Donny voltou a narrar gente :3 Sei que estavam com saudades dele, eu também estava :3 Estamos chegando a reta final desta linda e complicada história de amor. Agradeço todas as leitoras, opiniões e votos que vocês tem feito. Muito obrigada!!! Sei que os personagens tomaram caminhos alternativos ao que imaginamos, mas quem disse que o amor é fácil? :3 Espero que continuem comigo até o final, pelo menos para saber como será o desfecho.
Vocês ainda podem se apaixonar... Beijinhos XOXO <3
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[ Joe ]
Na mesma semana que falei com Christopher, Jessie e eu marcamos um passeio com Molly ao Mackenzie Park. É um parque muito aberto e verde, repleto de árvore e boa sombra para dias ensolarados como hoje. Combinei que ia fazer um picnic pra elas. Fiz questão de deixar a comida e o transporte por minha conta, aliás, eu as tinha convidado. Que cavalheiro eu seria? Carro abastecido e tudo certo dentro da cesta. Estou pronto para ver minhas meninas. Mal posso esperar para ver a gatinha da Molly. Nas fotos ela parecia tão grande.
Estaciono em frente a casa e desço. Toco a campainha. É a primeira vez que Jessie me verá depois de seis meses longe. Não deveria, mas estou um pouco nervoso. Ou em expectativa, ainda não sei. Ouço passos e uma voz dizendo "Já vai" do lado de dentro. É a Caramelo! Sento na bancada da varanda e espero. Demoram uns cinco minutos e a porta se abre. Fico de pé e a olho de cima a baixo em fração de segundos. Vestido leve e floral. Cabelos longos e soltos. Está mais comprido e claro. Jessie está ainda mais bonita. Não consigo deixar de sorrir quando a vejo. Ela também confere meu visual. Me faço de inocente e dou os ombros como se não tivesse me esforçado para ficar bem.
- É... Eu não ganho um abraço ou a Caramelo já se esqueceu do seu amigo Donny? - Digo abrindo os braços.
- Claro que não, grandão! -Jessie se pendura em mim como nos velhos tempos. -Eu estava morrendo de saudades!
- Eu também, Caramelo! - A levanto do chão e beijo seu rosto. - E como pode ficar tão bonita, hm? Não autorizei isso antes de ir. - Brinquei em tom de bronca.
-Obrigada! -Ela brinca segurando a ponta do vestido e fazendo uma reverência. -Você também está bonito, diferente... O que é que tinha lá no Brasil, hm?!
- Nem te conto, docinho! - Dou um sorriso malicioso. - Ah para, eu nem mudei tanto vai, só cortei o cabelo.. - Falo levando a mão à nuca.
- Eu conheço você, tem mais coisa aí... - Diz arqueando a sobrancelha. -...mas isso você me conta no parque. Vem, vamos pegar a Molly!
- Você é quem manda! - disse seguindo atrás dela.
Jessie segue direto pra sala. Katherine está com a neta no colo e Joel está lendo o jornal do dia. Caramelo olha pra mim e abre um sorriso antes de chamar a atenção dos pais:
- Olha só quem chegou pessoal...
O casal vira-se em nossa direção. Os olhos castanhos de Katherine se abrem.
- Santo Deus, Joe! - Ela levantou e veio dar-me um abraço com Molly ainda em seu colo. - Oi querido, como você está bem! Sentimos sua falta por aqui.
- Também senti, Kate. Todos os dias lembrei de vocês.
Joel me abraçou em seguida.
- Como vai, Joe? - Disse ele.
- Estou bem, obrigado.
- E o trabalho? Muito complicado se adaptar num lugar tão diferente? - Perguntou ele.
- No começo.. Sim. Depois eu tirei de letra. Os brasileiros são muito hospitaleiros, Joel. Vocês que gostam de viajar, precisam conhecer o Brasil. É um lugar lindo!
- Eu imagino querido! - Kate completa - Vamos lembrar disso da próxima vez. Quem sabe você possa ser nosso guia, hã?
- Será um prazer. - Sorri. - Esta moça no seu colo... Não digam que Molly cresceu tudo isso? Oh meu Deus... Vem com o tio Donny, gatinha...
Estendo as mãos e Kate passa a pequena para as minhas mãos. Molly está uma princesinha. Beijo sua bochecha e fico a encarando por um tempo. Está tão crescida!
- O que deu pra ela, Jessie? Fermento?
Jessie se aproxima sorrindo.
- Eles crescem rápido, não é?! Você lembra do tio Joe, meu amorzinho? Lembra?! -Ela diz para o bebê que me encara.
