Inalcançável

By AmandaCaastroh

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"Sinto-me tão perto e ao mesmo tempo tão longe... Você é como a estrela mais distante ... Como o fogo que não... More

Prólogo
Decisão
Finalmente...
Quem é ele?
Surpresa
Nervosismo
Curiosidade
Visitas inesperadas
Inconsequência
Segundos duradouros
Teoria
Um coração felino
Irremediável
Confissões
Será sonho?
Constatação
A fazenda
Noite originada para ser inesquecível...
Enigma
Viagem obscura
Retorno
Algo está oculto
Suspeito
Palavras opacas
Aflição
Declarações conturbadas
Pedaços desamparados
Impasse
Feridas que não cicatrizam
Hesitação
Reencontros
A um passo...
Memórias
Entre anseios e revelações
Quando o passado vem à tona...
Aceitação
Descoberta
Submissos do destino
Algo bom...
A última carta
Solução inalcançável?
Dores não podem ser eternas
Abra os olhos
Alcançável
Epílogo
Agradecimentos

Insistência e reflexões

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By AmandaCaastroh

-Sophie! Oi! Está no mundo da lua, é?

Della está na minha frente, olhando diretamente para mim e chamando a minha atenção. Estou a vendo, mas como ela diz estou no "mundo da lua". Em que pensava mesmo? Ah! Na minha triste e chata vida...

Ela até já saiu e eu nem percebi. É, definitivamente estava a vendo, mas ao mesmo tempo não, é como se meu corpo estivesse aqui e minha mente flutuasse no espaço.

Olho ao redor da sala de aula procurando algum sinal dela, e a primeira pessoa que minha visão se depara é com a mais patricinha, chata e egoísta de toda a universidade: Hellen. Eu não a suporto, pensa numa garota que se acha a última Coca-Cola do deserto, a mais popular de todas! E agora está ela me encarando com aquela cara de megera. Reviro os olhos assim como ela também faz. Desde que entrei aqui, há três meses, nos odiamos igualmente.

Hellen revira os olhos mais uma vez. Não sei o que esta garota ainda está fazendo aqui. Na verdade o que ainda estou fazendo aqui? A aula já acabou faz um tempo, eu acho... Sinceramente não prestei à mínima atenção.

- O que foi idiota, vai morar na sala?

Apenas dou de ombros, não ligo para o que diz. Ela arruma suas coisas na bolsa, se levanta da cadeira e anda em direção à porta com seus cabelos loiros e lisos esvoaçantes. Antes de sair, se vira e mostra língua para mim, logo depois mexe a boca pronunciando a palavra i-d-i-o-t-a. Sai pela porta em seguida.

- Vaca!

Grito em minha defesa, só espero que ela tenha ouvido. Infelizmente tenho que dividir algumas aulas na semana com essa patricinha.

Lá vem Della, até que fim. Por que motivos essa maluca está com esse pote de água?

Oh! Não, ela não pode estar pensando em fazer o que eu acho que está.

- Della, o que você está pretendendo? - pergunto, desconfiada.

- Então já voltou de onde quer que seja que a sua imaginação viajava? - ela diz, com humor na voz.

- Você não respondeu minha pergunta.

Neste momento ela cai na gargalhada. Sim, agora tenho toda certeza.

- É...É que...Ué você não prestava a menor atenção em mim, então pensei que com um pequeno banho d'água iria despertar rapidinho. - diz, em diversão.

Franzo a testa, fingindo indignação.

- Sophie, também não precisa ficar com essa cara.

- Tudo bem! Eu te perdoo. - Digo para acabar com essa história de uma vez por todas. Preciso ir embora desse lugar imediatamente.

- Eu confesso que no segundo que entrei naquela porta me arrependi, mas ai já era tarde de mais, você tinha me visto...

- Chega Della! Isso não tem mais importância, ok?! - digo interrompendo-a. Ás vezes ela não sabe a hora de parar de falar.

- Então tá, também todo mundo da sala já se foi, só ficou a gente aqui. - Ela diz, enquanto coloca o potinho de água em cima da mesa e começa a arrumar suas coisas. Também faço o mesmo, coloco meus cadernos e livros dentro da bolsa e finalmente me levanto .

Enquanto nos dirigimos para o estacionamento, Della diz:

- O que aconteceu entre você e Hellen? Ela passou furiosa por mim no corredor.

- O de sempre. Ela e as suas manias de me provocar. E o que eu fiz? Nada. Esse deve ser o motivo para tanta frustração. - Eu explico, enquanto abro minha bolsa e pego a chave do carro.

- Essa garota é uma metida mesmo.

Entramos no carro, dou a partida e saímos pelas ruas de Houston.

Faz um pouco mais de três meses que cheguei à esta cidade. Deixei Seattle, incluindo minha mãe, meu padrasto, minha casa, enfim tudo que tinha lá(ou que não tinha...) para me inscrever na faculdade. Foi por minha opção mesmo, já não aguentava mais viver naquela cidade, então assim que completei 18 anos, vi que já era hora de respirar novos ares. 

