Não Me Abandone

By LilianeReis

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Elisa é considerada uma das garotas mais populares do colégio Maria Montessori. Ela é estudiosa, tem uma boa... More

Informações + Book Trailer
Epígrafe
Prólogo
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Conto do Teo
Aviso de Disponibilidade - CONTO
A continuação chegou

23

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By LilianeReis

Elisa

Ninguém parava de conversar sobre a festa à fantasia que iria acontecer no parque de diversões naquela noite de sexta-feira.

- Eu já escolhi minha fantasia - Victória comentou enquanto estávamos sentadas na mesa do refeitório. - Vou ir de Frida Kahlo.

- Estou pensando em ir de Super Girl - Bianca disse.

- É uma ótima escolha - Victória disse e direcionou o olhar para mim. - E você, Lisa?

- Vou de bruxa - respondi.

De repente, Rafael soltou uma gargalhada alta.

- Qual é o seu problema? - perguntei, olhando direção dele.

- Nada - ele tentou controlar sua risada. - Desculpa, é que essa fantasia é perfeita para você.

Eu lhe lancei um olhar fulminamte antes de Teo envolver o meu ombro com o braço.

- Deixa ele pra lá - Teo disse com um sorrisinho torto. - Você vai ser a bruxa mais linda de toda a festa.

Eu sorri para ele enquanto Victória, disse numa voz doce e melosa:

- Ai, que fofo. Eu não sabia que você era assim, Teo.

- Isso porque você não me conhece direito, Miss América.

- Sabe qual fantasia também combinaria com você? - Adam perguntou olhando para mim. - Blair Waldorf.

- Ela se fantasia de Blair todo dia - Rafael disse. - Nem vai ter graça.

- Eu não posso fazer nada se eu me visto bem - falei, convencida.

- Mas e você, Guilherme? - Adam perguntou para o garoto novo que raramente falava alguma coisa. - Vai fantasiado de quê?

- Ah... eu não vou - Guilherme respondeu. - Não gosto muito de festas.

- Sério, cara? - Rafael perguntou.

Guilherme fez que sim com a cabeça.

- Eu prefiro ficar em casa jogando - ele disse. - E além disso, eu preciso colocar uma matéria em dia.

- Então, pelo visto você vai ter bastante tempo livre - Teo considerou, olhando para Guilherme com um sorriso sacana no rosto.

- Mais ou menos.

- Já que você não vai na festa, você pode fazer o trabalho de História pra mim?

Eu encarei Teo com uma sobrancelha erguida. O que ele estava dizendo?

- O quê? - ele perguntou. - Eu não tive tempo de fazer. Tô treinando muito para o jogo de basquete.

- Talvez se você se organizasse um pouco mais, daria tempo de fazer - Victória apontou.

- Eu concordo - falei.

- Relaxa, gatas - ele encarou Guilherme. - Eu vou pagar. Quanto você cobra?

- Vinte por cada página digitada - Guilherme disse. - E isso inclui a capa.

- Fechado - Teo disse, sorrindo.

- Caralho - Rafael disse, dando um tapinha nas costas de Guilherme. - Você sabe mesmo como fazer um bom negócio.

Guilherme sorriu presunçoso e tomou um gole do seu refrigerante.

Eu estava prestes a voltar a atenção para o meu lanche quando vi, pela minha visão periférica, uma figura se destacando ao lado de nossa mesa.

Olhei para o lado.

Era Marcela. E bastou eu olhar na sua direção para se aproximar de mim, chamando a atenção do nosso grupo.

- Eu preciso falar com você - Marcela disse para mim.

Era só o que me faltava.

- Eu não estou falando com você - falei, me obrigando a voltar a atenção para o meu sanduíche de presunto e queijo.

- É sério, Elisa - ela guinchou. - Eu não aguento mais! - e ela olhou na direção de Bianca. - Eu quero o meu lugar de volta.

- Se você não entendeu, já tem outra pessoa no seu lugar - eu disse.

- Voce nem conhece essa garota. Ela pode ser uma aproveitadora! - Marcela disse olhando para Bianca com desdém.

- Ei! - Bianca se manifestou. - Com quem você acha que tá falando?!

- Com uma oportunista. Pode sair do meu lugar!

- Ela não vai sair, Marcela - falei. - Aguente as consequências. E já que você está aqui, avisa pra Ruth aparecer na minha casa às sete. A gente vai se arrumar e ir juntas pra festa.

Marcela me encarou incrédula e olhou para Victória.

- Você não vai fazer nada?

Victória deu de ombros e disse:

- Eu já tentei. Não adianta.

