A nossa vez

By Tay-SS

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Tudo parecia acontecer rápido demais. Uma traição, o divórcio, e um teste de gravidez dizendo positivo. Isso... More

P r ó l o g o
U m
D o i s
T r ê s
Q u a t r o
C i n c o
S e i s
S e t e
O i t o
N o v e
D e z
O n z e
D o z e
T r e z e
Q u a t o r z e
Q u i n z e
D e z e s s e i s
D e z o i t o
D e z e n o v e
V i n t e
V i n t e e U m
V i n t e e d o i s
V i n t e e t r ê s
V i n t e e q u a t r o
V i n t e e c i n c o
V i n t e e s e i s
V i n t e e s e t e | P e d r o
V i n t e e o i t o | Pedro
V i n t e e n o v e | P e d r o
T r i n t a
T r i n t a e u m
T r i n t a e dois
T r i n t a e t r ê s
E p í l o g o

D e z e s s e t e

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By Tay-SS

Sugestão de musica: Fragments - James Young

Voltamos pra casa ouvindo a Duda tagarelar o quanto ela tinha gostado da Francine, do Roger e da Gabe.

Ah, e do gatinho deles também, eu aposto que não ia demorar muito pra pedir um.

Sem contar que toda frase dirigida ao Pedro ela fazia questão de enfatizar o "papai".

O sorriso no rosto do Pedro estava gigante, de longe eu conseguia sentir o quanto ele tava feliz por ter contado pra ela.

Não era como eu imaginava que fosse, mas o jeito como a Duda abraçou aquela descoberta me fez repensar no quanto eu errei com eles.

Passamos a tarde toda assistindo Tv, estava frio e fiz chocolate quente pra ver se esquentava um pouco mais.

Observei os dois deitados, ele estava meio de lado pra ela caber encima do peito dele.

Sorri quando o Pedro me olhou, ele retribuiu o sorriso e voltou a encarar a Tv, acho que era a primeira vez que ele assistia a Bela e a Fera.

Comecei a prestar atenção no desenho também e quando vi estava cochilando. Só acordei quando ouvi alguma coisa derrubando.

Sentei assustada no sofá e vi o Pedro com a Duda no colo, ele estava se segurando pra não xingar, tinha acabado de bater a canela na mesinha de centro.

— Duas dorminhocas. — Ele resmungou e sorri me espreguiçando. — essa merda tem que ficar no meio da sala?

— Uhum. — Me espreguicei e peguei a xícara que ele derrubou.

Olhei pela janela, tinha começado a anoitecer e estava chovendo, uma bela combinação pra ir dormir até não aguentar mais.

Percebi que o Pedro estava demorando mais que o normal e subi a escada...

— Por que você demorou tanto pra voltar papai? — Ouvi a Duda perguntar e fiquei atrás da parede.

— Porque eu precisava concertar minha vida, precisava arrumar tudo pra ficar perfeito pra você amor. — Ele sussurrou.

— A mamãe chorava as vezes e dizia que era por causa de você... acho que ela sentia saudade também. — Fechei os olhos, ela lembrava.

— Me desculpa filha, por ficar tanto tempo longe de você e... vou tentar ser o melhor pai do mundo. — Espiei e vi ele beijando sua testa.

— Promete que não vai mais embora?

— Prometo. Eu nunca mais vou embora. — Eles se abraçaram e senti meus olhos lacrimejarem.

Ouvi seus passos e ele fechou a porta.

— Puta que pariu que susto. — Ele virou pra mim e comecei a rir e chorar ao mesmo tempo.

Pedro riu também, nossas risadas cessaram e mordi os lábios observando ele. Ofereci um abraço e ele aceitou, não sei porque fiz aquilo, acho que nós dois precisávamos do abraço.

— Acho que só agora eu descobri o verdadeiro sentido da minha vida, a Duda é a melhor coisa que eu já tive, obrigado Maju, obrigado. — Ele falou enquanto me abraçava e assenti.

