Muito além do Amor

By safanysprousehart

4.6K 402 154

Desde o começo de sua carreira como promotor, Jughead Jones sempre foi guiado pelo seu senso de justiça. Impl... More

Prólogo
capítulo 1
capítulo 2
capítulo 3
capítulo 4
capítulo 5
capítulo 6
capítulo 8
capítulo 9
capítulo 10
capítulo 11
capítulo 12
capítulo 13
capítulo 14
capítulo 15
capítulo 16
capítulo 17
capítulo 18
capítulo 19
capítulo 20
capítulo 21
capítulo 22
capítulo 23
capítulo 24
capítulo 25
capítulo 26
capítulo 27
capítulo 28
capítulo 29
capítulo 30
capítulo 31
capítulo 32
capítulo 33
capítulo 34
capítulo 35
capítulo 36
capítulo 37
capítulo 38
capítulo 39
capítulo 40
capítulo 41
capítulo 42
capítulo 43
capítulo 44
capítulo 45
capítulo 46
capítulo 47
capítulo 48
capítulo 49
Epílogo

capítulo 7

113 11 9
By safanysprousehart

Jughead

Sofie chegara havia dois dias, mas minha agenda de trabalho só permitiu que nos encontrássemos hoje. Ela também tinha que dar atenção para a sua família, já que fazia um bom tempo que não os via. No entanto, nos falamos por
mensagens e ela me ligou de manhã pedindo esse encontro. Claro que aceitei.

Um lado meu passou o dia ansiando por isso, na esperança de ter minhas
memórias de volta ao revê-la. Porém, a outra parte só conseguia imaginar que
eu a magoaria. Não sabia bem o porquê, afinal passamos meses trocando mensagens, mas, mesmo assim, sentia que ela esperava muito mais de mim do
que eu podia oferecer.

Cheguei adiantado por motivos óbvios: viera direto do fórum. Era isso, ou nada. Fui levado até a mesa que havia reservado e pedi uma taça de vinho
enquanto aguardava o horário combinado. O local tinha um ar sofisticado e, ao mesmo tempo, aconchegante.

O som do piano era uma atração à parte. Fazia
muito tempo que não me permitia uma noite como aquela. Fora Manu quem me
indicara, e imediatamente peguei o celular para agradecê-la, porque dessa vez Áela realmente tinha acertado.

mensagem on

Eu:Boa noite, minha médica preferida. Obrigado pela dica do restaurante.

Ela respondeu em seguida: A garota já chegou?

Sorri por sua falta de gentileza de sequer me cumprimentar.

Eu:Boa noite pra você também. Estou bem, obrigado. Está aprendendo a ser
grossa com seu homem?
Ela:Dereck não é grosso, ele é direto. São coisas diferentes. Além do mais, não sei se essa garota merece ser levada em um lugar tão bacana.

Recostei na cadeira ainda sorrindo e larguei o celular sobre a mesa para
receber minha bebida. O garçom acenou e saiu logo em seguida, então voltei
para meu diálogo com Manuela.

Eu:Você nem a conhece.
Ela:Justamente por isso. Já faz quase quatro anos do seu acidente e essa garota só
esteve aqui uma vez. Essa história de “te amo e vou lutar pelo seu amor” não cola pra mim. Ela não te merece.

Depois do meu acidente, eu me apegara muito a Manuela. Ela havia sido muito mais que uma médica, e nossa relação acabou se estendendo para fora do
hospital. Por um tempo, achei que engataríamos um romance, mas então acabamos percebendo que nossa amizade valia muito mais do que a possibilidade de nos magoarmos caso a relação não desse certo.

