Princess Of China*

47º Capítulo

Princess Of China*

47º Capítulo

Música: The Fray – Never Say Never (Don’t Let Me Go) (não estou a conseguir postar a música aqui de lado outra vez.... mas ouçam por favor!)

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*(Teu nome)’s POV*

Apesar de a conversa ter corrido bem eu continuava a sentir um aperto não só no meu peito mas em todo o meu corpo. Apresentar uma carta de demissão fez-me perceber o que realmente estava a acontecer. A Evelyn abriu o seu coração desprotegido para mim e contou-me tudo o que lhe aconteceu. Eu sabia que ela nunca iria contar a ninguém pelo que tinha passado, não por vergonha mas porque ela é humilde, e realmente ela não contou a ninguém.

Logo na sua entrada para o infantário eu avisei a educadora que ela tinha vários problemas, deixei alguns comprimidos SOS e algumas bombas de asma e basicamente foi a educadora que provocou isto tudo! Eu também nunca disse a ninguém que era melhor não contar nada, para a proteger e de facto foi um erro meu, mas ela não tinha nada que expor a Evelyn em frente a todos os outros miúdos e contar tudo pelo que ela passou ou deixou de passar. Eles começaram a gozar com ela e ao inicio ela deve ter levado na brincadeira as passados uns tempos a coisa começou a ficar preta. E eu fui a pessoa que deixou que isto acontecesse.

Mas ao menos eu sei que agora ela tem confiança em mim.

Não pude evitar de chorar quando ela disse que não me contou porque não queria que eu estivesse triste e por momentos pensei que estava a falar com alguém adulto e não com uma criança. Disse que me queria proteger e que me amava, que apenas queria o melhor para mim, e se eu queria estar aqui ela não se iria importar.

Só peguei nas ancas pequeninas dela e puxei-a para o meu colo. Massajei os seus cabelos que nasciam cada vez com mais força e chorei muito sobre ela. Quando dei por mim ela estava a limpar cada lágrima minha e já estávamos ambas no colo do Harry.  Ele ajudou-me a falar com ela e eu estou-lhe muito agradecida por isso, se não fosse ele eu não teria conseguido terminar a conversa com ela.

Mas no fim de tudo eu percebi que ela queria voltar para Londres, e sinceramente nunca de lá devia ter saído. O Harry já me disse que eu não devia culpar-me mais por tudo o que aconteceu, e eu agora consigo fazer isso melhor. Sempre exigi muito de mim e agora como mãe ainda exigia mais e apesar de tarde percebi que estava a ser injusta.

Por falar em mãe, vou telefonar à minha mãe. Ela telefonou-me no outro dia e disse que estava cheia de saudades minhas e ansiosa por me ver. Isto porque neste tempo desde que eu tive a conversa com a Evelyn no dia seguinte aos anos dela até hoje, já passou mais de um mês. Eu tenho ficado todos os dias em casa com ela. O Harry esteve duas semanas fora mas agora está aqui de novo connosco, apesar de neste momento eu estar sozinha. Eles foram os dois às compras, para trazerem alguma coisa para comermos. Já tratámos de esvaziar todos os armários que tinham comida visto que amanhã já vamos embora desta maldita cidade.

Juntei o telemóvel ao meu ouvido e esperei que a minha mãe atendesse, ouvi a voz dela a falar rapidamente do outro lado da linha dizendo algo como ‘Não gastes dinheiro do telemóvel filha, vou para o meu skype agora, vai para lá também!’ ela disse e desligou o telefone. Eu ri com a sua preocupação e fui ligar o computador para falar com ela. A minha mãe é a pessoa que melhor sabe como fazer para que eu fique calma e sinceramente estou a morrer para que ela o faça. Nos últimos tempos eu não sei como não dei em doida sem ela. Talvez por estupidamente me ter habituado aos conselhos de outros que não a minha mãe. E o pior de tudo é que não sei porquê, houve uma altura em que eu fiquei a pensar se ela acharia que eu só tinha adotado a Evelyn como um pedido de desculpas para ela.