silêncio.

— Vamos fingir que eu sabia sobre esse tal festival e que concordei com tudo. Tem um pequeno detalhe: não temos um food truck.
—Aluguei um.
— Você alugou um carro? Qual a parte de que somos sócias você não entendeu? — Olha — ela fez beicinho antes de explicar —, sei que deveria ter te consultado antes, mas a oportunidade era única, então agi por conta própria
enquanto você estava na festa dos bacanas. Havia outra pessoa interessada, então eu reservei primeiro, mas podemos desistir.

Janaína tirou um papel da bolsa e começou a me explicar como funcionaria. Diversos food trucks se reuniriam em um local aberto, levando as pessoas que
visitassem o festival a uma verdadeira viagem gastronômica. Entre cachorros- quentes, hambúrgueres e churros, estaríamos lá com nossos brigadeiros. Depois de me acalmar um pouco, acabei me empolgando com a ideia. Não era de toda ruim. Conversamos muito sobre o assunto e acabei concordando.

—Quando você tirou o gesso?
—Hoje de manhã.
—Domingo de manhã—questionei,confusa. — Ah, é… Esqueci de te avisar que o carinha com quem estou saindo é
médico.Nós,bem…humm…Ele me levou na clínica dele hoje de manhã e tirou o gesso. —Só o gesso? —Pode ser que tenha tirado algumas peças de roupa também, sabe?—Ela deu de ombros, rindo.—Para analisar melhor. —Você não presta.
Ela me deu as costas ainda rindo.
—E você me ama —gritou, antes de  bater a porta do seu quarto.
É…Eu amava mesmo.

Janaína se enfurnou no quarto com a desculpa de recuperar o sono perdido. Voltei para o notebook e entrei na página do Delícias da Malu. Fiquei surpresa
com a quantidade de notificações. A maioria sobre a festa da Vitória. Clara havia feito um álbum com fotos maravilhosas do dia anterior. Abri uma por uma,
lembrando de todas as sensações que sentira enquanto estava com aquelas pessoas.

Em todas as fotos em que aparecia a ilha de doces, ela havia marcado nossa página. Diversas pessoas elogiavam meus brigadeiros, e meu queixo caiu
quando li dezenas de comentários pedindo o contato da moça dos doces.Clara respondia a todos os com o nome da empresa, e o ícone de mensagens recebidas já piscava.

Fiquei eufórica, imaginando que poderiam ser novas encomendas tão grandes quanto aquela, mas, antes de abri-las, resolvi terminar de ver as fotos.

Meu dedo parou de se mover assim que vi uma imagem específica. O ângulo era
tão maravilhoso que tinha certeza de que o fotógrafo havia conseguido capturar muito mais que uma foto. Esqueci as mensagens por um instante. Uma ideia surgiu, e a primeira coisa que fiz foi fechar os olhos e imaginar o que a Elisabeth
sem o Dennis faria.

Corri até o quarto e peguei o cartão que eu havia escondido dentro da gaveta. Guardara o número em segurança, imaginando que um dia voltaria a
precisar dele. E de certa forma, estava certa. Gravei o número no celular e apareceu a foto do Jughead, abraçado a duas crianças, um menino e uma menina. Tão lindos quanto ele. Salvei a foto da festa no celular e escrevi o seguinte texto.

Eu:Não tive tempo de te agradecer por isto.
Elisabeth

Enviei enquanto ainda observava a forma como Malu olhava para Jughead enquanto dançava com ele. Seus olhos brilhavam e ela sorria, encantada. Ele também a encarava como se minha filha fosse um tesouro. Havia tanto
sentimento naquela foto que meu coração começou a acreditar que suas promessas poderiam ser verdadeiras.

Ele:É uma linda foto.jughead

Ele respondeu.
Meu Deus! Era mesmo ele. Fiquei com os olhos fixos na tela do celular enquanto ele digitava.

Ele:Você também sentiu como é especial?

Meu peito se comprimiu, apertando o coração dentro dele.
Não respondi.

Ele:Espero que tenha sentido, porque tudo que fiz essa noite foi pensar em você. Odiaria saber que tudo isso é minha imaginação.

Continuei sem responder.
Ainda não havia nada para ser dito. E ele entendeu.

Ele:Eu realmente adoraría mais alguns brigadeiros.

Foi inevitável não sorrir diante de suas palavras. Jughead sabia ser sério sem perder a delicadeza. Por isso era muito fácil conversar com ele. Lembrei de nossos pequenos diálogos no restaurante. De como parecia certo ele estar ali, falando comigo.

Apertei a tecla enviar e deixei o celular em um canto qualquer.
Derepente, mesmo que por um instante, esqueci de todos os tapas, gritos, mordidas e arranhões. Eu era apenas aquela menina de dezesseis anos que
ainda acreditava em conto de fadas. Minha resposta às suas mensagens foi apenas um ícone.
Nada de palavras.
Apenas um sorriso.

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