3 meses depois
Finalmente eu estava formada com êxito no Ensino Médio, aproveitando a tão esperada formatura.
Mesmo depois de ter passado por tantos perrengues, eu consegui terminar meus estudos e fui parabenizada pela maioria dos professores por isso, incluindo pelo sr. Teixeira.
Eu não poderia estar mais feliz por essa conquista.
Enquanto o salão de festas ficava cada vez mais lotado com alunos recém-formados vestindo smoking e vestidos brilhantes e extravagantes, eu me aproximei da mesa que meus amigos estavam sentados e ocupei uma cadeira entre Adam e Marcela.
— Vamos tirar uma foto, gente! — Ruth exclamou, erguendo o celular para tirar mais uma selfie. Ela estava se destacando em um vestido longo de tom rosé que lhe caiu como uma luva.
— De novo? — Rafael perguntou. — Eu estou cansado. Já tirei um monte de fotos.
— Nem parece que você é um atleta, cara — Adam disse com bom humor.
— Eu só preciso descansar um pouco a minha beleza, sacou? — Rafael respondeu antes de tomar um gole do seu ponche.
— Rafa, eu não me produzi inteira para não tirar uma mísera foto — Ruth continuou. — Vem, Elisa. Você está radiante e o Instagram precisa ver isso.
Eu sorri com o que ela disse. Eu estava usando um vestido preto e longo, com minúsculas pedrinhas brilhantes e uma fenda que ultrapassava a metade da minha coxa. O famoso "sexy sem ser vulgar".
— Que puxa-saco — Rafael comentou enquanto eu me levantava da cadeira. — Marcela, você está muito mais radiante.
Eu revirei os olhos enquanto Marcela deu uma risadinha e disse:
— Obrigada, Rafa.
— Você não precisa incentivar a competição feminina, Rafael — Ruth disse. — Todas nós estamos lindas.
— Eu só tenho as minhas preferências, gata.
Ignoramos o que ele disse e eu me coloquei ao lado de Ruth antes de ela tirar uma bela foto de nós duas.
— Agora é a sua vez, Marcela.
Marcela se aproximou de Ruth com o seu vestido azul-claro, longo e brilhante e sorriu para foto.
Os meninos apenas nos observaram com suas caras de paisagem e parece que Ruth percebeu isso, pois disse:
— Agora vamos tirar uma foto com todo mundo junto.
E todo o grupo se amontoou para tirar a foto, até mesmo Rafael que alegou estar cansado.
— Ficou maravilhosa — Ruth sorriu, observando a tela do celular. — Só tem gente gata nessa foto.
— Concordo, mas só tá faltando uma pessoa pro grupo ficar completo.
Meu coração deu um pulo dentro do peito assim que o tom de voz grave e bem familiar ecoou até os meus ouvidos.
Ruth olhou para trás e perguntou:
— Teo? O que você está fazendo aqui?
Meu coração ia sair pela boca naquele exato momento de tão disparado que estava.
— Eu fui convidado.
Teo apareceu no meu campo de visão e eu só faltei derreter na cadeira ao vê-lo de smoking preto sem gravata e com camisa social branca desabotoada na parte da gola. Ele pousou seus olhos intensos em mim e esboçou um meio sorriso quase imperceptível.
Era impressão minha ou ele estava mais gostoso? A camisa por dentro do terno realçava ainda mais seus músculos.
— Finalmente você resolveu dar as caras, mano — Rafael disse.
— Pois é, e eu voltei pra ficar. — Ele deu uma breve olhada em todos da mesa, demorando os olhos no meu rosto. — Como vocês estão?
— Estamos bem — foi Marcela quem respondeu. — Eu achei que você nunca mais queria pisar o pé nessa cidade.
— Não é pra tanto, Barbie — E então ele esboçou um sorriso de canto. — Que vestido é esse? Você tá fantasiada de Cinderela, é?
Marcela revirou os olhos e retrucou:
— Eu tinha esquecido que algumas coisas nunca mudam...
— Relaxa, Barbie. Eu só tô brincando. — Ele voltou a me encarar, fazendo eu me sentir cada vez mais quente. Em seguida, Teo mordeu o lábio inferior e eu só faltei enfartar com as batidas frenéticas do meu coração.
— Que bom que você está de volta, Teo — Ruth disse, fazendo eu voltar a atenção para ela. — Quer tirar uma foto?
— Claro.
— Vamos, galera — Ruth se levantou. — Todo mundo.
— Ei, gatinho. — Uma garota loira com um vestido vermelho na metade das coxas se aproximou de Teo, fazendo todo mundo prestar atenção nela. — Esqueceu de mim, foi?
