6 NÃO SOU DONA DO MORRO MAS SOU FILHA DO DONO

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  Depois de cinco anos fazendo com que aquela empresa caindo aos pedaços chegasse ao topo, Bruna saiu das asas da mãe e foi morar em um apartamento entre a empresa, a casa dos pais e amigos. A mãe, vivia em um conto de fadas sem fim ao lado de Pedro Henrique, sua avó, Aurora, havia morrido no último período de sua faculdade, agora além de vingança, ela queria homenagear a mulher que ela tanto amava, lhe dando orgulho.
O irmão, Caleb, ingressou numa carreira de jogador de futebol ao lado de Kius, os dois conseguiram passar nas seleções do América aos dezessete anos e agora precisam mostrar serviço para ir para um time grande.
Sabrina, cursou medicina e trabalha em um hospital particular cheio de dívidas, recusa-se a aceitar o dinheiro do pai e diz que darão um jeito nisso. Bárbara conseguiu uma bolsa pra faculdade no Rio Grande do Sul, e desde que se formara não voltou de lá. Megan e Lucas foram juntos pro Rio de Janeiro fazer faculdade e também não voltaram pra Minas. Bianca seguiu carreira de modelo, começou fazendo ensaios simples e agora fotografa para grandes marcas, tem desfile todos os meses e continua com Kius, adaptando-se aos seus horários e aos dele.
João Pedro, depois do ensino médio tentou entrar pra faculdade, mas com suas notas péssimas não chegou nem na porta. Depois de não conseguir uma segunda vez entrou pro tráfico e passa 80% da sua vida na boca, em trocas de tiro e bailes.
Thiago trabalha junto com Santiago em uma empresa de São Paulo, continua saindo com os amigos e até se envolvera com Luana, um ano atrás, mas o que ele menos queria agora é um relacionamento. Sentia saudade de Sabrina, Bruna e dos amigos mineiros, mas agora estava ao lado de sua mãe, tinha um ótimo emprego, terminou sua faculdade. A vida nunca havia sido tão generosa, ele não podia querer mais nada, até que recebeu um telefonema.
— Alô? — Diz enquanto faz algumas anotações.
— Quanto tempo garoto — a morena diz. Sua voz era impossível de esquecer, Thiago amava aquela garota feito uma irmã.
— Bruna sua filha da puta, devia me ligar mais vezes.
— E você não pode me ligar não né safado?
Os dois caem na risada.
— Fala o que você quer logo.
— Nossa, obrigada pela parte que me toca — diz, fazendo-se de ofendida.
Ele revira os olhos.
— Tenho uma reunião em dois minutos e vinte e quatro segundos.
— Você vai jantar comigo hoje — diz convicta.
— Só se eu pegar um jato — responde irônico.
— Migo, estou em São Paulo, então é melhor me encontrar no Kaá as nove.
Ele pisca várias vezes. Ia rever aquela garota esquentada depois de seis anos trocando apenas mensagens.
— Certo.
— Au revoir.
Ela desliga sem nem deixar que ele se despeça. Imediatamente o mesmo chama sua secretária e pede para que ela desmarque tudo na sua agenda depois das sete e meia.