— Foi você quem fez, obrigada você. — Falei rindo e ele gargalhou se afastando. — A Duda é uma coisa sem igual, na vida de todo mundo.

— Você acha que fiz certo em contar agora? Eu sei que não era pra ser assim mas... eu não aguentava mais Maju, precisava ouvir ela me chamando de pai, precisava que ela soubesse que é minha filha, que preenchesse esse vazio que eu sinto. — Ele respirou fundo e assenti.

— Você é um bom pai, tenho orgulho de você. — Sorri e ele assentiu sorrindo feito um bobo. — Quer assistir? Vi que você tava bem interessado no desenho.

— Aquele desenho devia ser proibido pra crianças, quase chorei quando a fera levou um tiro daquele imbecil.

Comecei a rir descendo as escadas e ele se jogou nas almofadas que eu tinha acabado de arrumar.

— Eu acabei de arrumar!! — Falei sentando do lado dele e tentando empurra-lo.

— Nossa ainda bem que eu não ligo. — Ele me jogou uma almofada e joguei outra.

Logo aquilo virou uma guerra de almofadas, meu trabalho em manter a sala arrumada foi pro saco.

— Chega, você tá ganhando de mim! — Ele segurou meus braços e me prendeu entre seus braços. — Você só sai se me beijar.

Tentei sair em vão, ele era muito forte e eu sabia o que queria.

— Sai Pedro! — Resmunguei e ele me deitou no sofá ainda segurando minhas mãos.

Ele parou me encarando, seus olhos e seu rosto mostravam tanta felicidade que era impossível ficar sem sorrir.

Aos poucos o Pedro foi soltando minhas mãos, eu não queria mais tentar sair porque... eu tinha me rendido à ele.

— Eu posso? — Ele sussurrou tocando meus lábios e assenti. — Vamos subir.

Ele deu sua mão pra mim, acho que não quis correr o risco de me pegar no colo de novo e quase me derrubar.

— Vou ficar musculosa de tanto subir e descer essa escada, você podia me carregar. — Resmunguei olhando pra trás e ele revirou os olhos.

— Aí sou eu quem vou ficar musculoso né. — Pedro respondeu e mostrei o dedo do meio.

Fechei a porta do quarto e ele foi mexer no rádio novamente, dessa vez ele colocou na estação local, tocavam umas musicas aleatórias, mas eram boas pelo menos.

— Vem cá. — Sussurrei sentando na cama e ele sentou também.

Deitamos embaixo da coberta e ficamos observando o teto por um tempo, a chuva batia na janela e a música que tocava era bem agitada.

— Esse clima tá tão bom pra...

— Transar.

— Eu ia dizer dormir. — Virei de lado e sorri encarando ele. — Babaca.

Pedro virou de lado também e me encarou. Seus polegar passeou pela minha bochecha e pelos meus lábios.

— Você é tão... linda. — Ele sorriu e vi a pequena covinha no seu queixo. — Seu sorriso, suas sardinhas espalhadas. Por que nunca reparei nisso antes?

— Você reparava no começo, mas aí depois outras sardinhas, outro sorriso... outra pessoa te chamava atenção. — Dei um meio sorriso e ele assentiu franzindo os lábios.

Ele se aproximou segurando meu queixo, seus lábios macios tocaram os meus com calma, como se eu fosse de vidro e qualquer movimento fosse me quebrar.

Subi encima do seu colo, ele soltou meu cabelo que caiu em cascatas nas minhas costas.

Tirei sua camisa com delicadeza, nunca fomos bons com preliminares, por isso era um desastre a hora de tirar a roupa.

— Eu tiro. — Ri tirando meu sutiã e Ele respirou fundo me observando.

Suas mãos passearam pela minha cintura parando no meu bumbum. Seus lábios tocaram um dos meus seios e gemi tentando se encaixar com ele.

Cada movimento nosso era... único. Nunca era só sexo, era uma conexão além de qualquer sentimento.

— Você é linda, você é tão linda. — Pedro sussurrava vezes ou outras passando a mão pelas minhas costas.