Em seguida, Marcela fez uma expressão de desgosto e se virou, saindo de perto de nós em passos rápidos.

- Você não acha que tudo isso já deu? - Rafael me perguntou. - O lugar da garota é aqui com a gente.

- Você só fala isso porque é apaixonado por ela - eu disse. - Acorda, Rafael. Ela nem te dá bola.

De repente, Rafael me lançou um olhar desprezível e disparou:

- E eu nem preciso dizer nada sobre a sua paixão obsessiva com o Pedro, não é?!

Dito isso, ele se levantou e saiu da mesa, deixando os olhares de todos do grupo na minha direção, inclusive os de Teo.

Senti o meu rosto quente e tentei ignorar essa sensação, me focando no meu lanche.

***

A noite já tinha caído e eu tinha acabado de subir o zíper do meu vestido preto que fazia parte da minha fantasia quando a campainha tocou.

- Deve ser a Ruth - eu falei e olhei para  Bianca que estava ajeitando o seu cabelo depois de ter vestido sua fantasia de Super Girl. - Você pode atender, Bianca?

Bianca olhou para mim e logo disse:

- Claro.

Ela se levantou da minha cama e saiu do meu quarto dentro de poucos instantes.

Victória sorriu enquanto terminava a sua maquiagem de Frida Kahlo em frente ao espelho da minha penteadeira.

- Ela é oficialmente a sua empregada agora? - Vic perguntou.

- Não exatamente - falei. - Mas se ela quiser andar com a gente, tem que fazer alguns favores, não acha?

Victória riu.

- Você não perde tempo, Lisa.

Eu sorri e peguei meu chapéu de bruxa, colocando na minha cabeça. Em seguida, agarrei a garrafa de vodka em cima da escrivaninha e tomei um gole.

Mas quase engasguei quando vi a Mulher-Maravilha na versão loira entrando no meu quarto.

Era Marcela.

Ela estava acompanhando Ruth e Bianca.

- O que você está fazendo aqui? - perguntei para Marcela.

- Vim me divertir também - Marcela respondeu com um sorriso debochado. - Acha mesmo que eu iria ficar de fora?

Eu cruzei os braços e Victória disse, animada:

- Agora sim o grupo está completo. Todas as meninas as meninas estão reunidas e é isso que importa.

Ruth se aproximou de mim com sua fantasia de líder de torcida e me cumprimentou com um beijinho na bochecha.

- Eu amei a sua fantasia, Lisa - ela disse.

- Obrigada - eu disse me recuperando pelo aparecimento inesperado de Marcela.

- O que vocês acharam da minha fantasia? - Marcela perguntou, dando uma voltinha para se exibir.

- Ficou bem diferentona - Victória disse. - Eu gostei.

Marcela alargou o sorriso e olhou na minha direção.

- Eu espero que você tenha tirado os seus olhos de cobiça do meu pai - falei a ela.

- Não se preocupe - Marcela se aproximou e tirou a garrafa de vodka da minha mão, tomando um gole. - Eu nem vi o seu pai.

- Bianca, isso é verdade? - perguntei.

- Bom... seus pais não estavam presentes e então, sim - Bianca respondeu.

- Tá vendo? - Marcela disse. - Até a sua seguidora confirmou a minha fala.

Bianca lançou um olhar fulminante em Marcela e a corrigiu:

- Eu sou amiga dela. Ao contrário de você.

Marcela gargalhou e disse:

- Não me faça rir, querida.

Eu revirei os olhos e tentei esquecer que Marcela estava ali.

Enquanto eu abri o guarda-roupa para escolher o meu tênis, Bianca se aproximou e pegou um casaco branco  feito de pelos pendurado no cabide.

- Que casaco lindo - ela disse, tirando o casaco do cabide e olhando ostensivamente para ele. - Você me empresta?

- Claro - eu disse.

- E nunca mais você vai ter o seu casaco de volta - Marcela comentou atrás de nós.

Eu apenas ignorei o que ela disse e terminei de me arrumar.

Aproximadamente meia hora mais tarde, as meninas e eu chegamos no parque de diversões. O local estava lotado de pessoas fantasiadas. Haviam fantasias para todos os gostos e isso incluia fantasias de personagens de filmes de terror até personagens de desenhos animados.

A música eletrônica estava às alturas e as luzes coloridas dos brinquedos deixa tudo ainda mais animado.

Nós pegamos algumas bebidas e assim que tomamos alguns goles, começamos a dançar no ritmo da música animada.

- Olha lá o seu boy - Victória disse para mim, apontando na direção da roda-gigante.

