tradução: Somos estrelas
leia o capítulo anterior!
PARTE III- WE ARE STARS
(The Pierces)
We are stars,
Fashioned in the flesh and bone, we are islands. Excuses to remain alone,
We are moons, throw ourselves around each other. We are oceans,
being controlled by the pull of another. And I just wanna be loved by you,
I see nothing worse than to sail this universe without you |
Nós somos estrelas, vestidas em carne e osso. Nós somos ilhas, desculpas para permanecer sozinha. Nós somos luas, atirando-nos ao redor uns dos outros. Nós somos oceanos, sendo controlados pela atração de qualquer um. E eu só quero ser amada por você. Eu não vejo nada pior do que navegar neste universo sem você.
〰 dê o play na música para acompanhar o capítulo 〰
Mal sabia eu que aquele ainda não teria sido o pior momento da minha vida. Este ainda estava por vir. Mas esse segredo nunca virá à tona.
— Eu adoro Los Angeles! — Exclamei ao concluir a história, numa tentativa de impedir que Ed prolongasse o assunto. Apesar de tudo, LA era o meu lugar no mundo. — Quando eu estou aqui, lembro de tudo que tenho hoje.
— Leigh, eu sint... — Ele balbuciou, mas o impedi com um dedo sobre seus lábios.
— Por favor, Ed! Não sinta! Tudo que eu não preciso agora é de mais uma dose de compaixão e sentimentos.
— Você quer falar sobre isso? — Balancei a cabeça em negação. — Tudo bem. Obrigado por compartilhar isso comigo. Significa muito. — Ele sorriu de leve e me deu um abraço forte.
Dei um sorriso fraco e me deleitei em seu abraço.
— O que você acha de tentarmos encontrar a garota juntos?
— O quê? Como você sabe que tenho vontade de encontrá-la?
— Dedução!
— Eu realmente tenho pensado nisso durante todos esses anos. Aquele gesto foi muito nobre da parte dela.
— Podemos dar um jeito de encontrá-la!
— Você faria isso por mim?
— Eu faria tudo por você! — Ele completou com um beijo que me deixou hipnotizada por um tempo.
— Eu também adoro esse lugar! — Ele continuou, retomando o assunto anterior — Me lembra recomeço, novas oportunidades e... você, que significa tudo isso pra mim. — Ele baixou os olhos, um tanto tímido pela última declaração.
Dei um sorriso compassivo e beijei seu rosto.
— Agora, você também faz parte das minhas lembranças daqui. E das melhores. Sinta-se privilegiado!
— Estou muito honrado! — Ele sorriu.
— Eu amo Malibu, apesar de tudo! Na última vez que estive aqui, eu estava um lixo. Meu coração estava despedaçado e eu achava que minha vida tinha acabado ali.
— Espera! Você não pensou em tirar a sua vida, né?! — Ele indagou, assustado.
— Não. Mas eu não ficaria impressionada se um caminhão me atropelasse. Não faria diferença pra mim.
— Isso não é justo com você, Leigh! — Ele me encarou com um brilho diferente nos olhos caramelizados. — Você merecia uma vida de paz...
— Mas acho que isso tudo me ensinou a ser forte, persistente e me deixou um pouco mais atenta. Eu era muito tola, Ed. Precisava disso para chegar até aqui. Faz parte da escalada. Quando eu saí daqui, eu jurei para mim mesma uma nova vida, não queria voltar sendo a mesma... Mas agora isso não importa mais.
— E você conseguiu! Graças ao seu empenho, estamos aqui. E eu sinto que seu momento chegou. Todas aquelas meninas felizes por nos conhecer foi uma surpresa e tanto. Será que elas acompanham desde o começo?
— Não sei. Mas acho que elas devem ser as únicas no estado da Califórnia. — Respondi, um tanto pessimista — Por falar nisso, será que eles ainda exibem a série? Nunca mais ouvi falar dela, não tive notícias do Josh nem da Steph...
— Tudo que eu sei é que eles estão fazendo reprises durante a semana, exibindo os 13 primeiros episódios em um looping. Mas não sei se isso significa algo bom.
— As pessoas devem estar de saco cheio a gente! — Ri para amenizar o clima.
Ele sorriu de volta.
