Não Me Abandone

By LilianeReis

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Elisa é considerada uma das garotas mais populares do colégio Maria Montessori. Ela é estudiosa, tem uma boa... More

Informações + Book Trailer
Epígrafe
Prólogo
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Conto do Teo
Aviso de Disponibilidade - CONTO
A continuação chegou

36

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By LilianeReis

Minha mãe foi direto no escritório do meu pai quando chegamos em casa.

Eu a segui e vi o momento exato em que ela abriu a porta de supetão, olhando furiosamente para o meu pai.

- Me explica agora quem é a mulher que entrou no seu carro! - minha mãe disparou.

Meu pai olhou para ela com a incredulidade expressa na cara.

- O quê? - ele perguntou, parecendo ainda mais confuso.

Minha mãe se aproximou e parou na frente dele.

- A Elisa viu você dando uma carona pra uma mulher no sábado! Se você estiver me traindo, eu juro que saio daqui agora, Mateus...

- Ei! Calma! - ele a interrompeu e ficou de pé. - De que mulher você tá falando? - e olhou para mim.

- Explica para ele, Elisa! - minha mãe disse.

Eu respirei fundo e falei:

- Eu vi você abraçando uma moça e entrando no carro com ela - eu o encarei. - Ela é morena, tem cabelo cacheado...

- É a Camile - meu pai disse de repente.

- O quê? - perguntei, confusa.

- Eu encontrei a Camile no sábado e levei ela até o trabalho dela - meu pai olhou para minha mãe. - Que história é essa de que eu tô traindo você?

Minha mãe passou a mão no cabelo e olhou para mim.

- Pelo que a Elisa contou, parecia que você tava tendo um caso.

Meu pai, riu sarcástico.

- Meu casamento tá ótimo - ele olhou diretamente para mim. - Por que eu teria um caso, Elisa?

Merda.

- Vocês pareciam íntimos - respondi, envergonhada. - E quem é essa Camile?

- Não muda de assunto - meu pai se aproximou de mim. - Se você me viu, por que não foi falar comigo ao invés de falar mentiras pra sua mãe?

- Eu... Sei lá, eu tava confusa!

- Só que isso não é motivo pra você falar a primeira coisa que vem na sua cabeça! - ele me encarou, sério. - Isso podia acabar com nosso relacionamento. Você já pensou nisso?

Eu cruzei os braços.

- Eu pensei, ok?!

- Só que não parece! O que aconteceu com você esse ano? Aquele otário do Pedro fez lavagem cerebral em você?!

Eu o olhei, chocada com o que ele disse.

- Eu não sou obrigada a ficar aqui ouvindo isso.

Eu me virei, lhe dando as costas, mas meu pai disse:

- Volta aqui! Eu ainda não terminei!

Eu olhei para trás e perguntei:

- O que é? Você já não esclareceu tudo?!

- Não! E eu não mandei você sair!

Eu soltei um longo suspiro e lhe encarei.

- Já tá na hora de você saber quem é a Camile - meu pai disse.

- Estou ouvindo.

- Pouco antes de você nascer, eu encontrei ela na rua. Ela tinha uns três anos e eu a levei pra casa até a justiça tirá-la de mim e levá-la pra um orfanato - ele continuou me encarando. - E nós mantemos contato com ela até hoje.

- E por que vocês não me disseram antes? - perguntei.

- Por que você era muito pequena e poderia não entender - minha mãe se manifestou. - E também porque agora ela é maior de idade e não gosta de muito de... receber nossa ajuda. Ela acha que a gente sente pena dela, mas só queremos ajudar.

Eu assenti.

- Eu vou trazer ela aqui pra vocês duas se conhecerem - meu pai disse.

- Não quero conhecer ninguém, obrigada - soltei. - Agora eu posso ir pro meu quarto?

- Que tal você ficar de castigo? - meu pai sugeriu com um falso sorriso no rosto. - Aí quem sabe você aprende a ser menos superficial?

Eu o olhei, incrédula com o que acabei de ouvir.

- Você tá brincando...

- Não estou!

- Mateus, calma - minha mãe se aproximou dele. - Isso é novo pra ela. Vamos dar um tempo.

Meu pai finalmente assentiu e disse, me encarando:

- Pode ir pro seu quarto. Depois a gente conversa melhor.

