Imediatamente me arrependi do que escrevi e emendei outra mensagem.

Eu:Desculpa.
Ela:Viu? Quase perfeito. Por favor, não deixa essa garota te magoar. Você é importante pra mim. Volto em algumas semanas. Dereck vai fazer uma pausa depois do show em Londres.

Estava pronto para responder quando alguém chamou minha atenção. Impossível ser diferente, todas as pessoas que Sofie encontrava pelo caminho
também eram atraídas por ela.

Devolvi o celular para a mesa sem que meus olhos deixassem os seus. Sofie sorriu assim que me viu e meu coração disparou,
enquanto uma onda de sentimentos me atingia. A sensação era de voltar para
anos atrás. Lembrei de quando a vira pela primeira vez. Pelo menos essa lembrança não se fora. Um amigo em comum nos apresentara em uma festa.

Depois de eu beber um pouco demais, Sofie me levara para casa. Uma atitude que claramente me surpreendera. Passamos uma semana conversando e só ficamos depois desse tempo. O primeiro beijo… Eu havia levado Sofie a um show e, antes mesmo da primeira música tocar, meus lábios estavam grudados nos dela. Um beijo quente e envolvente que me fizera ficar apaixonado pela
ruiva mais linda que havia conhecido.

Porra, como tinha podido esquecer de tanta coisa?!
Não tive tempo de me sentir frustrado, pois Sofie estava cada vez mais perto. O sorriso se alargou e, quando ela estava quase na minha frente, percebi os olhos marejados. Agindo por instinto, apenas abri os braços e a recebi com um abraço cheio de saudade. Ela me apertou com força e ouvi seu choro baixinho.

— Está tudo bem, linda. Já passou. Por favor, não chora — pedi, na esperança de acalmá-la. Sofie não me soltava e agora algumas pessoas começavam a nos olhar com curiosidade.

Deixei minha ex-namorada desafogar suas emoções e, quando ela se afastou,
me encarou com uma expressão saudosa que me deixou rendido. Levou as mãos à boca, enquanto seus olhos faziam uma varredura em mim, de cima a baixo.

— Tô me sentindo um frango de padaria — brinquei.
— Você não mudou nada.
— É pra ser um elogio?
— Senti tanto a sua falta, jug.
As palavras de Manu voltaram à minha mente assim que Sofie terminou de falar. Quatro anos… Será que ela realmente sentira?

— Você também tá linda — respondi, dispensando as dúvidas que se formavam na minha cabeça. — Vem… — Segurei sua mão, conduzindo-a até a mesa e soltando apenas para puxar a cadeira para ela.

— E o mesmo cavaleiro de sempre — sussurrou.
Assim que sentei, seus olhos castanhos me buscaram e pude ver com clareza
a tristeza que passou por eles.

Ficamos em silêncio, apenas nos olhando, ambos com medo de dar o primeiro passo.
Havia certo constrangimento entre nós, e considerei isso normal. Afinal, a situação não era tão simples. Sofie atravessara o continente para vir atrás de mim, e eu não sabia se isso era uma boa ideia.

Aliás, não sabia se eu valia todo
esse esforço. Essa mania das pessoas acharem que sou perfeito às vezes me irrita.

— Esse lugar é lindo — elogiou. — Obrigada pelo convite.
Sorri em agradecimento.
— Achei o mesmo. Uma amiga me recomendou.
— Amiga? — perguntou, não escondendo certa decepção.
— Sim. Ela foi minha médica depois do acidente, mas está em turnê com o
marido. Ele é cantor.

— E você tem alguém?
— Não — fui sucinto.
— Ahhhh! Hmmm… — ela hesitou. — É bom saber que você ainda não
encontrou uma namorada. Fica um pouco mais fácil tentar.
— Sofie… — não sabia o que dizer depois da sua declaração.

Muito além do AmorWhere stories live. Discover now