Seguimos como amigos e Manu agora era a mulher de um astro do rock. Dereck Mayer e minha
Manuela… Quem diria? Eu não. Ainda mais porque ele era ex-namorado da minha cunhada e o terror da vida do Alexandre. Sabia que meu irmão tentava
disfarçar, mas toda vez que ele e Dereck estavam no mesmo ambiente, Alê se retraía. Óbvio que ele sabia que não havia a mínima chance de alguma coisa
acontecer. Clara era completamente apaixonada por meu irmão, e eu acompanhei de perto toda a luta pessoal do Dereck para conquistar Manu e provar seu amor por ela. Mesmo assim, achava que Alexandre nunca iria
esquecer que foi para os braços do Dereck que Clara correu quando as coisas ficaram difíceis. Esse era um lado do Alexandre que nunca iria mudar.

Digitei minha resposta.

Eu:Você tem que parar de me tratar como se eu fosse alguém perfeito.

A réplica veio segundos depois.

Ela:Você não é perfeito, mas é quase. E vem cá… já contou para a Clara?
Eu:Não. Pelo simples fato de que basta você enchendo meu saco.

Imediatamente me arrependi do que escrevi e emendei outra mensagem.

Eu:Desculpa.
Ela:Viu? Quase perfeito. Por favor, não deixa essa garota te magoar. Você é importante pra mim. Volto em algumas semanas. Dereck vai fazer uma pausa depois do show em Londres.

Estava pronto para responder quando alguém chamou minha atenção. Impossível ser diferente, todas as pessoas que Sofie encontrava pelo caminho
também eram atraídas por ela.

Devolvi o celular para a mesa sem que meus olhos deixassem os seus. Sofie sorriu assim que me viu e meu coração disparou,
enquanto uma onda de sentimentos me atingia. A sensação era de voltar para
anos atrás. Lembrei de quando a vira pela primeira vez. Pelo menos essa lembrança não se fora. Um amigo em comum nos apresentara em uma festa.

Depois de eu beber um pouco demais, Sofie me levara para casa. Uma atitude que claramente me surpreendera. Passamos uma semana conversando e só ficamos depois desse tempo. O primeiro beijo… Eu havia levado Sofie a um show e, antes mesmo da primeira música tocar, meus lábios estavam grudados nos dela. Um beijo quente e envolvente que me fizera ficar apaixonado pela
ruiva mais linda que havia conhecido.

Porra, como tinha podido esquecer de tanta coisa?!
Não tive tempo de me sentir frustrado, pois Sofie estava cada vez mais perto. O sorriso se alargou e, quando ela estava quase na minha frente, percebi os olhos marejados. Agindo por instinto, apenas abri os braços e a recebi com um abraço cheio de saudade. Ela me apertou com força e ouvi seu choro baixinho.

— Está tudo bem, linda. Já passou. Por favor, não chora — pedi, na esperança de acalmá-la. Sofie não me soltava e agora algumas pessoas começavam a nos olhar com curiosidade.

Deixei minha ex-namorada desafogar suas emoções e, quando ela se afastou,
me encarou com uma expressão saudosa que me deixou rendido. Levou as mãos à boca, enquanto seus olhos faziam uma varredura em mim, de cima a baixo.

— Tô me sentindo um frango de padaria — brinquei.
— Você não mudou nada.
— É pra ser um elogio?
— Senti tanto a sua falta, jug.
As palavras de Manu voltaram à minha mente assim que Sofie terminou de falar. Quatro anos… Será que ela realmente sentira?

— Você também tá linda — respondi, dispensando as dúvidas que se formavam na minha cabeça. — Vem… — Segurei sua mão, conduzindo-a até a mesa e soltando apenas para puxar a cadeira para ela.

— E o mesmo cavaleiro de sempre — sussurrou.
Assim que sentei, seus olhos castanhos me buscaram e pude ver com clareza
a tristeza que passou por eles.

Ficamos em silêncio, apenas nos olhando, ambos com medo de dar o primeiro passo.
Havia certo constrangimento entre nós, e considerei isso normal. Afinal, a situação não era tão simples. Sofie atravessara o continente para vir atrás de mim, e eu não sabia se isso era uma boa ideia.

