Não Me Abandone

By LilianeReis

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Elisa é considerada uma das garotas mais populares do colégio Maria Montessori. Ela é estudiosa, tem uma boa... More

Informações + Book Trailer
Epígrafe
Prólogo
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Conto do Teo
Aviso de Disponibilidade - CONTO
A continuação chegou

20

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By LilianeReis

O sábado chegou.

E junto com ele veio uma data especial. Hoje era dia 14 de março, mais conhecido como o aniversário da minha mãe.

Meu pais tinham organizado uma festa em nossa casa e os convidados estavam começando a chegar.

Eu analisei meu reflexo no espelho. O vestido preto de renda que eu estava usando era de ombro a ombro e tinha a saia levemente rodada que ia até a metade da coxa.

Caminhei até a minha penteadeira e peguei meu frasco de perfume, borrifando um pouco no meu pescoço e pulso.

Em seguida, abri a porta do meu quarto e passei para o corredor com os saltos altos do meu sapatos batendo no piso.

Haviam uns quinze convidados perambulando pela sala, sorrindo e conversando enquanto bebericavam suas bebidas e comiam alguns petiscos. Um desses convidados eram amigos da minha mãe e do meu pai, incluindo Sofia, Lia, Samuel e Aurora, essa última era conhecida como mãe da Marcela. E por falar nela, Marcela estava lá enfiada em um vestido vermelho curto terminando de beber sua mimosa.

- Lisa, meu amor.

Olhei para trás na direção da voz.

Helena, minha avó, tinha acabado de se aproximar com um grande sorriso no rosto.

Eu sorri de volta e a abracei, feliz por vê-la.

- Vó, que bom te ver - falei, terminando de abraçá-la. - Como você está?

- Estou bem - ela respondeu sem deixar de sorrir. - Você está linda, querida.

- Obrigada - eu a olhei, apreciando seu terninho cinza - Você também está maravilhosa.

Minha avó riu e perguntou:

- E como está a escola?

- Estou fazendo o possível para ir bem.

Ela assentiu.

- Eu tenho certeza que você está indo muito bem, meu amor.

Não tanto quanto eu gostaria, vovó.

Depois de jogar conversa fora com a minha avó, eu fui cumprimentar alguns convidados.

- Olha se não é a princesa gótica - a voz de Victória surgiu atrás de mim.

Eu olhei para ela e sorri.

- Obrigada pelo elogio - eu disse.

- Não há de quê - ela cruzou o braço com o meu. - Você não vai falar com a Mar?

Eu a encarei.

- Por que você está me perguntando isso?

- Porque ela não para de olhar para você - Vic disse. - Talvez ela queira se desculpar.

Eu olhei na direção de Marcela, que estava olhando na nossa direção com uma cerveja na mão.

- Eu duvido muito - falei.

- Vocês vão ter que se resolver uma hora ou outra, Lisa.

- Só que essa hora não é agora, Vic - olhei para a porta da sala, que tinha acabado de ser aberta por Teo. - Olha só, o gato chegou - eu sorri e soltei meu braço do de Victória. - Me dá licença.

- Usem camisinha vocês dois - Victória falou em voz alta.

Eu a fuzilei com olhar e ela soltou uma risada. Mostrei-lhe o dedo do meio e segui na direção de Teo.

Eu havia convidado ele para a festa da minha mãe, afinal, o nosso relacionamento de fachada deveria parecer algo sério e consolidado.

Ele olhou para mim e abriu um meio sorriso enquanto enfiava as mãos nos bolsos da calça jeans. O hematoma perto de seu olho estava quase desaparecendo.

- Oi - Teo disse.

- Oi - eu sorri e o puxei pela mão. - Vamos para o meu quarto.

- Hmm... que rápido.

Eu o olhei, a tempo de ver um sorriso torto se destacando em seus lábios.

- Não é o que você está pensando, Teodoro. Se a gente está fingindo, precisamos manter as aparências.

- Concordo plenamente.

Caminhei rapidamente na direção do meu quarto com Teo atrás de mim.

Assim que entramos no cômodo, eu tranquei a porta e Teo disse com seu hálito quente batendo no meu rosto:

- Você tem cheiro de baunilha.

Me virei e o encarei.

- É o meu perfume - falei.

- É uma das minhas fragrâncias preferidas.

Eu abri um sorriso.

- Você também cheira muito bem, Teodoro.

- É mesmo?