- E como crescem! Estou espantado. - Sorri. Molly divide o olhar com nós dois. Mantemos contato visual por um tempo e ela olha para a mãe como se pedisse ajuda para lembrar-se de mim. - Acho que ela não lembra, Jess.. Molly era muito pequena quando fui embora. - Digo - mas não faz mal, meu bem, vamos brincar e você não vai esquecer mais do tio, tá?
-Ela completou nove meses... Já está engatinhando, acredita?!
- Já é praticamente uma mocinha...Cara, estou ficando velho! - Rimos juntos -
-Estamos! Mas vamos deixar de conversa e vamos. To doida pra saber como você se saiu com a comida!
- Também quero saber Joe, depois nos conte tudo! - Kate disse.
-Eu conto. Pode deixar. - Sorri
- Vão com cuidado! - O pai dela disse alto, pois Caramelo já me arrastava dali com a filha.
Nos acomodamos no carro e partimos para o parque. Tive medo que rolasse um clima estranho, mas não. Conversamos super à vontade. Jessie pergunta bastante sobre meu trabalho lá no Brasil, me conta um pouco sobre a rotina dela nesses últimos meses, mas não tocamos no assunto Chris. Acho que ela está esperando pelo momento certo. Minha Caramelo parece feliz. Com um brilho diferente. Aquele cara deve ter tomado jeito mesmo. Pegamos um pouco de trânsito na rodovia, mas não tardamos a chegar a nosso destino. Depois de dar algumas voltas pelo estacionamento, consigo achar uma vaga. Jessie pega a cadeirinha com Molly e eu me encarrego de pegar as coisas para o picnic. A cesta está carregada de comida. Trouxe até uma toalha xadrez. Já que é um picnic no parque, temos que seguir a tradição.
Achamos um lugar pra sentar perto do lago. A sombra proporcionada pela bela árvore e a visão ampla do local é aconchegante. Damos início aos trabalhos e atacamos a comida. Molly está sentada, sobre a toalha, entre nós dois. Ela parece contente enquanto observa as crianças correndo por ali. Acho que puxou o apetite da mãe. Até agora não recusou nada que Jessie deu pra ela comer.
-Isso está uma delícia, Donny! -Jessie diz com a boca cheia de torta. -Devo elogiar você ou a sua mãe?
- Humm.. Eu aceito os parabéns! - Dei um sorriso presunçoso.
Jessie aperta os olhos, fazendo a cara mais desconfiada que ela pode.
-Desde quando você cozinha bem assim? Andou fazendo aulas de culinária lá no Brasil?
- Bem.. Digamos que tive bons professores e um tempinho para praticar. - Disse aguçando sua curiosidade.
-Conte-me mais!
- Sobre? - Me faço de inocente e bebo um pouco de suco.
-Não se faça de bobo, Joe...pela sua cara, você não passou todo seu tempo livre segurando no cabo de uma panela. Desembucha!
Dou risada. Tudo bem Jessie, você venceu!
- Tem razão, não passei o tempo todo cozinhando. Na verdade estudei a maior parte do tempo. Então conheci alguém que deu uma força, sabe... Ela se chama Sofia. - Não tenho certeza como ela receberá a noticia, mas acredito que todos devemos seguir em frente a partir de agora.
-Hummm... Então tem mulher no meio... -Ainda não consegui decifrar a expressão dela.
- Tem...
-E?
- Não estamos namorando ainda... Mas estamos nos entendendo bem. Ela é tão doce, Jess. Uma garota incrível.
-Acho que esse 'ainda' é bem apropriado... Seus olhos até brilharam agora. -Ela enfim sorri. Acho que está contente por mim.
- É... Ela é legal. Você vai gostar dela. Acho que estamos indo bem..
-Espero que sim...você sabe que pra namorar com você tem que passar pela minha aprovação. -Ela sorri.
-Mas e você? Conte-me as novidades...
-Bom, aconteceram algumas coisas enquanto você esteve fora, mas... preferi contar pessoalmente.
- Hurum... E tem haver com o Christopher?
-Sim....
- Okay.. Então vocês voltaram?
-Voltamos. -Seu semblante demonstra um pouco de medo. -Na verdade, vamos nos casar...
- Uau! Casar? Jessie eu sei que você gosta dele, mas... Tem certeza? Você melhor do que ninguém sabe como ele funciona. - Me faço surpreso para convencê-la e acho que funcionou.
-Eu sei o que você acha sobre ele, Donny, mas... Eu dei outro voto de confiança e sei que dessa vez ele não vai falhar. Demorou pra gente voltar, porque eu temia que ele fosse me fazer sofrer de novo, mas o tempo mostrou que as coisas tinham mudado. Christopher mudou. -Jessie segura minha mão e me olha nos olhos. -Nós combinamos que íamos ser felizes, não foi?! É ele que me faz feliz, Joe. Eu só queria que você... me apoiasse...
