Não Me Abandone

By LilianeReis

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Elisa é considerada uma das garotas mais populares do colégio Maria Montessori. Ela é estudiosa, tem uma boa... More

Informações + Book Trailer
Epígrafe
Prólogo
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Conto do Teo
Aviso de Disponibilidade - CONTO
A continuação chegou

4

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By LilianeReis

Eu estava concentrada na explicação da professora de Sociologia quando recebi dois cutucões no ombro.

Olhei para trás. Ruth que se sentava logo atrás de mim me entregou uma folha de papel dobrada.

- É do Pedro - ela sussurrou.

Do Pedro? O que ele queria?

Me virei para frente, a tempo de ver Marcela com os olhos voltados na minha direção.

Desdobrei o papel e li o que Pedro havia escrito em letras cursivas e pequenas:

Oi. Você pode me ajudar em Química?

Ele queria a minha ajuda em Química? Mas essa matéria nem era tão difícil assim.

Olhei para trás, avistando Pedro sentado na carteira ao lado de Teo, no fundo da sala. Pedro piscou para mim e esboçou um meio sorriso.

Voltei a olhar para frente e escrevi a minha resposta.

Quando me virei para Ruth para ela passar o bilhete para trás até chegar em Pedro, Marcela me chamou:

- Ei.

Eu olhei para ela.

- O que é isso? - ela continuou, indicando o papel com o rosto.

- Nada - respondi.

E então, quando eu estava prestes a entregar o bilhete para Ruth, a professora disse:

- Elisa, se você não está a fim de prestar atenção na aula, por favor, saia da sala.

Merda.

Me virei para frente e escondi o bilhete embaixo do caderno.

- Eu acho melhor ela sair da sala logo - a voz de Teo se fez ouvir. - Tem gente querendo prestar atenção na aula. Se você quer ficar passando bilhetinhos de amor pela sala vai para outro lugar.

Algumas pessoas riram do que ele disse.

Cretino!

Eu olhei para Teo e falei:

- Já que você quer prestar tanta atenção na aula, por que não cala essa boca, Teodoro?

- Porque é você que está atrapalhando a aula. Tenha um pouco de respeito, Elisa.

- Chega, Teodoro - a professora o repreendeu. - Façam silêncio, por favor. Se não quiserem pegar a aula, é só sair. Depois vocês vão lidar com as consequências.

Voltei a olhar para frente, me forçando a prestar atenção na aula e a esquecer da existência daquele idiota.

Uma hora depois, nós fomos liberados para o intervalo. Sendo assim, bastou eu pisar o pé para fora da sala de aula que Marcela se colocou ao meu lado, perguntando:

- O que o Pedro queria naquele bilhete?

Que saco.

- Por que você quer saber? - perguntei, ríspida. - Graças a você, eu ganhei uma bronca da professora.

- Eu nem fiz nada - Marcela disse com uma cara de sonsa.

- Não, só pareceu uma louca ciumenta - disparei. - Qual é a sua com o Pedro?

Marcela respirou fundo e disse:

- Eu estou gostando dele.

Eu sabia! Marcela não podia ver carne nova no pedaço que ela já queria devorar.

- Por que você não me disse?

- Estou dizendo agora - ela me encarou. - Você vai me dizer o que tinha no bilhete?

- Por que você quer tanto saber? Acha que eu sou fura-olho?

- Não! Eu só estou curiosa.

- Assume logo esse ciúmes ridículo, Marcela - em seguida enfiei a mão no bolso da minha saia e tirei o bilhete de Pedro. - Lê essa merda já que você faz tanta questão de saber.

Marcela pegou a folha de papel da minha mão e assim que terminou de ler, perguntou:

- Você vai ajudar ele?

- Algum problema? - perguntei.

- Eu queria passar mais tempo com ele, Lisa - ela me olhou, como se eu estivesse roubando Pedro dela.

- Você tem noção do quanto está sendo insuportável com esse ciúmes tosco?

- Ei! - Victória se colocou entre nós de repente. - O que está acontecendo? Vocês estão brigando?

- A Elisa vai dar aulas particulares para o Pedro - Marcela retrucou.

Eu ri, sem humor algum.

- Marcela, se você se incomoda com isso é só falar - falei. - Eu estou cansada dessas indiretas.

- Eu só quero uma chance com ele - Marcela disse.

- Ai, meu Deus, não acredito que vocês estão brigando por causa de um cara - Victória disse, incrédula. - A que ponto chegamos?

- Eu tô gostando dele, Vic - Marcela disse a ela.

- Que grande novidade - ironizei. - Você gosta de todo mundo.

Marcela me encarou.

- Você só está incomodada desse jeito porque está com ciúmes. Tudo porque você não quer me dividir com ninguém.

Dessa vez eu dei risada.

- Quem é você, querida? - perguntei, debochada. - A última bolacha do pacote?

- Estou falando sério, Elisa - Marcela disse, convicta.

- Quando você voltar para o juízo normal das ideias, a gente conversa - dito isso, eu comecei a me afastar. - Bye.

