"Crianças"

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- São as crianças. - Molly avisa e um garotinho ruivo de quatro anos desce escorregando em um colchão pelos degraus da escada enquanto gargalhava.

- Garoto! - Uma voz muito aguda soa desesperada enquanto Carlinhos para assim que o colchão bate no pé de Sirius.

Uma Elfa doméstica descia até a sala ofegante com as grandes mãos segurando um bebê de aproximadamente um ano, ela vê a senhora Weasley e nega com a cabeça visivelmente irritada.

- Não, Senhora Weasley, não aguento mais, seus filhos são umas pestes, com todo respeito! - A voz dela ficava mais aguda a cada tom que aumentava.

- Winnie! Você não pode fazer isso, por favor! - a senhora Weasley tenta desesperada enquanto tira do bolso algumas moedas. - Aqui está o seu pagamento, nos precisamos da sua ajuda, não temos com quem deixar os garotos! - Winnie parece cogitar, a senhora Weasley era uma mulher muito gentil e a tratava muito bem, apesar de ser uma Elfa que havia se rebelado contra a família Greengrass.

O pequeno Bill aparece na escada segurando uma guitarra dramaticamente como se fosse algum tipo de estrela do Rock, dedilhava as cordas desajeitadamente reproduzindo uma melodia horrível.

- ONDE VAI, WINNIE? - Grita e a sua guitarra soa mais alto ainda. - SABE QUE SINTO SUA FALTA QUANDO DEIXA ESSA POBRE CASA! - cantava enquanto Sirius acompanhava o ritmo horrível batucando na porta com os dedos achando tudo aquilo divertidíssimo. - OH WINNIE, POR QUE SEUS OLHOS VERDES PRECISAM SER TÃO CRUÉIS? - Sirius cantarola um "por que?" arrastado em vocal de apoio.

- Céus, vai começar. - Molly tapa a boca envergonhada.

- Se sabe que me machuca quando você vai, por que faz isso? - Abby ri fazendo o barulho de um instrumento estranho com a boca. - POR QUE WINNIE?

- POR QUE? - Abby e Sirius gritam também em uníssono.

- O que bate ai em você não é um coração bonzinho? - Ele canta simulando uma expressão abatida.

- Já chega, é o meu limite. - Winnie responde irritada. - me desculpe, senhora Weasley, mas se eu continuar aqui, perderei a minha sanidade. - entrega Percy para os braços de Molly e sai irritada.

- Bill! - Molly chama a atenção do filho, o rosto coberto de sardas de Carlinhos sorri e uiva para o irmão em zombaria.

- Põe o Bill de castigo, mamãe. - Ele provoca e Bill ameaça jogar a guitarra nele.

- Os dois estão de castigo. - ela ordena e os garotos olham para o pai, Arthur sorria tranquilamente.

- Papai! - Bill reclama e Arthur sorri para Molly.

- Mollyzinha... - tenta. - Eles só estavam brincando. - Molly o olha feio e ele encara os filhos novamente dando de ombros. - Não podem dizer que eu não tentei.

Carlinhos levanta irritado indo em direção à escada, onde Bill o encarava emburrado, suas mãozinhas tentam empurrar o irmão, que o empurra de volta em resposta formando uma enorme confusão de tapa e empurrões. Carlinhos tentava morder o braço do seu irmão, que puxava o seu cabelo em resposta.

- Quietos! - Molly ordena, mas Carlinhos havia conseguido morder Bill, que agora batia na cabeça do irmão com suas mãos pequenas, bagunçando o cabelo ruivo igual ao seu. - Já chega! - ela os afasta pela roupa e os dois param com o rosto muito vermelho.

- Você, está proibido de usar o seu instrumento de tortura sonora! - ordena para Bill. - E você, terá que entregar o Augusto ao seu pai! - Carlinhos arregala os olhos.

- O Augusto não!

- O Augusto, querida? Eu não quero encostar naquilo, ele me machuca. - o senhor Weasley protesta.

- Não interessa, você vai guardar o Augusto e entregá-lo apenas quando o Carlinhos se comportar. - ela manda e Arthur revira os olhos dando a mão para o Carlinhos.

- Vamos buscar o Augusto, mas quem toca nele é você. - fala tristemente e Carlinhos assente chorando.

Molly pega a mão de James e o guia até a cozinha para fazê-lo um chá, esperava que aquilo o deixasse mais tranquilo e conseguisse fazê-lo dormir.

Bill se aproxima da lufana ignorando a presença de Sirius, pega a mão de Abby e a beija exageradamente cavalheiresco.

- Me chamo Bill Weasley, você quer ser minha namorada? Você é bonita! - ele diz galante sorrindo, o que fazia suas maçãs do rosto ficarem mais acentuadas.

Sirius arqueia uma de suas sobrancelhas sorrindo de leve.

- Olá, Bill, me chamo Abby. - ela diz, apesar dele não ter dado a mínima para perguntar. - E eu não posso ser a sua namorada, querido.

- Por que não? - ele pergunta chateado.

Sirius passa o braço pela cintura de Abby fazendo o garoto se assustar com a diferença de tamanho, ele era quase do tamanho das pernas do mais velho.

- Ela já tem um namorado. - Ela ri e volta a encarar Bill que parecia conformado.

- Tudo bem... vi que você gosta dos caras altos, mas um dia meu pai disse que eu vou ser alto também! - ele argumenta. - então nós brigaremos! - Bill avisa apontando o dedo para Sirius que ria encostando o rosto no de Abby.

Bill da as costas olhando para os lados a procura da mãe antes de pegar a guitarra e voltar correndo furtivamente para o seu quarto.

- Então, eu não sabia que era a sua namorada. - ela encosta na parede e Sirius apoia seu antebraço acima da cabeça dela, mantendo uma proximidade agradável para os dois, sua mão livre segura o pescoço dela, a fazendo encarar os olhos cinzentos.

- Não quer ser a minha namorada? - ele beija rapidamente o queixo dela passando o dedão no local logo depois. - hm? - insiste.

- Essa é a sua tentativa de ser romântico? - as mãos dele se fecham mais no pescoço de Abby, e seu dedão pressiona mais o queixo dela. - achei que entendesse mais do assunto.

- Não quer ser a minha namorada porque eu não sou romântico? - morde o lábio dela com força, a fazendo arfar fechando os olhos, um sorriso brota em seus lábios. - isso é tão cruel.

A mão que antes apertava levemente o pescoço dela, agora a puxava pela nuca, apertando o cabelo macio entre os dedos enquanto seu nariz roçava no dele.

- Você não me pediu em namoro, pulguento. - ela passa a língua provocativa pelos lábios de Sirius, que apenas sorri e aproxima sua boca da orelha dela.

- Você quer namorar comigo? - pergunta baixinho e sua voz rouca quase faz Abby perder a força das pernas doloridas, ela apenas assente de olhos fechados. - Responda a pergunta. - Morde o lóbulo da orelha dela.

- É c-claro. - responde Abby com dificuldade devido à excitação que sentia. - Claro que aceito. - sua última frase consegue sair com mais convicção.

TELL ME A SECRET || SIRIUS BLACK Where stories live. Discover now