Falhas Eternas - Vol. 01

By yuweihua

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🏆 VENCEDOR DO PRÊMIO WATTYS 2023 NA CATEGORIA ESPECIAL 'MAIOR REVIRAVOLTA' 🏆 🥇2° lugar em lgbt - Concurso... More

[Notas da Autora | Informações Gerais]
[ Dedicatória ]
[Glossário + Informações Importantes]
[Auxiliar: Personagens]
[Prólogo]. O passado desse venerável e seu único e primeiro amor
[Arco 01]
[Capítulo 01]. As lembranças desse venerável
[Capítulo 02]. A épica reencarnação do demônio
[Capítulo 03]. O homem vestido de branco (I)
[Capítulo 04]. O homem vestido de branco (II)
[Capítulo 05]. O homem vestido de branco (III)
[Capítulo 06]. Flores de Pessegueiro da Cidade de Cheu
[Capítulo 07]. Ladrão que rouba ladrão
[Capítulo 08]. Do afrodisíaco a amizade
[Capítulo 09]. Melodia que parte o coração
[Capítulo 10]. Saudade Fantasma
[Capítulo 11]. Desgraça Anunciada
[Capítulo 12]. Cheu Banhada em Sangue
[Capítulo 13]. Demônios internos de um homem santo
[Capítulo 14]. Um novo mestre para um novo discípulo
[Capítulo 15]. Primeiras Impressões
[Capítulo 16]. Comprando um cortesão
[Capítulo 17]. Encontro de Família
[Capítulo 18]. Este venerável está sendo testado
Arco 02
[Capítulo 19]. O Pecado Infernal da Luxúria (I)
[Capítulo 20]. O Pecado Infernal da Luxúria (II)
[Capítulo 21]. O Pecado Infernal da Luxúria (III)
[Capítulo 22]. O Pecado Infernal da Luxúria (IV)
[Capítulo 23]. O Pecado Infernal da Luxúria (V)
[Capítulo 25]. O Pecado secreto da Cobiça (II)
[Capítulo 26]. O Pecado Secreto da Cobiça (III)
[Capítulo 27]. O Pecado Secreto da Cobiça (IV)
[Capítulo 28]. O Pecado Secreto da Cobiça (V)
[Capítulo 29]. O Pecado Secreto da Cobiça (VI)
[ Capítulo 30]. A Sutileza da Ganância (I)
[Capítulo 31]. A sutileza da ganância (II)
[Capítulo 32]. A Sutileza da ganância (III)
[Capítulo 33]. A Sutileza da ganância (IV)
[Arco 03]
[Capítulo 34]. A Prudência da Paciência (I)
[Capítulo 35]. A Prudência da Paciência (II)
[Capítulo 36]. A Prudência da Paciência (III)
[Capítulo 37]. A Prudência da Paciência (IV)
[Capítulo 38]. A Felicidade da Soberba (I)
[Capítulo 39]. A Felicidade da Soberba (II)
[Capítulo 40]. A Felicidade da Soberba (III)
[Capítulo 41]. A Felicidade da Soberba (IV)
[Capítulo 42]. A Felicidade da Soberba (V)
[Capítulo 43]. A Felicidade da Soberba (VI)
[Capítulo 44]. Navegante sem rumo
[Capítulo 45]. Este Lorde ainda vive
[Capítulo 46]. Portão do Inferno Aberto
[Capítulo 47]. Ascenção das Almas (I)
[Capítulo 48]. Ascenção das Almas (II)
[Capítulo 49]. Festival Fantasma fora de época
[Capítulo 50]. Seu coração era uma prisão
[Capítulo 51]. Queria olhar você mais de perto
[Capítulo 52]. Não diga que me ama mais
[Extra 1]. Especial de Aniversário Do Shizun (2021)
[Extra 02]. Aniversário de Lorde Cai || 1 ano de Falhas Eternas (2022)
[Notas finais]
the wattys go to...

[Capítulo 24]. O Pecado Secreto da Cobiça (I)

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By yuweihua

          Nos próximos sete anos, a beleza dos olhos arco íris desapareceu do mundo marcial. Líder Qiao a mandou para a montanha de trás em Xue Hua para se isolar e arrepender de suas ações.

Há quem dissesse que a punição poderia ser exagerada pois Li Yue perderia os anos mais prósperos de sua vida, mas para Qiao Qiu e Shen Zhengyi que presenciaram seu ato, era grave. Uma mentira desse porte poderia levar morte para alguém.

