Sinistra

By gabsel_

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Em um futuro distante, um vírus consegue exterminar a América do Sul, transformando os infectados em mortos-v... More

Capítulo Um
Capítulo Dois
Capítulo Três
Capítulo Quatro
Capítulo Cinco
Capítulo Seis
Capítulo Sete
Capítulo Oito
Capítulo Nove
Capítulo Dez
Capítulo Onze
Capítulo Doze
Capítulo Treze
Capítulo Quatorze
Capítulo Quinze
Capítulo Dezesseis
Capítulo Dezessete
Capítulo Dezenove
Capítulo Vinte
Capítulo Vinte e Um
Capítulo Vinte e Dois
Capítulo Vinte e Três
Capítulo Vinte e Quatro
Capítulo Vinte e Cinco
Capítulo Vinte e Seis
Capítulo Vinte e Sete
Capítulo Vinte e Oito
Capítulo Vinte e Nove
Capítulo Trinta
Capítulo Trinta e Um
Capítulo Trinta e Dois
Capítulo Trinta e Três
Capítulo Trinta e Quatro
Capítulo Trinta e Cinco
Capítulo Trinta e Seis
Capítulo Trinta e Sete
Capítulo Trinta e Oito
Capítulo Trinta e Nove
Capítulo Quarenta
Capítulo Quarenta e Um
Capítulo Quarenta e Dois
Capítulo Quarenta e Três
Capítulo Quarenta e Quatro
Capítulo Quarenta e Cinco
Capítulo Quarenta e Seis
Capítulo Quarenta e Sete
Capítulo Quarenta e Oito
Capítulo Quarenta e Nove
Capítulo Cinquenta
Capítulo Cinquenta e Um
Capítulo Cinquenta e Dois
Capítulo Cinquenta e Três
Capítulo Cinquenta e Quatro
Capítulo Cinquenta e Cinco
Capítulo Cinquenta e Seis
Capítulo Cinquenta e Sete
Capítulo Cinquenta e Oito - FINAL
Capítulo Extra
Agradecimentos e Próximos Livros
Aviso
ATENÇÃO!
Segundo Livro
Reescrita do segundo livro
Escolhida

Capítulo Dezoito

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By gabsel_

Ainda estamos andando pelas ruas de São Paulo. Destruídas, sujas e horríveis, até mesmo para andar é difícil. Não encontramos mais zumbis e já estamos quase chegando no condomínio.

Ariana já caiu duas vezes por causa dos buracos das ruas. Embora eu tenha tropeçado várias vezes, ainda não cheguei ao ponto de cair. Meus pés estão doendo muito. Não aguento mais ficar de pé. Quando chegarmos no condomínio, vou direto para o meu apartamento tomar banho e dormir.

— Esperem... — sussurra Ariana, parando todo mundo. — Ouviram isso?

Ah, droga...

Começo a prestar atenção nos barulhos. Então, ouço algo. Parece vir da próxima rua. São... passos e... vozes?

— Estou ouvindo... — digo.

O barulho vai se afastando. Então, descubro que estava certa. Passos e vozes. Vou até a esquina da rua e espio. Vejo quatro pessoas. Elas estão de costas, andando para o lado oposto, bem do lado de um posto de gasolina. Estão bem armados e com roupa especial. Todos tem uma mascara, uma diferente da outra. Reconheço uma mulher entre eles por causa do cabelo solto e exposto para fora da mascara.

— ... vamos voltar para o Centro logo — consigo ouvir a mulher dizer.

O Centro? Já vi isso em algum lugar...

"... vá para o Centro o mais rápido o possível."

Estava na carta! Na carta que eu e Louis encontramos há bastante tempo!

Lembrar da carta me faz lembrar que ainda não li o diário que encontrei naquela casa onde pegamos o pen-drive. Aquele diário pode conter mais informações sobre tudo isso. Preciso lê-lo.

— Calma, assim que encontrarmos o nosso objetivo, nós vamos direto para lá — diz um dos homens.

O que será o "Centro"? Qual o objetivo deles?

Isso tudo me deixa confusa. Mas eu sei de uma coisa... Eles não são sobreviventes. Estão trabalhando para alguma coisa. Talvez, para a LPB. Se eu estiver certa, não posso confiar nessas pessoas.

