S e t e

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Não parei de pensar nele um minuto na segunda-feira.

Eu me perguntava se ele iria em casa hoje... e apesar de parte minha querer que não, uma outra parte queria loucamente que sim.

— Você tá ouvindo? — Isabel parou erguendo a sobrancelha.

— Lógico que tô.

— Maju Maju, você que comece com graça que eu quebro a sua cara... quando o Pedro puder servir de babá me avisa, to doida pra ir tomar umas. — Ela continuou e dei risada.

— Acho que logo logo, se quiser deixar as meninas comigo pra sair com o Léo. — Dei uma leve tossida e ela semicerrou os olhos.

— Puta merda Maria Júlia, eu acho que eu to gostando dele. — Isa suspirou balançando a cabeça. — Ele é incrível, me faz rir... faz com que eu esqueça a merda que minha vida tá, ele viu a Lua e a Nanda, elas gostaram dele, mas não sei se ele sente o mesmo que eu.

— Ah meu Deus, vocês dois estão me colocando na bosta. Eu vou falar com ele. — Fiz uma careta e ela deu pulinhos me abraçando. — Agora sério, vamos embora daqui, não aguento mais.

— Não sei o que o idiota do Pedro tá fazendo, mas eu vou agradecer ele depois, uma hora mais cedo hein? — Ela continuou fazendo uma dancinha e sorri.

— Quer ir pra minha casa? A gente bebe vinho e depois você vai ver o Léo. — Falei pegando a bolsa e ela concordou.

Fomos pra casa, bebemos e fofocamos durante umas duas horas até quando as meninas saiam da escola.

Fui buscar a Duda e assim que voltei pra casa o carro do Pedro já estava parado na frente.

— Céus. — Respirei fundo contendo minha vontade de socar ele.

— Olha mamãe, o tio Pedro veio ver a gente de novo. Por que ele tá vindo aqui sempre? — Duda perguntou e mordi os lábios.

— Porque ele gosta muito de você Duda, com certeza quer te ver sempre. — Sorri pra ela que saiu correndo.

— Oi. — Sorri pra ele que sorriu de volta.

Entramos em casa e a Duda já começou a tagarelar sobre a escola, aproveitei pra tomar um banho e assim que acabei desci pra fazer a janta.

— Quer ajuda Maju? — Ele perguntou e neguei.

— Pode continuar falando com a Duda, depois você me ajuda a limpar tudo. — Pisquei virando as costas.

Da cozinha eu ouvia os gritinhos da Duda, olhei por cima da bancada e vi os dois brincando no tapete igual duas crianças. Sorri vendo a cena, o Pedro realmente tinha o dom de ser pai.

— Tá muito gostoso mamãe. — Duda falou enchendo a boca de mais comida.

— Tá mesmo. — O Pedro olhou pra mim sorrindo e sorri de volta.

Peguei ele me encarando algumas vezes durante o jantar. Era um olhar... diferente do das outras vezes.

— Amor, agora você vai assistir um filme pra gente limpar a cozinha tá bom? — Me abaixei na sua altura e ela concordou.

Dei um beijo na sua testa e ela saiu correndo em direção à sala.

— Ela é... educada, amorosa... ela é assim com todo mundo? — Ele perguntou recolhendo os pratos.

— Educada sim... carinhosa não. Com você sei lá, ela é diferente, ela nunca foi assim com o Bruno, sempre teve uma relação boa, mas nunca sentiu tanta necessidade dele por perto igual sente de você. — Dei de ombros encarando seu sorriso.

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