Inalcançável

By AmandaCaastroh

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"Sinto-me tão perto e ao mesmo tempo tão longe... Você é como a estrela mais distante ... Como o fogo que não... More

Prólogo
Insistência e reflexões
Decisão
Finalmente...
Quem é ele?
Surpresa
Nervosismo
Curiosidade
Inconsequência
Segundos duradouros
Teoria
Um coração felino
Irremediável
Confissões
Será sonho?
Constatação
A fazenda
Noite originada para ser inesquecível...
Enigma
Viagem obscura
Retorno
Algo está oculto
Suspeito
Palavras opacas
Aflição
Declarações conturbadas
Pedaços desamparados
Impasse
Feridas que não cicatrizam
Hesitação
Reencontros
A um passo...
Memórias
Entre anseios e revelações
Quando o passado vem à tona...
Aceitação
Descoberta
Submissos do destino
Algo bom...
A última carta
Solução inalcançável?
Dores não podem ser eternas
Abra os olhos
Alcançável
Epílogo
Agradecimentos

Visitas inesperadas

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By AmandaCaastroh

Paro o carro em frente ao apartamento de Della. Ela está do meu lado e mesmo vendo que chegou ao seu destino final, continua imóvel. Em seguida vira o rosto para mim e diz:

- Você ficou calada o caminho todo. O que houve?

- Nada não. - respondo desviando o olhar.

- Tem certeza? Porque acho que deve estar com raiva de mim, por que não te contei a razão por ter terminado com Edward. - ela diz. - Olha Sôh, não te contei nada até agora, não foi por querer esconder de você...

- Não tem nada haver com isso, Della. - digo interrompendo-a.

- Tá bom! Se não é nada mesmo... E também é uma longa história, prefiro conversar sobre isso em uma hora com mais tranquilidade. - ela diz abrindo a porta do carro.

- Na verdade, durante todo o caminho, estava pensando na minha mãe - minto. Não devia, mas menti. A verdade é durante todo o caminho pensava sobre o que vou fazer logo depois que sair daqui.

- Há algo acontecendo com sua mãe? - Por que fui mentir? Agora ela perguntou algo que faz todo o sentido para a situação que estou vivenciando com minha mãe. E não quero falar nada a respeito disso.

- Não! É só saudades dela mesmo. - digo o que em parte é verdade.

- Ah! Tchau! - ela diz e fecha a porta do carro.

- Tchau! Até amanhã. - digo dando a partida no carro. Enquanto ela se dirige para seu apartamento.

Estou me sentindo muito culpada. Uma traidora. Uma imbecil. O que estou indo fazer? Por quê? Deveria retornar imediatamente para a direção de casa, mas não faço. Sinto como se estivesse traindo Della, pois na verdade estou.

Chego nesse instante à lanchonete e saio do carro. Poderia agora voltar e não entrar naquele estabelecimento. Afinal, não tenho nada a ver com isso, essa história é entre Della e Edward... Porém há uma força maior que me impulsiona a seguir em frente e já estou entrando. No primeiro passar de olhos o avisto. Ele está sentado, olhando para o outro lado. Dou um leve suspiro e caminho até onde ele está. Logo quando percebe a minha aproximação, vira-se me reconhecendo e dando um sorriso superficial.

- Oi... Qual é seu nome mesmo? - Edward diz, logo após eu me sentar. Não acredito que ele não se lembre do meu nome, como é possível? Temos várias aulas juntos.

Arqueio uma sobrancelha, em sinal de indignação.

- Sophie! Meu nome é Sophie. - digo ainda indignada.

- Ahh, é mesmo! Estava aqui tentando lembrar seu nome. diz dando um sorrisinho sem graça. - Gostaria de pedir algo? - diz, se referindo ao cardápio da lanchonete.

- Um suco de laranja.

Ele chama a garçonete e pede dois sucos de laranja. Um para mim e outro para ele. Alguns minutos depois a garçonete retorna com os sucos e nos serve.

- Então, Sophie, você irá me dar uma ajudinha para conversar com Della? - ele diz me encarando.

- Eu não te prometo nada. - digo e bebo um pouco do meu suco - Me diga o que você fez com ela?

- Vejo que ela não te disse nada. Por quê? Afinal vocês não são amigas? - diz, sem nem ter tocado no copo de suco.

- Vai me contar ou não? - digo meio irritada sem olha-lo nos olhos.

- Eu preciso conversar com ela e você é a única pessoa que pode me ajudar. Ela tem que me ouvir, irei explicar tudo que não tive oportunidade até agora. Logo, você precisa concordar. - ele finaliza e finalmente bebe um pouco da bebida.

- Que obsessão é essa? Se ela não quer conversar com você, é porque deve ter muitas razões para isso. - digo meio ríspida encarando ele.

- Nossa! E você está muito curiosa, hein! - ele profere disfarçando um sorriso.