— São pessoas? — pergunta Ariana baixinho.

— Sim, mas não podemos confiar nelas — digo. — Explico tudo depois, mas temos que deixar eles se afastarem para continuarmos.

— O quê? — pergunta Justin. — Quem são eles?

— Pessoas perigosas — digo. — Eu explico depois.

Vou ter que contar a verdade a todos depois. Mas agora estamos sem tempo para isso.

— Ouviu isso? — pergunta um dos homens na outra rua.

— Ouvi — diz a mulher.

Dou outra pequena espiada na rua e vejo eles se virando na nossa direção. Meu coração acelera. Eles não nos veem, pois estamos atrás de um bar de esquina. Paro de espiar rapidamente quando vejo que um deles ergue a arma.

— Veio da outra rua — diz um dos homens.

— Talvez seja um zumbi — diz outro homem. — Vamos logo.

— Não. São vozes. — Diz a mulher.

— Acha que são eles?

Sem resposta. Pelo menos eu acho. Ela deve ter balançado a cabeça ou sei lá... Faço um sinal para todos ficarem quietos. Meu coração está batendo forte. Nunca lutei contra algo que usa armas.

— SAIAM DAÍ! — grita um homem. — VAMOS AÍ DE QUALQUER JEITO!

Meu coração bate tão forte que por um momento fico com medo deles ouvirem. Seguro meu fuzil com força. Passos se aproximam. Passos de só uma pessoa.

Merda.

Uma ideia surge na minha cabeça. Uma ideia muito imbecil. Mas a única que tenho. Parece ser o único jeito...

Seguro meu fuzil com mais força. Respiro fundo.

Olho para a rua e vejo um carro perto de onde estamos. Os passos estão cada vez mais perto de nós. Fecho os olhos por alguns segundos. Eu consigo fazer isso. Eu preciso fazer isso.

Os abro.

Saio de trás do bar com o fuzil erguido. Atiro em tudo que vejo. Acerto alguns tiros no homem que estava se aproximando, mas ele está com um colete que parece ser bem forte. Ele rapidamente pula para trás de um beco e eu para trás do carro que tinha visto. Tiros começam e acertam o carro.

Então, Harry sai de trás do bar atirando. Espio por cima do carro bem a tempo de ver um tiro acertar um dos homens. Em seguida, todos se escondem atrás de algo. Um tiro pega no porta malas do carro, bem do lado de onde minha cabeça estava. Abaixo-me no mesmo instante.

Meu coração bate mais forte do que nunca. Harry aparece do meu lado.

— O que você estava pensando? — pergunta Harry. — Poderia ter morrido!

— Mas não morri! — temos que gritar por causa dos tiros.

De repente, uma bala pega na janela do carro e os cacos de vidro caem sobre nós. Espio e atiro na primeira coisa que vejo se mexer. Meus tiros pegam no chão e no carro que a pessoa que eu queria acertar está se protegendo.

Agacho novamente.

— Você podia ter pelo menos contado que ia fazer isso! — grita Harry.

Então, vejo Ariana correndo para trás de um carro, Justin atirando ainda atrás do bar e Adam vindo em nossa direção. Ele se agacha do meu lado e começa a atirar.

— Se eu contasse eles iam ouvir e estragaria tudo!

Harry se levanta por alguns segundos e atira no homem que estava no beco. Agora ele está no chão, morto. Harry se agacha de novo.

— Era só cochichar! — diz ele.

— Pessoal, acho que não é uma boa hora para começar a brigar... — diz Adam.

— É! — concordo. — Adam está certo!

Levanto e começo a correr para trás de um pilar do lado da parede de um restaurante. Aproveito e, enquanto corro para o pilar, atiro em um dos homens. Acerto alguns tiros, mas seu colete o protegeu.

Bem na hora que chego no pilar, tiros o acertam e pedaços de concreto voam, deixando poeira fina cair sobre meu ombro.

Harry corre agachado até um carro mais perto de mim. Ele atira um pouco e quando se agacha de novo, volta no assunto que eu pensei que tinha acabado:

— Você devia ter pensado melhor antes de fazer aquilo! Assim está parecendo que você mesma não está querendo viver!