Segurei uma de suas mãos quando senti que estava prestes a ter um orgasmo, abafei o gemido com um beijo e ele me abraçou chegando ao êxtase também.

— Puta merda... puta merda, como você é... incrível. — Ele falou entre os gemidos e deixei meu corpo cair sobre o seu.

Nossas respirações estavam descontroladas e estávamos suados, o quarto estava completamente escuro e os únicos sons eram a chuva e a música.

Deitei no seu peito e ele beijou minha testa, ficamos de mãos dadas enquanto voltávamos ao normal.

Ele começou a fazer carinho no meu cabelo e sorri encarando, liguei a luz do abajur e pude ver seus olhos atentos em mim.

Respirei fundo prestando atenção na música, fechei os olhos sentindo vontade de chorar, era incrível como um sentimento podia mudar tão rápido.

Você estava procurando outra saída
Tentando corrigir essas coisas quebradas
Tudo o que tínhamos eram fragmentos
Você estava tropeçando em um novo caminho
Caindo em suas asas quebradas
Tudo o que tínhamos eram fragmentos

— Quer que eu tire? — Pedro perguntou e neguei sentindo as lágrimas.

— Só me abraça. — Pedi e ele obedeceu imediatamente.

Mesmo depois de tudo aquilo, eu me sentia vazia. Solucei tentando prestar atenção na música, tentando ficar ainda pior.

Não posso culpá-la por tudo
Não posso me culpar por tudo
Nós éramos muito jovens para tentar começar uma família
A nossa, a nossa, a nossa própria

É muito ruim que só agora você tenha caído em si
Eu não quero mais ouvir uma maldita de frase
Vindo da sua boca, da sua boca

E é difícil olhar para trás
Sabendo o que eu poderia ter feito
Eu nunca vou voltar
Eu estou sempre na correria
E você nunca realmente encontra
As peças que você deixa para trás
Tudo o que tenho a partir deste meio são fragmentos

Você estava procurando outra saída
Tentando corrigir essas coisas quebradas
Tudo o que tínhamos eram fragmentos
Você estava tropeçando em um novo caminho
Caindo em suas asas quebradas
Tudo o que tínhamos eram fragmentos...

— Tá tudo bem... tá tudo bem amor, eu to aqui agora. — Ele sussurrou segurando meu rosto e neguei. — Me perdoa Maju, me perdoa por tudo. Eu quero recomeçar, eu preciso recomeçar porque... porque eu não consigo ser feliz sem você. — Pedro falou me beijando e chorei mais ainda.

— Você vai embora, você vai fazer tudo de novo, vai me trair... vai ir embora e fazer a Eduarda sofrer, eu não quero mais sofrer... — Solucei olhando pro teto. — não aguento mais sofrer.

— Me deixa tentar Maju, me deixa tentar, só mais uma chance. — Ele pediu segurando minha mão. — Eu sei que as coisas podem não dar mais certo, mas eu preciso tentar, não vou conseguir viver sabendo que não tentei ter você de volta.

Limpei as lágrimas que escorriam na sua bochecha. Minha cabeça estava uma confusão.

Era como se de um lado um anjo sussurrasse que eu mereço tentar, mereço ser feliz e tentar porque afinal eu... eu amo o Pedro.

Mas é como se do outro uma coisa ruim gritasse que tudo iria dar errado, que eu não merecia ser feliz e nem iria.

— Só me deixa tentar, eu prometo que dessa vez eu vou fazer tudo certo. — Ele sussurrou me beijando e assenti.

— Prometo tentar fazer tudo certo dessa vez também. — Falei passando o dedo nos seus lábios.

Eu não sabia o que iria acontecer, pensei que logo em seguido uma onda de arrependimento viria, mas ao invés disso eu senti paz.

Paz por me permitir de ter um futuro, mesmo que incerto, paz em saber que agora a Duda seria mais feliz.

Senti paz por fazer o que eu queria desde o começo.

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