Avistei Teo fantasiado de jogador da NBA e Adam com a fantasia do Lanterna Verde. Ambos estavam conversando um com o outro com bebidas nas mãos.

- Vou falar com eles - eu disse.

Me aproximei dos dois rapazes e os envolvi com os braços.

- Oi - falei, sorrindente.

- Oi - os dois disseram em uníssono.

- Eu amei a fantasia de vocês - comentei.

- Valeu - Adam agradeceu, sorrindo. - Essa é a minha clássica fantasia de nerd.

- É definitivamente a sua cara.

- Eu posso falar com você? - Teo me perguntou, com um tom de seriedade na voz.

- Claro - eu disse.

- Bom... essa é a minha deixa - Adam disse, saindo de perto de nós. - Se divirtam.

Assim que Adam nos deixou a sós, eu olhei para Teo, notando sua expressão  compenetrada.

- O que foi? - perguntei.

Teo respirou fundo antes de abrir a boca novamente:

- Você ainda gosta do Pedro?

Meu coração deu um pulo com a pergunta.

- Por que você tá me perguntando isso?

- Eu só preciso saber.

- Eu... gosto um pouco...

- Depois de tudo o que ele fez? - Teo ergueu uma sobrancelha.

- O que eu posso fazer? A gente não deixa de gostar assim do nada...

Teo assentiu e desviou os olhos para a roda-gigante, mas logo voltou a olhar para mim.

- Você não sente nada por mim, não é?

Estranhei a pergunta.

- É claro que eu gosto de você, Teo. A gente é amigos.

Teo fez que sim com a cabeça, sem o seu sorriso habitual no rosto.

- Só como amigo - ele considerou. - Eu já entendi...

- Teo, eu...

- Não, tudo bem - ele me interrompeu. - Não precisa explicar.

- Você... por acaso, você gosta de mim?

Teo me encarou.

- O que você acha?

Eu soltei uma risada.

- Espera, é por isso que você vivia me enchendo o saco?

Teo respirou fundo e disse:

- Eu pensei que você já tivesse sacado, mas pelo visto não...

- E por que você não me disse isso antes?

- E o que ia adiantar? É do Pedro que você gosta. Mas deixa isso pra lá. Eu preciso ir - ele me deu as costas e começou a se afastar.

- Teo, espera... - eu o chamei.

Mas ele nem sequer olhou para trás. Apenas seguiu na direção da roda-gigante com a garrafa de cerveja na mão como se nem tivesse me ouvido.

Eu soltei um suspiro, me sentindo frustrada.

O que será que eu fiz de errado dessa vez?

Eu tentei me conformar com a atitude de Teo e comecei a caminhar pelas dependências do parque. Eu precisa encontrar o banheiro e sendo assim, fiquei perambulando pelo local até avistar o banheiro feminino nos fundos do parque em uma área meio isolada e mal iluminada.

Segui até lá e pisei no batente, pegando na maçaneta da porta. No momento em que eu a abri, uma mão enluvada surgiu na minha frente, tapando a minha boca com força. Minhas costas bateram em um corpo e aconteceu tudo tão rápido, que eu apenas me vi sendo sendo empurrada bruscamente contra o chão de terra.

Caí de quatro no chão e me esforcei para olhar para trás.

O que vi me deixou com os batimentos cardíacos a mil.

Um indivíduo fantasiado com uma máscara assustadora de palhaço estava bem a minha frente com uma pá grande nas mãos.

Meu Deus. O que estava acontecendo?

O palhaço ergueu a pá e quando estava prestes a me acertar, um grito agudo saiu da minha garganta.

O sujeito com aquela fantasia assustadora parou a pá no ar e se inclinou na minha direção.

Antes que ele me agarrasse, eu fiquei de pé desajeitadamente e fiz o possível para sair dali, mas logo senti as mãos enluvadas do palhaço agarrando meu braço.

- Socorro! - gritei, tentando me soltar das mãos daquele ser horrendo. - Socor...

O palhaço tapou a minha boca com força e começou a me empurrar para frente em um lugar fora de vista, bem atrás do banheiro.

Eu fiz força, me recusando a sair do lugar, mas ele era bem mais forte do eu e continuou me guiando naquela direção.

O que ele iria fazer comigo?

Depois de eu ter dado alguns passos forçados, o que vi em seguida, gelou todas as partes do meu corpo.

Aquilo não estava acontecendo.

Olhei para o chão com os olhos arregalados.

Mesmo na escuridão, eu reconheci quem era.

Adam estava deitado no chão, estirado e completamente inconsciente.

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Tô chocada.

Vote e comente, please.

Bjs.

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