31º Capítulo

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Princess Of China*

31º Capítulo

Música: John Legend – All of Me

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*(Teu nome)’s POV*

O Harry esticou a sua mão, entregando-me o telefone de casa incentivando-me a ligar.

A velocidade da luz era a rapidez acertada para explicar a forma e velocidade como o meu coração batia. A minha mão tremia ligeiramente enquanto se aproximava do meu telefone. Marquei o número que ainda sabia de trás para a frente e pu-lo ao ouvido. A primeiro som da chamada fez o meu coração chegar até à minha garganta e a minha cabeça ficou vazia. O Harry virou costas e sentou-se no sofá mais longe que existe, perante o sofá onde eu estou. Talvez tenha sido essa a sua maneira de não estar tão perto de mim, quando eu lhe disse há uns minutos que queria fazer isto sozinha. Como dá para perceber, ele não cedeu e ficou aqui na mesma, o que até nem me faz assim tanta diferença. O telefone não parava de chamar e nunca mais ouvia a voz de ninguém a responder, o que me estava a dar uns nervos enormes. Será que eles viram que era o meu número por isso não quiseram atender? Oh, eles nem sequer têm o meu número de casa, eu nunca lhes liguei. O Harry olhava para mim ansioso, e a mim só me apetecia bater-lhe por estar a faltar às gravações do álbum só para ficar comigo. Tirei o telefone do ouvido e estava pronta para clicar no vermelho quando ouço uma voz do outro lado. Era uma voz masculina que estava ofegante, provavelmente veio a correr até ao telefone. Olhei para o Harry e logo pus o telefone de novo perto da minha orelha. Antes de conseguir falar, soltei um som rouco, algo que acontecia sempre que eu tinha algo de importante a dizer ou apenas quando queria falar depois de muito tempo calada.

Eu: E-e-estou?

Xx: Sim? Quem fala? – era o meu pai. Tapei a zona que lhe iria fazer ouvir o que quer que eu dissesse, e apoiei os meus cotovelos nos meus joelhos enquanto chorava. Um movimento sentiu-se ao lado do meu quando o Harry se sentou à minha beira. Olhei para o telefone e rapidamente o coloquei de novo na minha orelha, antes que ele desligasse. – Estou? Quem fala?

Eu: Bom dia.

Pai: Ah, afinal está aí alguém. Com quem falo? Se é de alguma empresa, não, eu não estou interessado em comprar nada e escusa de voltar a ligar.

Eu: Sou eu pai. – solucei alto e encostei-me ao Harry que imediatamente me agarrou. – Sou eu. – eu não conseguia ouvir nada do outro lado senão silêncio. Estava pronta para que ele me desligasse o telefone na cara e me fizesse aquilo que eu erradamente lhe fiz a ele.

Pai: N-nã-o pode.

Eu: Pode sim pai, desculpa – solucei. – desculpa-me por favor pai. – comecei a tremer e vi o Harry a levantar-se enquanto esperava por alguma resposta do meu pai.

Pai: (t/n)? Não podes ser tu filha. – o meu choro agravou-se imenso quando ele me chamou filha. Onde estava o Harry? Eu só consigo ser forte com ele ao meu lado. Ouvi passos atrás de mim e virei-me para o ver com a minha colcha na mão. Cobriu-me com ela, mas nem assim o meu corpo parou de tremer. Quase sorri com o seu ato de ingenuidade, por pensar que eu estava a tremer de frio. Ele abraçou-me um tanto desesperadamente e aí eu parei. O meu corpo parou ao seu toque.

Eu: Pai… - ouvi-o fungar, apercebendo-me de que ele estava a chorar. E solucei só de pensar na dor que lhe tinha causado.

Pai: Não chores filha.

Eu: Não. Não chores tu. – fechei os olhos com força e apertei-me bem contra o Harry, pondo o telefone em altifalante

Pai: Como estás?

Eu: Com saudades tuas e da mãe. – não seria um pouco cobarde dizer isto? Apercebi-me que sim quando o ouvi a chorar e a voz calma da minha mãe a aproximar-se do telefone. Ela estava viva. Ela tinha sido forte mesmo depois de eu ter sido uma criança. Sem escrúpulos.

Princess Of China*Where stories live. Discover now