Era Perdida: O Globo da Morte

By RenanBiazotti

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Saiba mais no site - www.eraperdida.com.br Até onde você iria para fazer a vontade de seu rei? Arriscaria s... More

Prefácio
Capítulo 01 - Entre gritos e sussurros
Capítulo 02 - Um caminho sem volta
Capítulo 03 - O primeiro inimigo
Capítulo 04 - O primeiro caído
Capítulo 05 - Terror no acampamento
Capítulo 06 - Convicção
Capítulo 07 - Um pequeno desvio
Capítulo 08 - Tumulto na cidade grande
Capítulo 09 - Um olho no peixe e outro no gato
Capítulo 10 - Boletim de ocorrência
Capítulo 11 - Garota do fundão
Capítulo 12 - Flor da Meia-Noite
Capítulo 13 - Quebrando as regras
Capítulo 14 - Incautos e cativos
Capítulo 15 - Quando a loucura toma conta
Capítulo 16 - Assassinato na hospedaria
Capítulo 17 - Péssimas notícias
Capítulo 18 - É tudo culpa dela
Capítulo 19 - Uma noite para descansar
Capítulo 20 - De volta ao mar
Capítulo 21 - Eu gosto de você!
Capítulo 22 - Vergonha, medo e desespero
Capítulo 23 - O ataque dos espíritos atormentados
Capítulo 24 - Um lugar chamado Cordilheira
Capítulo 25 - O globo da morte
Capítulo 26 (Parte 1) - Promessa
Capítulo 26 (Parte 2) - Lâmina da Floresta
Capítulo 27 - Enfim, o Cemitério dos Aventureiros
Nota do Autor I
Capítulo 28 - Na sombra do colosso
Capítulo 29 (Parte 1) - Confissões pre-mortem
Capítulo 29 (Parte 2) - A história de Adriel
Capítulo 30 - Quando os cavalos fugiram
Capítulo 31 - Pra não dizer que não falei das pedras
Capítulo 32 - Criatura indestrutível
Capítulo 33 - O senhor do trovão
Capítulo 35 - O valor de uma vida
Capítulo 36 - Caminho estreito
Capítulo 37 - O peso da responsabilidade
Capítulo 38 - Ao final da fenda
Capítulo 39 - Exploração no templo de pedra
Capítulo 40 - O sinal de Meriedro
Capítulo 41 - Calma aí, garanhão
Capítulo 42 - A sala do espelho
Capítulo 43 - De volta ao castelo
Capítulo 44 - Maiêutica
Capítulo 45 - Último suspiro
Nota do Autor II
Capítulo 46 - O tão esperado perdão
Capítulo 47 - É assim que se guarda um tesouro
Capítulo 48 - Ponte de pedra
Capítulo 49 - Eu ou ela?
Capítulo 50 - Batalha na grande ponte
Capítulo 51 - A única forma
Capítulo 52 - Reflexo sobrenatural
Capítulo 53 - Holmër Espada de Sangue
Capítulo 54 - Mentiras e verdades
Capítulo 55 - Hora da vingança
Capítulo 56 - O que há além da vida
Capítulo 57 - Um último obstáculo
Capítulo 58 - A queda
Capítulo 59 - Nêmesis
Capítulo 60 - Difícil escolha
Capítulo 61 - Apenas peões
Capítulo 62 - Viver ou morrer, eis a questão
Capítulo 63 - Meriedro x Mondegärd
Capítulo 64 - Eu escolho morrer
Capítulo 65 - Mentirosa
Nota do Autor III
Mensagem aos personagens
A Balada de Drakengarden

Capítulo 34 - Por um fio

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By RenanBiazotti

Sem perder tempo, Gerolt pegou uma corda de sua bolsa de tranqueiras.

- Temos que amarrá-lo em alguém. É perigoso, mas é a única forma.

- Amarrem ele em mim – voluntariou-se Isa.

Celine e Adriel ataram Dario ao corpo da guerreira – a maior e mais forte do grupo.

- Está bom. Ele não vai cair. Agora vamos – apressou Isa.

Celine e Adriel foram na frente, a mulher que carregava o capitão logo em seguida e Gerolt e Mondegärd por fim. A tarefa não seria fácil. Havia apenas uma estreita faixa de terra onde era possível andar encostado a uma das montanhas. A faixa tinha pouco mais de vinte centímetros. Para dificultar, ela não era uniforme, ficando mais larga ou mais estreita dependendo do trecho. Um passo em falso ou perda de equilíbrio derrubaria o descuidado em um abismo aparentemente sem fim.

- O som está ficando cada vez mais alto. Ele está se aproximando. Vamos rápido.

- O Gerolt está certo, jovens – concordou Mondegärd. – Se aquela criatura nos atirar uma rocha enquanto cruzamos o desfiladeiro será nossa morte.

Assim foram os seis. O som dos passos do gigante aumentava a ansiedade de Celine. “Atravessar um abismo desses nessas condições não é o bastante?! Tinha que ter um monstro também?”, pensava, afastando primeiro o pé direito e depois levando o esquerdo. A cada novo passo, um punhado de areia caía no abismo. Conforme andava, sentia o frio cada vez mais cortante. A batalha contra o monstro de pedra tinha esquentado o sangue, mas agora os ventos frios da Cordilheira pareciam cortar-lhe o corpo. Ou era isso, ou o medo estava dando mais calafrios que de costume.

- Estou quase lá, quase lá – repetia, enquanto andava à frente dos outros. Era uma forma de enganar a si própria e os amigos, pois ainda faltava mais da metade do trajeto.