Com exceção da minha mãe, não sinto a menor falta da minha terra natal. A pior parte de ir embora foi a despedida dela. Ela não parava de chorar e insistia para que eu ficasse. Um episódio que apertou meu coração. Mas fazer o que? Eu  necessitava me mudar daquele ambiente. Meu padrasto é um canalha, não sei como ela não enxerga isso, conviver com ele já era impossível. E meu pai...

- Sophie, e a festa que vai rolar no próximo fim de semana? Nós vamos, não é? - Della pergunta.

- Não estou com vontade de ir. - respondo, desanimada.

- Ah, Sô, por favor, vamos. - ela implora. - Você nunca quer ir em nenhuma festa -  diz, chateada e como sempre insistindo para eu ir em festas.

Paro o carro em frente ao seu apartamento.

- Me desculpe, mas eu já disse que não gosto desses lugares. Nem perca o seu tempo insistindo. 

 Ela tira o cinto de segurança e me encara.

- Você vai sim! Precisa sair, conhecer pessoas novas, arrumar um namorado. - fala, dando ênfase na última parte.

- Hum... É melhor você descer.

- Mas promete que vai...

- Tudo bem! Prometo que vou pensar. - digo, ligando o carro novamente.

- Já temos algum progresso. Mas pense direito.

- Vou pensar, Della. Tchau.

-Tchau. - ela despede-se por fim.

Sigo direto para casa. 

Lembro-me que no primeiro dia que cheguei à Houston estava como um cãozinho sem dono. É claro que já tinha alugado um apartamento bem antes de me mudar, mas quando se chega em uma cidade desconhecida, leva-se um tempo até a adaptação. E imagine o meu caso: chegar em um dia e no outro já ir para o início das aulas do primeiro semestre.

Quando cheguei na universidade, estava totalmente perdida e não conseguia encontrar onde seria minha primeira aula. Nesse vai e vem, acabei me esbarrando em uma garota baixa, magra; com cabelos loiros, lisos e longos. E foi assim, de repente, que logo arrumei uma inimiga: Hellen. 

"Ai, que ódio! Você não sabe olhar por onde anda?"  Foi exatamente o que ela disse, logo depois de impedir que eu a ajudasse a pegar os seus materiais, que estavam espalhados pelo chão.

Tentei pedir desculpas, mas ela só fez me insultar e ir embora.

"Vaca" pensei, ao vê-la se distanciando.

"Você é exatamente aquilo que ela te xingou." Disse outra garota, aparecendo de forma súbita e apresentando estatura mediana, morena e de cabelos em corte chanel. Fiquei sem dizer nada, só a encarando, em confusão.

- Sabe por quê?

- Não estou entendendo garota, porque não me deixa em paz? - retruquei, irritada.

- Você a deixou te insultar. Deveria a ter chamado de vaca ou qualquer outra coisa e falado umas poucas e boas pra ela. - falou como se tivesse lido meus pensamentos ao pronunciar tal palavra ofensiva.

- Sério? - digo, já começando a me simpatizar por ela.

-Prazer, meu nome é Della e pelo jeito também estou procurando minha sala.

- Sou Sophie e minha aula agora é de literatura. - digo, desejando encontrar a sala de uma vez por todas.

-Nossa, que coincidência! A minha também. Então, vamos à procura?

Assim, Della se tornou minha única amiga. Ela pode ser meio maluca, mas é muito legal. Desde que descobrimos que o apartamento dela fica no caminho de onde estudamos, sempre passo para dar uma carona para ela na ida e volta,

***

Ao chegar em casa, deixo a bolsa em cima da cama e vou direto tomar um banho. A água morna escorre pelo meu corpo trazendo um relaxamento instantâneo. 

Fico cerca de 15 minutos debaixo do chuveiro, e me retiro assim que estou satisfeita. Olho-me no espelho e vejo uma pessoa de feições sem graça. Sempre me achei desta forma. Ou podemos dizer também, sem desenvoltura, sem sal, ou, afinal, sem beleza. Meus cabelos pretos são sem movimento, lisos e escorridos; Meu corpo é magro, com poucas formas. Fico a observar minha imagem refletida no espelho, e me pergunto quem sou eu? Quem é esta pessoa, que às vezes nem eu própria me reconheço?

É como penso, sou sem graça. E como Della diz, preciso me socializar mais, conhecer novas pessoas. Desde que cheguei nunca fui a nenhum evento. Será que devo me destinar a seguir o exemplos dos outros? Devo aceitar o pedido e ir para a festa que Della tanto quer?

*****

Oii! O que vocês acharam do primeiro capitulo ? Se gostaram não se esqueçam de votar e comentar dando suas opiniões, por favor. 

E para os que talvez não gostaram, só tenho a dizer que continuem lendo, acho que podem gostar dos próximos capítulos, ficarão bem mais interessantes.

Beijos! ♥

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