O FILHO DE BERTA

By Artur930

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Giuliano e Wanderley são casados. Depois de vários desacertos nas suas vidas, inclusive casamentos heterossex... More

Capítulo I - Wanderley e Giuliano
Capítulo II - Wanderley no trabalho
Capítulo III - Wanderley relembra
Capítulo IV - Wanderley e Giuliano conversam
Capítulo V - Reunião de amigos
Capítulo VI - Quem sabe, um filho?
Capítulo VIII - Wanderley encontra-se com Berta
Capitulo IX - Lígia grávida
Capítulo X - Nova briga do casal
Capítulo XI - Wanderley e Gustavo
Capítulo XII - Wanderley volta pra casa
Capítulo XIII - Lígia no hospital
Capítulo XIV - Gustavo e Wanderley no bar
Capítulo XV - Wanderley queria ter um filho
Capítulo XVI - O casamento de Giuliano
Capítulo XVII - Carmem e Giuliano nas ruas de Juiz de Fora
Capítulo XVIII - Conflitos de Giuliano
Capítulo XIX - O casamento de Giuliano acaba
Capítulo XX - Despedida no Aeroporto
Capítulo XXI - Chegada a Roma
Capítulo XXII - Wanderley e Berta conversam
Capítulo XXIII - A noite de Roma
Capítulo XXIV - Conversa no café da manhã
Capítulo XXV - O resto da viagem
Capítulo XXVI - Volta para casa
Capítulo XXVII - Uma carta muda tudo
Capítulo XXVIII - Wanderley deslumbrado pelo filho
Capítulo XXIX - Falta de notícias
Capítulo XXX - Dúvidas
Capítulo XXXI - Reunião de amigos
Capítulo XXXII - Wanderley e Giuliano conversam
Capítulo XXXIII - Berta chegou ao Brasil
Capítulo XXXIV - Wanderley e Giuliano falando de filhos
Capítulo XXXV - Reunião na casa de Sônia com Berta
Capítulo XXXVI - Wanderley e Giuliano e o futuro
Capítulo XXXVII - A conversa com Berta
Capítulo XXXVIII
Capítulo XXXIX - Giuliano e Wanderley passeando
Capítulo XL - O passado às vezes volta
Capítulo XLI - Berta é internada de urgência
Capítulo XLII - Dúvidas, dúvidas e mais dúvidas
Capítulo XLIII - Berta continua em coma
Capítulo XLIV - Brigas não resolvem
Capítulo XLV - Berta sai do coma
Capítulo XLVI - Acordar junto é sempre bom
Capítulo XLVII - Berta se recuperando
Capítulo XLVIII - um caso do passsado
Capítulo XLIX - Uma crise de dúvida
Capítulo L - Lembranças de Giuliano
Capítulo LI - Desabafo de Wanderley a Sonia
Capítulo LII - Resoluções de Berta
Capítulo LIII - Decisões de Wanderley e Giuliano
Capítulo LIV - Carmem vai se casar no sábado
Capítulo LV - Visita a Berta
Capítulo LVI - Chegada a Cabo Frio
Capítulo LVII - O casamento de Carmem
Capítulo LVIII - um convite de Berta para o almoço
Capítulo LIX - Revelações de Berta
Capítulo LX - Reunião na casa de Sônia
Capítulo LXI - Voltando para casa

Capítulo VII - Wanderley e Ligia

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By Artur930

Quando Wanderley ainda estava no segundo grau e conheceu Ligia, era um rapaz de muitas atividades como sempre o fora. Mexia com movimento estudantil, criava suas próprias ideias e levava seus amigos a fazerem o que quisesse. Sempre fora um esportista e talvez por isso mesmo tenha se enamorado de Ligia que na época, era a campeã do colégio em corridas de curtas distâncias. A moça tinha um corpo perfeito, era dócil e meiga, coisa que cativou o rapaz tão logo a conhecera.

Começaram o namoro e fizeram planos. Wanderley muito apaixonado, ela sempre atenciosa e carinhosa. Não faltavam elogios de ambas as famílias ao encontro tão importante desses "dois feitos um para o outro".