Eu sou uma idiota mesmo. Nunca deveria ter vindo até aqui. Só agora que me bate um arrependimento tremendo... Dou de ombros e digo:

- Não sei para que fui vim aqui. Vou embora! - faço menção de levantar. Mas não dou continuidade, pois ele segura meu braço. Sinto seus dedos pressionados, impedindo-me de sair.

- Não! Espere! Eu contarei tudo, mas antes me dê à garantia de que terei seu apoio - diz calmamente. Olho para sua mão segurando meu braço. Ele percebe meu incômodo e me solta.

- Eu preciso ir. Me arrependo profundamente de ter vindo até aqui. Sinto como se estivesse traindo Della.

- Você estará fazendo um bem para ela. Com certeza depois ela entenderá. - diz tentando me convencer.

Não posso fazer o que ele está pedindo. Della poderia ficar com raiva de mim. Só faço coisas erradas, por um impulso de uma curiosidade idiota, estou aqui, passando pelo maior constrangimento.

Bebo o restante do suco de uma vez só, e balanço a cabeça em sinal de negação.

- Eu nem te conheço... Não vou aceitar... - digo com a voz falha e viro as costas para ele, saindo em direção à saída. Dessa vez Edward não me impede e nem diz mais nada.

Sem dúvida, fiz a escolha certa. Claro! Eu nem o conheço. Della nunca me disse nada a seu respeito, só disse que era um babaca. Como irei ter certeza que ele não fará mais mal à Della? Ele é muito misterioso, não sei se é de confiança e além do mais não gosto de ficar muito próxima dele. Sinto uma coisa diferente, uma anormalidade de emoções me consome. Seus olhos, seu rosto, seus cabelos... Tudo me fascina... Será que eu posso dizer que isso se chama: Atração?

**

O que? O que está acontecendo? Como faço para parar com esse som? Não para! Por que nunca para? De onde está vindo esse som? Eu quero dormir! Estou começando a reconhecer... É a campainha!

A campainha?! Abro os olhos rapidamente. Sim! Alguém está tocando a campainha. Olho as horas e são exatamente 18h00min. Oh não! Dormi à tarde toda.

Me levanto, ainda variada e passando a mão nos olhos. A campainha toca novamente. Quem será? Vou caminhando, meio que sem forças nas pernas, mas o mais rápido que posso.

Agora começa a bater na porta. Que insistência!

- Já vai! - grito.

Abro a porta e não posso acreditar em quem está aqui. Ele estava de costas, apoiado na parede, mas se virou, assim que ouve a porta sendo aberta.

- O que você está fazendo aqui, Edward? - pergunto surpresa.

Ele me olha de cima a baixo. E eu coro. Estou com um short não muito curto, mas que não teria coragem de usar para sair na rua, e uma blusa de alcinhas. Aliás, devo estar toda descabelada. Franzo a testa, me mostrando incomodada com seu olhar, e trato de rapidamente arrumar meus cabelos, enquanto espero sua resposta.

- Mudei de ideia. Eu sei que mais cedo ou mais tarde Della vai acabar te contando. Então, prefiro eu mesmo contar e depois você me diz se eu mereço uma segunda chance ou não. - ele diz.

Fico boquiaberta. Ele não desiste mesmo. O que ele quer? Que eu vire o cupido? Ou uma reconciliadora de casais? Aff!

- E aí? Não está pronta para ouvir o que tenho a dizer? - ele continua.

Pelo seu olhar, vejo que está esperando que o convide para entrar.

- Tá bom! Você pode entrar e contar sua história. - acabo cedendo.

Ele entra e eu fecho a porta. Fica reparando tudo por um momento, depois eu peço para se sentar. Edward senta-se em um sofá e eu, respectivamente, no outro.

- Serei o mais breve possível. Não entrarei nos mínimos detalhes. - ele diz fazendo uma pausa em seguida, parecendo pensar por onde começar. - O fato é que estávamos namorando havia um ano. Um tempo razoável para ter se transformado em um namoro mais sério, quero dizer, ela já deveria ter pelo menos conhecido meus pais, e eu os dela. Mas não foi assim, e por causa disso ela veio discutindo, achava que eu não queria nada sério e que não gostava dela. E como se já não bastasse, uma menina muito piriguete, veio dar em cima de mim, na escola onde estudávamos. A garota me beijou à força, não tive como evitar, Della presenciou toda a cena. Eu fui atrás dela no momento, porém, ela estava com muita raiva e não me deixou falar...

Edward para um pouco e fica relembrando os fatos.

- Mas, o pior não foi isso. No mesmo dia aconteceram algumas coisas comigo... Enfim não a procurei mais, quase não ia para a escola e deve ter achado que eu não estava nem aí para ela, que já poderia estar com outra. Além de poder ter acreditado nos boatos que surgiram a meu respeito, dizendo que eu era um dos suspeitos de ser pai do filho que aquela menina ,que me beijou, estava esperando. Depois de algum tempo, eu vi que estava agindo como um idiota, mas já era tarde, ela tinha se mudado, e agora por uma grande coincidência, nos encontramos novamente.