— Só um idiota cansaria desse rostinho lindo. — Ele acariciou meu rosto e me deu um beijo na ponta do nariz. — Eu ouvi falarem da gente na TV...
— Quem nunca? Em todas as CWs. Eles são muito altruístas nesse sentido.
— Não Leigh, foi no canal E! — Ele manteve o tom de voz.
— Você assiste ao canal "E!"? — Me sobressaltei, impressionantemente mais preocupada com o gosto televisivo dele do que com o fato de estar no canal E!
— Isso não vem ao caso. Era sobre as grifes que vestimos. — Ele completou, tentando se justificar.
Ignorando meu ar zombeteiro, ele mirou o relógio no pulso direito e deu um sorriso ao checar o horário.
— Acaba de dar meia-noite. Você sabe o que isso significa?
— Que está tarde e que já deveríamos estar no seu hotel?
— Meu hotel? — Ele fez um biquinho sedutor e eu me perguntei que tipos de pensamentos poderiam estar passando por aquela cabecinha misteriosa. — Bem, nesse caso, deveríamos mesmo, mas... — Senti um calafrio percorrer minha pele. E não era pela brisa gelada do mar. Ele respirou fundo, atirando uma pequena pedrinha em uma onda que se quebrava.
— Mas?!
— É que hoje é dia 25 de Janeiro...
— E daí?!
— E daí que faz um mês que eu... — Ele soltou o ar — É... você. Você sabe, estamos namorando e...
Droga!
— Ai meu Deus, Ed. — Dei um tapinha na minha própria testa. — Então, você está querendo dizer que hoje é nosso aniversário de um mês? — Provoquei, cutucando-o com o cotovelo.
— É! É isso. — Ele sorriu e segurou minha mão para evitar mais uma cutucada. Em seguida, entrelaçou os dedos aos meus. — Parabéns pelo nosso primeiro mês, meu raio de sol. — Ele disse com os olhos fixos aos meus. Fiquei sem palavras nos segundos seguintes. Ele abriu um sorriso largo e seus olhos se iluminaram quando respirei fundo, girando os olhos.
Eu havia esquecido completamente disso. Não era por não considerar nosso relacionamento como algo insignificante. Mas porque eu estava completamente sem noção de tempo e, talvez, espaço. Havia sido uma noite e tanto. Todas aquelas lembranças, a ideia de estar em um relacionamento com Ed. A aparição surpresa de um fã clube da minha antiga escola, a série em pausa, as reprises, o canal E! O meu passado ressurgindo... Precisava de uma bebida bem escura.
— Parabéns pela coragem, senhor bluemoon!
— Acho que nós devíamos comemorar. — Ele me puxou para si pelos braços
— Nós já estamos comemorando! Senti tanto a sua falta... — Fiz um biquinho sentimental, atirei-me sobre ele, fazendo suas costas tocarem a areia, e mordi seu lábio inferior. Ele vociferou, cerrando os dentes e eu sorri, provocativa. Adorava vê-lo se corroendo de desejo. Era o meu prazer culposo.
Enquanto nos beijávamos afoitamente, violando o código de conduta civil do estado, um pequeno filme passou pela minha cabeça. Ed estava mesmo conquistando o impossível. Ele estava conseguindo me trazer de volta à superfície de um jeito que eu nunca imaginei que fosse possível. Eu sabia que era necessário sair da zona de conforto se eu quisesse alcançar algo sólido com ele. E pelo ritmo em que as coisas estavam indo, acho que estávamos no caminho certo. Era hora de ser honesta comigo mesma e com ele.
— Ed, preciso te dizer uma coisa!
— Strike dois. — Ele resmungou.
— Cala a boca e escuta porque isso é importante e eu só vou falar uma vez!
Ele assentiu e deu um meio sorriso.
— Então diga!
— Na verdade, eu não sei bem como dizer isso, mas... eu acho que eu am...
— Leigh, você ouviu isso? — Ele se levantou, com o olhar assustado.
— Não, o que é? — Pus-me em pé, em seguida, franzindo o cenho.
— São flashes! — Ele percorreu os olhos ao redor com um movimento rápido.
— O quê? Impossível! — Girei o corpo, procurando por algo que confirmasse o que ele dizia, mas não encontrei.
Aquilo só podia ser um sinal do universo implorando para que eu calasse a boca.