Aliás, não sabia se eu valia todo
esse esforço. Essa mania das pessoas acharem que sou perfeito às vezes me irrita.

— Esse lugar é lindo — elogiou. — Obrigada pelo convite.
Sorri em agradecimento.
— Achei o mesmo. Uma amiga me recomendou.
— Amiga? — perguntou, não escondendo certa decepção.
— Sim. Ela foi minha médica depois do acidente, mas está em turnê com o
marido. Ele é cantor.

— E você tem alguém?
— Não — fui sucinto.
— Ahhhh! Hmmm… — ela hesitou. — É bom saber que você ainda não
encontrou uma namorada. Fica um pouco mais fácil tentar.
— Sofie… — não sabia o que dizer depois da sua declaração.

As coisas estavam indo mais depressa do que eu esperava.
Ela estendeu o braço sobre a mesa e alcançou a minha mão.
— Por favor, Jughead. Eu preciso de uma chance pra te contar tudo que vivi
nos últimos anos. Eu quero recomeçar a vida aqui no Brasil. Tanta coisa aconteceu, e talvez ser modelo no exterior não tenha sido uma boa decisão. Mas
agora estou de volta, e eu quero muito retomar as coisas com você. Te deixar foia pior estupidez que já fiz.

Engoli em seco e demorei um pouco para pensar em algo para dizer. Mas, antes que pudesse falar qualquer coisa, o garçom se aproximou. Fiz um gesto para que ele parasse, e então voltei minha atenção para Sofie. Lágrimas rolavam
por sua face, e o desespero evidente em sua voz partiu meu coração. Respirei
fundo, analisando seu rosto, todas as lembranças que guardara dela voltando.

Quando estava pronto para falar, virei sua mão para cima, meu indicador fazendo carinhos circulares em sua palma. Sorri, ainda de cabeça baixa,
encarando as linhas de sua mão, e depois mirei o fundo dos seus olhos.

— Uma coisa de cada vez, Sofi. — Ela sorriu quando a chamei pelo apelido.
— Temos todo o tempo do mundo para conversar. A gente vai jantar, toma um bom vinho, você vai me contar sobre as suas viagens, sua vida e, com calma, vamos nos conhecer de novo. Tudo bem assim?

Ela assentiu e soltei sua mão para chamar o garçom, que ainda estava parado, aguardando meu sinal. Fiz meu pedido, Sofie o dela. Um pouco mais calma, ela começou a falar sobre sua chegada e também de como a família a
recebera. Expliquei sobre minha carreira, por que decidira me tornar promotor, e então pedi desculpa por não conseguir vê-la antes. Também falei sobre minha família, claro. E era impossível não sorrir quando o assunto eram meus sobrinhos.

— Vitória é um doce, mas muito geniosa. Assim como a mãe.
— Alexandre também não tem uma personalidade muito fácil de lidar, se lembro bem.

Levei a taça de vinho à boca e em seguida a depositei na mesa. Sofie imitou o gesto enquanto me observava, coisa que faria durante toda a noite.

— Você acha isso porque ainda não conheceu a Clara. Ela realmente consegue derrubar meu irmão.
— Espero poder conhecê-la — respondeu, enquanto espetava de maneira indelicada o salmão. Sua frase foi uma espécie de indireta para a situação que
enfrentávamos. Um pedido.

Não sabia bem como agir. Sentia muitas coisas, e tinha que confessar que saudade era uma delas. O passado e o presente se misturavam, dando um nó em
minha mente. Ela era linda, bem-humorada e inteligente. Mesmo assim, achava
que talvez tivesse mais sentimentos por mim do que eu por ela. E isso talvez
fosse um grande problema.

Estava na hora de abrir o jogo.
— Sofi, por que você voltou?
Ouvi sua respiração pesada antes de ela começar: — Primeiro eu preciso que você entenda por que eu não voltei. — Recostei na cadeira, dando-lhe total atenção. Ela estava nervosa, remexendo-se, olhos inquietos, até que eles pararam em mim.

