Seu Nome Lovelace
Quando eu resolvi ser uma shadowhunter, eu tinha apenas seis anos. Não sou mundana na verdade, sempre tive sangue de anjo correndo em minhas veias, porém essa parte da minha vida foi tirada de mim assim que nasci. O fato dos meus pais não serem mais shadowhunters ativos deixou a Clave um pouco irritada e para me protegerem, eles me entregaram a uma família mundana, onde eu fui criada até os meus doze anos.
Assim que completei essa idade, eles me recolheram de volta e passaram a me treinar para ser uma legítima Lovelace. Mas esse treinamento foi as cegas, pois se a minha existência viesse a público, com certeza eu seria prejudicada. Eu conheci então o meu irmão George.
George era um shadowhunter ativo e estava ao dispor da Clave, no Instituto da Escócia. Ele fazia de tudo para estar nos conformes da lei, mas foi contra todos os seus princípios ao me proteger. Minha mãe e meu pai foram descobertos e condenados a morte por mentirem. Eu novamente fui recolhida e dessa vez a Clave passou a tomar conta de mim. O meu sobrenome foi trocado para manter tudo em segredo e passei a assinar por Christensen, uma família até então desconhecida no universo dos Anjos.
Quando completei dezoito anos, passei a ser uma Lovelace oficial, porém eu teria que servir a Clave. Depois da morte de Imogen Herondale, assumi seu posto como Inquisidora e por obrigação estou a dispor da Clave.
Senti algo tocar o meu ombro, algo gelado. Aos poucos meus olhos foram se abrindo, acostumando-se com a claridade e o rosto de Jace apareceu no meu campo de visão. Seu cabelo loiro estava desgrenhado e seu rosto com alguns curativos. Ele me olhava preocupado, esperançoso talvez. Pisquei meus olhos algumas vezes e respirei fundo, sentindo algo subir pelo meu esôfago e sair pela minha boca. Tomei impulso para jogar tudo para fora e uma queimação horrenda tomou conta do meu corpo. Jace segurou o meu cabelo a medida em que eu vomitava sangue no compartimento colocado ao lado da cama. Depois de colocar tudo para fora, voltei a posição em que estava e encarei ele, que me estendeu um pedaço de papel para limpar a boca.
- O que aconteceu? - coloquei a mão na barriga, fechando os olhos quando senti uma tontura.
- Um demônio te acertou. - respondeu, pegando o papel de minha mão e jogando no lixo - Você ainda está com o veneno no sangue. Magnus veio até aqui e disse que vai ficar tudo bem. Só precisa tomar alguns chás para ajudar no efeito e vai estar curada.
- Acha que é a primeira vez que tomo um porre desses? - dei um sorriso e ele me acompanhou - Não vai se livrar de mim tão rápido Herondale.
(...)
Guardei a última peça de roupa dentro da mala que estava em cima da minha cama e fechei o zíper da mesma, olhando tudo ao redor e gravando cada detalhe do lugar que me acolheu. Coloquei-a no chão e a puxei em direção a saída do quarto, dando de cara com Izzy, que passava pelo corredor no mesmo momento. Ela parou bruscamente e me olhou, observando a mala aos meus pés.
- Você vai embora? - perguntou, fechando o seu hobby e cruzando os braços em frente ao corpo.
Já se passavam das duas manhã e todos estavam dormindo. Cheguei a conclusão de que essa era a hora perfeita para me mandar daqui. Não gosto de despedidas, eu sempre choro ou me arrependo de ir embora.
- Despedidas não são o meu forte. - dei um sorriso, colocando minha jaqueta e respirando fundo - Diga a ele que eu sinto muito, mas que era necessário.
- Seu Nome, essa não é a melhor maneira de sair de um lugar, você sabe disso. - colocou o cabelo para trás do ombro, deixando os braços penderem ao lado do corpo - Vá até ele. Só vocês dois não percebem que se gostam.
- Eu não tenho muitas alternativas Izzy. Eles estão vindo e podem machucar vocês. - meus olhos estavam marejados - Para manter todos em segurança, preciso ir.
- Então pelo menos se despeça dele. - puxou-me para um abraço - Vocês são os únicos que não percebem o quanto se gostam.