Caminhei rapidamente até o banheiro, encontrando-o vazio.

Que raiva! Quem ela achava que era?

Pedro era propriedade dela por acaso? Ninguém podia olhar e nem falar com ele que ela se incomodava?

Que ódio!

Imediatamente eu soquei os azulejos da pia com as duas mãos, tentando descontar a minha raiva, mas isso só serviu para deixar os nós dos meus dedos doloridos.

Marcela ainda achava que eu estava com ciúmes dela? Pelo amor de Deus, não tinha como ela ser mais ridícula do que isso.

De repente, uma das portas do box foi aberta e a garota nova, Bianca, se aproximou da pia, olhando curiosamente para mim.

Assim que ela abriu a torneira, perguntou:

- Está tudo bem?

- Sim - respondi, tentando me recompor.

Logo, me afastei dela e saí do banheiro.

Eu estava pensando até em me sentar com outras pessoas no refeitório para não ser obrigada a ver a cara de Marcela babando em cima de Pedro como uma idiota.

- E aí, princesinha? - a voz surgiu por trás de mim.

Não acredito.

Em seguida, Teo atravessou seu braço no meu ombro, me trazendo para mais perto dele.

- Gostou do meu sermão hoje mais cedo? - perguntou ele.

- Me erra, seu estúpido! - tirei seu braço de cima de mim de forma brusca.

- Qual é? - ele se colocou na minha frente, fazendo eu brecar meus passos. - Quer dizer então que você estava trocando bilhetinhos de amor com o Pedro? - ele abriu um sorriso lascivo.

- Esqueceu que eu não tô falando com você? - disparei e passei por ele.

- Já aviso que você merece coisa melhor - ele entrou na minha frente de novo. - Eu sou carne de primeira. Filé mignon, tá ligada?

- Cruzes - eu disse. - Nem que você fosse o último homem da Terra.

- Você fala isso porque ainda não provou o meu mel.

Eu revirei os olhos e o deixei para trás. Esse colégio estava cheio de gente se achando a última bolacha do pacote quando na verdade, estava só o farelo.

Após o término das aulas daquele dia, eu me dirigi rapidamente para o portão do colégio, sem me preocupar em falar com ninguém. Logo, avistei o carro da minha mãe estacionado perto da calçada.

- Oi, mãe - falei, abrindo a porta e me sentando no banco do carona.

- Oi, Lisa - ela deu um beijo na minha bochecha. - Como foi a aula?

- Normal como sempre - coloquei o cinto de segurança. - Só a Marcela que agiu como uma otária. Você acredita que ela ficou brava comigo só porque eu vou ajudar um garoto que ela tá a fim?

Minha mãe me encarou e perguntou com um leve sorriso no rosto:

- Sério? Eu achei que vocês duas estavam juntas...

- O quê? - perguntei, surpresa.

- Relaxa, Lisa. Eu sei que você está ficando com a Marcela - ela deu partida no carro. - Está tudo bem.

Como assim ela sabia sobre Marcela e eu?

- Como você sabe disso? - perguntei.

- Eu vi vocês duas - ela respondeu, parecendo estar se divertindo com o meu interrogatório.

- O papai sabe disso?

- É claro - ela sorriu ainda mais.

Eu não podia acreditar.

- E por que vocês nunca tocaram no assunto?

- Porque a gente não achou necessário. Você é adolescente e o momento de se envolver com alguém ia chegar uma hora ou outra - ela me lançou uma olhadela. - Seu pai super aprova esse relacionamento, até porque a Marcela é filha do melhor amigo dele e ele não ia achar ninguém melhor do que ela para você.

- Mãe, a gente não namora - expliquei.

- Eu sei, vocês só estão ficando, não é? Sabia que eu também já fiquei com uma garota?

Eu a encarei.

- É sério?

- Sim. Fiquei com a Sofia.

Eu estava boquiaberta. A tia Sofia e a minha mãe?

- Eu pensei que a tia Sofia sempre ficou com a tia Lia.

- Sim, mas foi antes disso. A gente ainda estava na faculdade e eu tinha terminado com o seu pai.

- Nossa. Isso deve ter sido uma loucura.

- Você não sabe o quanto... - minha mãe disse, parecendo nostálgica.

Eu a olhei, a admirando.

Meus pais estudaram na mesma faculdade, mas por ironia do destino, se conheceram no meio da rua quando meu pai salvou a minha mãe de uma tentativa de estupro. A partir daí, os dois viveram muitos momentos e loucuras juntos, os quais eu não tinha muito conhecimento, pois eles deixaram implícito quando me contaram.

Nem parecia que tudo isso tinha acontecido a mais dezessete anos atrás. De acordo com as fotos dos meus pais desde aquela época, eles não tinham mudado quase nada, pois continuavam super jovens e bonitos.

Eu só queria que a minha vida fosse assim também. Que eu encontrasse o amor da minha vida e que nós vivêssemos felizes e juntos pelo resto da vida.

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Vote e comente pra eu postar o próximo capítulo

Bjs.

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