Um belo dia, Wanderley fora com Ligia jantar na casa desta e se encantou também pela família maravilhosa que se lhe apresentou naquela noite. O pai dela com atenções e delicadezas ao futuro genro e a sogra desdobrando-se em pratos deliciosos para "segurar o namorado pela boca".

- Você não acha - perguntou o pai de Ligia, - hoje em dia as coisas são muito mais simples que antigamente? No meu tempo as pessoas eram muito mais fechadas e não havia essa facilidade de se comprar coisas por exemplo.

- Como assim, senhor? - perguntou Wanderley, deixando o velho explanar suas ideias.

- Você veja bem, por exemplo, no seu caso. Estuda em um bom colégio e vai fazer uma faculdade, com certeza. Havia muito menos escolas no meu tempo e muito menos pessoas chegavam a fazer um curso superior. É claro que não existiam também tantas faculdades - concluiu o velho, - uma ou outra escola e olhe lá a qualidade. As pessoas precisavam de trabalho e não havia essa necessidade de diplomas, de experiência, como hoje em dia é necessário. Mas não havia também tanto trabalho.

- Hoje em dia há muitos desempregados, senhor - respondeu Wanderley.

- Sim, há! Mas olhe bem como andam distribuídas as coisas. Há pouca mão de obra em um lugar repleto de empregos e há muita necessidade em outros lugares escassos de gente. O que te falo, meu filho, de facilidade hoje em dia, é da própria evolução do mundo moderno. Hoje se viaja mais rápido e se conhece coisas mais facilmente. Há por exemplo no jornal de hoje que precisam de médicos no norte do país. Essa confusão do plano "Mais médico" resolveu alguma coisa? Não resolveu e não vai resolver nuca. É fácil para nós lermos e sabermos disso. Antigamente nem se falava em norte, nordeste...

- Eu acredito, senhor, que o mundo moderno caminha para uma grande solução de seus problemas, mas também que a própria evolução leva o mundo a ter outros problemas - disse Wanderley medido as palavras para falar com o futuro sogro. - O senhor não concorda que antigamente a vida das pessoas era mais saudável?

- Claro, meu filho, mas hoje em dia, por exemplo - repetia a frase que mais gostava em seus discursos, - o jovem não pensa tanto em futuro. Quer mais é beber, fumar, tomar drogas, essas coisa de que ouvimos falar. É claro que há exceções. Você, por exemplo - de novo a frase - é um bom menino. Minha filha sempre me diz que você além de bom aluno é um ótimo atleta. Não bebe, não fuma.

- Não, senhor - respondeu Wanderley. - Pretendo mesmo concluir meus estudos e justo neste ano, pretendo passar no vestibular e me dar bem em economia.

- Muito bem! E vai passar mesmo - corroborou o velho sorridente. - Mas você não acha que namorar neste ano vai te prejudicar? Essas mulheres...

- O que que tem essas mulheres? - perguntou Ligia entrando. - Já está falando mal de mulher de novo, papai?

- Eu? Que isso?

- Eu que isso? - criticou Ligia. - Wanderley, papai está sempre falando mal de mulheres, mas eu acredito que jamais conseguiria viver sem uma.

- Principalmente sem mim - completou D. Violeta, mãe de Ligia entrando na sala. - Você sabe que eu acho que ele já teria morrido ou qualquer coisa parecida se não fosse o fato de estar casado comigo.

-Também não exagera, querida - replicou o velho senhor Rubião. - Eu acho que ter tido você nesses meus longos anos foi uma coisa muito boa. Mas dizer que sem você eu não viveria, ah, ah, ah - brincou o velho. - Pois saiba, Wanderley, que todas elas são assim. Acham-se o máximo. Ainda mais depois que um idiota disse aquela frase: "Atrás de um homem bem sucedido sempre vem uma grande mulher".

- É verdade, Wanderley - reforçou a senhora colocando os pratos na mesa. - Você sabe que as mulheres sempre foram melhores em tudo.

- É - sorriu tímido Wanderley, acostumado a grandes debates, não podendo ser contra a nenhum dos dois.

- E você concorda com elas? - perguntou o velho. - No meu tempo, homem era mais homem nesse ponto.

