Seu Nome
Tranquei a porta de casa um pouco frustrada, apesar de imaginar que a reação dele seria essa. Meus olhos ardiam e as lágrimas caíam pela minha bochechas, denunciando que eu estava profundamente abalada. A única coisa que se passava na minha cabeça seria encher a cara para que assim eu pudesse afogar as minhas mágoas, mas nem beber eu poderia mais. Não pelos próximos oito meses.
Eu estava grávida.
Se eu estou feliz? Claro que sim, mas o meu marido não gostou tanto da ideia. Isso porque ele é bem mais velho e acha que por causa da sua idade, o correto não seria ser pai.
Nós nos conhecemos em circunstâncias extremas. Hank Voight estava concluindo um de seus casos policiais quando eu simplesmente apareci como uma vítima. Quem diria que todo aquele apoio que ele havia me dado quando o crime aconteceu, viraria amor? Quando ele anunciou para a família o nosso namoro, todos ficaram chocados. Eu tinha idade para ser a sua filha, mas como não mando nas coisas do coração, eu tinha me apaixonado e ele também. Sempre acreditei que os outros nunca depositaram fé no nosso relacionamento, mas eles tiveram a prova disso quando anunciamos que iríamos nos casar.
"— Pai, você só pode estar maluco. — Justin dizia para Hank — Como que você vai se casar com aquela garota?
— Eu a amo, filho. — ele disse, ficando em silêncio.
Ambos não sabiam que eu escutava atrás da porta.
— Tem certeza disso? Ela sabe que você é um homem ausente e que prefere muito mais o seu trabalho do que a própria família? Eu tenho pena da Seu Nome."
Contrariamos as expectativas de todos ao nos casarmos e agora eu sei que mais uma bomba iria explodir. Justin acabara de ter o seu filho e feito de Hank avô, mas agora ele teria um irmão ou uma irmã que seria mais novo do que o próprio filho. É com certeza uma loucura. Não sei se ele voltaria para casa ainda hoje, até porque foi muito difícil conversar com ele na delegacia, visto que estava muito ocupado em um caso. Talvez Justin tivesse razão em dizer que eu ficaria sozinha a maior parte do tempo.
Coloquei a carne no forno, ligando o relogio para contar o tempo que ela demoraria para assar. Deixei o jantar praticamente pronto e caminhei até o meu quarto, indo diretamente para o chuveiro. Tomei um banho quente e extremamente relaxante, que com certeza fez com que eu colocasse algumas ideias no lugar. Escutei a porta do quarto sendo fechada e então deduzi que poderia ser Hank. Sequei-me com uma toalha e enrolei o meu corpo no roupão, saindo do banheiro. Nossos olhares se encontraram e eu com certeza sabia que ele gostaria de falar algo, mas o orgulho que ele tinha falava sempre mais alto.
Caminhei até o closet, colocando meu pijama e penteando meu cabelo que estava molhado. Quando eu saí Hank estava no banho e isso fez com que eu tivesse mais um tempinho antes de explodir em argumentos com ele. Fui até a cozinha e desliguei o forno, tirando a travessa lá de dentro e cortando alguns pedaços da carne para ver se ela estava boa.
— Eu sinto muito. — sua voz preencheu o ambiente e ele estava parado na soleira da porta — Eu não pensei direito quando eu disse todas aquelas coisas para você.
— Faz oito anos que estamos casados Hank e você me prometeu que nunca iria me mogoar. — coloquei a travessa em cima da mesa — Você quebrou essa promessa hoje.
— E eu te peço desculpas, mas eu fiquei muito espantado com a notícia de que vou ser pai. — ele cruzou os braços — Depois de tanto tempo, eu até achei que seria impossível.
— E você acha que eu não estou com medo? — olhei para ele — Não venha me dizer que tudo isso é por causa da nossa diferença de idade. Nós já superamos isso.
— Eu sei querida, mas é assim que eu penso. — ele sentou-se na cadeira — Se você pensa que eu vou abandonar vocês, está muito enganada. Eu só preciso de um tempo para me acostumar com a ideia.
— Provavelmente passará esse tempo entocado naquela delegacia como vive fazendo. — coloquei a comida em um prato — Acho que Justin estava certo quando disse que tinha pena de mim. — ele arregalou os olhos — Hank, você é um homem incrível e eu amo isso em você, mas você falha quando o assunto é estar presente. Não quero que nosso filho sinta isso também.
