Não Me Abandone

By LilianeReis

25.9K 3.3K 1.4K

Elisa é considerada uma das garotas mais populares do colégio Maria Montessori. Ela é estudiosa, tem uma boa... More

Informações + Book Trailer
Epígrafe
Prólogo
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
15
16
17
18
19
20
21
22
23
24
25
26
27
28
29
30
31
32
34
35
36
37
38
39
40
41
42
43
44
45
46
47
48
49
50
51
52
53
54
55
56
57
58
59
60
61
62
63
64
65
66
Conto do Teo
Aviso de Disponibilidade - CONTO
A continuação chegou

33

337 45 23
By LilianeReis

Eu tinha acabado de tomar café da manhã quando o meu celular começou a tocar em cima da mesa.

Peguei o aparelho.

Era Adam que estava me ligando.

- Alô? - atendi.

- Oi, Elisa - Adam disse do outro lado da linha. - Eu tô ligando pra avisar que o Teo está no hospital.

Meu coração disparou com o que eu ouvi.

- O quê?! - fiquei de pé e quase derrubei a cadeira atrás de mim. - O que aconteceu? Ele está bem?

- Eu ainda não sei. Recebi a notícia agora a pouco e já estou chegando no hospital.

- Qual hospital ele está? Vou aí agora.

Adam me deu o endereço do hospital e eu entrei no meu quarto apenas para pegar meu documento e calçar os tênis.

Assim que saí do quarto, me deparei com a minha mãe.

- Onde você vai? - ela perguntou.

- O Teo está no hospital. Vou ver como ele está.

- No hospital? - ela perguntou, surpresa. - Ele estava bem. O que aconteceu?

- Eu não sei - passei por ela, a deixando pra trás. - Espero que ele esteja bem...

- Quer uma carona? Eu te levo lá.

- Não precisa, mãe. Eu pego um Uber - saí em disparada pelo corredor. - Tchau.

Aproximadamente meia hora mais tarde, eu entrei na recepção do hospital e pedi informação sobre Teo.

Depois que a recepcionista me informou o andar e o número do quarto que Teo estava, eu peguei o elevador e esperei ansiosamente até as portas duplas abrirem no sétimo andar.

Caminhei rapidamente pelo largo corredor e finalmente parei em frente ao quarto 814.

A porta estava aberta e eu avistei Teo sentado na maca enquanto seu pai e Adam estavam de pé ao lado dele.

Sem pensar muito, eu entrei no quarto e perguntei:

- Teo, o que aconteceu?

Os três olharam para mim com a expressão surpresa. Teo pareceu levemente incrédulo, mas logo esboçou um sorriso.

- Lisa - ele alargou o sorriso. - Que bom que você veio.

- Eu fiquei preocupada... - parei ao lado da maca. Ele estava com um curativo na parte superior da testa, perto da raiz do cabelo. - O que aconteceu?

- Eu recebi uma pancada na cabeça quando voltei pra casa ontem à noite.

E imediamente um arrepio percorreu a minha espinha.

A foto do palhaço que recebi ontem.

- Quem fez isso? - perguntei só para confirmar o que eu estava pensando.

- Eu não consegui ver. Só sei que eu acordei aqui.

Eu respirei fundo dessa vez.

- Sabe por que isso aconteceu? - o pai de Teo perguntou, olhando para mim. - Porque esse delinquente se envolveu com drogas - em seguida ele encarou Teo com uma expressão de desgosto. - Se você não tivesse se enfiado nessa merda, isso não teria acontecido.

- E se você fosse um pai mais prestativo, isso não teria acontecido - Teo retrucou.

Em seguida, o pai de Teo arremessou um tapa tão forte na cara de Teo que eu até dei um passo para trás.

- Eu faço de tudo por você, moleque! - o pai dele disparou com a voz grave. - Pago o seu colégio, te dei um carro, eu te dei tudo de melhor e ainda sou obrigado a ouvir isso?!

Teo apenas encarou seu pai sem dizer nada. O ódio estava explícito em seus olhos.

- É cada uma que eu tenho que aturar... - o pai dele resmungou e logo começou a sair em passos largos do quarto.

Eu olhei para Teo enquanto ele se recostava na maca com uma expressão nada agradável.

O silêncio constrangedor tomou conta do cômodo e eu cruzei os braços, dando uma rápida olhada na direção de Adam, que estava ao meu lado.

- ... Eu vou lá embaixo comer alguma coisa - Adam disse, seguindo na direção da porta. - Depois eu volto.

Assim que Adam saiu e fechou a porta, nos deixando a sós, eu olhei para Teo.

Ele continuava com a expressão revoltada.

