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Atualmente

— Preta ou vermelha mamãe? — Duda me perguntou fazendo biquinho e dei risada.

— Preta amor, senão você vai parecer uma palhacinha! — Apertei a ponta do nariz dela que deu uma risadinha antes de calçar a meia. — A gente já tá atrasada Duda.

— Tá bom, já vou. — Ela falou e sai do quarto.

Senti um aperto estranho no peito, eu sabia o que era, mas ignorei desde que acordei.

Respirei fundo pegando a mochila dela e minha bolsa, provavelmente as duas chegariam atrasadas, mas isso já tinha virado praticamente rotina na nossa vida.

Duda veio correndo na minha direção e estendeu o braço pra eu colocar a mochila dela.

Saímos de casa encima da hora, a escola ficava só a algumas quadras dali e meu trabalho também, então eu não via motivos em gastar gasolina atoa.

— Mamãe você tá andando estranho. — Duda falou fazendo careta e dei risada. — E tá mais alta.

— Aaah, obrigada por perceber que a mamãe tá usando salto, e que não sabe andar com ele nem um pouco. — Dei risada tentando ajeitar a postura e ela sorriu.

— Mas tá linda. — Ela completou e sorri.

— Você também amor.

Chegamos na escola e como sempre Duda me deu um beijo antes de sair correndo junto com as crianças.

Observei igual boba assim como as outras mães, e alguns pais, e quando estava prestes a me virar trombei em alguém.

Ainda sem olhar comecei a pedir desculpas. A pessoa passou resmungando e no milésimo de segundos em que olhei pra um carro estacionado, meu coração gelou.

Senti uma leve tontura e fechei os olhos, assim que abri de novo o vidro já estava erguido.

Se eu não estava ficando louca, eu tenho certeza que tinha visto o Pedro dentro daquele carro. Foi... estranho, a pessoa era muito igual ele.

Meu coração ainda estava acelerado, a boca estava seca... pensei em ir na direção do carro, mas se fosse ele eu não iria saber como reagir... eu nem sabia se era realmente ele.

E se fosse seria ainda pior.

Como se adivinhasse o carro saiu do estacionamento, não pude ver novamente quem estava dentro, mas acho que era só uma neura minha.

O carro não era o mesmo e o Pedro tinha sumido já fazia tempo, sua família não morava mais aqui... isso tudo nem fazia sentido.

Seus amigos que se diziam tão próximos nem olhavam mais na minha cara, e mesmo se o fizesse, não era da conta deles.

Me recompus e fui pro trabalho. Assim que cheguei já recebi um olhar estranho da Isabel.

Ela sabia que dia era hoje e isso me incomodava, eu tinha certeza que me cutucaria o dia todo, não por mal, mas ela sempre tinha certa preocupação em datas assim.

— Amiga, você decidiu passar maquiagem ou viu um fantasma? — Isa falou assim que parei pra beber água e sorri.

Percebi que estava tremendo, nosso olhar foi pra minha mão ao mesmo tempo e ela fez uma careta.

A nossa vez Onde as histórias ganham vida. Descobre agora