— Eu tinha alguns contratos horríveis. Multas altíssimas. E acabei me afundando em dívidas. Não foi a vida de glamour que sonhei. Quando você sofreu o acidente, decidi que estava na hora de deixar aquela vida para trás. Não suportei ver você passando por tudo aquilo. Me matou a culpa de ter
te deixado pra perseguir um sonho que no fim acabou se tornando um pesadelo.
Sim, ainda posso me considerar uma modelo de sucesso, mas por trás disso
existiram anos em que estive mergulhada em uma tristeza que achei que não seria capaz de suportar. Depois de te ver naquela cama, voltei pro Japão e rompi meu contrato. O que posso dizer é que só agora consegui pagar a multa imposta
por eles. Todos os trabalhos que consegui, cada desfile, fotos, eventos… tudo
que fiz foi para voltar pro Brasil. Voltar pra você.

Meu coração acelerou com suas confissões, e segurei sua mão novamente,
em um gesto protetor. Não acreditava que ela passara por tudo aquilo sozinha.

— Por que você não me procurou? Ou sua família? Eu te ajudaria.
— Vergonha. Não queria admitir que tinha errado nas minhas escolhas, e
que por causa delas havia perdido você.
— Sofi…
— Jughead — ela me interrompeu —, eu nunca deixei de te amar. Tudo que fiz
nos últimos anos foi pensar em você. Cada hora, cada minuto do meu dia. Eu
dormia pensando em você e, quando acordava, você era a primeira pessoa que vinha em meus pensamentos. No início, achei que seria mais fácil manter distância. Estava focada no que queria conquistar lá fora. Mas depois vieram os erros, e quando soube que você havia perdido a memória, fiquei com muito medo de ter esquecido de mim. Eu suportaria qualquer coisa, menos não fazer
mais parte da sua vida. Então, quando você me procurou, eu sabia que tinha que
fazer alguma coisa ou te perderia para sempre. — Ela fez uma pausa,
retomando o fôlego.

— Tudo que te peço é só mais uma chance. Sinto tanta a
sua falta que dói.

Sentia como se tivesse sido bombardeado. Muitas palavras que precisavam ser absorvidas, mas só conseguia prestar atenção nas lágrimas que rolavam pela face da garota à minha frente. Apertei os dedos sobre os dela. As palavras
já estavam em minha garganta, prontas para sair, mas, quando Sofie me
encarou, os olhos tão esperançosos, simplesmente não consegui dizer a ela que
nossa história ficara no passado.

Ela enfrentara tantas coisas para estar ali, que eu começava a considerar o seu pedido. Não queria magoá-la. Tudo que menos queria era carregar a culpa por partir o coração de alguém. Mesmo não sendo o que meu coração mandava, acabei cedendo ao pedido.

— Vamos começar como amigos e ver como as coisas evoluem. Não estava preparado para a sua chegada, e um relacionamento não se desenvolve assim,
do dia para a noite. Sei que o que tivemos foi especial, mas nós dois vivemos
muitas coisas desde então. Também sei que meu coração ainda reconhece você,
mesmo diante de tantas lacunas que o acidente deixou.

Ela deu um sorriso doce e seus olhos brilharam com as minhas palavras.
Nossas mãos ainda estavam envolvidas uma na outra, e o toque, acima de todas
as outras coisas, era íntimo e reconfortante.

Sofie chegou a soltar um suspiro de alívio antes de me responder: — É tudo que mais quero. Voltar a ser sua amiga e de novo ter um espaço especial no seu coração. Vou fazer de tudo pra te reconquistar.

Depois do constrangimento inicial, o jantar transcorreu de forma mais tranquila. Nos divertimos relembrando coisas do passado. Notei que Sofie fazia
muito isto: trazer à tona pequenas lembranças de nós dois. Algumas eu
recordava, outras me esforçava para lembrar e me sentia frustrado quando não
conseguia.

