Não Me Abandone

By LilianeReis

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Elisa é considerada uma das garotas mais populares do colégio Maria Montessori. Ela é estudiosa, tem uma boa... More

Informações + Book Trailer
Epígrafe
Prólogo
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Conto do Teo
Aviso de Disponibilidade - CONTO
A continuação chegou

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By LilianeReis

Elisa

Eram 7h35 da manhã quando eu comecei a abotoar a camisa do meu uniforme.

Rapidamente peguei a fita de cetim de cor dourada em cima da penteadeira e comecei a fazer um laço em volta do colarinho da camisa.

Mais alguns minutos e eu estava pronta para encarar mais um dia decepcionante naquele colégio.

Decepcionante porque as coisas não estavam indo bem para mim. Teo tinha terminado comigo no dia anterior e eu estava me sentindo uma idiota por ter acreditado nas mentiras dele.

Eu era uma iludida.

Suspirei e passei as mãos pelo cabelo para deixar os fios alinhados. De repente, meu celular vibrou em cima da penteadeira.

Baixei os olhos no aparelho e o peguei.

Logo, senti o desgosto tomando conta de mim.

Era uma notificação de ninguém mais, ninguém menos que Bianca.

O que essa cobra queria dessa vez?

Toquei na tela para ver sua mensagem e rapidamente percebi que não era uma mensagem e sim, um vídeo.

Sem pensar, dei play no vídeo e reconheci Teo e Bianca juntos.

O vídeo era uma gravação de Teo e Bianca transando no quarto dele. Os gemidos e a respiração ofegante dos dois ecoaram até os meus ouvidos e isso foi o que bastou para eu arremessar o celular com toda força no outro lado da parede.

Saí de perto da penteadeira com meus olhos lacrimejados e com a indignação tomando conta de cada parte do meu corpo.

Por quê?

Por que Teo tinha transado com Bianca?

Ele tinha dito que ela não significava nada para ele. Ele me disse que ia terminar tudo com ela... Ele...

Eu limpei as lágrimas que começaram a rolar por minhas bochechas e sentei na beira da minha cama.

Não, não, não.

Isso não ia ficar assim.

Em um acesso de raiva, eu saí da cama, peguei meu celular do chão e deslizei o dedo na tela agora quebrada.

Sem pensar duas vezes, compartilhei a gravação pornô daqueles dois cretinos no grupo da sala.

Se eles queriam atenção, agora eles iriam ter.

Peguei minha mochila e saí rapidamente do meu quarto.

Aproximadamente quinze minutos depois, meu pai parou o carro em frente ao portão do colégio e eu comecei a tirar o cinto de segurança.

- O que aconteceu com o seu celular?  - ele perguntou.

Eu olhei para ele. Meu pai estava com os olhos sobre o meu celular que estava em cima do meu colo e logo me encarou, esperando a minha resposta.

- Caiu no chão - respondi e me inclinei na direção dele, dando um beijo rápido na sua bochecha antes que ele começasse com um interrogatório. - Tchau.

Passei para fora do veículo e entrei no meio da multidão de alunos uniformizados na calçada.

Avancei pelo pátio do colégio e dentro de instantes, eu já estava no corredor do primeiro andar.

Avistei a sala de aula e dei mais um passo adiante quando recebi um forte puxão de cabelo e cambaleei para trás.

- Agora você vai me pagar!

Nem precisei olhar para trás para saber que era Bianca. Eu apenas me virei para ela com a raiva à flor da pele e meti um tapa certeiro na sua cara, que ela até virou o rosto para o lado.

- Vai se foder, sua desgraçada! - disparei.

- Você vai se arrepender de enviar o meu vídeo para sala!

- Você devia me agradecer! - gritei. - Só divulguei os seus serviços sexuais!

De repente, alguns alunos que estavam no corredor começaram a vibrar com o que eu disse.

