A nossa vez

V i n t e e U m

— Pensei que era impossível ficar mais bonita. — Pedro sussurrou olhando pra mim enquanto me puxava pra um beijo.

— Papai, papai!! — Duda berrou e veio correndo. — Acho que a mamãe tá brava porque eu disse que ia escolher minha própria roupa!

— Aaaah e a senhorita vai reclamar com ele né? Que bonito. — Falei cruzando os braços e ela fez bico. — Pedro olha isso, olha essa roupa, sem condições.

Olhamos pro vestido florido que ela tinha colocado junto com uma jaqueta florida, tava parecendo um jardim.

— É Duda... sua mãe tem razão dessa vez. — Pedro segurou a risada. — Coloca uma jaqueta sem flor.

— Mas papai isso não é justo! — Duda bateu o pé. — Eu não vou trocar.

— Tá bom, vai parecendo um jardim então. — Pedro deu de ombros e ela ameaçou de chorar. — Mas você continua linda amor.

Revirei os olhos, tudo que eu não mimava o Pedro fazia em dobro. Hoje a Duda estava meio chatinha, acho que foi porque não dormiu direito.

Ontem ela e o Pedro ficaram imitando clipes de música até tarde, a playlist variou de Demi Lovato até Lana del Rey... Eu cansei e dormi no sofá mas sabe lá Deus que horas eles foram dormir.

— Espero que a senhorita não durma durante a apresentação. — Falei e ela fez uma careta pra mim. — Eduarda repete pra você ver...

Ela cruzou os braços e subiu a escada batendo o pé, o Pedro pensou em abrir a boca mas olhei feio pra ele.

— Amor você precisa ter mais calma. — Ele falou fazendo cara feia.

— Pedro... as vezes, só as vezes, não dá pra mimar ela, pro seu próprio bem e pro dela também. — Respondi arrumando as coisas dentro da bolsa.

Hoje era apresentação da Lua e da Nanda, lá no fundo eu não queria ir porque... o Bruno estaria lá com a nova namorada dele.

A Isa deixou bem claro que já éramos adultos o suficiente pra superar e encarar as diferenças, mas mesmo assim era estranho.

— Vamos... — Pedro falou ajeitando a camisa. — Que merda não... por que ela não dobra?

— Não é assim... — Fiz uma careta me aproximando.

Dobrei com calma a manga da sua camisa e ajeitei seu colarinho, Pedro me encarou sério e sorri.

— Você tá usando... — Ele falou segurando minha mão.

— Eu to pronta. — Apertei sua mão com a minha. Ele deu um sorriso largo. — To pronta pra tudo que você quer, to pronta pra nós.

Ele segurou meu rosto e me beijou, seu beijo era calmo, doce. Senti os pelos da minha nuca se arrepiarem e apertei seu ombro. Mordi seus lábios de leve me contendo.

— Vamos antes que... antes que a gente desista. — Sorri no meio do beijo e sai de perto dele.

— Você não acha que... tá muito curto?! — Pedro falou coçando a cabeça e olhando pra minha saia. — Tá lindo, eu juro mas... se o Bruno olhar pras suas pernas eu vou ficar puto.