Lauren Jauregui | Point of View
Bom... na fila a minha direita estavam Lucy, Normani, Amanda, Angélica, Jason e Tyler. A esquerda estava Camila... Vero, Austin, Shawn, Dinah, Prof. Brooke e minha mãe.
— Visualizou?
— Sim.
— Muito bem. Agora, como eu sei o porquê você está em dúvida, quero que coloque a pessoa envolvida, caso ela esteja em uma das filas, e a coloque no fim das filas de frente pra você. Respire fundo e conte até cinco... – Eu o fiz. — Inspire forte pelo nariz e solte o ar pela boca... – Eu o fiz. — Muito bom. Agora, quero que faça as pessoas que estavam em duvida sobre o problema darem um passo à frente. – Angélica, Tyler deram esse passo. — As elimine do problema, pois pessoas confusas não ajudam a resolver nada. Agora quero que as pessoas que você não ouviu dêem a opinião.
“Ela mudou por você. Isso é fato, devia confiar na gente.” – Vero, Austin e Shawn disseram.
“Eu acho que a Camila venerava você. Ela pode ter errado, mas a um enorme motivo por trás disso.” – Minha mãe disse.
“Tia Sinu disse que nunca tinha visto a Camila daquele jeito. Ela merecia uma chance.” – Dinah falou.
“Duvido muito que a Camila que me implorou pra tirar ela da turma, quase chorando, para não ver você com outro
queira magoar você de propósito.” – Prof.ª Brooke falou.
“Ela nos fez de trouxa. Devíamos transar pra nos vingar.” – Jason disse e eu o apaguei de minha visão.
“Ela é uma safada, Lauren. Já dormi com ela, sei disso. Ela não ia muito longe com você.”
“Eu a ouvi falando de você como um pedaço de carne. Eu não quero você com ela. Se afaste dela pra sempre Lauren.” – Normani falou.
“A Camila é da escola, Lauren. A deixe livre pra todas que a quiserem. Ela não é de se amarrar, olhe essas mensagens, ela só te queria pra comer alguém apertadinho. Você é romântica demais pra ela.” – Lucy disse.
Eram muitas opiniões... eu agora identifico as frases de Lucy com duplo sentido.
— Já pensei, Camila.
— Bom... agora fique de frente para o problema e se vingue. Bata nele.
— O que?
— Bata nele agora. Você está com raiva do problema? Você está magoada? – Eu caminhei e fiquei de frente pra ela em minha visão. Aqueles olhos castanhos tão pidões. — Desconte sua raiva. – Eu nunca conseguiria bater na Camila. Nem em uma visão. Eu a abracei o mais apertado que consegui. — Abra os olhos, Lauren. – Eu abri. — Terminou. Eu não preciso saber o que aconteceu, você só tem que colocar na balança se sua atitude em frente às filas agradou ao lado contra ou ao lado a favor. Talvez tenha uma resposta.
— Isso foi diferente. Mas porque eu teria que estar dançando antes de começar a discussão? – Ela levantou, me estendeu a mão e eu levantei. Ela beijou minha testa.
— Ninguém toma decisões sabias quando está estressado. Você precisou relaxar e a dança relaxou você. Eu teria levado o tapa se não fosse a dança.
— Como sabe que não levou o tapa?
— Você choraria se me batesse. – Ela beijou minha testa de novo e eu a abracei.
— Obrigada, Camila.
Ela sorriu e saiu do quarto. Talvez a errada da história seja eu mesmo, por dar ouvidos, as pessoas erradas.
×××
Na manhã seguinte, estava ansiosa para ver a Camila, desta vez eu esperei Kevin do lado de fora do quarto.
Entrei na sala dela e a abracei, ela ficou surpresa.
— Não. Não abrace a conselheira...
— Kevin, nos deixe sozinhas. – Camila disse e ele saiu. — Eu não costumo abraçar muito as pessoas.
— Porque ele não me olha?
— Ele está no começo de sua longa jornada a abstinência. É complicado conviver com uma mulher linda como você. – Eu corei violentamente e ela me indicou a cadeira. — Mais perguntas?
— Várias... quer ler o começo da nossa entrevista?
— Claro.
Assim... a manhã passou voando.
×××
À tarde, eu estava passando pelos canais de TV e ouvi batidas nas portas.
— É a Camila. Quer conhecer o templo dos deuses?
— Claro. Vou me trocar.
— Use azul. – Procurei um moletom azul em minha mala e coloquei uma calça jeans. Sai do quarto e ela sorriu.
— Você não está de azul.
— Sim.
— Mas não precisa usar azul?
— Não Só acho que azul fica lindo em você. – Revirei os olhos, mas acabei rindo depois.
Entramos em um salão, onde todos estavam com a manta vermelha e de cabeça baixa. Um silêncio total, dava medo de caminhar e fazer muito barulho. Quando de repente, alguém salta um gemido gutural e a sala grita algo ao mesmo tempo.
— Ele atingiu a plenitude. Chegou ao ponto máximo de concentração e se desligou do mundo. Ele está inconsciente agora, podemos colocar um rock pesado aqui, a todo o volume e ele não vai notar.
— Todos aqui vão conseguir isso?
— Não. Poucas pessoas conseguem, agora ele vai se mudar para a outra sala e jejuará por dias para se purificar.
— Isso não se faz no começo?
— Toda troca de fases é um começo.
Nós entramos em um corredor escuro e logo estava em um salão iluminado.
— Aqui está o templo. Nossa parte não fotografada.
— São oito imagens...
— Cada uma tem um significado diferente.
— Pode começar. – Eu disse e ela sorriu.
— Tudo bem... a flor de lótus branca nascida na lama Ela representa nossa habilidade de superar dificuldades e não deixar o ambiente corromper. O guarda-sol é um símbolo de proteção. Ele nos lembra do dever de proteger os outros do mal, como o guarda-sol protege o corpo do calor e da chuva.
— Isso é lindo, Camz. Esse é lindo.
— Esse é o esse desenho representa a união da sabedoria e da compaixão. Representa a ligação entre todos os seres humanos. Essa é a concha, ela nos estimula a acordarmos do torpor e ignorância materialistas. Esse é o peixe, nós comparamos a vida como um oceano de sofrimento, os peixes não tem medo de água e nós não podemos ter medo da vida. Esse é o vaso do tesouro e ele está cheio de riqueza e sabedoria infinita. E este é o estandarte da vitória representa a vitória sobre os obstáculos na vida, incluindo a ignorância e a morte.
— Esse eu sei. – Eu disse e me coloquei ao lado do símbolo. — É a roda do Dharma, o símbolo mais sagrado de todos os oito. Ela representa o movimento e a mudança a transformação espiritual.
— Muito bom. Sinto que essa entrevista está sendo produtiva pra você. Ela também é o sinônimo dos ensinamentos de Buda. Quando um discípulo pede conhecimento espiritual ao guru, pede que o sábio “gire a roda do Dharma”.
— Essa cultura é incrível, Camila.
— É sim. Sabia que podemos seguir outras religiões aqui?
— Sério?
— Sim. Ninguém é julgado por suas crenças.
— Eu gostaria de meditar com você novamente.
— Podemos fazer uma cerimônia do chá.
— O que é isso?
— Você vai aprender sobre os princípios fundamentais do budismo.
— Uau... na sua sala?
— Não. Vou pedir para o Kevin organizar o jardim para nós.
— Tudo bem.