Ele para, então, eu acredito que já tenha terminado de falar.

- Nossa! - é tudo que consigo falar. Estou tensa pela sua presença e pelos relatos que acabou de dizer. Ele passa a mão pelos cabelos castanhos escuros, indicando nervosismo.

Decido quebrar o silêncio e digo:

- Vou ali preparar um café. Aguarde aí. Volto logo. - digo e praticamente corro para a cozinha.

Na verdade, segundo Edward, foram vários os fatores que desencadearam a mágoa de Della. Estou nervosa, não sei o que falar e nem o que fazer depois de voltar para aquela sala.

Após ter preparado o café, sigo com duas xícaras da bebida para a sala. No curto caminho vou imaginando se devo acreditar no que ele disse, acho que sim, ele me pareceu bem sincero. Mas e agora o que devo fazer? Será que devo ajudá-lo? Já estou me aproximando e como toda vez que o vejo sinto um frio na barriga... Esses olhos me deixam hipnotizada... Estendo a mão com a xícara de café para ele. Minhas mãos estão trêmulas, e a xícara acaba escorregando da minha mão, indo cair direto sobre Edward, e derramando o café quente em sua camisa.

- Droga! Olha o que fiz. Me desculpa! Oh meu Deus! - digo desesperada tentando encontrar uma solução.

Seu semblante indica dor. O café estava quente, deve estar queimando sua barriga. Sua ação é imediata, ele rapidamente tira a camisa, expondo seu abdômen sarado, na tentativa de aliviar a dor. Fico alguns segundos admirandos sua barriga perfeita.

- Me desculpe! Eu sou muito desastrada. - digo novamente. - É melhor você jogar água para resfriar. Tem um banheiro ali faça isso lá. - digo apontando na direção do banheiro, mas ainda encarando seu peitoral.

- Não precisa se desculpar Sophie! E preciso jogar um pouco de água mesmo. - ele diz e se afasta indo fazer o que disse.

Fico o fitando pelas costas, até ele entrar no banheiro. Como sou desastrada. Já não bastava a situação desagradável e eu ainda crio mais um.

Nesse momento Edward volta, ainda sem camisa.

- Hum... Eu acho que você já pode se vestir, mesmo a roupa estando manchada. - digo.

- Por quê? Te incomoda? - ele diz dando um sorriso torto.

Minha vontade era dizer "Sim, me incomoda e muito". E nesse instante a campainha toca de novo." Quem será dessa vez? " penso.

- Sophie! - grita uma voz abafada, do outro lado da porta, que imediatamente reconheço.

Edward e eu nos entreolhamos espantados. E agora? Della está aí fora. Ela não pode vê-lo. O que faço?

- Não tem nada não. É bom que eu aproveito para conversar com ela. - ele diz tentando controlar meu desespero.

- Não! Você está louco? Iria piorar a situação, pois ela ficaria se perguntando "o que você está fazendo aqui".

- Sophie! Abre logo! Eu sei que você está aí. - Della diz novamente.

Eu caminho para um lado e para o outro e em seguida digo:

- Eu prometo ajudar você. - acabo decidindo. - Mas, por favor, se esconda em algum lugar.

Ele continua parado, ora olhando para mim, ora olhando para a porta. Parece estar pensando sobre o que eu disse, porém não há tempo para pensar. Então, eu o puxo para o meu quarto, e mando se esconder debaixo da cama. Ele obedece sem resmungar. Pego sua camisa jogada na sala, e corro para o quarto, jogando esta para baixo da cama, junto à ele. E digo mais uma vez para não sair dali, enquanto eu não mandar.

Solto um profundo suspiro e abro a porta.

- Mais que demora. Você estava fazendo o que? - Della diz, enquanto está entrando.

- Eu? Eu estava... Eu estava dormindo. - Gaguejo. No entanto não digo uma mentira realmente estava dormindo. Não nesse exato momento, mas estava.

Ela me olha meio desconfiada, entretanto parece acreditar. Abre um enorme sorriso, indo direto para o quarto e pulando na cama. Fico muito nervosa, minhas mãos começam a suar, não sei se consigo disfarçar.

Della solta um suspiro, ainda deitada na cama, e fala:

- Resolvi vim até aqui para desabafar. Ele diz, se levantando com tanto impulso, que algo seu cai e vai para debaixo da cama.

- Droga! Meu brinco caiu, devo ter perdido a rosquinha. - diz e vai se abaixando para pegar o brinco, que malditamente foi parar logo debaixo da cama.

Oh não! Merda! Merda! Se eu não fizer algo...

*******
Olá!! O que acharam?
E agora? Será que Della verá Edward??
Agradeço a todos que estão acompanhando minha história e deixando seus votos e comentários.

E não se esqueçam de deixar suas opiniões e votos a respeito desse capitulo. Isso me motiva bastante para continuar escrevendo. :) :D
Beijoss!!

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