Bianca voou para cima de mim no instante seguinte e agarrou o meu cabelo.

- Vadia maldita! - ela meteu um tapa na minha bochecha. - Eu vou destruir você!

Eu também agarrei o seu cabelo com força antes de uma multidão começar a gritar:

- Briga! Briga! Briga! Briga!

Soltei uma parte do cabelo de Bianca e tentei socar a sua cara, mas fui brutalmente empurrada para trás e caí de costas no chão.

- Para com isso! - alguém gritou e de repente fui levantada do chão. - Alguém me ajuda a segurar elas!

E então o mundo congelou na minha frente quando Teo apareceu no meu campo de visão.

Ele se aproximou de mim e antes dele tocar um dedo em mim, eu gritei:

- Não toca em mim, seu filho da puta!

- Você ficou louca?! - ele perguntou para mim enquanto eu estava sendo segurada por alguém. - Você vai ser expulsa dessa merda!

- Foda-se! - gritei e logo senti as lágrimas quentes descendo por minhas bochechas. - Eu te odeio, Teodoro! Quero que você vai pro inferno!

- Fica calma, garota! - disseram atrás de mim e me chacoalharam.

Eu só queria sumir dali naquele exato momento. Eu só queria que nada disso tivesse acontecido.

Tentei controlar meus sentimentos e respirei fundo, fechando os olhos por alguns segundos.

Logo, a pessoa que estava me segurando me soltou e eu abri os olhos. A coordenadora apareceu na minha frente e me encarou de forma severa.

Era ela que estava me segurando.

Em seguida, ela olhou para Bianca que estava perto de algumas pessoas e disparou:

- Vocês duas vão pra diretoria agora! E é melhor se prepararem, porque esse pode ser o último momento de vocês aqui dentro!

Eu inspirei e sequei as lágrimas que continuavam descendo pelo meu rosto.

- Vão agora! - a coordenadora continuou.

Bianca deu um passo à frente com a expressão enfezada e começou a seguir pelo corredor.

Eu apenas me encostei na parede enquanto o restante dos alunos começavam a seguir para as salas de aula depois presenciarem minha briga com Bianca.

- Você não vai? - a coordenadora perguntou para mim.

Eu olhei para ela.

- Não - respondi com raiva. - Não vou.

Ela me fitou amargamente e em seguida, me deu as costas, acompanhando Bianca pelo corredor.

Eu não estava nem aí se eu iria ser expulsa do colégio. Minha vida estava uma grande merda e uma expulsão não iria fazer a menor diferença.

- Elisa - Marcela apareceu na minha frente. - Você tá bem?

- Vamos fazer o possível pra você não ser expulsa - Victória disse.

Eu olhei para as duas me sentindo um lixo humano.

- Deixa pra lá - eu disse. - Eu só quero desaparecer. Isso não importa mais...

- Não fala assim - Marcela disse, tocando no meu braço. - Você se esforça tanto, não pode jogar tudo pro alto desse jeito.

- Eu não tô nem aí, Marcela - falei e comecei a deixar as duas para trás.

- Onde você vai? - Victória perguntou atrás de mim.

- Vou andar por aí - respondi.

Deixei alguns alunos para trás e segui pelo corredor.

Desci as escadas e assim que pisei o pé no pátio, avistei o portão fechado.

Suspirei e tomei um susto quando senti uma mão agarrando o meu braço.

Olhei para trás. Um par de olhos azuis estavam me encarando.

Eu soltei meu braço e me afastei com aversão.

- Eu já falei para você não tocar em mim! - disparei.

- Elisa, por favor, deixa eu explicar - Teo suplicou.

- Não! - eu comecei a me afastar. - Me esquece! Não era isso que você queria?! Me deixa em paz!

- Eu tava chapado - ele disse atrás de mim. - Eu nem gosto da Bianca, foi ela que se aproveitou da situação!

Ah, faça-me o favor!