- Eu espero mesmo que ele entre na linha, meu bem. Não quero ver você sofrer de novo. Sabe que não respondo por mim, se ele aprontar outra vez... - Ela suspira e sorri de leve. - Mas se você está feliz, não sou eu que vou atrapalhar, docinho.
-Eu estou muito feliz! Mesmo. Parece que tudo entrou nos eixos. Eu não sei bem como essa notícia caiu pra você, nem quero pedir que você faça mais do que você pode... só quero que você tente se acostumar com a ideia. Afinal, você também conheceu alguém! Talvez fique mais fácil entender tudo isso. -Assinto. -Marcamos o casamento pra depois da data que você, supostamente, vai estar de volta. Não vou ser inconsequente de novo e chamar você pra ser meu padrinho... acho que você não vai ficar a vontade, não é?! Mas eu queria que você estivesse presente. É importante pra mim, Joe.
- Eu não creio que o seu noivo vá gostar da ideia, realmente. E farei o possível pra vir. Neste semestre vamos abrir novas parcerias e estarei mais ocupado que antes.. - Arfo. Jessie torce o lábio pro lado. - Prometo tentar, okay? Sei como é importante. É o seu momento! - Sorri apertando sua mão.
-Tudo bem... se você não puder, eu vou entender. -Ela sorri sem mostrar os dentes, tentando esconder que ficou triste.
Preciso distraí-la. Não posso ver esse rostinho desolado. Preciso ser forte e manter as aparências.
- Hey, ja que a senhorita ficou tão interessada na minha pretendente, acho que posso mostrar uma foto dela que tenho aqui. Você quer ver?
-Quero! Me mostra vai... se ela for uma baranga, eu vou dizer hein?!
- Ha ha! Alguém vai pagar a língua... - tiro o celular do bolso e busco a foto na galeria de imagens. - Aqui tenho apenas uma, mas no computador tem mais...
-É...você estava certo. Ela é linda. Agora entendi porque você ta todo apaixonadinho. Dizem que as brasileiras são mais "gostosas" que nós...
- Por que diz isso? Gosto das nossas garotas também e tenho certeza que são fantásticas! - A olhei com malicia. Jessie fica vermelha como uma colegial. - Eu sabia que ia corar... - Dou risada. Jessie é uma figura.
-Você faz de propósito. -Ela diz sorrindo e me dando um soco no braço. -Falando sério agora, vou torcer para que dê certo. Se ela já conseguiu colocar esse sorriso no seu rosto, é sinal que pode te fazer feliz! Ela só não pode ser uma louca ciumenta e querer me afastar de você, viu?!
- Se ela é ciumenta, eu não sei, mas que ela sempre diz ''Comigo você está seguro!''. Isso deve significar algo. Vocês mulheres tem muitos códigos. - sorri.
-Sendo assim, posso confiar nela! Mas... Caso o relacionamento de vocês fique sério, como vão fazer? Você vai morar lá definitivamente?
- Ei ei, vamos com calma docinho! - Ri com o que ela disse - Eu não a pedi em casamento, srta. Apressada. Vamos deixar as coisas acontecerem naturalmente. Casa e filhos é um assunto para mais tarde. Não posso assustar a moça.
-Tá bom, já entendi, moço fujão! -Ela levanta a mão e toca a ponta do meu nariz. -Estou feliz por você estar aqui...
- Eu também Caramelo... - aperto a bochecha dela e percebo que Molly esta nos olhando. Sorri pra ela. - E você lindinha, quer brincar com o tio Donny, hm? - A pego no colo e ergo acima da minha cabeça. - Olha só mamãe, estou voando! - Brinco observando ela sorrir pra mim pela primeira vez.
-Iihh, já conquistou ela! -Jessie faz cócegas no bebê que se acaba de rir.
- Acho que foi o contrário. Essa gatinha que é muito linda e vou morder todinha... Ahhh - Finjo morde-la fazendo sons e risadas malvadas. Jessie nos observa rindo e Molly se encolhe toda sentindo cócegas.
-Esse momento merece uma foto! Pra quando crescer, a Molly ver como o tio tartaruga dela era na juventude.
- Ha ha ha! Você é muito engraçadinha. - Sorri forçado. Posiciono Molly no colo e entrego o meu celular pra ela - Tira pra mim também. Quero apresentar a minha 'sobrinha' pra Sofia. Ela adora criança.
Jessie revira os olhos. Acho que estou falando em Sofia mais do que imaginei. Devo estar gostando mesmo dela. Espero que Jessie também aprove. Como disse, fizemos um pacto de sermos felizes, então este é o caminho certo.
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