- É sim - respondi e cortei a pequena distância entre nós, pegando em seu rosto e grudando meus lábios nos seus.

Poucos segundos depois, Teo recuou os lábios dos meus e disse:

- Eu achei que a gente veio aqui pra conversar sobre como manter as aparências.

Fitei seus olhos azuis, notando suas pupilas dilatadas.

- A sua sorte é que você beija muito bem - falei.

O que eu disse deve ter servido para atiçar Teo, pois ele me agarrou pela cintura e me pressionou contra a parede, começando a me beijar, sua língua procurando pela minha em movimentos lentos e intensos.

Inspirei seu cheiro refrescante de hortelã e mergulhei os dedos em seu cabelo, bagunçando-o ainda mais. Esse era o nosso segundo beijo depois daquele dia em que nos beijamos na festa.

Teo separou sua boca da minha apenas para beijar a minha clavícula com seus lábios quentes e tentadores. Quando ele roçou os lábios no meu pescoço, três batidas na porta me assustaram, fazendo eu empurrar ele para longe de mim.

- Elisa - a voz do meu pai ecoou através da porta. - O que você está fazendo trancada aí?

Merda!

- Nada! - eu disse.

- Abre essa porta - ele ordenou.

Olhei para Teo com os olhos arregalados. Em seguida, eu sussurrei:

- Se esconde no banheiro. Rápido.

- Mas...

- Vai logo - eu o empurrei na direção do pequeno banheiro. - Ele não pode te ver aqui.

Teo parou diante da porta do banheiro e se virou para mim, dando um beijo rápido nos meus lábios antes de se trancar no pequeno cômodo, mantendo um sorriso travesso no rosto.

No instante seguinte, eu tentei arrumar meu cabelo com as mãos e corri, abrindo a porta do quarto.

Me deparei com o meu pai e Marcela ao lado dele.

Era só o que me faltava.

- O que foi? - perguntei para o meu pai, me encostando no batente da porta.

- A Marcela viu você vindo para cá com o Teodoro - meu pai tentou passar por mim e eu o impedi, fechando a porta atrás de mim.

Lancei um olhar mortal na direção de Marcela e ela tentou reprimir um sorriso.

- Eu não vim com ninguém! - disparei. - Será que eu não posso ter um pingo de privacidade?! Eu estava pensando em trocar de roupa.

Meu pai baixou os olhos em mim e disse, com o semblante sério:

- Não mente pra mim. Ele está escondido no seu quarto?

Eu ri, sem humor algum.

- Pai, você ficou louco?! É lógico que não! Por que você não pergunta pra Marcela como está o relacionamento dela com o Pedro?

Marcela abriu a boca para dizer alguma coisa e meu pai a encarou.

- Relacionamento com o Pedro? - ele repetiu.

- Exatamente - falei e o guiei pelo corredor, puxando Marcela pelo braço que se soltou bruscamente de mim. - Ela não te disse?

- Se eu fosse você, eu não acreditaria em nada do que ela diz, tio Mat - Marcela se manifestou.

- Ah, para - falei, debochada. - Não tem motivo para você mentir sobre isso.

Estávamos chegando na sala quando Marcela me perguntou:

- Então por que você não conta sobre o seu namoro com o Teodoro?

Maldita!

- Namoro? - meu pai olhou para mim. - Com o Teodoro?

- É mentira! - disparei.

- Todo mundo da escola sabe - Marcela disse sem um pingo de bom senso. - Você devia contar para os seus pais, Elisa.

- E você contou para os seus sobre o Pedro?! - eu a questionei.

- Gente - minha mãe se aproximou, balançando a barra de seu vestido preto de bolinhas brancas. - Por que vocês estão gritando? Todo mundo está olhando.

- Mãe - eu me aproximei dela, a abraçando. - A Marcela está fazendo de tudo para estragar o seu aniversário. 

- Não é nada disso, tia Thay. Ela só está fazendo isso para desviar a atenção dela mesma!

- Ei - Aurora se aproximou de nós acompanhada de Samuel. - O que está acontecendo aqui? - ela encarou Marcela.

- Você sabia que a sua filha tá namorando com o Pedro? - meu pai perguntou, olhando para Samuel. - Se eu fosse você, eu não permitiria isso, cara.

- Isso é verdade? - Samuel olhou para Marcela que só faltou se encolher de vergonha.

- Eu não vejo nenhum problema nisso - Aurora se manifestou. - Ela está na fase de se apaixonar e namorar. Isso é esperado.