- Elisa! - Teo se colocou na minha frente e por pouco, eu não tropecei em cima dele. - Acredita em mim.

Eu o encarei, sentindo o ódio assumindo todo o controle do meu corpo.

Um segundo mais tarde, minha mão acertou em cheio a cara de Teo e o tapa estalou no ar.

- Me deixa em paz! - rugi. - Você ajudou a destruir a minha vida e o melhor que você tem que fazer agora é fingir que eu não existo, seu cretino!

Deixei Teo para trás, andando rapidamente pelo pátio. Não demorou para as lágrimas jorrarem quentes e pesadas mais uma vez.

Eu odiava a minha vida. Se havia qualquer possibilidade de eu ser feliz, essa possibilidade foi totalmente destruída.

- Ei! Você está bem?

Olhei para frente.

Pedro estava sentado no canto do pátio a aproximadamente dois metros de distância de mim.

Eu olhei para o outro lado e limpei minhas lágrimas, fingindo que ele não tinha falado comigo. Não estava claro de que eu não estava nada bem?

Enquanto eu caminhava, Pedro se colocou na minha frente, fazendo eu brecar meus passos.

- Eu fiz uma pergunta - ele disse.

Eu soltei um suspiro.

- Olha pra mim - falei. - Eu pareço bem?!

- O que aconteceu?

- Do jeito que as notícias correm nesse colégio, você já deve estar sabendo.

- Eu juro que não sei - Pedro cruzou os braços. - Me conta, eu tenho tempo.

Passei as mãos pelo rosto e falei, impaciente:

- Pedro, eu só quero desaparecer daqui, tá bom? Eu não quero contar nada!

- Eu te ajudo - ele disse.

Eu o encarei, quase cética.

- O quê?

- Você não quer sair daqui? Eu te ajudo.

- E você vai me ajudar como?

Pedro esboçou um sorriso torto e disse:

- Nem parece que você estuda há anos nesse colégio, Elisa. Eu que estou aqui há quase seis meses, já sei de algumas saídas estratégicas.

- Parabéns pra você - eu disse, indiferente.

- Estou falando sério. Você vem comigo?

Eu o fitei. Eu tinha sido praticamente expulsa daquele colégio e uma fuga daquele lugar não seria absolutamente nada. Estava tudo acabado para mim de um jeito ou de outro.

Olhei para trás.

Logo, avistei Teo parado do outro lado do pátio com os braços cruzados, olhando na nossa direção.

Como eu já tinha perdido tudo graças à ele e a Bianca, estava na hora de eu me rebelar.

Olhei para frente e respondi:

- Tudo bem. Eu vou.

Pedro sorriu para mim antes de eu começar a acompanhá-lo para os fundos do colégio.

Enquanto caminhávamos, ele tirou a mão do bolso e colocou uma pílula colorida na boca.

- O que é isso? - perguntei.

- Ah, é só pra me animar um pouco e me fazer esquecer os problemas - ele respondeu. - Quer uma?

Esquecer os problemas? Nada mau.

- Quero.

- Abre a boca.

Eu fiz o que ele disse e logo senti o comprimido se dissolvendo na minha língua.

- Você vai melhorar rapidinho - ele disse, sem deixar de sorrir.

Eu assenti, esperando que isso realmente acontecesse.

Pedro e eu andamos pelo lado de fora do colégio até o muro da parte de trás. Eu não sei muito bem por quanto tempo ficamos procurando a saída.

A única coisa que sei é que fiquei tonta e senti uma leve euforia por dentro, mas logo fui amparada por Pedro que sorriu para mim.

O chão e o céu estavam rodando ao meu redor ou era só coisa da minha cabeça?

Tentei perguntar para Pedro se ele também estava vendo o mesmo que eu, mas minha visão ficou turva e tudo ficou escuro como o breu.

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Eita, digo nada.

Estou com seu voto e seu comentário, hein?

Bjs.



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