E então eu fiz o que ele disse.

Fui para o meu quarto, fechei a porta e me sentei na cama, pensativa.

Meu pai falou com tanta consideração dessa tal de Camile, que eu me senti até meio mal.

Claramente ele estava muito decepcionado comigo.

Eu sabia que eu não era o exemplo de filha perfeita e que talvez eu tenha exagerado um pouco quando falei que eu não queria conhecer a Camile, mas isso era motivo para o meu próprio pai me chamar de superficial?

Soltei um suspiro frustrado.

Eu não ia ficar pensando nisso. Meu pai estava bravo por eu ter confundido as coisas e talvez ele não disse aquilo por mal com a intenção de me ofender.

Ia ficar tudo bem. Eu só precisava relaxar.

Pensando nisso, eu me levantei, peguei minha bolsa e meu celular e saí do quarto.

Aproximadamente meia hora mais tarde, eu adentrei o quarto de Marcela e me joguei em sua cama macia.

- E aí, me conta - Marcela se jogou ao meu lado na cama. - Você vai continuar no colégio? Diz que sim, por favoor...

- Eu vou continuar - falei.

De repente, Marcela soltou um gritinho e me abraçou, empolgada.

- Que ótima notícia! - ela sorriu.

Eu sorri com sua empolgação.

- Você tá parecendo o Teo - contei. - Ele também ficou super feliz em saber que vou ficar no colégio.

Marcela me encarou e logo perguntou:

- Por que você tá com esse sorriso gigante na cara só de falar do Teo?

Eu a olhei de volta.

- Eu gosto dele, Marcela.

- Você tá brincando... - ela encostou a costa da mão na minha testa. - Você tá doente?! Tá delirando, não é possível.

Eu revirei os olhos.

- É sério, Marcela. Nós estamos juntos.

- O quê? - ela pareceu chocada. - Mas eu pensei que era só zoeira. Ele mesmo disse que vocês estavam fingindo.

- Não tem nada de fingimento - eu disse. - Estamos juntos de verdade.

- E aquela pornografia dele com a Bianca?

E ela tinha que me lembrar daquele maldito vídeo.

- Isso é passado. A gente já se resolveu e estamos bem agora.

- Meu Deus... - ela ficou de pé. - Acho que eu vou vomitar...

- Para de graça, Marcela. O Teo é um fofo.

- Um fofo? - ela me fitou, intrigada. - Elisa, ele é o maior galinha da escola, além de ser um escroto.

Eu soltei um suspiro.

- Ele tá mudando, ok? Eu sei que ele era ridículo, mas isso era tipo uma máscara social, entende?

- Você tá iludida - Marcela pegou meu rosto com as mãos. - Ele tá fazendo a sua cabeça...

Eu tirei suas mãos do meu rosto e me levantei da cama.

- Não dá pra conversar com você - me virei na direção da porta.

- Não, espera - Marcela me puxou pelo braço. - Eu só tô preocupada com você. Não quero que você se machuque.

- A gente machucou uma a outra e nem por isso você veio com esse discurso idiota.

- Tudo bem, me desculpa - ela me puxou na direção da cama. - É que eu não conheço esse Teo que você tá falando.

- Então dá uma chance pra ele - falei. - Aí você vai ver que eu não tô louca.

Marcela assentiu e a porta do seu quarto se abriu de repente.

Victória entrou e se jogou com um pulo na nossa direção, nos abraçando.

- O que é isso? - perguntei, surpresa. - Ficou louca?

- Vocês nem imaginam - ela olhou para nós duas, toda sorridente.

- O que aconteceu? - Marcela perguntou.

Victória deu um passo até a cama de Marcela, deitou no colchão e disse, cruzando os dedos em cima da barriga:

- Eu perdi minha virgindade com o Ric.

Eu a encarei, chocada com o que ouvi.

- Você transou com o professor de História?! - perguntei.

- Fala mais baixo! - Victória se sentou na cama e me encarou. - Você quer que os pais da Marcela fiquem sabendo?

- Foi mal - falei. - Mas caramba, eu tô chocada...

- E eu já aviso que não me arrependo - Victória disse, sorrindo. - Ele é super experiente.

- Me conta, vai - Marcela se sentou ao lado dela. - Como foi?

