— Bom... saberão, mas não do jeito que aconteceu.

    Ainda confusa, Balthazar se sentou do meu lado e abraçou meus ombros.

   — Todo mundo irá saber do tráfico de cavalos, como Chester fazia e coisa do tipo, mas em nenhum momento seremos mencionados — Olhei chocada. — As pessoas estão fazendo manifestação à dias, todo mundo está na porta da delegacia, somos uma cidade pequena, nada sai daqui.

    Tento entender o que ele diz, não vou para a cidade desde que voltei do hospital, somente vou lá daqui alguns dias para ter a minha primeira consulta no ginecologista e iniciar meu pré natal.

   — A versão que todos irão saber, é que o corajoso policial Alfred enfrentou os traficantes e por um milagre conseguiu matar todos, até o xerife, que tragicamente estava envolvido nisso, sendo corrupto.

   — Balthazar.... eu não sei... as pessoas podem descobrir e pode ficar pior... — Penso se alguém dizer o contrário, nossas vidas irá virar um inferno.

   — É por que você não viu, as pessoas estavam nos defendendo com unhas e dentes.

   Penso sobre o que ele disse e respirou fundo concordando, ele tinha razão, eu não tinha visto pelos meus próprios olhos. Olhei a coxa de Heros que foi atingida e alisei o local devagar, seu pelo estava raspado e um curativo tampando a ferida.

   — Dói nele?

   — A veterinária nos deu remédio para dor e antibióticos, tem horário para dar, porém ele está bem.

   — Vi ele mancando...

   — Ela disse que é normal nos primeiros dias, temos que forçar ele a pisar no chão, é mais medo dele do que dor. — Entendo o que ele quer dizer e suspiro.

   Não proibi do Heros lamber a minha barriga, ele parecia já ter uma conexão com o bebê, olhei para o Balthazar para ver se ele estava olhando o mesmo que eu.

   — Ele vai ser um ótimo tio — Sorri com as suas palavras, beijei a sua bochecha.

   Seus dedos trilharam do meu pescoço até a nuca, Balthazar me olhou em silêncio, seu olhar dizia tanta coisa que inspirei o ar, precisando de oxigênio para me orientar com a intensidade dos seus olhos.

   — Eu amo você — Respirei fundo e fechei meus olhos. — Não estou pedindo para me dizer o mesmo, só quero que saiba.

   Colei nossas testas com os olhos fechados.

   — Também te amo — Sussurrei sorrindo.

   Balthazar ficou uns bons minutos em silêncio, eu já tinha ouvido da sua boca essas palavras maravilhosas, mas ouvi-las com ele acordado, era muito melhor.

   — Vamos ter uma família — Ele diz. — E eu vou fazer de tudo para proteger vocês, eu amo você Felicity e amo o nosso bebê.

   Concordo com a cabeça. Ele me beija, mas de um jeito diferente, mais carinho e amor são transmitidos através do seus gestos.

*****

   — Você viu o Beleza Negra? — Perguntei um pouco triste.

   Deveria saber que ele queria voltar a sua manada, sua família, mas uma parte egoísta dentro de mim dizia que ele estava mais feliz comigo, ao meu lado. Toda vez que pensava nisso automaticamente me sentia péssima, ao se encontrar com os humanos ele só sofreu, nem sei o que passou pelas mãos dos Chester.

   Só queria ver ele, para me despedir.

   — Não, sinto muito Chaveirinho — Balthazar diz. — Sei que ele é muito importante para você.

   Ele era, e muito, mas acredito que ele nunca foi para ser domado, ele me deu abertura para isso por que de alguma forma nos conectamos instantaneamente, mas talvez ele fosse mais feliz lá fora, sendo um cavalo selvagem que ele nasceu para ser.

   — Só não quero que ele se machuque de novo.

   Eu olhei para Balthazar, nós dois estávamos tentando fazer nossa relação andar, mas acredito que nós não se curaria sozinhos, mordi os lábios nervosa.

   — A gente precisa de ajuda. — Falei em voz alta o que tanto evitei por todo esse tempo.

   Balthazar me olhou, e somente vi cansaço em seus olhos.

   — Essa merda toda fudeu com o nosso psicológico, não dormimos, não estamos mais como antes, Chester nos drenou tanto que acabou apagando o que a gente era antes disso.

   Balthazar somente me escuta, eu sei que é difícil para ele ouvir isso, ele não gosta que eu escute os seus resmungos a noite, ele não fica mais de duas horas dentro da sua casa, praticamente está morando aqui.

   — O que você está tentando dizer?

   — Eu agendei um psicólogo para nós. Precisamos superar isso com a ajuda certa.

   Aperto a sua mão um pouco envergonhada.

   — Eu amo você, mas acredito que as questões que se passam aqui — Cutuquei a sua cabeça. — Por mais que eu tente e queira, não vou conseguir ajudar.

   Ele respirou fundo e eu sorri um pouco nervosa, a última vez que passei no psicólogo foi quando aconteceu o acidente. Eu não sei se estava pronta para isso, mas iria tentar, ignorar ou fingir que nada aconteceu pioraria tudo.

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Q U E I R A - M E - Série Possessivo Livro III (COMPLETO)Where stories live. Discover now