No entanto, a verdade acerca da reclusão forçada foi escondida ao mundo e naquela tarde, ao pôr do sol, uma águia voou pelo céu através da janela do Líder Qiao.

— É a primeira vez que o vejo tão bravo. — Luo Cao olhou pela janela, vendo a águia partir. — Isso é porque é Shizi Li?

Os cabelos cacheados deslizaram por seu ombro e caíram nas costas quando Luo Cao se virou.

— Nós crescemos juntos e aquela expressão, eu a vi tantas vezes que poderia ficar enjoado. — Qiao Qiu limpou o pincel antes de colocá-lo sobre o suporte. — Depois de A-Shen dizer que aquele olhar poderia ser uma mentira, me perguntei se era somente essa vez.

Qiao Qiu fechou os olhos por um momento.

— É decepcionante pensar que você pode ter sido enganado a vida toda. Isso magoa... — Se levantou. — No próximo ano, eu a pediria em casamento Cao-xiong.

Luo Cao procurou alguma emoção naquelas palavras.

— Embora ela não me tivesse em seu coração, ela estava disposta a manter esse compromisso. — Ajeitou cuidadosamente a manga do robe. — Não deveria ficar bravo se encontrasse minha futura esposa nos braços de outro homem?

Qiao Qiu caminhou até a mesa de chá.

— Eu gostaria de ter esmagado a cabeça de seu irmão mais novo. — Ele relaxou os punhos que estavam cerrados. — Ninguém ousaria questionar a morte de seu irmão mais novo. — Não era possível ver o rosto de Qiao Qiu. — Se não fosse por A-Zhen eu teria um arrependimento muito grande em minha vida.

Ele riu.

— Devo ficar algum tempo recluso também.

— Qiao Shidi, não é necessário se culpar. — O mais velho aconselhou. — Mas, um tempo de solidão, talvez o fizesse bem.

— Vou precisar de me entorpecer. — A tristeza nublou seu rosto. — Me acompanharia Cao-xiong?

O gentil olhar de Qiao Qiu, pela primeira vez, descobriu a tristeza oriunda da decepção e descamou-se em lágrimas.

Não muito longe dali, havia um pátio muito conhecido pelos discípulos em Xue Hua. Os pessegueiros circulavam a plataforma acinzentada e no centro, havia uma elevação de pedra. A pedra da punição.

Para os discípulos, era um lugar de horror. Eram o local onde eram julgados por seus sofismas e delitos. Muitos deles já deixaram seu sangue como prova naquele lugar e com o tempo, a pedra havia perdido a tonalidade natural e manchou-se de vermelho.

Isso os faria lembrar de nunca ser indisciplinados.

Cai Xing se posicionou em frente da pedra e apoiou os joelhos no chão. Cuidadosamente, afrouxou o robe e desceu as mangas. O tecido luxuoso de suas roupas deslizou expondo seu torso.

Inúmeras cicatrizes cobriam suas costas. Cortes de vários tamanhos e direções impossibilitavam de apontar a antiguidade dessas cicatrizes. Pareciam como um emaranhado de cipós e trepadeiras.

Cai Xing decidiu se autopunir. Ele carregava uma tradição familiar em que até sua autopiedade falar por si mesmo, ajoelhe-se e dê as costas para seu inimigo para que ele lhe castigue.

Era a única lembrança que possuía do pai alcoólatra que teve. Todas as noites, se ajoelhava no quintal fosse chuva ou neve esperando que os céus lhe punissem.

As pessoas que vissem essas cicatrizes dividiriam seus pensamentos entre pena e tristeza, enquanto outros regozijariam em cima de suas cicatrizes. Eram apenas consequências de seus atos.

Cai Xing cobriu suas mãos com ataduras para evitar que cortasse a si mesmo e aguardou com paciência a noite se afundar. Ele fechou os olhos, sereno. O frescor que as flores ao redor do pátio traziam eram como um calmante para ele e levando-o para dias em que fechava os olhos e poderia estar tranquilo. A pessoa que ele era naquela época, não esperaria que ele tivesse tantas dívidas.

Após aquele incidente com Yu Mei tropeçando nas árvores, precisou de quase meio dia para alcança-lo. Só foi possível devido a alguns cultivadores o cercarem numa emboscada.

Cai Xing saltou no meio da briga e salvou a beleza com maestria. Não que a beleza precisasse ser salva, mas o pavão gosta de mostrar suas penas. A beleza e o pavão lutaram bravamente contra seus inimigos e venceram a batalha.

