Pouco depois, o silêncio voltou ao armazém.
- Desculpe-me interromper. Nem mesmo sou um membro declarado da resistência. No entanto, venho falar em nome do Silfo Modevarsh.
- Silfo Modevarsh! - disseram uns. Outros apenas articularam interjeições.
- Sim. Esta manhã, antes de despertar, tive um sonho premonitório. Sonhei com o Silfo Modevarsh e tenho boas razões para crer que foi uma comunicação legítima.
- O que o leva a crer nisto, tisamirense? - indagou o velho Fangos desconfiado.
- Já nos comunicamos assim algumas vezes. Tenho colaborado com as ações de Modevarsh, desde a libertação dos escravos nas minas de Xilos.
Mais murmúrio preencheu o local.
- Pois bem, tive um sonho esta manhã que não fez muito sentido até agora. Mas depois de ouvir a todos percebo seu significado. Estive pensando que há ainda uma outra alternativa.
Muitos estavam desconfiados com a fala de Radishi e seu sotaque, mas outros lhe olharam nos olhos e estes lhe inspiraram confiança. - Mas aviso, é um caminho que apresenta riscos, como em qualquer jogo.
Fangos logo acusou, - Acha que isso é um jogo tisamirese? Acha que o fato de pessoas inocentes serem torturadas faz parte de algum jogo?
- Escute senhor Fangos, não pretendia ofender-lhe, muito menos afirmar que não dou importância ao sofrimento alheio. Foi apenas uma forma de expressão. Agora respondendo sua pergunta, tenho três observações: primeira, não acredito em legítima inocência. Segundo, creio sim, que tudo faz parte de um jogo celeste, e somos participantes ativos, sendo que os preços a serem pagos, podem ser altos demais dependendo de nossas ações. Quanto as recompensas, muitas vezes são difíceis de enxergar. E por fim, não se importem com minhas crenças ou meu modo de falar, mas sim, escutem atentamente as minhas idéias.
- Pois então fale, tisamirense. - disse o mago cruzando os braços com certa impaciência.
- Muito bem, surgiu neste processo de dominação e expansão das forças das trevas, uma brecha, representada pelo tão falado, Lorde Calisto. Ele é jovem e ambicioso, e sua sede de poder não tem limites. Isso, segundo alguns de vocês já puderam perceber.
- Sim, sim, prossiga. - pediu Fangos impaciente.
- Uma alternativa para resolver a crise local e ao mesmo tempo, reverter a situação que pousa sobre o reino de Lacoresh, é usarmos o jovem como uma arma a nosso favor. Se pudermos direcionar suas ambições, para que lute contra seus aliados e fazer com que acredite que derrotou ou enfraqueceu o movimento de resistência teremos condições favoráveis para agir, em um segundo momento. - Radishi fez uma pausa, e antes que pudesse continuar, foi interrompido por um coro de perguntas simultâneas.
- Como fazer isto? - E correr o risco de alimentar o crescimento de um monstro imbatível? - Como fazer que acredite que nos derrotou?
Radishi ficou imóvel, aguardando que se fizesse silêncio. Em pouco tempo pode falar novamente. - Podemos alcançar esses objetivos, usando todas as estratégias que vocês estão planejando, ao mesmo tempo.
- Mas como isso seria possível? - Kandel perguntou com interesse genuíno.
- Pensem! Muitos detalhes precisam ser discutidos, mas ainda assim... devemos saber que serão necessários muitos sacrifícios e vários de nós, poderão ser capturados ou mesmo perder a vida.
Fangos anunciou, - Para isso, muitos de nós já estamos prontos!
- Isso é bom. Em primeiro lugar. Devemos preparar dois ataques. Ambos com pequenos números. Um grupo deve falhar, e outro, precisa ter sucesso.
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Maré Vermelha
FantasyKyle e seus companheiros atravessam mares no navio, Estrela do Crepúsculo, com a ajuda do capitão Dacsiniano, An Lepard Baltimore. Durante a busca de salvação para Lacoresh, ameaçada pelas forças sombrias, enfrentam perigos nos arquipélagos sílficos...
CAPÍTULO 42
Comincia dall'inizio