- Maravilhoso - ela riu. - Muito estranho, mas maravilhoso. Ele é tão perfeito, Mar.

As duas deram gritinhos de empolgação enquanto eu as encarava. Como que Victória pôde transar com o professor de História? Isso era crime.

E como Marcela pode compactuar com isso, sendo que ela desaprovava meu relacionamento com Teo? O relacionamento de Victória e do professor de História era muito pior do que o de nós dois.

- E você, Lisa? - a voz de Marcela me tirou dos meus devaneios. - Já rolou algo mais quente entre você e o Teo?

- Ah, conhecendo o Teo como eu conheço, com certeza sim - Vic disse, sorrindo.

- O quê?! - Marcela disparou. - Sua safada! Você já deu pro Teo?!

- Meu Deus, não! - falei rapidamente.

- Eu jurei que vocês já tinham transado - Victória olhou para mim com interesse.

Eu respirei fundo e sentei ao lado delas.

- A gente vai ter um encontro hoje - contei, sorrindo.

- Hmmm - Marcela esboçou um sorriso malicioso. - É hoje que você vai fazer tchaca tchaca na butchaca, né?

Victória riu e logo disse:

- É hoje que os vizinhos vão escutar: vai Teo... vai mais forte... - e ela começou a gemer por cima das gargalhadas de Marcela.

- Vocês são ridículas! - disparei, pegando o travesseiro e batendo na cara das duas. - Eu tenho vergonha de vocês.

Depois que eu escutei as merdas que saíram da boca das minhas amigas, fui para casa me arrumar para o encontro com Teo.

Assim que saí do banho, coloquei uma lingerie preta e me olhei no espelho.

Teo ia ficar louco quando me visse assim.

Eu sorri com o pensamento e aproveitei para borrifar um pouco de perfume em lugares estratégicos como, pulso e pescoço.

Em seguida, vesti uma mini saia xadrez e uma blusa preta de manga comprida. Completei o visual com uma meia-calça preta e botas.

Poucos minutos depois, fiz uma maquiagem leve e terminei com um pouco de gloss nos lábios.

Uma vez pronta, eu saí do meu quarto e quando cheguei na sala dei de cara com o meu pai.

- Onde você vai? - ele perguntou, me olhando de cima a baixo.

- Vou sair - respondi.

- Eu sei - ele se aproximou, cruzando os braços. - Mas eu quero saber onde você vai.

Eu respirei fundo.

- Eu tenho um encontro e volto cedo, tá bom?! - me virei pegando na maçaneta da porta. - Tchau.

Saí rapidamente de casa antes que meu pai viesse atrás de mim, querendo saber de mais detalhes.

Como Teo morava a uns vinte minutos da minha casa, eu decidi ir andando.

Sendo assim, enquanto eu caminhava pela calçada, um carro buzinou atrás de mim e eu olhei para trás.

- E aí, gracinha? - o motorista botou a cara para fora da janela do carro e sorriu maliciosamente para mim. - Você é gostosa, hein? Quer uma carona?

Que nojo.

Eu o ignorei e andei um pouco mais rápido, na tentativa de despistar aquele tarado.

Segundos depois, o carro passou direto por mim e eu soltei um suspiro de alívio.

Quando eu estava chegando perto da casa de Teo, avistei um carro parado em frente à casa dele e conforme eu me aproximava, vi uma garota de cabelo liso e loiro saindo do carro e se aproximando da casa de Teo.

Antes que ela alcançasse a porta, Teo saiu para fora e isso foi o que bastou para garota se jogar nos braços dele, o abraçando por vários segundos.

Eu parei de andar, olhando a cena.

Logo, a garota o beijou demoradamente na bochecha e Teo a abraçou de volta, os dois parecendo muito íntimos.

Eu tentei ignorar o ciúmes surgindo dentro de mim e me forcei a dar as costas para os dois, seguindo pela calçada e me distanciando cada vez mais da casa de Teo.

Eu não acredito que isso estava acontecendo de novo.

Não acredito que Teo estava com outra garota.

E justo na hora do nosso encontro?

De repente, eu me lembrei do que Marcela me disse sobre eu ser uma iludida e senti vergonha de mim mesma.

Por que eu tinha que ser tão estúpida?

Teo devia estar rindo da minha cara nesse exato momento.

Uma lágrima rolou na minha bochecha e eu a sequei com a costa da mão.

