Lauren Jauregui | Point of View
Camz parece estar indo para um velório, mas apenas estamos levando Bia para comprar os materiais exigidos para escolinha.
Quando chegamos à loja, Bia soltou minha mão e correu para os estandes... era tudo muito chamativo, obviamente, atraente para crianças. Camila mexia no celular, realmente alheia a situação.
- Camz... ajuda ela a escolher. - Ela caminhou até o lado de Bia e nós começamos a ajudar a filha mais indecisa do mundo, pois queria todos.
- Mama... de plincesa... - Ela disse e me entregou um caderno extremamente rosa.
- Gostou desse amor? - Eram cadernos de desenhos, mas porque criam tantas capas assim, é quase um drama para uma criança escolher uma. Camila retirou um que estava no meio e mostrou para ela.
- Esse é da Frozen pequena. - Bia largou todos os cadernos que estava na mão.
- Quelo esse... - Ela disse abraçando o caderno e fomos ajudando ela. A mochilinha e a lancheira foram também da Frozen...
×××
Já na porta da sala, fiquei nervosa em deixar Bia sozinha... se eu estou assim, imagino que Camz deve estar com o coração na boca.
- Olá! - A professora falou.
- Oi. - Nós três respondemos juntas e Bia entrou na sala, indo cumprimentar a menina que mostrou os trabalhos deles no dia em que conhecemos o lugar.
- Ela vai ficar bem. Caso não possam buscar ela para almoçar, a escola disponibiliza alimentação. Podem levar os documentos para a diretoria e terminar a inscrição.
- Filha. - Eu a chamei e ela correu até mim. - Nós vamos trabalhar agora. Você vai ficar bem?
- Vô mama. - Ela disse empolgada então achei que ela estava melhor do que imaginei que ela ficaria. Ela caminhou até Camila que se abaixou para abraçar ela.
- Se cuida pequena. Qualquer coisa pede para tia ligar para a papa. - Bia assentiu e beijou o rosto de Camila. Logo voltou correndo para sala. Ficamos ali, até eu pegar a mão de Camila e nós irmos entregar os documentos que faltavam. E deixar as fotos dos avós, caso fosse necessário, mas duvido muito que Camila não possa busca-la a qualquer hora.
×××
Camila parou o carro em frente à redação do meu jornal e desceu comigo. Cumprimentei meus colegas e ela não
disse nada, apenas forçava um sorriso e acenava. Imaginei que deixar Bia na escolinha estava afetando ela demais.
Entramos na minha sala e ela sentou na minha poltrona, batendo na coxa para que eu sentasse no colo dela.
- O que houve, amor? - Perguntei alisando o rosto dela.
- Tenho uma novidade que você vai odiar.
- Qual? - Eu disse beijando o rosto dela. Ela entrelaçou nossos dedos.
- Vero... Vero acabou se... acabou transando com Lucy novamente. Por isso foi lá em casa naquela manhã.
- O QUE? - Eu disse pulando do colo dela. - A Verônica tem o quê na cabeça? Merda?
- Hey Lauren. Calma.
- Calma Camila? Ela já não se fodeu o suficiente para ela querer mais um tombo na vida? Claro que a puta está tentando se aproximar de nós... e tenta como? Lógico que com o elo mais fraco.
- Lauren... eu me preocupo também, mas eu já reproduzi um texto, dizendo que a escolha dela vai interferir na nossa convivência.
- Camila... Lucy não é confiável. Ela só quer se aproximar de nós... já pensou se ela faz alguma loucura? Ela sabe seus dois pontos fracos. - Ela caminhou até mim e segurou meu rosto entre as mãos.
Eu não posso julgar ninguém, Lauren. Não podemos afirmar que Lucy não sente nada por Vero, mas enquanto ela estiver me ameaçando, tudo bem, eu não ligo. Agora se ela tocar no seu nome ou no de nossa filha. O assunto vai ser outro e vai ser comigo. Eu a faço sumir do mapa.
- Camz... você não pode falar essas coisas.
- Dharma vai me perdoar, Lauren, mas com minha família, ninguém mexe.
- E Lily?
- Lauren... Vero sempre amou a Lucy. Muito antes delas ficarem, eu não fiquei com Lucy por causa dela na época... Não podemos interferir. Essa situação é só de Vero agora.
- Vero vai se ferrar. E se ela tiver uma recaída?
- Eu já a avisei... na próxima, a ajuda espiritual não resolverá. Agora... não devemos nos meter mais nisso. Eu só te
avisei para prepara-la.
- Lucy nunca colocará os pés na nossa casa. Espero que Vero saiba que não vai conviver conosco e muito menos sairá com Bia. Vai ser tudo na nossa presença.
- Ela sabe sim. - Ela me puxou e me abraçou forte. - Agora me beija. - Ela disse e logo atendi, colando nossas bocas.
Era insano, mas toda vez que nos beijávamos eu sentia o mesmo frio na barriga do primeiro beijo. Era como se não tivessem se passado tantos anos, uma separação longa, um reencontro marcante, uma escolha, um retorno, um casamento e uma filha... era como se tudo estivesse no mesmo lugar. E está.
A língua dela perdeu a delicadeza e deslizou atrevida sobre a minha, a mão dela firme na minha cintura e a outra parada no meu pescoço, onde seu polegar massageava minha bochecha.
Ouvimos batidas na porta e me virei, rodeei minha cintura com seus braços e ela beijou meu pescoço.
- Entra. - Dakota entrou na sala e correu para me abraçar.
- Como foram as férias? Você fez muita falta aqui.
- Obrigada, Dakota.
- Oi Camila.
- Olá. - Camila beijou meu ombro novamente. - Vou indo então. Se cuida amor e me ligue se precisar de algo. -
Selamos nossos lábios.
- Você também.
Ela saiu da sala e logo Dakota me informava de tudo que aconteceu durante minhas férias.
Camila Cabello | Point of View
Eu estava ajudando Bia a guardar as coisas dela na mochila, ela não parava de falar do como tinha sido incrível o dia e eu sorria abobada com a filha linda que eu tenho.
- Papa... e a mama?
- Temos que buscar ela no trabalho.
- Vamo então... - Ela disse que e pegou minha mão. Coloquei a mochila dela no ombro e logo estávamos no carro.