Q U E I R A - M E - Série Possessivo Livro III (COMPLETO)

CAPÍTULO 28

   — Quero tomar banho — Fungo o pescoço dele com as lágrimas escorrendo.

   Eu não estava dos melhores cheiros, uma mistura de gasolina, terra e sangue.

   — Vamos molhar o curativo — Ele disse pensativo, em hipótese alguma eu iria ficar sem tomar banho por causa do curativo.

   — Fazemos outro. — Quase imploro e ele concorda me sondando.

   Me levanto da cama saindo do conforto do seu pescoço e dou passos curtos até o banheiro.

   — Vamos tomar uma chuveirada e depois entrar na banheira — Acenei com a cabeça, tomar banho de banheira sempre foi um pouco nojento para mim, tomando banho na água suja que "limpava" o meu corpo... não sei, essa ideia nunca me agradou.

   Com cuidado ele tira o curativo do meu braço e a minha roupa, examinou e por último deu um breve aceno.

   — Está ótimo, os pontos estão bem apertadinhos.

   Ele tira o seu próprio curativo, cutuquei meu braço não sentindo dor ao lado dos pontos, acho que a anestesia ainda estava fazendo efeito. Vi a pele rasgada do seu braço e as lágrimas voltaram, antes não tinha visto pois sua blusa tampava a minha visão.

   — Não chora — Ele diz assim que olha para cima, mas como não chorar vendo o seu machucado? — Está tudo bem amor. Não estou sentindo dor.

   Iria ficar uma cicatriz ali. Ele beijou a minha testa e me encolhi no seu toque me culpando por tudo que ocorreu.

   Eu não pensei na minha família.

   Não pensei no meu bebê.

   — Vem...

   Ele me puxa para o chuveiro e acredito que a pomada que o médico passou já estava no ralo. Balthazar fez uma careta olhando para o braço sendo lavado pela água corrente. Eu não fazia ideia se aquilo estava certo. Nós dois não nos mexemos, de cabeça abaixada vi todo o sangue seco do meu corpo escorrer no chão, a terra que entraram por baixo da minha unha.

   Assim que o Balthazar me deu banho, me limpando e passando produtos na minha cabeça fomos para a banheira.

   A água estava quente, me deitei no seu peito. Estava dolorida no corpo todo. Meus olhos pesaram ao sentir a água quente ao meu redor e me enfiei no meio das suas pernas abertas, nós dois estávamos nu.

   — Estou tão cansada — Sussurrei observando a sua mão pousar na minha barriga.

   — Pode relaxar. — Escuto ele dizer quanto seus dedos circulam no meu umbigo.

   Minha barriga não estava aparecendo, mas ele já estava sendo carinhoso.

*****

   — Papai já te ama muito meu bebê — Escuto o sussurro de Balthazar dizer.

   Não me mexo, ainda estou um pouco grogue de sono.

   — Você e a sua mamãe se tornou as coisas mais importante da minha vida. — Ele estava conversando com o nosso bebê. — Quando você crescer vou te ensinar a andar de cavalo, quem sabe o Beleza Negra tenha paciência de te carregar, não? — Sinto o ar quente da sua risada no meu pescoço.

   Sua mão se fecha no meu peito, mas não é um aperto sexual.

   — Não sei se vou conseguir dormir depois de hoje — Ele sussurra, agora não sei se foi para ele mesmo ou pro bebê.

   — Preciso pedir a sua mamãe em casamento logo, não é? A luta vai ser se ela vai aceitar antes de você nascer ou depois? Me diz carinha, acha que a mamãe vai ser daquelas que espera o filho crescer um pouquinho para que ele entregue as alianças?.

   — Eu gostaria disso — Digo baixinho.

   — Sua mãe é fofoqueira, ouvindo o nosso papo particular na surdina — Rio baixinho ainda de olhos fechados, viro a cabeça.

   — Seu papai já está te tratando no masculino?

   — É um moleque, tenho quase certeza disso, precisamos fazer uma menininha depois que ele nascer.

   Abro os olhos, ele beija minha bochecha de uma forma doce e ergo uma das sobrancelhas.

   — Tá doido? Vamos conversar sobre isso direitinho.

   — Chaveirinho... vai ser um dentro e um fora, vamos ter um time de futebol — Ele que se iluda sozinho. — Quer sair da banheira? — Me pergunta sem parar com as carícias na minha barriga.

   Me aconchego no seu peito mais um pouco e nego com a cabeça, parece que estamos debaixo de uma coberta quentinha. A água não esfriou.

   — Dormi por muito tempo?

   — Umas meia hora.

   — Acha que vamos superar isso?

   Assim como Balthazar falou: eu não sei se vou conseguir dormir hoje, ou nos próximos dias.

   — Vamos, se estivermos juntos...

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