Quando o jantar terminou, ficamos do lado de fora do restaurante aguardando um táxi. A noite estava bonita, apesar de fria e com um pouco de
vento, o que não impediu de apreciarmos um céu estrelado. Ficamos olhando para ele por um tempo, buscando naqueles pontos de luz coragem para dizer algo ou, simplesmente, para não dizer.

— Continua morando no mesmo lugar? — ela questionou, chamando minha
atenção. — Não. Mudei há um ano. Mas não fica tão longe do antigo apartamento.
— Adorava te ver cozinhar.
— Hoje não tenho muito tempo, mas de vez em quando invento algumas
coisas. — Isso é um convite? — Ela ergueu uma sobrancelha.

Alcancei seu rosto e toquei a ponta do seu pequeno nariz.
— Comporte-se, mocinha.
Sofie era alta, e começava a me recordar de como era fissurado em suas sardas. Ela tinha várias salpicando o rosto, e isso, junto com o cabelo cor de
fogo, resultava em uma beleza incomum.

Nos encaramos por alguns longos segundos. Não sabia por quê, mas não conseguia me afastar dela. Continuei tão próximo do seu corpo que podia sentir seu cheiro.

— Esqueci como o tempo pode mudar rápido por aqui — disse ela, quando uma rajada de ar frio passou por nós.Retirei meu paletó e pus sobre ela, deixando minhas mãos pesarem sobre seus ombros. Quase cobriu todo seu bonito vestido, que abraçava o corpo e ia
até os joelhos. Meus olhos passearam por sua nuca, observando seu pescoço nu.
Respirei fundo algumas vezes e tive certeza de que ela sentira o ar em sua pele, pois se arrepiou.

Caramba, o que estou fazendo?
Me afastei e Sofie suspirou alto.
Ela abaixou a cabeça, ajeitando a roupa, e me lançou um olhar quente e cheio de desejo. Enfiei as mãos no bolso, sem saber o que fazer depois das minhas atitudes, e desviei o olhar. Temia por esse momento, pois não sabia como lidar com a despedida.

— Você usa o mesmo perfume de antes.
Voltei a encará-la.
— Não sei muito bem quando comecei a usar, mas não abro mão.
Sorri, mas ela não fez o mesmo. Pelo contrário, seus olhos ficaram cheios de
lágrimas.
— Te dei no dia dos namorados.
— Sofie…

A frase ficou pela metade quando ela colidiu com a boca na minha. Pego de surpresa, demorei alguns segundos para reagir, meu corpo ainda estático pelo
beijo inesperado. Mas assim que consegui sentir seus lábios macios, soube bem o que fazer.

Passei um braço por dentro do paletó e pousei a mão na base da coluna. A outra mão foi para o rosto, segurando-o enquanto assumia o controle
do momento. Movimentei contra sua boca com vontade. O tipo de beijo que
envolvia tudo. Ela mordiscava meu lábio inferior, fazendo com que uma onda de calor fosse enviada ao meu estômago. Deslizei a língua para dentro de sua boca, e Sofie gemeu contra meus lábios. Suas mãos seguravam com força meu pescoço, como que para me impedir de me soltar. Envolvi sua cintura com os dedos, meu polegar massageando sua pele por cima do tecido. Não podia dizer que não me sentia atraído por ela. Merda! Sofie era uma das mulheres mais
lindas que já havia visto. Seu rosto transbordava doçura ao mesmo tempo que seus gemidos eram um convite ao pecado. Estava muito excitado. Tão excitado que não me importei com o fato de que estávamos nos agarrando quase no meio da rua.

— Meu Deus! — gemi ofegante quando nos afastamos, mas não por completo. Encostei minha testa na dela, tentando controlar a respiração e a
ereção, que pulsava descontrolada. Seu cheiro estava ainda mais forte, e parecia
se impregnar em mim de tal forma que não sentia mais nada a não ser o seu
perfume.