- Então... - falei, quebrando o silêncio. - Você está bem?

Teo olhou para mim dessa vez. Ele me encarou por alguns poucos segundos antes de responder:

- Tô bem.

Eu assenti, me sentindo ansiosa.

Será que era melhor eu sair do quarto e esperar um pouco lá fora até esse clima pesado ir embora?

- Me desculpa por você ter visto isso, Elisa - Teo disse de repente. - Você já deve saber que meu pai é um...

- Tudo bem, você não precisa se desculpar - eu o interrompi. - Tá tudo bem.

Teo assentiu e se virou na minha direção. Em seguida, ele tocou no meu braço e perguntou:

- E a gente?

- A gente o quê?

- Estamos bem?

Eu o encarei, presenciando a expectativa em seus olhos.

- Eu não quero falar disso - falei. - Eu já sei que você é um galinha e que a culpa é minha por eu ter me apaixonado por você, com tanta gente no mundo e...

- Se apaixonado por mim? - Teo perguntou com um sorriso travesso.

Eu o fitei, séria.

- Como se você não soubesse...

- Eu sei, mas eu também sei o quanto é difícil pra você admitir alguma coisa.

- O que eu posso fazer? Eu não mando no meu coração. O que me resta é sofrer por você e eu sei que não é certo, mas eu não consigo parar...

- Elisa - Teo me interrompeu e me puxou para mais perto da maca. - Me desculpa pelo que aconteceu. Eu ...

- Teo, eu não quero falar disso - eu olhei em seus olhos. - Por favor...

- Tá bom - ele se afastou um pouco e deu dois tapinhas no colchão ao seu lado. - Senta aqui.

Eu fiz o que ele disse e o encarei. Seu cabelo desgrenhado lhe deixava ainda mais charmoso.

De repente, Teo tocou no meu rosto e acariciciou minha bochecha. Ele fitou minha boca e aproximou o rosto do meu até encostar seus lábios macios e quentes nos meus.

Eu não resisti nem por um segundo. Apenas o beijei de volta, atraída pelo seu toque, pelo seu cheiro de menta e pelo calor da sua pele.

Teo afundou os dedos na minha nuca e aprofundou o beijo, sua barba rala pinicando a pele.

Estávamos ficando tão envolvidos com o beijo, que eu só fui dar conta de que tinha mais alguém no quarto quando uma voz disse:

- Eu trouxe o almoço.

Desviei o rosto rapidamente do de Teo e olhei na direção da enfermeira, que estava olhando para nós com uma expressão séria.

A vergonha se instalou em mim no mesmo instante e eu desviei o olhar.

- Já? - Teo perguntou. - Não deve ser nem meio-dia ainda.

- As refeições acontecem mais cedo nos hospitais - a enfermeira explicou, se aproximando com o almoço de Teo.

Assim que a enfermeira saiu, Teo olhou para mim com um sorriso lascivo.

- O que foi? - perguntei.

- Vamos continuar de onde paramos.

- Você precisa almoçar.

- Tô sem fome.

- Mas você tem que comer alguma coisa - falei.

- Só se você me dá mais um beijo.

Eu ri.

- Você tá de brincadeira?

- É sério - ele aproximou o rosto. - Só mais um.

- Tá bom - eu lhe dei um selinho. - E agora?

- Não deu nem pra sentir. Eu quero mais.

Eu o encarei sem deixar de sorrir.

- Você é um idiota, Teo.

- Por favor... - ele pediu, cruzando meus dedos com os seus e me beijando vagarosamente.

Eu o beijei de volta, impossibilitada de recusar o seu toque. Inalei seu cheiro e mergulhei os dedos em seu cabelo.

Depois do beijo, eu recuei o rosto do seu e toquei levemente no curativo da sua testa.

- Dói muito? - perguntei.

- Um pouco - Teo pegou minha mão e deu um beijo nela. - Mas e aí? O que você foi fazer na casa do Pedro ontem?

E ele tinha que tocar nesse assunto.

- Eu não sei - respondi, sincera.

- Não sabe?

Eu soltei um suspiro.

- Eu só sei que... ele me deu uma pílula, eu passei mal e... eu acordei na casa dele.

Teo me encarou, intrigado.

- Ele drogou você?

- Não exatamente - falei. - Ele me ofereceu e eu aceitei.

- Elisa... Ele pode ter feito alguma coisa com você...

- Ele não fez nada comigo - falei rapidamente.

Teo se recostou na maca e cruzou os braços.

- Tudo bem.

- Eu preciso te mostrar uma coisa.

- O que é? - ele perguntou, os olhos curiosos.

Tirei o celular da minha bolsa pequena e logo lhe mostrei a foto do palhaço que eu tinha recebido ontem.