Os dias que se passaram criaram uma rotina de azar mútuo que o colocaram em maus encontros. E Cai Xing, sempre falante e provocador tagarelava besteiras e asneiras todo o tempo.

Yu Mei, por outro lado, decidiu ignorá-lo. Quanto mais irritado ficasse, mais abriria espaço para as provocações do outro. Sua tolerância a ele também melhorava gradativamente.

— Gege! — Cai Xing o chamou pela enésima vez, ele estava de costas para o outro.

Yu Mei trocava seu robe externo, sujo pelo sangue, terra e poeira.

— Hm. — O mais velho respondeu tipicamente.

Cai Xing já estava acostumado com a falta de palavras do outro.

— Sua beleza está mais radiante neste dia de hoje. — Olhando para o céu noturno, Cai Xing sorriu.

Yu Mei parou por um segundo, virou-se para trás, afim de saber se havia algum olhar para ele. Ele sorriu quando notou que seu companheiro de jornada estava com um sorriso alegre olhando para as estrelas artificiais naquele lugar.

Foi uma pena para Cai Xing, mas ele não conseguiu ver aquele raro sorriso.

Desde que havia se separado de Chen Dewei, Cai Xing não teve mais notícias suas. E nesse ponto, meio ano desde que conheceu Yu Mei.

E há cerca de dois meses não encontravam muitos discípulos no reino secreto. Provavelmente, metade teriam suas vidas perdidas e todas as noites Cai Xing via seu amado Yu Mei acender um incenso e queimar papel moeda pela paz daquelas almas perdidas.

Ele não conseguia deixar de sorrir todas as vezes, vendo a gentileza e simplicidade do outro. Eram poucas as pessoas que poderiam olhar pelos outros. Achava seu gege especialmente muito fofo.

Dentro do Reino Secreto, ambos estavam muito a dentro da floresta. O qi acumulado era rico em energia yin, um recurso abrasador para Cai Xing. A energia fria adentrava os seus ossos e deixava-o arrepiado até a suas almas. Ocasionalmente, passava até dois dias inteiros sem abrir os olhos.

Os benefícios eram tão grandes que seria possível conseguir formar sua alma nascente se continuasse a se cultivar ali.

E enquanto Cai Xing cultivava, Yu Mei separava e organizava todos os tesouros que havia conseguido, além de fabricar alguns elixires. Todas as vezes que um abria os olhos, o outro estava a sua espera. Gradualmente, um entendimento tático surgiu entre eles.

Estando mais a fundo da floresta, ficava cada vez mais escasso os recursos e a vida. Cai Xing estava ficando preocupado e deixou de brincar e prestar mais atenção ao ambiente.

— O que gege está procurando tão a fundo na floresta? — Perguntou com cautela, eles estavam caminhando um do lado do outro e Cai Xing segurava a ponta da manga do robe de Yu Mei para não se perder.

— Flor Carmesim Congelada. — Yu Mei respondeu sem hesitação. A esta altura, conseguia confiar parcialmente em Cai Xing e também não era segredo intransponível. — O elixir ajuda no controle da energia yang no corpo.

— Espere, gege tem yang deficiência de energia yin? — Era por isso que é tão deslumbrante!

— Hm. — Afirmou.

— Isso é incrível! Meu corpo é Yin puro! — Sem querer, falou algo que não deveria. — Acho que estamos predestinados!

— Pureza Yin? — Cai Xing meneou a cabeça, dando-lhe uma resposta afirmativa. — Não me admira ser tão talentoso.

O jovem mestre do mal achou inesperado um elogio vindo de Yu Mei.

— Acho que até eu posso ser tímido às vezes. — Ele agarrou as bordas da manga mais fortemente e Yu Mei revirou os olhos. — Mas, não sou tão talentoso quanto gege.

— Não é...

Yu Mei parou de repente, ficando em alerta. A temperatura baixou quando sentiu a energia obscura se condensar. Cai Xing também parou de falar besteiras e tornou-se ainda mais cauteloso.

— Parece ser uma besta. — Cai Xing sussurrou no ouvido do outro.

— Não tão simples. — Yu Mei refutou.

— Surja, Baobei*. — Cai Xing recitou o cântico e um sabre dourado materializou-se em sua mão. Yu Mei olhou-o um pouco confuso. — Eu não sei, ela aceitou o nome de primeira.

— Tian Kong, venha. — Yu Mei saltou sobre um galho de árvore para visualizar melhoro terreno.

— Céu? — Cai Xing acompanhou e se encostou no tronco da árvore.

