Capítulo 39 "Entre o amor e o medo"

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Para mim este capítulo dispensa introdução, meus amores! As coisas finalmente vão começar a entrar no eixo. Espero que gostem. Amo vocês! Beijinhos XOXO <3

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[ Jessie ]

Sempre me disseram que quando precisamos pensar, a solidão é nossa melhor amiga. E é mesmo! Estava cercada por dois rapazes me "disputando" e, de repente, os dois resolveram seguir suas vidas longe daqui. Logo de cara essa distancia não me fez muito bem, mas com o tempo fui vendo como era necessária para que eu revisse muitas coisas. Pude tirar muitas conclusões disso. Sobre meu relacionamento com Joe, hoje consigo pensar sem peso na consciência. Consegui compreender que temos um amor platônico, algo que transcende qualquer coisa que possamos explicar. Não tem haver com sexo, namoro, ou qualquer coisa do tipo. Tem haver com amizade, proteção, algo muito maior que nós dois. No fim das contas, percebi que apenas confundimos os sentimentos e nos envolvemos de forma "errada". Não me arrependo de nada, foi uma experiência válida para ambos. A única coisa que temo, é que ele não consiga entender isso algum dia. Nos falamos sempre que possível e, profissionalmente falando, a vida dele está ótima. Só não sei se nosso namoro ainda pesa pra ele. Apenas quando nos vermos pessoalmente, assim que ele voltar para o Texas, é que saberei se podemos voltar a ser a dupla de antes.

Quanto a Christopher... Bom, a forma como meu coração bate por ele responde tudo. Quando o vi parado na minha frente há duas semanas atrás, não me contive e avancei sobre ele, precisava senti-lo ali comigo. Depois de três meses nos comunicando apenas por telefone e internet, vi o quanto senti sua falta. Sei que pode soar egoísta, até por que não temos um compromisso, oficialmente falando, mas fiquei aliviada ao saber que ele não se envolveu com ninguém e, como prometido, esperou por mim. Desde que ele voltou nos vemos constantemente. Hunter e ele estão se entendendo muito bem no trabalho e, em breve, Chris voltará para Boston. Estou tentando evitar a conversa com o tema "nós". Mesmo sabendo que nossos destinos estão entrelaçados, não estou preparada para dar o próximo passo. Um pedaço de mim ainda teme o ressurgimento do Chris de antigamente. Espero que em breve, algo possa me fazer sentir segura novamente com o "nosso" futuro. Desejo que possamos ser aquela família que sempre sonhei e cuidar da nossa princesa, juntos. Nossa ligação é tão forte que mesmo dando apenas alguns selinhos, pude voltar a ouvir sininhos tocando. É... Eu o amo.

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São quase dez horas da manhã. Só agora Molly, finalmente, conseguiu dormir. Ela chorou boa parte da noite. Quando o choro cessava, se mantinha inquieta. Tentei amamentar, aliviar uma possível cólica, cantar musiquinhas e tudo mais que uma mãe pode fazer para acalmar o seu bebê quando o mesmo fica assim. Estava prestes a pedir socorro quando ela começou a relaxar; não sei se por sono ou foi vencida pelo cansaço. Preocupada, deitei ali mesmo, na poltrona ao lado do berço, e tentei descansar um pouco. Caso voltasse a se agoniar, eu estaria por perto. Já era de tarde quando Molly despertou. Um pouco mais calma, mas ainda sim percebi alguma coisa incomodando-a. Droga! Justo hoje todo mundo resolveu sair? Meus pais estão fora da cidade há dois dias, os pais do Joe, que ainda moram em frente a minha casa, foram a um congresso de medicina fora do país. Chris está voltando para Boston hoje, não quero preocupa-lo, mas caso ela não melhore precisarei de ajuda para levá-la ao médico. Mais algumas horas passam e a situação piora. Molly recusou qualquer tipo de comida, e quando consigo fazê-la engolir um pouco que seja tudo vem a tona. Seu pobre estômago não está segurando nada.

Sua temperatura está se elevando gradualmente, e isso me deixa muito alarmada. Febre não é sinal de coisa boa. Dei um remedinho que a pediatra indicara, mas não adiantou. Pelo contrario, a febre só aumentava. Comecei a caminhar de um lado para o outro com ela no colo. Minha pequena voltou a chorar incessantemente e eu comecei a chorar junto. Deus, já esperei tempo demais. Tenho que levá-la ao médico nesse instante. O problema é que não há condições de sair com ela daqui sozinha. Não com ela desse jeito. O único recurso que tenho é ligar para Christopher e pedir ajuda. Coloco Molly no berço e ela chora aos berros. Com os dedos trêmulos disco o numero de Chris e espero ele me atender. Enquanto isso acaricio meu bebê e tento, em vão, acalmá-la.

Mais uma chance - Duologia *Livro 1*Onde as histórias ganham vida. Descobre agora