O homem xingou e golpeou quem o segurava. – Deiiizzxe-me! Idggiiota! – O bêbado levantou-se dirigindo-se à mesa de Vekkardi. Lançava maldições, – Vocês! Vozzzês... O lugaaarr de vozzzês não é aqui!

Weimart fechou os olhos e torceu os lábios fazendo um bico, procurando conter sua súbita ira. Um dos guardas foi veloz em levantar-se e investir um golpe contra o bêbado.

Sua mão cerrada, vestida com uma luva de couro e pequenos pontos de metal, acertou a face do bêbado atirando-o no chão. Um homem que tentou segurar o bêbado, momentos antes, sentiu o sangue borbulhar. Era robusto e subiram-lhe vergões musculosos no pescoço que quase dobrou de tamanho. – Papai! – gritou irado. Vermelho como pimenta partiu para cima do guarda atingindo seu queixo com grande violência.

Em pouco tempo os soldados Lacoreses cercavam e atingiam o agressor com socos e pontapés. Eram violentos e com tal agressividade poderiam matar o homem. Weimart, sentado observava com cuidado as reações de Vekkardi. Vekkardi por sua vez, percebeu que o oficial procurava sinais para incriminá-lo, possivelmente como membro da rebelião.

Weimart deixou que seus homens continuassem o castigo para ver que tipo de atitude o forasteiro iria tomar. Com perfeito auto controle o discípulo de Modevarsh demonstrava indiferença.

Um outro homem que estava no balcão, não teve a mesma frieza. Vestia um capuz que escondia suas feições e roupas de couro marrons escuras e folgadas. Aproximou-se dos dois soldados militares que castigavam o homem caído e disse. – Por favor, chega de violência.

– Cale-se seu iditota! – gritou o guarda e investiu contra o encapuzado.

Seu golpe parou no ar e mal pode acreditar em como o encapuzado conseguira segurar seu punho com a palma da mão em pleno ar. Os olhos de Weimart cruzaram o espaço fixando-se nos dedos da mão do homem misterioso. Apesar de afiados os olhos de Weimart não foram capazes de perceber como o soldado foi ao chão. Percebeu apenas que se movendo como uma sombra, o encapuzado acertou-lhe diversos golpes rápidos com as mãos e pernas.

De imediato, o comandante pôs a mão na espada e retirou-a da bainha ao ficar de pé. – Rebelde maldito! Minha lâmina beberá seu sangue!

Finalmente, Vekkardi acabava de encontrar um rebelde. Era hora de tomar uma posição. E antes que Weimart pudesse atacar com sua espada, Vekkardi desarmou-o. Um golpe certeiro das pontas de seus dedos. A mão rígida, em forma de faca, atingira um ponto exato entre o antebraço e a mão de Weimart causando-lhe um grande choque.

Weimart com grande ódio, encarou Vekkardi em fúria. Vekkardi não tinha opção senão nocauteá-lo. Tomando impulso com os pés na cadeira e depois na mesa girou o calcanhar contra a lateral do pescoço de Weimart, abaixo da orelha esquerda. O oficial foi ao chão quebrando uma cadeira que estava em seu caminho. Enquanto isso, o outro lutador, tomando estranhos equilíbrios nas pontas dos pés e esticando e girando braços derrubou os outros três militares.

Dirigindo-se a Vekkardi disse, – Você não devia ter interferido. Arrumou uma boa confusão agora.

– Estou preparado. Vim sem outro propósito a não encontrar-me e juntar-me aos rebeldes.

– Parece que você conseguiu topar com o primeiro. – Retirou o capuz e apresentou-se, – Meu nome é Will. O seu nome eu já ouvi.

Vekkardi estendeu as mãos e cumprimentou o homem de aparência madura. Usava cabelos longos ligeiramente crespos e um pouco descuidados. Possuía uma barba rala e uniforme e tinha queixos largos. Seu sorriso era acolhedor e levemente malicioso.

Will virou-se interceptando um homem que carregava um punhal e tinha a intenção de eliminar de uma vez por todos os militares caídos. – Não faça uma tolice! O que ocorre não é por culpa deles.

Maré VermelhaWhere stories live. Discover now