30º Capítulo

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Princess Of China*

30º Capítulo

Música: 3 Doors Down - Here Without You (Boyce Avenue cover)

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*(Teu nome)’s POV*

A empresa andava meia que estranha, passava tardes a olhar para as moscas ou tardes a suar com tanto trabalho acumulado nos meus ombros. Mas hoje não era um desses. Só não punha os pés em cima da secretária para relaxar, apenas por respeito aos meus colegas. Verifiquei se não vinha aí o meu chefe e peguei no meu telemóvel. Não o vejo há quatro dias… basicamente foram os quatro dias que se passaram desde aquela segunda feira de manhã que nos despedimos à porta de minha casa. Tenho falado com ele por mensagens e no outro dia recebi em minha casa uma tela pintada de branco com uns corações vermelhos pintados por cima e várias fotos nossas lá coladas. Tinha sido tão original e querido! Eu sei que talvez ele se sinta um pouco culpado por não nos vermos, visto que, como eu não tenho tido assim tanto trabalho poderia muito bem combinar com ele, mas ele está sempre no estúdio a gravar… Eu não o culpo, e até já tive uma pequena conversinha com ele para ele deixar de ser parvo e deixar de pensar nas coisas dessa maneira. Ele tem o seu trabalho e eu o meu. Também me custou aceitar que agora não o ia ver com tanta frequência mas aceitei isso passados estes dias. E por falar nestes dias, pus a conversa em dia com a Leah e com o Adam, que ainda não namoram mas também não deve faltar muito. Falaram tão carinhosamente um do outro que só me apetecia juntá-los os dois e empurrar ambas as cabeças para o mesmo ponto, fazendo com que eles se beijassem. Mas eu também não quero meter-me no meio dos dois. Apenas fiz isso uma vez quando tinha oito anos e depois quando o casalinho acabou dois dias depois, fui eu a culpada! Mas bem, eles eram primos, logo nunca iria resultar muito bem… digo eu.

O único problema de passar tempo sozinha era apenas o facto de eu estar sempre engolida nos meus pensamentos. E normalmente não são pensamento muito bons, pelo contrário, só penso em coisas que não devo e que me assombram o cérebro quando não tenho mais ninguém com quem me distrair. 

Os meus olhos estavam focados num quadro colocado aleatoriamente na parede com o empregado do mês de maio, que sabe-se lá porque ainda não tinha sido renovado. Se calhar só há empregado do mês em maio… A voz do meu patrão suou e eu discretamente movi o meu olhar da parede para a sua estatura, não querendo dar a entender que estava completamente distraída do trabalho. Ainda que não tivesse nada para fazer não é? Ele disse-me que já me podia ir embora. Yey

Levantei-me ajeitando a minha saia e logo depois as collants. Peguei na minha mala e o no meu telemóvel que estava em cima da secretária onde eu o tinha deixado depois ter estado a jogar discretamente ‘Angry Birds’. Agasalhei-me bem e fui rapidamente em direção ao carro para não apanhar uma rapa de frio cá fora. Entrei rapidamente nele e após um minuto de condução, liguei o aquecimento. Estava lá um gelo… Após conduzir lentamente até casa cheguei e subi até ao meu andar. Assim que entrei descalcei-me, deixando os meus sapatos no hall e deitei-me no sofá, pousando a mala no chão. Não estava cansada do trabalho, mas sim cansada de pensar. Olhei para o corredor e fiquei a observá-lo. Deveria eu entrar? Ou não? Ou então podia fazer a pergunta de outra maneira: Queres chorar? Ou não?

Levantei-me e fui até à maldita porta, exercendo alguma força sobre o puxador. Eu sei que me ia arrepender, mas eu quero estar perto deles. Nem que seja por fotos. Abri a porta e olhei o painel de fotos que tinham levado tanto a porem-se juntas. Era doloroso saber que apenas estava com eles através de fotos. Fotos de há imenso tempo. As quais eles pensam que eu não tenho ou nem sequer quero saber, mas que me deitam abaixo cada vez que olho para elas. Ouvi o meu telemóvel tocar e sai dali, indo em direção à minha mala que ainda se encontrava no chão da sala e olhei o visor. Era o Harry, nem acredito que era mesmo. Neste momento em que eu precisava de me encontrar nos meus pensamentos ele telefona-me. Libertei um pequeno som apenas para ouvir a minha voz, e já se notava que eu estava prestes a chorar. Não queria ser uma cobarde ao não lhe atender, quando eu queria tanto falar com ele. O meu dedo caiu acidentalmente em cima do botão verde com tanto tremelique, e assim que vi que a chamada já estava estabelecida coloquei o meu telemóvel no meu ouvido.

Princess Of China*Onde as histórias ganham vida. Descobre agora