Para todas as pessoas que entravam na Audácia, tinham a opção de mudar de nome. Você passará a ser chamada de Leah e usarei essa informação durante todo o capítulo. Mas não se esqueça que é Seu Nome.
Seu Nome
Há alguns meses eu acabo sendo perseguida pelos fantasmas do meu passado e por incrível que pareça, sinto-me cada vez mais viva quando eles aparecem em meus sonhos. Na maioria das vezes, os sonhos acontecem enquanto eu entro em um estado de transe e isso pode ser em qualquer lugar, independente e onde eu esteja. Eu posso simplesmente dormir ou até mesmo ficar de olhos abertos, mas isso está acontecendo com mais frequência.
- Leah, Christina está procurando você. - Caleb aproximou-se de mim, tocando em meu ombro - Disse que é urgente.
Quando me virei para olha-lo, me surpreendi com um enorme olho roxo e vários arranhões não só pelo seu rosto, mas também pelos braços e mãos. Continuei a examiná-lo, procurando por mais algum resquício de que ele havia se metido em outra briga, mas Caleb estavas perfeitamente calmo e limpo.
- O que aconteceu com você? - perguntei, colocando as mãos na cintura.
- Não foi nada. - deu de ombros, olhando ao redor.
- Não foi nada? Caleb, eu prometi a sua irmã que iria cuidar de você. Mas a cada dia que eu te vejo, você está com um corte no supercílio ou um olho roxo. - bufei, revirando os olhos - Parece que estou falhando miseravelmente nessa missão.
- Já fazem dois anos que Beatrice se foi. Não poderá ser minha babá pelo resto da vida. - sorriu, acariciando meu rosto - Eu te amo por isso, mas você não é a minha irmã mais velha.
- Sim, eu não sou. Mas fiquei encarregada de fazer o papel de uma, então acho bom você me ouvir algumas vezes, Caleb. - dei tapinhas em seu ombro, passando por ele - As pessoas aqui ainda não confiam em você e por isso te tratam dessa maneira brutal. Cabe a você mudar e parece que não está se esforçando muito.
Antes que ele pudesse me responder, dei as costas para o meu melhor amigo e caminhei pelo caminho que fora feito de pedras e levava até o grande alçapão das armas. Nossa comunidade era um pouco diferente e as pessoas tinham o livre arbítrio. Mas algumas ficaram encarregadas de cuidar da segurança da cidade e Christina era uma delas. Quatro a designou como comandante de armas e chefe do departamento, sendo assim, ela que mandava em tudo o que se dizia respeito a armas. As duas únicas pessoas que eram superiores a ela viviam sempre ocupadas e sinceramente, eu sinto muito por isso.
Falando em hierarquia, o único motivo para que ela havia me chamada aqui foi porque eu era a sua superior e quando algo estava errado, cabos a mim resolver. Além de ser minha amiga fiel, Christina era minha companheira nas batalhas. Nós nos dávamos super bem e claro, a morte de Tris abalou a todos nós.
Quatro foi quem mais sofreu durante todo esse tempo. Amar a Tris foi o jeito que ele encontrou sua "humanidade" e quando ela se foi, essa parte dele acabou sendo enterrada no mesmo túmulo. Eu bem que tentei em trazê-lo de volta a realidade, mas Quatro era um homem teimoso e nunca seguia os meus conselhos.
Eu odiava esse pedacinho dele e com certeza, tinha motivos o suficiente para ter tal sentimento.
- Certo, se você resolveu me chamar e ainda disse que era urgente, algo bom não pode ser. - falei, falando para Christina quando entrei no cômodo.
- Temos um traidor. - comentou - Vinte e duas armas sumiram do arsenal de ontem para hoje. Como você sabe, todas as noites nós fazemos a contagem de todas as pistolas que estão registradas como uso restrito do comando. - caminhou por um corredor e eu a segui - São 522 armas codificadas, mas essa noite, vinte e duas delas não voltaram para o arsenal.
- Alguém as roubou, é isso? - pergunte, cruzando os braços.
- Sim, mas as câmeras de vigilância não mostraram nada. - parou em frente a uma escrivaninha com um computador e apertou uma tecla, mostrando uma versão acelerada do vídeo da câmera - Viu, não há nada.
- Você contou ao Quatro? - perguntei, vendo que algo naquela filmagem estava errado.
- Não, preferi contar a você primeiro. - prendeu o seu cabelo em um rabo de cavalo - Leah, não é brincadeira.
- Eu sei Christina e preciso dizer a ele. - tossi - Poderia voltar a fita?
Enquanto analisavam as imagens novamente, percebi que ela estavam se repetindo. Alguém havia alterado a fita e isso já era provas o suficiente para que pensássemos que entre nós, havia um traidor. O problema era que essa pessoa precisava ter acesso aos códigos que somente eu, Tobias e Christiana tínhamos e isso significava uma coisa. Alguém estava ajudando essa pessoa ou era um de nós.