— O quê? — pergunto. — É claro que eu quero vi...

Outro tiro pega no pilar. Espio e vejo que é a menina que está atirando em mim. Atiro algumas vezes em sua direção e ela volta a se esconder atrás do carro.

— Não está parecendo! — diz Harry.

— O QUE VOCÊ QUERIA QUE EU FIZESSE? — grito. — DEIXASSE ELES VIREM E NOS MATAR?

Ignoro tudo. Saio de trás do pilar atirando em tudo que ameaça atirar em mim. Vejo a mulher saindo de trás do carro e vindo na minha direção. Tento atirar nela, mas meu fuzil não dispara. Sem munição.

Rapidamente entro na primeira porta que vejo. Só tem um caminho; escadas. Eu as subo correndo. Ouço a porta lá embaixo se abrindo. Então, entro em um corredor com apenas uma lâmpada iluminando tudo, uma porta e outra escada no final dele. Tem uma cortina cobrindo quase a parede inteira. Ouço passos correndo atrás de mim e me viro, bem a tempo de ver a mulher mirando em mim. Ela ainda está nas escadas, mas já tem boa visão para acertar minha cabeça. Pulo para frente e dou uma cambalhota no chão — que faz minhas costas doerem por causa da Madeira dura no chão —, passando do lado da porta.

A mulher acaba disparando no teto. Ela sobe até o corredor e mira para mim. Eu levanto as mãos rapidamente e fico parada. Penso em fugir, mas antes que eu faça algo, ela diz:

— Parada! Largue as armas e fique com as mãos para cima — jogo meu fuzil no chão e quando estou pegando minha pistola para jogá-la no chão também, ela continua: — Você vem comigo até o Centro.

Quando solto minha pistola no chão, a porta se abre e um cachorro infectado aparece entre nós duas. O cachorro olha para a mulher e late. Então, ele corre para atacá-la. Ela atira no cachorro desesperadamente. O cão cai e rola no chão. Ela mira nele para atirar mais uma vez, mas sua arma não dispara.

Ela está sem munição.

Então, quando ela tira o cartucho do fuzil rapidamente do bolso, eu já estou correndo em sua direção. Pulo de braços abertos em direção da sua barriga. Assim que sinto minha cabeça encostar em seu colete, eu fecho meus braços, entrelaçando com sua barriga e a empurrando para trás.

Ela cai e eu fico em cima dela, com os joelhos a prendendo no chão. Tiro sua mascara, mas antes de conseguir socar seu rosto, ela me da uma coronhada com o fuzil e me empurra.

Tonta, eu levanto de cima dela e vou para trás. Assim que retomo os sentidos, eu a vejo se levantar e levar o punho para a minha cara. Eu me abaixo e pego seu braço. A puxo para perto e começo a dar joelhadas em sua barriga.

A mulher me empurra e me joga contra a parede. Ela soca o meu rosto umas três vezes seguidas. Isso me deixa muito tonta com todas as partes da face doendo. Então, ela começa a me dar joelhadas na barriga. Meu estomago embrulha e quase vomito. Se eu vomitasse, eu não sei o que iria sair, não comi nada e estou morrendo de fome.

Quando ela vai me dar outra joelhada, eu a empurro. Então, ela me dá um soco no rosto, o que me faz cair. Seguro-me na cortina, mas ela cai junto comigo, revelando uma janela. Sinto um gosto metálico e percebo que está saindo sangue pela minha boca.

Minha cabeça está doendo muito e eu ainda estou um pouco tonta. Então, quando olho para a janela de novo, tenho uma ideia.

Deixo que a mulher se aproxime. Ela levanta os punhos e vem em minha direção com eles. Consigo desviar girando. Levanto-me rapidamente e pego ela pelos cabelos. Soco seu rosto e a jogo contra a parede. Ela se apoia nela, mas eu a puxo e dou joelhadas em sua barriga. Puxo ela para perto da janela e a empurro contra ela. Suas costas batem contra o vidro, mas não acontece nada. Dou um chute com força em sua barriga. Ela vai para trás com tudo e atravessa a janela.

Ouço seus gritos enquanto cai em direção ao chão.