- Estamos indo bem. Continue assim, Isa – tentava acalmar todos Gerolt. O braço direito esticado para tentar apanhar Isa caso ela escorregasse ou o corpo de Dario se desamarrasse.

Celine sorriu eufórica quando percebeu que estava muito próxima de terminar o trajeto, mas a felicidade durou pouco tempo. Um som forte assustou o grupo. Quando viu a perna rochosa do gromav despontar na curva atrás deles, Mondegärd avisou:

- Ele está aqui!

- Já?! Falta um pouco ainda... E agora?! – assustou-se Celine. O medo desconcentrou a garota e seu pé de apoio escorregou. Sem conseguir encontrar ar para gritar, a moça de tiara estava pronta para ser tragada pelo abismo, quando Adriel passou o braço pelo seu busto e a pregou na parede com força. O apoio foi o suficiente para a jovem conseguir trazer o pé novamente para a fina trilha.

- Me desculpe – falou Adriel, assustado. – Mas tive que pegar no seu peito...

Celine parecia ainda não ter entendido o perigo que acabara de passar.

- Tudo bem... Fica como agradecimento por ter me salvado... – falou olhando para lugar algum. Suas pernas pareciam ter travado, assim como sua mente.

- Parem de brincadeira! – urrou Gerolt, vendo a criatura chegar cada vez mais perto. – Celine, não tem mais tempo! Pule para a borda!

- Não consigo! Preciso andar mais! – finalmente a garota conseguira desfazer-se do choque e voltara a trilhar o caminho.

- Droga... – gemeu Gerolt. – O monstro era lento, mas seus passos cobriam uma grande extensão do caminho. Em poucos minutos chegaria até a borda do precipício. “Estamos no meio do trajeto, talvez ele não consiga nos alcançar aqui”, desejava o guerreiro.

- Consegui! – os outros ouviram Celine gritar.

Assim que a jovem atingiu o outro lado sã e salva, o gigante chocou seu braço em uma grande rocha fincada no chão e a soltou do solo. Usando seu fio de energia mágico, uniu o braço ao pedregulho e preparou-se para arremessá-lo.

- Droga! Faça alguma coisa, Celine! – implorou Isa, esforçando-se para não se inclinar para frente enquanto carregava o comandante desmaiado.

- Ei! Olhe aqui, idiota! – E disparou uma flecha no inimigo. Este, entretanto, parecia não vê-la. Estava focado em acertar os amigos com o grande pedaço de pedra. – Ele vai acertar vocês!

Em seguida, Adriel também saltou e chegou ao outro lado do abismo dando uma cambalhota. Ao observar a posição dos outros, desesperou-se:

- A Isa não vai conseguir! Vocês quatro vão morrer!

O gigante já segurava a grande rocha no alto. Era questão de segundos para atacá-la contra os quatro que ainda cruzavam o precipício.

- Não há mais tempo! – Isa fechou os olhos quando viu o monstro atirando a rocha na direção deles.

Certeira, a pedra voou e atingiu os quatro em cheio. Celine e Adriel viraram o rosto em desespero.

- O quê?! – Assustou-se Isa ao sentir o pé quase escapar da trilha. Quando a poeira se desfez, viu que ainda estava sobre a estreita faixa de terra. A pedra atirada pelo gromav tinha se transformado em pó.

- Ande logo, Isa! Não tenho mais energia para outro escudo! – gritou Mondegärd, ofegante.

- Graças aos deuses, Monde... – agradeceu a oficial, acelerando o passo o máximo que podia.

O gigante olhou no entorno, mas as pedras haviam acabado. “Ele não pode mais nos acertar”, Gerolt respirou aliviado. Mesmo assim, percebendo que os guerreiros estavam prestes a cruzar o precipício, o gromav começou a rodar o próprio braço – formado por duas grandes rochas.

- Mondegärd, ele vai nos atacar novamente arremessando o próprio braço... Isa ainda não conseguiu cruzar.

- Me desculpe, Gerolt – falou o mago, soturno. – Não posso fazer mais nada. Teremos que confiar em Celine e Adriel para terminar a missão sozinhos...

O velho olhou para o lado e sorriu ao ver a criatura girando o braço para arremessá-lo. Não havia mais nada a fazer. Gerolt fechou os olhos e respirou fundo.

- Então está certo. Foi até aqui que cheguei. Por favor, mande um adeus à minha filha por mim...

- O quê? – não entendeu Mondegärd.

Ignorando o amigo, Gerolt gritou:

- Celine! Virão duas pedras, mas uma delas tem uma rachadura, por favor, destrua ela!

- Cuidado! – berrou Adriel.

Quando o braço da criatura se desprendeu e voou em direção ao grupo, Celine fez o que o amigo pediu e atirou uma flecha perfeita na rachadura de um dos blocos, transformando-o em pequenos fragmentos. Entretanto, o movimento foi inútil, pois a outra rocha continuava em direção ao grupo.

Isa, de alguma forma, tentava chegar ao outro lado, mas sabia ser impossível. O bloco a atingiria e tanto ela como o capitão morreriam no precipício.

“Por favor marreta... Eu sei que essa rocha é inquebrável, mas por favor quebre ela por mim”, orou Gerolt.

O guerreiro então dobrou as pernas e saltou contra o pedregulho – ignorando o precipício – e acertou o bloco em cheio com sua marreta. Para sua surpresa, o golpe de sua marreta foi tão forte que a pedra se partiu.

- Adeus, amigos!

Foram suas últimas palavras antes de ser engolido pela fome infinita do negro abismo.

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