- Alteraram as imagens, Christina. - olhei para ela - Veja só, a hora está sendo repetida.
- Isso só pode significar uma coisa. - comentou, olhando para mim - Temos um infiltrado.
***
Enquanto eu fazia o meu caminho em direção aos aposentos de Quatro, muitas pessoas passavam por mim e me cumprimentavam, sempre sorridentes e despreocupadas com a vida. A administração da nova comunidade que estamos desenvolvendo depois da extinção das fracções tornou-se um modelo para outras comunidades que começaram a surgir logo depois da nossa. Aqui todos somos iguais, recebemos a mesma quantia para ter uma vida de qualidade e não precisamos que um grupo de pessoas tente ser superior às outras. Nós estamos empregando a tal da democracia que falhou a muito tempo quando o nosso país era chamado de Estados Unidos da América. Agora que sabemos aonde os erros se encontravam, fazíamos o possível para não repeti-los. O povo escolhia quem iria representa-los e isso era um máximo!
Dei três batidinhas leves na porta dele, que se abriu logo em seguida. Quando seu olhar encontrou com o meu, eu pude perceber que ele estava preocupado com algo. Eu o conhecia mais do que ele mesmo e isso se tornava um pouco irritante, já que eu previa quase todas as suas emoções.
- É uma má hora? - perguntei, entrando em seu quarto e fechando a porta quando ele deu passagem.
- Não. - respondeu seco e voltou seu caminho para o banheiro.
- Posso voltar uma outra hora, Quatro. - dei de ombros - É só me dizer, mas acho que você precisa ouvir o que eu irei falar.
- Não enrola, Seu Nome. - chamou-me pelo meu verdadeiro nome e nesse exato momento eu soube que algo estava errado.
- Vinte e duas armas sumiram do arsenal na madrugada de ontem. - soltei e ele simplesmente parou o que estava fazendo e me olhou - Christina e eu analisamos as câmeras de vigilância e eu constatei que foram alteradas.
- Mais alguém sabe disso? Não quero instaurar o pânico.
- Relaxa, ela preferiu me contar antes de afirmar alguma coisa. - cruzei os braços - E assim que eu soube e averiguei toda a situação, vim falar com você.
- Você fez bem. - respirou fundo e caminhou até mim - Desculpe pela arrogância, mas hoje faz dois anos.
- Eu sei. - coloquei uma de minhas mãos em seu ombro - Sei que essa data será inesquecível para qualquer um que teve algum relacionamento com a Tris, mas eu acho que devemos fazer algo para homenagea-la. Se não fosse por ela, não estaríamos aqui.
- E por você também. - me abraçou - Acho que todos nós temos um pouquinho de participar nesse conquista.
- Você tem razão. - retribui o seu abraço e lhe direcionei um sorriso quando nossos olhares se encontraram. - Você ficará bem?
- É claro. - deu um sorriso - Tenho uma das melhores mulheres ao meu lado - comentou, unindo nossos lábios.
- Vou anotar essa frase. - revirei os olhos - Assim eu posso usa-la contra você quando eu quiser, Tobias.
Ele cerrou os olhos e deu um sorriso, passando as mãos no cabelo. Quatro puxou-me para um outro abraço e como estava acostumado a fazer com seus oponentes, passou uma rasteira em mim, fazendo com que eu caísse em sua cama.
- Você não deveria estar correndo atrás do traidor? - perguntei quando ele subiu em cima de mim.
- Ele pode esperar alguns minutos. Não é todo dia que eu consigo um tempinho com a minha namorada super ocupada. - deu de ombros, beijando-me.
- Super ocupada, é? - arqueei a sobrancelha - Devo lembrar que quem comanda tudo aqui é você e que sigo suas ordens? A culpa não é minha se estou atarefada sempre.
- Acho que devo falar com o seu superior então. Ele não pode fazer as pessoas trabalharem vinte e quatro horas por dia. - acariciou o meu rosto.
- Você deveria fazer isso. - dei um sorriso - Me ajudaria muito com o meu problema de carência.
Quatro beijou a ponta do meu nariz e continuou com um sorriso no rosto, distribuindo carícias pela minha face.
- Acho que eu posso resolver esse seu problema. - segurou minha perna - Vem cá esquentadinha.
Oi gente, tudo bem?
Esse imagine foi um pedido da leitora sboolock e espero que você tenha gostado!
Preciso que vocês votem nos dois novos modelos da capa que fiz para esse livro. Os dois serão com o Klaus Michaelson:
1
2
Para que seu voto seja computado, é necessário botas apenas o número na capa que você quer. A votação terminará quarta feira e o resultado sai depois das 11:00.
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Um beijo e até a próxima!
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