— Só vim falar com meus amigos enquanto você conversava com seus fãs. — Teo a abraçou pela cintura e olhou para nós. — Essa é a Júlia, minha namorada.
E eu não consegui ouvir mais nada depois que Teo soltou a última palavra. Enquanto todos da mesa cumprimentavam a tal Júlia, eu agradeci mentalmente por ainda estar sentada, caso o contrário, eu teria caído dura no chão.
Enquanto Júlia sorria para os meus amigos, a raiva tomou conta de mim e eu levantei com tudo da cadeira, chamando a atenção de todos.
Caminhei rapidamente na direção do banheiro enquanto minha visão ficava embaçada pelas lágrimas.
Aquele filho da puta!
Como ele ousa voltar acompanhado de uma namorada? Ele só foi embora para isso? Só me deixou sozinha para pegar a primeira que apareceu?
Cretino!
Adentrei o banheiro e parei diante do espelho, limpando com força uma lágrima que rolou por minha bochecha.
Que ódio!
— Elisa — a voz de Marcela ecoou pelo banheiro. — Caramba, você está bem?
— Estou péssima, Marcela! — berrei. — Era melhor aquele escroto do Teo nunca ter voltado!
— Isso foi muita mancada da parte dele...
— Foi um gatilho, isso sim! Filho da puta, desgraçado!
— Calma — Marcela pegou nos meus braços. — Você não pode deixar isso te abalar. É a nossa formatura e você precisa aproveitar ao máximo. Foda-se o Teo e a namorada dele.
Eu funguei e assenti com o que ela disse.
— Aquele imprestável...
— Você não vai borrar sua maquiagem por causa dele. Pode voltar lá e mostrar que você está muito bem sem ele.
Eu fiz que sim e respirei fundo dessa vez.
— Tá bom. Eu só preciso de um tempo pra me recuperar.
— Isso. Esfrega na cara dele o que ele perdeu.
— Tá certo.
— Não me decepciona, hein? Eu quero ver você voltando de queixo erguido.
— Pode deixar.
Marcela saiu do banheiro e eu respirei fundo várias vezes. Quando eu consegui controlar minhas emoções e resgatei o pouco da minha confiança, me senti pronta para encarar a multidão.
Saí do banheiro em passos rápidos e evitei olhar para mesa dos meus amigos. Eu precisava de uma bebida urgentemente.
Quando eu estava chegando perto do local das bebidas, a voz surgiu atrás de mim:
— Elisa.
Eu não estava ouvindo, eu não estava ouvindo, eu não...
Teo apareceu na minha frente e por pouco, eu não trombei em cima dele.
— Eu quero falar com você.
A primeira coisa que eu fiz foi lhe mostrar o dedo do meio, fazendo ele apreciar o maravilhoso esmalte preto na minha unha.
— Vai falar com a sua namoradinha Júlia, vagabundo!
— É sério. — Ele tocou no meu braço e eu me afastei bruscamente.
— Não toca em mim! Você não tem esse direito!
Teo respirou fundo e disse:
— Eu sei que você tá puta comigo, mas eu só quero conversar.
— Sua namorada pode conversar com você. Eu não sou nada sua, me esquece!
— Você não vai facilitar mesmo, não é?
— E você facilitou? Não, né?! Foi atrás da primeira que apareceu e me deixou aqui como se eu fosse nada!
Teo ficou calado, apenas me fitando com seus olhos azuis.
— Beleza. — Ele enfiou as mãos nos bolsos da calça, parecendo resignado. — Você que sabe, princesinha.
Ele passou por mim, fazendo questão de roçar a manga do terno no meu braço, mesmo com tanto espaço à nossa volta.
Eu suspirei e cruzei os braços, tentando me acalmar. Se Teo achava que eu ia dar liberdade para ele conversar comigo na hora que quisesse, ele estava muito enganado.
Ele não passava de um galinha! Um narcisista mulherengo!
Quando eu estava prestes a pegar uma taça de ponche, Marcela andou roboticamente na minha direção, o rosto tão pálido que parecia que ela tinha visto um fantasma. E logo, atrás dela um policial andava pelo salão, demorando o olhar em alguns alunos.
Eu cortei a distância entre Marcela e perguntei:
— O que aconteceu? Você está mais pálida do que o normal.
— Elisa... — ela disse, parecendo muito chocada. — O Pedro morreu.
Continua...
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Chegamos ao fim de mais uma história, galera. Mas não desanimem porque essa semana teremos um conto do Teo, o personagem mais amado de NMA💖
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Bjs.