— Ed! — Inspirei o ar e soltei devagar — Você enlouqueceu ou está sonhando? Eu sei que o caso de Nova Jersey ainda assusta, mas estamos bem longe dos 13 distritos e as pessoas tem preocupações maiores por aqui. Confia mim!
Bati a areia que estava grudada na saia e girei o corpo para trás, com as mãos enfiadas nos bolsos, quando vi uma claridade suspeita surgir por detrás da cabana dos salva-vidas.
— Ai, meu Deus, Ed! Está bem ali! — Gritei, assustada, apontando em direção à luz e Ed, imediatamente, correu na direção indicada.
De repente, vi um indivíduo iniciar uma fuga ao ver Ed se aproximando. Gritei para que Ed voltasse, mas ele não deu atenção. Então, vendo-me sozinha e sem opções, peguei minha bolsa, minhas botas e corri até Ed e o indivíduo misterioso.
Ao alcançar Ed, ele estava parado com as mãos sobre os joelhos, tentando recuperar o fôlego que perdeu durante a corrida. Não precisei perguntar para saber o que havia acontecido com o fotógrafo. Ele havia se misturado às pessoas da festa e simplesmente desapareceu.
Coloquei uma mão sobre o ombro dele e desejei que alguém colocasse a mão sobre o meu. Estava um pouco desolada. Meus pensamentos estavam confusos e eu me sentia como se uma melodia pairasse na minha cabeça dizendo: e agora?
— A gente se fodeu! — Ele disparou, ainda respirando com dificuldade.
— Não é pra tanto! — Tentei tranquilizá-lo, ciente de que ele estava certo, mas um de nós deveria agir com sensatez. — A gente nem sabe de onde esse cara era. Deve ser uma criança querendo publicidade para o seu blog.
— Você acha? — Ele perguntou, um pouco menos tenso, e passou um braço pelo meu ombro. Balancei a cabeça em afirmação e sorri para confortá-lo.
Ele me envolveu em um abraço e beijou o todo da minha cabeça. Baixei os olhos e, ao mirar o chão, encontrei um cartão muito parecido com uma credencial. Agachei-me para pegar e ao ler o que estava escrito, caí sentada na areia.
— O que é isso, Leigh?
— Meu Deus, Ed! Esse indivíduo não é um fotógrafo qualquer nem um adolescente querendo atenção.
— E quem é?
Estendi o cartão para ele e deixei que ele tirasse suas próprias conclusões ao ler:
Cartão de Acesso
Mark Gabreel
TMZ Los Angeles
— TMZ? — Ele levantou os olhos devagar — Eu corri atrás de um Paparazzi da TMZ? — Ele passou uma mão pelos cabelos e pousou a outra na cintura, soltando o ar com força pela boca.
Sem parar para pensar, peguei o celular dentro da bolsa e vasculhei a lista de contatos. Minhas mãos suavam de ansiedade e preocupação.
— O que você está fazendo?
Fiz sinal para que ele ficasse em silêncio, quando a pessoa do outro lado da linha disse: "alô".
— Josh, Leighton Meester aqui. — Falei de uma vez, observando Ed desesperar-se à minha frente — Preciso da sua ajuda! — Josh fez sinal para que eu prosseguisse — Um fotógrafo da TMZ que acabou de me flagrar em uma rave em Malibu. — Falei, um pouco mais desesperada do que pretendia parecer, embolando as palavras.
— Leighton, querida, estava mesmo prestes a ligar para você! Ei, espera! Rave? Malibu?
— Sim! E não são boas imagens. Você precisa me ajudar a detê-lo!
— Eu vou pegar essas fotos, Leighton! Se acalma. Mas, antes, há algo que você queira incluir que eu ainda não esteja sabendo? — Ele questionou, parecendo saber de algo — Não quero ter surpresas!
— Eu estava com o Ed. E esse é o problema. Mas eu juro que só estamos fazendo um tour pela cidade! Não é nada demais.
— Ah, que ótimo! Bem que me alertaram sobre vocês! Vou entrar em contato com os advogados da CW. Mas eu quero os dois, amanhã, no meu escritório. E é melhor vocês se prepararem. Boa noite!
Ano novo, encrencas de sempre. Seja bem vindo, ano de 2008.