— O que você está querendo dizer com isso?
Sentei-me a sua frente e coloquei o prato na mesa, olhando fixamente para ele.
— Ou você se esforça e tentar passar mais tempo dentro de casa, ou eu vou embora sem olhar para trás.
Algum tempo depois
Coloquei as chaves da porta em cima da mesinha que tinha no corredor, sorrindo ao ver Jake brincando no tapete da sala de estar. Seu olhar encontrou o meu e então ele correu até mim. Abaixei-me para pega-lo no colo e o enchi com uma chuva de beijos, tirando diversas gargalhadas dele enquanto brincávamos.
Ivy levantou-se da poltrona e caminhou até mim, colocando o seu casaco.
— Ele já jantou, mas disse que queria esperar a mamãe chegar para ir dormir. — ela comentou, pegando sua bolsa — Ah, antes que eu me esqueça, o senhor Voight ligou e disse que passaria aqui mais tarde.
— Tudo bem, obrigada por hoje Ivy. — dei-lhe um abraço e acompanhei ela até a porta — Boa noite, nos vemos amanhã.
— Boa noite senhora Demeron, tchau Jake. — colocou a toca na cabeça e passou para o lado de fora — Até amanhã.
Ivy se direcionou até o seu carro e então eu fechei a porta, sorrindo para o meu filho que brincava com sua pelúcia em meu colo. Deixei Jake assistindo um pouco de televisão e fui tomar um banho rápido, colocando uma roupa mais quente, visto que estávamos na metade do inverno. Quando eu estava terminando de fazer um pouco de chá, a campainha tocou e imaginando quem era, enchi duas xícaras e caminhei até a porta para abri-la.
Hank estava coberto por casacos, toca e luvas e sorriu ao me ver, agradecendo quando estendi a ele a xícara com o chá bem quente.
— Obrigado. — ele passou por mim, olhando ao redor. — Pensei que uma hora dessas já estaria se preparando para dormir.
— Eu tenho algumas provas para corrigir antes de deitar e além disso, amanhã estou de folga. — ele apenas assentiu — Jake, o papai está aqui!
Com um pouco de pressa e dificuldades, Jake apareceu no topo da escada, descendo a mesma e abrindo um sorriso ver o pai. Hank foi até ele e o pegou no colo, dando um beijo em sua bochecha. Deixei eles se curtindo um pouco e aproveitei para jantar, oferecendo a Hank.
— Eu comi na delegacia, obrigado. — ele colocou nosso filho no chão — Eu vim conversar com você. — sentou-se na banqueta e apoiou seus cotovelos no balcão que dividia a minha cozinha com a sala de jantar — Esse final de semana, Justin ira fazer uma festa de aniversário para Daniel e ele pediu para que eu levasse Jake.
— Você veio me perguntar se eu deixaria ele ir com você? — perguntei e ele assentiu — Hank, apesar de estarmos divorciados, ele ainda é seu filho e você não precisa ter minha permissão para tudo.
— Eu só quero fazer as coisas diferentes dessa vez. — deixou a xícara no balcão — Eu falhei muito com o Justin como pai e espero não cometer os mesmos erros com o Jake.
Percebi que ele não estava muito bem e antes que eu pudesse perguntar o que havia acontecido, ele balançou a cabeça, talvez já pensando no que eu iria falar. Respeitei pelo seu pedido e respirei fundo, vendo que aquilo tudo ainda o afetava muito. Depois que coloquei uma condição do nosso casamento, Hank até que tentou se manter mais afastado da delegacia, porém ele não conseguiu. Quando Jake estava prestes a completar um ano, disse a ele que queria o divórcio. Ele ficou completamente destruído quando eu o confrontei, mas aceitou de bom grado a minha decisão. Eu ainda o amava muito, mas era melhor para nós dois assim.
Hank escolheu por isso.
Hello guys, mais um capítulo saindo para vocês...
Amanhã eu encerro a maratona com um imagine que eu já estava pensando em fazer há algum tempo. Joey Tribbiani de Friends vira encerrando essa semana.
Lembrando que esse capítulo foi um pedido de lyne_ferreira e eu espero que tenha gostado.
Não se esqueçam da estrelinha!
Um beijo e até amanhã!
❤