- Papai, o senhor está ofendendo Wanderley.

- Não, querida, eu não estou chamando o seu namorado de maricas. Estou dizendo que os homens eram mais solidários.

- Mas vocês são - lembrou d. Violeta, - ah, como são. São capazes de entregar as mães por solidariedade um com outro.

- Nossa – assustou-se Ligia, - eu nunca pensei que fosse tanto.

- Minha filha, é pior - respondeu a mulher. - Homem é tudo igual.

- Você está vendo, Wanderley - retornou o sogro, - elas são terríveis. Não lhes dê muita confiança.

- Pois sim - ralhou d. Violeta saindo da sala.

- Vamos comer, meu rapaz - convidou o velho gentil, - você deve estar com fome.

- Sim, senhor - respondeu Wanderley.

Sentam-se à mesa e jantam ainda continuando com o debate de marido e esposa em torno do homem e da mulher, como deve ser, como deveria ser...

Naquela noite, ao voltar para casa, Wanderley estava convicto de que Ligia era a mulher de seus sonhos.

Não havia nada que pudesse fazer os dois se separarem. Todos no colégio já diziam e, é claro, que sempre se encontravam Ligia e Wanderley juntos. Estudavam juntos, saiam para o intervalo juntos, corriam juntos de manhã e se alguém chamasse um para uma festa qualquer, ou qualquer evento, é claro encontraria o outro.

O amor de ambos fora se tornando uma coisa elementar. Era como se se dissesse Romeu e Julieta, Tristão e Isolda. Essas coisas tolas que muita gente diz de um casal que se dá muito bem. Eram inseparáveis o tempo todo. Gostavam-se muito e disso nascia aquela dependência de estarem sempre perto. Não havia necessidade de se separarem já que estudavam para o mesmo vestibular: economia, queriam as mesmas coisas e tinham o mesmo tempo livre. Estar sempre juntos apenas melhorava a vida estressante de um vestibulando.

Houve então a primeira decepção: ele passara no vestibular e ela não. O pai dela lhe dera o maior apoio, mas fora infeliz ao lhe dizer que ela era mulher e não havia necessidade de ter um curso superior, ainda mais que namorava um bom rapaz, talvez o melhor que ele conhecera e que ela deveria se dar por contente, etc, etc, coisas de pai machista que queria ver a filha dona de casa feliz.

Ligia não passara no vestibular, e jamais passaria em qualquer outro que houvesse tentado. Não tentou. Esperou pacientemente a vida de Wanderley se desenrolar na escola e no meio do curso já estavam noivos. Os seus pais nessa época, queriam fazer a filha desistir de um casamento tão rápido. Os pais de Wanderley pediram muito ao rapaz que esperasse pelo menos a formatura. Não houve jeito. Quando ele estava no último ano, para se formar, aconteceu o casamento e a maravilhosa lua-de-mel. Viajaram para o sul do país. Conheceram muitas pessoas, parentes que nunca viram. Wanderley jamais conseguira entender o porquê da mudança radical que sofrera Ligia depois dessa viagem.

Quando voltaram, o clima entre os dois era de muita tensão e se Wanderley, por acaso se atrasava um pouco depois das aulas era já motivo de brigas e desconfianças por parte da mulher que neste ínterim, fazia exatamente o que o pai dizia que deveria fazer uma mulher: ficar em casa esperando o marido chegar e ser só sua mulher. Tirando o fato que Ligia não era o tipo de mulher que seu pai previa, a dócil e meiga empregada do senhor machão. Ela era o tipo de mulher fútil que nenhum homem gosta. Aquela que se veste para esperar o marido chegar e quando chega não sabe sequer ser amável. Dependente total de suas empregadas, Ligia não sabia, ou não queria fazer um café dentro de casa. Passava os dias futilmente a imaginar coisas que pudesse estar fazendo o Wanderley.

Homem que se preza não suporta relacionamento de tal dependência. Não há um só homem no mundo que queira que sua mulher lhe seja totalmente dependente e como Ligia, não respire sem pedir permissão. Há nisso tudo um asco, uma vontade de fazer outras coisas, de ter outras pessoas, e Wanderley, é claro não fugiu a regra.

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