Isso não ia ficar assim.

Estava na hora de eu parar de ser trouxa.

Pensando nisso, eu passei no bar mais próximo e comprei uma garrafa de vodka. Felizmente o cara que me vendeu a bebida nem perguntou a minha idade e deduzi que eu devia aparentar ser maior de idade.

Me sentei na mesa, tomando um grande gole da bebida que desceu queimando pela minha garganta. Olhei ao redor e vi dois caras olhando com interesse na minha direção.

Eu desviei os olhos deles e ouvi meu celular vibrar.

O nome de Teo apareceu nas notificações e eu descartei a mensagem dele sem me preocupar em ler o que estava escrito.

Eu queria que ele fosse para o inferno.

Tomei mais um longo gole da vodka e meu celular vibrou novamente.

Soltei um suspiro achando que era Teo, mas logo vi o nome de Pedro se destacando na tela.

Abri a mensagem sem pensar duas vezes e li o que ele mandou:

Pedro: Eu te vi chorando agora a pouco. Está tudo bem?

Logo comecei a digitar:

Elisa: Não foi nada. Onde vc me viu?

E enviei. Instantes depois, Pedro começou a me ligar.

- Oi - eu atendi.

- Oi - a voz de Pedro surgiu do outro lado da linha. - Não vai me dizer o que você tá fazendo em um bar em plena segunda-feira à noite?

Eu olhei ao redor, na esperança de encontrar Pedro, mas não vi ninguém conhecido.

- Onde você tá? - perguntei.

- Não vou dizer, mas sei onde você está e onde você foi.

- Você tá me seguindo?

- Digamos que coincidentemente eu te vi indo na direção da casa do Teo.

- Ok, você tá me assustando.

- Relaxa, Lisa. Só tô brincando. Por acaso, o Teo fez alguma coisa com você?

- Por que você quer saber?

- Porque eu te vi chorando. Me conta o que aconteceu.

Eu suspirei e bebi mais um gole da vodka.

- Ele ficou com outra de novo... Eu já devia me acostumar com isso...

- Hum... Eu acho que isso merece uma pequena vingança.

- Como assim?

- Você tem que mostrar pro Teo que não se importa com ele.

- E como eu vou fazer isso?

- Fazendo coisas divertidas.

- Tipo o quê?

- Vou desligar. Já te explico.

E Pedro encerrou a ligação. Dentro alguns segundos, eu recebi uma foto sua que me deixou de queixo caído.

Era uma foto de seu pênis.

Pedro: Agora é a sua vez

Eu ri e tomei um pouco da vodka. Logo, digitei a minha resposta:

Elisa: O q te faz pensar q eu vou participar disso?

Alguns instantes depois Pedro mandou:

Pedro: Desencana, Elisa. É só uma brincadeira e vc merece se divertir.

Eu pensei bem na sua mensagem. Quer saber? Que se dane.

Eu não me produzi inteira para nada. Já que Teo perdeu tudo isso, eu ia fazer o meu esforço valer a pena.

Peguei minha garrafa de vodka e me dirigi na direção do banheiro feminino, trancando a porta.

Havia um espelho acima da pia e outro espelho de corpo inteiro do outro lado da parede.

Antes de fazer qualquer coisa, eu bebi minha vodka até a metade e larguei a garrafa em cima da pia.

Meu celular vibrou novamente com uma mensagem de Pedro.

Peguei o celular e lhe mandei um áudio:

- Relaxa, eu já vou te mandar.

Logo, tirei minhas roupas e fiquei só de calcinha e sutiã. Em seguida, tirei uma foto minha em frente ao espelho e mandei rapidamente para Pedro.

Sua resposta chegou dentro de segundos:

Pedro: Uau! Isso tudo foi pro Teo?

E eu logo lhe respondi:

Elisa: E pra quem mais seria?

E mais uma mensagem veio em seguida:

Pedro: Quem perdeu foi aquele otário. Mas vc não cumpriu com o combinado. Eu quero uma foto sem nada.

Eu li sua mensagem e dei risada. Sem pensar muito, tirei minhas roupas íntimas e bati minha foto nua no espelho.

Tomei mais um pouco da vodka, me sentindo alegre e levemente tonta. Em seguida, enviei a foto para Pedro.

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Vote e comente.

Bjs

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