— Senti tanta falta disso. — Sofie deslizou o nariz pela minha pele, traçando meu rosto e chegando ao pescoço. O corpo colado ao meu, encaixado em mim. — Seu cheiro, o gosto maravilhoso da sua boca, a maneira como fica ofegante
quando está excitado. Ainda me lembro de como seus olhos fecham quando você está gozando. Nunca esqueci como é delicioso te ter dentro de mim. Se eu fechar os olhos, posso sentir o peso do seu corpo sobre o meu, seus lábios em torno dos meus seios.

Caralho!

Estava com as mãos em sua cintura, e meus dedos afundaram em sua pele. Mantive os olhos fechados enquanto ela falava, buscando controle, tentando manter as coisas devagar, mas estava sendo mais difícil do que pensara. Muito mais difícil.

— Posso te provar que ainda consigo te enlouquecer — murmurou em meu ouvido, antes de prender a ponta da minha orelha entre os dentes.
Não tinha dúvidas!
Foi a cartada final, e a certeza de que eu ia perder a porra do meu juízo. Eu me afastei mais uma vez, com dois passos para trás, e vi a decepção brilhar em
seus olhos.

— Sei que consegue, mas também sei que você quer mais de mim. Muito
mais do que ir pro meu apartamento, ou uma noite só. E pra isso precisamos ir
com calma.
— Desculpa — pediu, envergonhada.
— Não peça desculpa. Eu adorei te beijar. Seria l ouco se não tivesse gostado.

Toquei seu rosto, acariciando sua bochecha, e Sofie se desmanchou ao meu toque.
— Acho que eu preciso ir — disse, quando seu táxi estacionou ao nosso lado.
— Obrigada pela noite maravilhosa.
Beijei seu rosto com delicadeza, deixando a boca tocar levemente o canto
dos seus lábios.
— Obrigado pela companhia.
Abri a porta do carro e ela entrou, sorrindo com meu gesto.
— O mesmo Jughead — murmurou, antes de eu fechar a porta e o carro ganhar a rua.

Joguei a chave na mesa de centro e fui direto para o banho. Pensei em Sofie
durante todo o caminho e tentei acreditar que tudo que acontecera era porque tinha que ser. Ainda podia sentir o gosto dos seus lábios nos meus e, enquanto a água caía fria sobre meus ombros, lembrei de suas palavras e de como cada uma delas me parecera sincera.

Passei as mãos pelos cabelos, tirando a água acumulada, e me enrolei na toalha. Peguei o celular sobre a cama e rapidamente digitei uma mensagem.

Eu:Me avisa assim que chegar.

Por um momento me arrependi por não a ter deixado em casa.

Ela:Em casa. Sã e salva.

Respondi de imediato.

Eu:Que ótimo.
Ela:Ótimo foi te sentir outra vez.

Pensei no beijo, em como meu corpo reagira ao dela, e digitei uma resposta.

Eu:Pra mim também.

Talvez isso pudesse dar certo.
Talvez Sofie fosse aquela que meu coração esperava.
Talvez ela fosse minha princesa.

Continue Reading

You'll Also Like

44.6K 2.8K 45
(Sem Revisão) #Disponível até dia 30 de setembro, o livro Allan passará por revisão e reformulação na história, depois quando eu acha que tiver perf...
120K 7.2K 35
1 TEMPORADA CONCLUÍDA 2 TEMPORADA EM ANDAMENTO S/n se vê a pior amiga do mundo quando descobre que o cara com quem ela ficou em uma boate é o pai d...
1.2M 68.9K 85
Grego é dono do morro do Vidigal que vê sua vida mudar quando conhece Manuela. Uma única noite faz tudo mudar. ⚠️Todos os créditos pela capa são da t...
306K 14.6K 64
• Onde Luíza Wiser acaba se envolvendo com os jogadores do seu time do coração. • Onde Richard Ríos se apaixona pela menina que acabou esbarrando e...