— Ainda é melhor que baobei. — O cultivador justo tirou alguns talismãs e os lançou no ar.

— Repita isso por favor. — Cai Xing estreitou os olhos, colocando fios de Qi entre as árvores.

Ainda é melhor que baobei? — Repetiu.

— Apenas a última parte, por favor. — O mais novo tinha seus olhos mais tempestuosos que o normal.

— Baobei?

Cai Xing ficou atordoado por alguns segundos. A profundidade de seu olhar se aguçou e ele podia sentir algo se agitar.

— Sinto que posso ir contra o mundo agora. — Ele sorriu.

— Pare de falar bobagens. — Yu Mei percebeu seus pensamentos e desviou os olhos bruscamente e concentrando-se finalmente em sua formação de captura. — Sabe como ativar formações?

— Hm. — Respondeu milagrosamente sem muitas palavras.

A questão era que Cai Xing estava em um dilema com um certo membro do corpo que insistia em ficar acordado. Pense em coisas ruins. Pense em coisas ruins.

— Vou atrair o monstro. Assim que entrar na formação, ative-a. Se não conseguir fazer corretamente, sinto que não restará nem os nossos corpos.

— Baobei sabe fazer piadas mórbidas. — Num segundo Cai Xing estava atrás de Yu Mei, com as mãos em sua cintura. — Gosto disso.

A respiração contra a nuca de Yu Mei, quase o fez amolecer nos braços do outro. Ele sabia sobre sua sensibilidade, mas não achou que fosse tão grande.

— Não me atrapalhe. — Ele pediu a Cai Xing, que deu um passo para trás, bastante satisfeito.

Yu Mei engoliu a seco, sentindo calor. Não era bom estar perto de Cai Xing.

Ajustando seu humor, mas não o coração, Yu Mei voltou a se concentrar na formação. Os talismãs foram alocados nos troncos das árvores e atrás da vegetação. Sua disposição poderia parecer aleatória, mas cada uma delas era colocada de forma estratégica.

Os talismãs brilhavam cada um com um caractere diferente. Cai Xing não sabia o estava escrito, pois até aquela época não havia aprendido a ler. Sua única ressalva era escrita elegante com pinceladas poderosas.

Seu Yu Mei pulava como um adorável coelho entre as árvores desenhando a formação, enquanto estava o protegendo de quaisquer distrações e perigos.

— Cai Xing! — O mais velho gritou. — Está vindo!

Em pensamentos tortos, Cai Xing tirou o sabre da bainha: "Porque ouvir meu nome sair de sua boca é tão bom?"

— Baobei, quando quiser.

— Não me chame de baobei. — Yu Mei disse num tom rígido.

— Embora não me refira a este baobei*, — Ele ergueu a espada, mostrando ao outro. — Mas, o que posso fazer se Gege já se considera ser meu querido. Quando podemos nos casar? — Cai Xing respondeu impotente, dando os ombros.

Yu Mei sentiu que conviver com Cai Xing era um pouco desgastante. Devia ignorá-lo ainda mais e deixá-lo falar sozinho? Com tais pensamentos em mente, caminhou sem rumo para atrair a criatura.

Depois de muito tempo, não havia sinais de outro ser vivo na floresta. O que claramente era muito estranho, logo que a quantidade de qi yin gradualmente aumentava. Os passos se tornaram mais lentos e a respiração ainda mais escondida. Não existia som algum naquele lugar.

Não havia som vindo de lugar algum.

Yu Mei estreitou os olhos e carregado por uma tensão, engoliu a seco.

A floresta pareceu tão quieta, como se não existisse nada ao redor. Estava nervoso. Que tipo de besta mágica seria essa?

Fixou sua atenção num ponto, quando de repente foi abraçado por trás e sua boca foi tampada. Ele se debateu por um tempo antes de perceber o cheiro familiar e relaxar. Deveria admitir, fazia algum tempo que não sentia Cai Xing por perto.

Cai Xing o levou para trás de uma árvore e os colocou de costas com o tronco.

— Gege, vou soltá-lo, mas não faça barulho. Há uma planta espiritual a frente. — Ele sussurrou em seu ouvido.

O cultivador demoníaco soltou-o com delicadeza e Yu Mei virou-se de uma forma estranha para verificar a informação dada pelo outro. Cai Xing não conseguiu notar a estranheza pois estava distraído contemplando a mão que tinha tocado os lábios macios de Yu Mei.

Cai Xing queria beijá-lo. Desesperadamente.