- Mas você conhece o moleque pra falar isso? - meu pai questionou Aurora.

Aproveitando que todo mundo estava  entretido sobre aquele papo de fase e namoro, eu me afastei de mansinho da minha mãe sem esperar a resposta de Aurora e andei calmamente na direção do corredor.

A partir daí, corri pelo corredor e adentrei o meu quarto, focalizando o banheiro. Encontrei a porta encostada e a abri, me deparando com o banheiro vazio.

Teo não estava ali.

Será que ele já tinha saído?

Peguei meu celular em cima da cama e percebi uma notificação de uma nova mensagem.

Teo: Tô na calçada do seu condomínio

Soltei um supiro de alívio.

Teo deve ter escapado enquanto meu pai, Marcela e eu estávamos discutindo.

Decidi sair do quarto e assim que cheguei novamente na sala, avistei Marcela limpando algumas lágrimas enquanto meu pai tentava consolá-la.

O que estava acontecendo?

Caminhei até Victória que estava observando à distância.

- O que aconteceu com a Barbie? - perguntei.

Victória deu de ombros.

- Eu acho que os pais dela brigaram por causa dela.

Voltei a atenção para Marcela. Ela tinha acabado de limpar suas lágrimas enquanto permanecia sentada no sofá ao lado do meu pai, que dizia alguma coisa para ela.

E então, como se não bastasse toda aquela cena, Marcela ergueu o rosto e deu um beijo no canto da boca do meu pai.

Não acredito.

Olhei na direção da minha mãe, que certamente tinha visto a cena e estava olhando embasbacada na direção dos dois.

Marcela se levantou de repente e quase saiu correndo na direção do banheiro.

Eu olhei ainda chocada para Victória e perguntei:

- Você viu o que aconteceu? Ela quase beijou o meu pai na boca!

- Ela deve ter ficado muito perdida depois de ter terminado com o Pedro - Victória disse. - Vou ver como ela está. 

Victória se afastou de mim e seguiu pelo mesmo caminho de Marcela.

Eu suspirei e segui na direção da porta da sala.

Era melhor eu não me estressar com as merdas de Marcela.

Assim que passei pela portaria do prédio, avistei Teo parado na calçada enquanto a tela do seu celular iluminava seu rosto na rua escura.

- Oi - eu disse.

Teo olhou para mim e guardou seu celular no bolso.

- E aí, conseguiu convencer seu pai de que eu não estava no seu quarto?

- Nem me lembre disso - eu parei em sua frente.

- O que foi? - Teo perguntou, pegando na minha mão e me trazendo para perto dele.

- Nada. É só a Marcela destruindo a minha vida - eu o abracei e descansei o queixo em seu ombro. - Mas eu não quero falar disso.

- Tudo bem - Teo começou a acariciar as minhas costas.

Eu me afastei dele.

- Eu não sabia que você era tão fofo - falei.

Teo esboçou um sorrisinho.

- Talvez porque você nunca me deu uma chance de mostrar quem eu realmente sou.

Dei risada.

- Nem vem. Você sempre se mostrou como um idiota.

Teo baixou seus olhos em mim.

- Tá, confesso que fui bem babaca...

- Oi, Elisa.

Olhei para o lado.

Anne e Breno, ambos amigos da minha mãe, tinham acabado de se aproximar de nós dois.

- Oi - eu disse, sorrindo para os dois. - Que bom que vocês vieram.

- A gente se atrasou um pouco - Breno disse, segurando uma sacola de papel pardo. - Espero que não tenha problema...

- Claro que não - eu disse a ele. - A festa começou a pouco tempo. Podem subir.

Anne sorriu e entrou de mãos dadas com Breno.

Eu voltei a atenção para Teo, mas percebi, pela minha visão periférica, um vulto na calçada do outro lado da rua.

Olhei na direção da rua a tempo de ver um indivíduo se virando e caminhando rapidamente pela calçada.

Era Pedro.

Mesmo ele estando de costas, eu reconheci o contorno de seu corpo e o corte do seu cabelo, sem contar a sua forma de andar.

Com certeza era ele.

Olhei para Teo esperando que ele também tivesse visto o mesmo que eu, mas ele estava entretido com a tela de seu celular.

O que Pedro veio fazer em frente ao meu prédio àquela hora da noite? Será que ele tinha ido atrás de Marcela?

Cruzei os braços, pensativa. Aquela aparição dele era, no mínimo, estranha.

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Vote e comente, galera.

Bjs.

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