Sinistra

By gabsel_

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Em um futuro distante, um vírus consegue exterminar a América do Sul, transformando os infectados em mortos-v... More

Capítulo Um
Capítulo Dois
Capítulo Três
Capítulo Quatro
Capítulo Cinco
Capítulo Seis
Capítulo Sete
Capítulo Oito
Capítulo Nove
Capítulo Dez
Capítulo Onze
Capítulo Doze
Capítulo Treze
Capítulo Quatorze
Capítulo Quinze
Capítulo Dezesseis
Capítulo Dezessete
Capítulo Dezoito
Capítulo Dezenove
Capítulo Vinte
Capítulo Vinte e Um
Capítulo Vinte e Dois
Capítulo Vinte e Três
Capítulo Vinte e Quatro
Capítulo Vinte e Cinco
Capítulo Vinte e Seis
Capítulo Vinte e Sete
Capítulo Vinte e Oito
Capítulo Vinte e Nove
Capítulo Trinta
Capítulo Trinta e Um
Capítulo Trinta e Dois
Capítulo Trinta e Três
Capítulo Trinta e Quatro
Capítulo Trinta e Cinco
Capítulo Trinta e Seis
Capítulo Trinta e Sete
Capítulo Trinta e Oito
Capítulo Trinta e Nove
Capítulo Quarenta
Capítulo Quarenta e Um
Capítulo Quarenta e Dois
Capítulo Quarenta e Três
Capítulo Quarenta e Quatro
Capítulo Quarenta e Cinco
Capítulo Quarenta e Seis
Capítulo Quarenta e Sete
Capítulo Quarenta e Oito
Capítulo Quarenta e Nove
Capítulo Cinquenta
Capítulo Cinquenta e Um
Capítulo Cinquenta e Dois
Capítulo Cinquenta e Três
Capítulo Cinquenta e Cinco
Capítulo Cinquenta e Seis
Capítulo Cinquenta e Sete
Capítulo Cinquenta e Oito - FINAL
Capítulo Extra
Agradecimentos e Próximos Livros
Aviso
ATENÇÃO!
Segundo Livro
Reescrita do segundo livro
Escolhida

Capítulo Cinquenta e Quatro

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By gabsel_

Chego no meu apartamento com lágrimas nos olhos e tremendo descontroladamente.

Corro para o meu quarto. Vejo que Harry, Demi e Bia ainda estão aqui. Agora Andy também está. Ela pula da cama para vir me cheirar.

— O que aconteceu? — pergunta Demi.

Não respondo. Pulo para o banheiro e tranco a porta. Não sei o que isso irá adiantar, mas eu atravesso o boxe e encosto minhas costas na parede. Quero desistir de tudo.

Meu coração está despedaçado. Como Louis conseguiu fazer isso comigo?

Berro alto. A parede atrás de mim treme fortemente, como se algo tivesse a acertado. Então de novo. E de novo.

A parede explode e seus destroços voam para todas as partes, fazendo a poeira levantar. Eu não me mexo. Não consigo ver mais nada além da fumaça.

Tusso e me levanto. Olho para trás e vejo a parede lá. Como se não tivesse acontecido nada. Volto olhar para frente e vejo as portas do boxe fechadas.

Não tem nenhum destroço no chão e não ouço ninguém me chamar de fora do banheiro.

Tento abrir a porta do boxe. Ela não se mexe. Utilizo o máximo de força e elas se afastam. Pulo para fora, mas outras portas como aquela aparecem e percebo que ainda estou no boxe. É como se eu não tivesse me movido.

Olho para trás e vejo que as portas que eu ultrapassei não estão mais lá. Agora é parede.

Eu voltei. Para o mundo dentro da minha cabeça.

Tenho que utilizar a mesma força para abrir as outras portas. Elas se afastam e eu pulo novamente. E de novo no boxe. Estou presa.

Deixo mais lágrimas escaparem. É só mais uma alucinação louca que você tem, Claire!

Viro-me e bato minha mão contra a parede, com força. A parede se destrói, formando um buraco. Os destroços voam para longe do prédio. O buraco vai se expandindo até levar a parede toda e o vento me atinge.

Vejo o condomínio. Os prédios.

— Claire?

Ouço. Então me viro. Sou eu. A outra eu. De olhos vermelhos.

Corro até o vidro do boxe e bato minhas mãos nele. Minha raiva e tristeza se juntam e formam uma emoção que nunca foi nomeada.

— QUEM É VOCÊ? — pergunto.

Ela ri.

— Eu sou você — ela fala.

Coloco mais força contra o vidro.

— NÃO! — grito. — VOCÊ NÃO É!

A coisa que se diz ser eu, se aproxima e encosta as mãos onde as minhas estão. Estaríamos de mãos dadas se não tivesse um vidro entre nós. Seus olhos vermelhos olham para os meus.

— Posso não ser — ela fala. — Mas um dia eu serei. E irei fazer bem melhor que você. Comigo no comando, ninguém mais irá morrer. Não vou matá-los. Como você faz.

Grito alto. Utilizo toda a minha força contra o vidro do boxe. Ele se estilhaça e eu avanço na direção da outra eu. Mas quando tento agarra-la, ela some.

Meu corpo continua a corrida e destrói a parede um pouco mais à frente. Os destroços voam por todos os lados.

Então, eu vejo que estou no corredor do meu apartamento. Viro-me para o final dele e vejo. Harry. Ele está com os olhos vermelhos. Anda lentamente em minha direção.

— Por que ainda tenta? — ele fala. — Não vai conseguir.

Eu o encaro. Não consigo fazer nada. Meu coração bate forte. Acorde, Claire.