Izzy me apertou-me contra si e sussurrou um "boa sorte", sorrindo ao se afastar. Ela continuou o seu caminho pelo enorme corredor e enquanto ela se distanciava, eu realmente sentia que devia pelo menos uma explicação a Jace antes de partir. Andei em direção ao seu quarto que como qualquer outro esse horário estava fechado. Balancei o pescoço de uma lado para o outro e chacoalhei meus braços, tentando controlar a minha respiração que estava acelerada. Quando eu iria bater em sua porta, ela se abriu, revelando um Jace todo sonolento e vestindo apenas uma calça de moletom cinza. Eu o examinei de cima em baixo, sentindo que realmente eu estava apaixonada por aquele homem. Eu estava desconcertada por te-lo visto desse jeito, mas a surpresa de Jace ao me ver ali denunciou que ele também havia ficado com vergonha.
- Seu Nome? - perguntou me observando, medindo-me.
- Eu precisava falar com você Jace. - comentei e ele permitiu que eu entrasse em seu quarto, fechando a porta. - Eu precisava que você soubesse de algumas coisas antes de ir embora.
- Embora? Como assim? - ele aumentou o tom da sua voz, mas o diminuiu quando eu coloquei o dedo em frente a sua boca. - Por que você vai embora?
- Você sabe o porque Jace. - fechei meus olhos - Eu fui contra todas as regras que a Clave me impôs e isso trará grandes consequências. Eu preciso partir antes que eles me encontrem e encontrem vocês, senão todos seremos punidos da pior forma.
Jace deu as costas para mim e começou a andar de um lado para o outro, talvez pensando em alguma forma de evitarmos que tudo isso acontecesse. Mas ele sabia tanto quanto eu que pensar em um plano que desse certo com um período curto de tempo era quase impossível.
- A gente vai dar um jeito, eu sei disso. - ele parou na minha frente, segurando em minhas mãos - Só não vai embora.
- Meu irmão foi morto para minha proteção Jace. A Clave o matou por minha causa, por ir contra a lei deles. Não posso deixar que isso se repita. - uma lágrima escorreu pela minha bochecha, pois tudo era muito doloroso para mim.
Jace secou a pequena gota antes de chegar no canto da minha boca, puxando-me para um abraço. Ele me envolveu em seu corpo, sendo possível eu escutar as batidas do seu coração já que ele era mais alto que eu. Eu gostaria que ele pensasse de uma forma diferente, eu realmente queria ficar.
- Eu sinto muito por isso Seu Nome, mas você precisa entender que agora você tem a mim. - ele se afastou, apenas para me olhar, sem me soltar de seus braços. - Você tem a Izzy, o Alec, o Max e todas as outras pessoas que gostam de você. Nós somos sua família e aqui nós não desistimos da família.
Antes que eu pudesse falar alguma coisa, Jace acariciou o meu rosto com a ponta de seus dedos, deixando-me totalmente imóvel. Seu rosto foi se aproximando cada vez mais do meu até que por fim ele juntou os nossos lábios, iniciando um beijo carinhoso que correspondeu a todas as minhas expectativas. Suas mãos foram de encontro a minha cintura e as minhas se enroscavam em seus fios loiros. Ele empurrou-me delicadamente até a parede e quando eu encostei na mesma, ajudou-me a tomar impulso para entrelaçar minhas pernas em sua cintura. Nós nos afastamos brevemente apenas para tomarmos mais ar, já que meus pulmões gritavam por causa da falta dele. Jace colou sua testa na minha e abriu um sorriso, encostando seu nariz ao meu.
- Será que agora eu te dei motivos o suficiente para ficar? - perguntou
- Talvez sim. - alisei seu rosto - Mas acho que faltam alguns.
Ele voltou a unir nossos lábios, só que dessa vez com mais urgência. Eu sabia o que aconteceria daqui para frente e tinha total consciência de que estaria colocando todos que eu amo em perigo, mas posso garantir que aquela noite, Jace me deu todos os motivos no qual eu deveria ficar.
E eu fiquei!
Tchutchucos, eu estou de volta!
Sinto muito mesmo por ter dito que postaria ontem a noite, porém eu tive um compromisso de última hora e não consegui terminar de escrever.
Mas enfim, se você gostou desse imagine, deixe seu comentário e sua estrelinha.
O próximo capítulo será com Dean Winchester e eu estou super ansiosa para escrever ele.
Um beijo e até a próxima!
💚