- Me mandaram isso quando você foi embora - avisei.

Teo pegou o celular da minha mão e deu zoom na foto.

- Desculpa, eu devia ter te avisado, mas... Eu sou uma orgulhosa! Se eu tivesse avisado, nada disso teria acontecido...

- Tudo bem - Teo tocou na minha perna e me entregou meu celular. - Eu seria atacado do mesmo jeito até porque eu estava sozinho e deve ter sido mais de uma pessoa.

- Quem você acha que pode ser o palhaço? - perguntei.

Teo me encarou, sério. Em seguida, ele disse:

- Pode ser o Pedro.

Eu abri a boca para dizer alguma coisa, mas Teo começou a se levantar da maca.

- Onde você vai? - perguntei.

- Preciso ir no banheiro - ele deu a volta na maca e se aproximou de mim, envolvendo minha cintura e dando um beijo nos meus lábios, nas minhas bochechas e na ponta do meu nariz. - Não sai daí. Eu já volto.

- Tá bom - eu disse com um sorriso bobo no rosto.

Ele se afastou e entrou no banheiro perto da porta do quarto. Enquanto isso, eu me recostei na maca e deslizei o dedo na tela quebrada do meu celular.

Verifiquei as mensagens não lidas das minhas amigas e comecei a respondê-las.

- Eu não acredito nisso!

Eu ergui o rosto, olhando na direção da voz.

Bianca tinha acabado de entrar no quarto e ela estava usando nada mais, nada menos do que o meu casaco de pelos.

- Eu é que não acredito... - resmunguei e saí da maca.

- O que você está fazendo aqui? - ela começou a se aproximar. - Cadê o meu namorado?!

Eu ri.

- Seu namorado?

- Exatamente - ela parou na minha frente e começou a tocar na tela do seu celular. - Ele me mandou uma mensagem.

Em seguida, ela me mostrou a tela do seu celular. Teo tinha lhe enviado uma mensagem naquela manhã, que dizia:

Eu sinto a sua falta
Vc pode vir aqui me visitar?

Não pode ser.

Olhei para Bianca. Ela me encarou com seus olhos verdes e esboçou um sorriso debochado.

- Você acredita em mim agora?

A raiva aumentou tanto dentro de mim que eu agarrei o celular da mão de Bianca e taquei com tudo no chão.

Ela olhou boquiaberta para o que eu tinha feito e guinchou:

- O que você fez, sua desgraçada?!

- Estamos quites agora - falei e passei por ela em passos rápidos e determinados.

Saí do quarto e dentro de poucos minutos, eu deixei o hospital para trás.

Eu estava cansada de ser feita de trouxa. Extremamente cansada.

Por que Teo sempre fazia isso? Ele não entendia que eu tinha sentimentos por ele? Ele era tão sádico que fazer isso comigo era um tipo de satisfação para ele?

Eu estava prestes a pegar meu celular quando avistei o carro do meu pai estacionado no meio fio do outro lado da avenida.

Ele tinha vindo me buscar e não avisou nada?

Me aproximei da faixa de pedestres e antes mesmo do farol fechar, meu pai saiu do carro, falou alguma coisa para uma moça de cabelos longos e cacheados, que aparentava ter uns dezoito anos de idade e a abraçou.

Ele a abraçou por vários instantes.

E eu apenas fiquei parada, olhando para aquela cena, sentindo um enjoo repentino enquanto o sinal fechava.

Em seguida, meu pai e a moça seguiram na direção do carro e ela sentou no banco do carona. Logo, meu pai deu partida no veículo.

Simples assim.

Eu olhei para o carro se tornando menor a cada segundo.

Cerrei os punhos com a raiva se alastrando dentro de mim ao mesmo tempo que eu sentia minhas unhas ferindo a pele da palma da minha mão.

Minha vida era mesmo uma grande merda.

-------------------------------------------------------------
Gostaram do capítulo?

Deixe seu voto e seu comentário.

Bjs.

Continue Reading

You'll Also Like

164K 10K 30
Isís tem 17 anos, ela está no terceiro ano do ensino médio, Isis é a típica nerd da escola apesar de sua aparência não ser de uma, ela é a melhor ami...
1.7M 168K 64
Anelise tem uma paixão platônica desde muito tempo por Theo e decide que irá conquista-lo. Passando o tempo mirabolando planos para sua conquista, a...
557K 56.3K 85
🚫DARK ROMANCE - HARÉM REVERSO🚫 ▪︎ Se você é sensível a esse conteúdo NÃO LEIA! Eu fugi dos meus companheiros. Eu lutei para que eu pudesse fica...