Os gritos param. E eu percebo que matei alguém. Eu matei uma pessoa. Não um morto-vivo, mas uma pessoa completamente viva.

Coloco as mãos nos joelhos e respiro fundo. Tenho que descansar. Então, os tiros lá fora me assustam. Não posso descansar. Agora não.

Corro para o fim do corredor e desço as escadas. Atravesso um outro corredor e saio do lugar por uma porta. Deparo-me com mais tiros e agora com a presença muito agradável dos zumbis.

Corro para trás do primeiro carro que vejo. Tiros já são disparados contra mim. Eles acertam as janelas do carro e as rodas.

Um dos homens está sendo atacado por vários zumbis. Ele está atirando para todos os lados. Um dos zumbis que ele derrubou, pega a perna dele e a morde. Ele grita de dor e cai. Ele está bem perto do posto de gasolina. Percebo que tenta atirar em um dos tanques, mas provavelmente não vai conseguir fazer nada. Muitos zumbis estão indo para ele.

Saio de trás do carro agora que os tiros amenizaram. Então, dois zumbis começam a correr atrás de mim. Quando coloco a mão no meu cinto para pegar uma arma, lembro que deixei as minhas duas únicas armas naquele corredor.

Corro para longe dos zumbis. Eles são muito rápidos. Meus pés imploram por um descanso. Meus pulmões ardem. De repente, vejo um zumbi pular em cima de um carro, correr sobre ele e depois pular em minha direção.

O zumbi cai em cima de mim. Ele me prende com os joelhos no chão e tenta colocar os dentes no meu pescoço. Eu o seguro pelos ombros. Os outros dois zumbis continuam a correr em minha direção.

Agora sim. Eu estou morta.

Meu coração está disparado. Não tem o que fazer. Eu vou morrer aqui.

Os dois zumbis estão bem perto. De repente, disparos. Então, um deles cai. Vejo uma mancha de sangue voar da cabeça do outro e os dois logo estão no chão. Mortos. Empurro o zumbi que está em cima de mim para o lado, usando todo a força que tenho. Ele cai no chão. Levanto-me e chuto fortemente sua cabeça. Ele para de se mexer e eu tenho certeza de que está morto. Procuro a pessoa que me salvou.

Foi Justin.

— Claire! — grita Adam. Eu o olho imediatamente. — CUIDADO!

Olho para trás e vejo que estou bem na frente do posto de gasolina. Um pouco mais longe, vejo o homem que estava rodeado por zumbis. Tem dois em cima dele, mas ele ainda está vivo e acordado, ainda disparando. Um dos tanques de gasolina está furado e o líquido escorre para o chão. Ele dispara e acerta no líquido.

Vejo a gasolina no chão acender em chamas.

Merda.

Corro para longe e ouço ele disparar mais uma vez. Então, eu pulo e ouço a explosão atrás de mim. O vento me joga para longe. Pedaços metálicos do posto voam para todos os lados. Um grande pedaço de ferro quase me acerta.

Caio no chão e rolo no asfalto.

Um zumbido invade os meus ouvidos e eu não consigo ouvir mais nada além disso. Estou completamente desnorteada. Minha cabeça dói. Estou tonta e minha visão embaçada.

Meu corpo precisa de descanso. Por um segundo, penso em ficar deitada aqui no chão para sempre. Mas no outro segundo, Justin aparece gritando alguma coisa que eu não entendo. Ele me ajuda a levantar e eu me apoio nele, colocando meu braço ao redor de seu pescoço.

Olho para trás e minha visão começa a voltar ao normal. Consigo ver Harry com as mãos no cabelo, com uma cara de assustado. Ariana agachada, parece estar gritando e chorando ao mesmo tempo. Então, eu vejo um corpo no chão ao lado de Ariana. O corpo está vestindo as mesmas roupas de Adam. Tem o mesmo cabelo que Adam e a mesma aparência física.

É Adam.

Mas está morto. Algum metal do posto deve ter o acertado na explosão. Justin me leva para longe de tudo. Os zumbis andam desnorteados pela rua e nem pensam em nos atacar.

Meu olho começa a arder e encher de lágrimas. Adam morreu.

Adam morreu.

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