— É um salgueiro antigo. — Yu Mei sussurrou ao voltar a posição anterior.

Com sua audição aguçada, Cai Xing escutou um barulho vindo em sua direção e puxou Yu Mei, agarrando-o pela cintura. Seus corpos se juntaram quando o mais novo ergueu a espada.

Ao mesmo tempo, um cipó dourado de salgueiro ocupou a posição onde o jovem cultivador justo estava antes. Se Cai Xing tivesse demorado mais um pouco, o outro poderia ter sido arrastado até o corpo principal.

— Vamos. — Yu Mei sussurrou.

Cai Xing não se moveu e enterrou o rosto na curva do pescoço do outro com a respiração descompassada. Era estranho.

— Se mova. — Yu Mei ordenou impaciente.

— Não se mexa. — Replicou, ainda mais baixo.

— O que está fazen... — Yu Mei engoliu suas palavras quando percebeu a situação. — P-Pevertido! — Virou a cabeça envergonhado.

— Acho que Gege não está consciente de sua situação? — Cai Xing respondeu respirando anormalmente e levou sua mão até a cintura de Yu Mei. — Se não fosse pela situação... — Levantou parcialmente o rosto mostrando seus olhos avermelhados e brilhantemente perigosos. — A 'coisa' mais perigosa aqui seria este jovem mestre.

Ele se afastou com um sorrisinho no rosto. A energia yin estava o afetando. Cai Xing exalava malícia e selvageria, como se tivesse encontrado sua presa após muito tempo de caça e a encurralado. Seu olhar de excitação em ver a presa indefesa, o fez ainda mais excitado e ele riu baixinho.

— Mova-se, Cai Xing! — Yu Mei aumentou seu tom de voz, ignorando toda a situação.

Infelizmente, ao contrário do desejado, Cai Xing não se moveu. Seus rostos estavam tão próximos que podiam encostar seus narizes. Sentir claramente suas respirações e principalmente, o cheiro um do outro.

Cai Xing estava tentando manter seu autocontrole. Ou melhor, precisava controlar esse lado obscuro dentro dele, pois não se perdoaria caso tocasse no outro sem permissão.

Não conseguia distinguir o que era mais bonito naquela pessoa em sua frente. Os olhos cristalinos, a pele macia, os lábios... A cintura dele se encaixava perfeitamente em sua mão! Ele deslizou os dedos pela curvatura do pescoço do outro cobrindo seu pomo de adão, provocando um arrepio e Yu Mei fechou os olhos.

A presa indefesa pareceu tão deliciosa quando mordeu os lábios tentando se manter firme. Inconscientemente, lambeu os próprios lábios para também suprir a secura que tomava conta.

Quando Yu Mei achou que seria beijado, o toque em seus lábios não veio. Ele abriu os olhos, um pouco surpreso. Cai Xing já tinha se virado e se agachado com as mãos no chão e a cabeça baixa.

— Não posso fazer isso. Não vou me contentar com apenas um beijo. — Ele proferiu em voz baixa, o que deixou sua voz rouca e carregada num apelo sexual intenso.

Após algum tempo em silêncio, ambos já haviam retornado à normalidade e já estavam discutindo em como sair daquela situação. Para sair teriam que enfrentar o salgueiro antigo.

Yu Mei sentindo-se completamente aéreo separava alguns elixires e talismãs que poderiam ser bem utilizados contra o salgueiro. A presença de Cai Xing parecia mais vívida. Estava tão nervoso que mal conseguia se concentrar ao seu redor. Nunca havia pensado que poderia estar numa situação dessas, ainda mais com alguém do outro lado.

Sentia-se envergonhado por tal sentimento. Não o entendia direito, mas sabia que em todas as ocasiões que olhava para Cai Xing, o órgão em seu peito batia mais forte e a calma que sempre teve, desparecia por completo.

Mesmo em pouca idade, Yu Mei já havia enterrado todos os sentimentos em seu coração. Não queria se permitir a sentir felicidade ou ansiedade por algo. Todas as vezes que abria seu coração, recordava-se dos gritos de sua mãe para que fugisse e de seus lamentos enquanto morria.

Havia prometido a si mesmo que nada o abalaria, mas esse sentimento incomum, não queria obedecê-lo. Yu Mei engoliu a seco.

Em todos os sentidos, não era bom estar perto de Cai Xing.



glossário


Baobei: Forma carinhosa de chamar alguém que se tem um relacionamento muito próximo, relacionado à marido/esposa, marido/marido.

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