— Você é mesmo ingênua — a cada passo que ele dá para frente, eu dou um para trás. — Matou Rodrigues e eu ainda sou obrigado a ouvir você se culpando.

Minhas costas encostam contra a parede do fim do corredor. Não tem escapatória.

— Acha que eu gosto de você? Acha que alguém gosta de você? — seus passos se tornam mais pesados e lentos. — Você mata todos ao seu redor. Por que não faz algo de útil logo?

Encolho-me quando percebo que ele já está bem perto. Meu coração bate forte. Harry está cada vez mais perto e eu cada vez mais perto do chão.

— Acorde, Claire — eu o vejo se agachar perto de mim. Ele inclina seu corpo em minha direção. — ACORDA!

Então, eu vejo que seus olhos não estão mais vermelhos. O chão não é o mesmo. A parede é de outra cor. Estou no banheiro de novo. Harry está abaixado e inclinado em minha direção, mas eu sei que esse é o real.

Ele me ajuda a me levantar. Então, eu vejo a porta arrombada e os cacos de vidro do boxe no chão.

Demi e Bia me olham ser retirada do banheiro com Harry.

***

— Não acredito que ele fez isso. — Bia fala após eu contar toda a história para eles.

Ainda me sinto mal. O fato de amanhã ser o dia que eu vou embora nem me incomoda mais. Na verdade, não sei se é amanhã, mas acho o mais provável. Ele falou três dias, e se estiver contato com o de ontem, amanhã será o terceiro.

Já está anoitecendo. Então tenho pouco tempo com meus amigos.

— Eu também não — digo.

Lágrimas escorrem por meu rosto. Não queria que eles me vissem chorar. Mas não estou nem ligando agora.

Harry está deitado comigo na cama enquanto Bia e Demi nos observam de pé.

— Preciso descansar — falo. — Amanhã será um dia longo. Preciso tentar esquecer isso.

— Tudo bem... — diz Harry. — Descanse...

***

Acordo já no outro dia com os alto-falantes do prédio.

— Hoje, os Sinistros não trabalharão. Todos irão assistir à saída de Claire Roberts ao meio dia. E que fique bem claro, não desobedeçam as regras. Bom dia.

Harry também parece acordar ao meu lado. Meu coração acelerado deve ter o despertado.

— Repetindo, hoje os Sinistros não trabalharão. Todos assistiram à saída de Claire Roberts. Bom dia.

Meus olhos se enchem de lágrimas. Harry me abraça fortemente. Eu me sinto um pouco melhor em seus braços. Mas ainda estou preocupada. Não quero sair. Não quero deixá-lo. Não quero deixar minha irmã.

— Está tudo bem — diz Harry. — Você vai ficar bem.

***

Enquanto estamos tomando café da manhã — sendo observado por todos, é claro — eu só consigo pensar em deixar Bia aqui dentro.

Demi percebe meu desespero e pega a minha mão. Ela sorri e eu tento retribuir, mas não sei do jeito que queria.

Harry pega minha outra mão. Fazia tempo que eu não tomava café da manhã. Mas não estou com fome. Só desci para acompanhar os outros.

De repente, sinto uma mão em meu ombro. Viro-me. Louis.

— Claire... Me desculpe... — ele fala, gaguejando.

Meu coração dispara. Imagens da minha quase queda me vêm a cabeça. Começo até a ficar tonta. Aqueles olhos. Tentaram. Me. Matar.

Harry se levanta e tudo que vejo é seu punho acertando o rosto de Louis.

O garoto cai no chão imediatamente. Harry sobe em cima e levanta o punho para soca-lo novamente. Todos viram seus olhares rapidamente para eles. Vejo um Guarda correr em nossa direção e tudo que penso é em uma das regras.

"BRIGAS SÃO EXTREMAMENTE PROIBIDAS!"

Pulo do banco e puxo Harry rapidamente.

— Seu desgraçado! Filho da puta! — ele grita. — Eu vou te matar!

— Harry, para! — eu o tiro de cima de Louis.

O nariz do monstro sangra. Seus olhos estão cheios de lágrimas.

O Guarda finalmente chega e empurra Harry.

— Algum problema? — ele fala.

— Já acabou. — Falo para o Guarda — Por favor, finja que não viu. Só essa vez.

Ele me encara, furioso.

— Só dessa vez, Styles — ele aponta o dedo para Harry. — E você, aproveite seu último dia.

A última frase foi para mim. Então ele sai, sem se importar com Louis no chão.

Puxo Harry comigo.

— Vamos — falo.

Nós passamos pelo garoto caído e andamos até as escadas, onde não há ninguém.

Nós nos viramos um para o outro e eu me jogo em seus braços.

— Ele é horrível — falo enquanto solto minhas lágrimas, molhando seu ombro. — Mas não precisava ter feito aquilo. Mesmo assim, obrigada. Acho que eu estava com vontade de ver aquele nariz sangrando.

Harry me aperta com seus braços.

— Está tudo bem — ele fala. — Louis mereceu. Ele merece muito mais.

Aperto Harry mais forte ainda. Não quero me soltar de seus braços. Me sinto triste. Como se eu estivesse sozinha. Como se não tivesse ninguém.

Me sinto destruída. Parece que algo dentro de mim explodiu e espalhou tristeza para todas as partes do meu corpo.

— Atenção a todo condomínio! — ouço os auto-falantes. — Desçam para se prepararem para a despedida de Claire, enquanto ela arruma suas coisas para ir embora.

Meu coração aperta.

*Ultimo capitulo se aproxima gente... Vão sentir saudades?*

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