Não Me Abandone

Por LilianeReis

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Elisa é considerada uma das garotas mais populares do colégio Maria Montessori. Ela é estudiosa, tem uma boa... Más

Informações + Book Trailer
Epígrafe
Prólogo
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Conto do Teo
Aviso de Disponibilidade - CONTO
A continuação chegou

50

293 40 15
Por LilianeReis

Acordei com lábios quentes e macios tocando a minha nuca e abri os olhos vagarosamente, vendo alguns reflexos solares atravessando a cortina e iluminando o quarto.

A respiração quente de Teo batia na pele do meu pescoço enquanto eu decidia se ia ou não me virar para encará-lo. Seus braços envolviam a minha cintura por baixo do cobertor e eu não estava nem um pouco a fim de desfazer a nossa posição de conchinha.

De repente, ele mordeu o lóbulo da minha orelha, me fazendo cosquinhas.

Eu ri e me virei para olhá-lo, notando sua expressão sonolenta e seu sorriso de canto.

— Bom dia, dorminhoca — ele disse com a voz rouca. — Eu te acordei?

— Você ainda pergunta? — Aproximei o rosto do seu e beijei seus lábios. — Dormiu bem?

— Claro — Teo mergulhou os dedos no meu cabelo e me fitou.

— O que foi? — perguntei depois de alguns segundos.

Ele esboçou um sorriso e respondeu:

— Eu só gosto de olhar pra você.

— Mentiroso. Eu acabei de acordar. Devo estar toda zoada.

— O que é zoado pra você, é perfeito pra mim. — Dito isso, ele se inclinou na minha direção, envolveu meu rosto com as mãos e começou a me beijar, sua língua na minha boca.

Eu afundei os dedos no seu cabelo e envolvi seu quadril com as minhas pernas, sentindo o volume dentro de sua cueca.

Logo, desviei a boca da sua e tentei segurar o riso.

— O que foi? — Teo perguntou.

— Você tá duro.

Ele sorriu e disse:

— É o efeito que você me causa.

— Deixa que eu resolvo isso — fiz Teo sair de cima de mim e ele deitou ao meu lado na cama, me olhando com expectativa.

Eu estava prestes a ir para cima dele quando notei algo de diferente no quarto.

A porta de correr do guarda-roupa estava aberta. Mas não era isso que chamou a minha atenção.

Dentro do guarda-roupa tinha um moletom preto pendurado no cabide com o capuz jogado para frente, como se tivessem feito isso de forma proposital.

Rapidamente a imagem da pessoa de capuz que estava nos observando da janela ontem surgiu na minha mente.

— Lisa — Teo tocou no meu braço. — O que foi?

Eu olhei para ele, mas voltei a encarar o moletom.

Em seguida, saí da cama e caminhei descalça até o guarda-roupa. Logo, toquei na peça de roupa e olhei para Teo, que estava me encarando com uma expressão confusa.

— Isso é seu? — perguntei.

Teo continuou me encarando, mas logo disse:

— Não. — Ele saiu da cama e começou a se aproximar enquanto eu tirava o moletom de dentro do guarda-roupa. — Que estranho... Eu não lembro de ter aberto a porta do...

Meu namorado se interrompeu assim que um objeto esborrachado caiu no piso de madeira, perto dos meus pés.

Eu larguei o moletom preto no chão e dei alguns passos para trás.

Era uma máscara de palhaço.

— Você disse que não tinha ninguém aqui — falei para Teo.

Ele olhou para mim, parecendo atordoado.

— Mas não tinha...

— Você mentiu! — disparei. — Você deve ser cúmplice desse maldito palhaço!

Teo pareceu chocado dessa vez.

— Você ficou louca?! Por que eu ia fazer parte dessa merda?!

— Eu não sei! Mas isso explica o que eu vi ontem! Você deve estar acobertando esse filho da puta porque, como você mesmo disse, não tem como alguém entrar tão fácil nessa casa!

— Você tá falando nada com nada, Elisa! Eu não tenho nada a ver com essa porra de palhaço!

— Então por que isso está aqui? — Apontei para a máscara me encarando do chão.

— Não sei! Eu tô confuso tanto quanto você!

— Chega... — Eu dei as costas para Teo e me aproximei da minha mochila. — Eu vou embora daqui agora mesmo.

— Beleza — Teo disse atrás de mim. — Você é que sabe.

— Eu não vou continuar aqui — Tirei um casaco de dentro da mochila e comecei a vestir. — Está tudo muito estranho. Se você estiver mesmo envolvido nisso, eu vou ser a maior idiota desse mundo.

— Eu já te falei que não tenho nada a ver com isso! É tão difícil acreditar em mim?

Olhei para Teo por cima do ombro.

— Se coloca no meu lugar, Teodoro! Eu fui atacada por esse palhaço duas vezes!

— Acontece que não fui eu que ataquei você e você sabe muito bem disso!

— Eu não sei de nada! — soltei. — Eu tô ficando louca! Não dá pra eu confiar em ninguém, nem em você!

Teo me fitou com uma expressão irritadiça depois de escutar o que eu disse e se virou, se enfiando no banheiro e batendo a porta com força.

Eu suspirei e fechei os olhos por alguns instantes.

Que ódio!

Por que tudo isso estava acontecendo comigo?

Sem respostas, frustrada e com medo, eu me enfiei em uma calça jeans skinny, coloquei a alça da mochila no ombro e olhei para porta do banheiro.

Teo ainda estava enfiado lá dentro, provavelmente com raiva de mim.

Doía só de pensar que ele poderia estar envolvido nessa merda de palhaço, mas eu não poderia descartar essa possibilidade.

Como que aquele indivíduo de capuz entrou aqui se não fosse pela ajuda de Teo ou algo do tipo?

Sem pensar duas vezes, eu saí do quarto, andei pelo corredor e comecei a descer a escada, ouvindo alguns degraus de madeira rangendo debaixo dos meus pés.

Logo, adentrei a sala e comecei a seguir na direção da porta quando notei algo pela minha visão periférica.

Olhei para o lado. No lado de fora da janela da sala, com o rosto bem perto do vidro, um palhaço de capuz preto me encarava, sorrindo de maneira macabra.

Soltei um grito e me virei, subindo apressadamente os degraus da escada com o coração na garganta. Antes de chegar no segundo andar, eu esbarrei em um corpo duro e por pouco, não caí para trás.

Teo segurou nos meus braços e perguntou:

— O que foi?

— O palhaço... — respondi em pânico. — Ele tá lá fora! Eu vi na janela!

Teo não disse nada de volta. Apenas passou por mim e desceu a escada.

— O que você vai fazer? — perguntei indo atrás dele.

Ao chegar novamente na base da escada, eu olhei para a janela da sala e  para a minha surpresa, o palhaço não estava mais lá.

Sendo assim, eu olhei na direção da cozinha, onde Teo tinha se enfiado e tomei um susto quando Teo retornou, segurando uma faca grande e afiada.

— O que você vai fazer com isso?

Teo me encarou com um olhar sombrio.

— Tem um palhaço assassino rondando a minha casa. O que você acha que eu vou fazer?

— Não é melhor você ligar pra polícia?

Ele parou na minha frente e respondeu:

— O melhor é enfrentar esse palhaço cara a cara. — Teo me deixou para trás. — Não sai daí.

Dito isso, ele abriu a porta do hall, deixando o vento frio entrar dentro cômodo e passou para o lado de fora.

Meu Deus. Isso não estava nada certo.

— Teo — eu o chamei, seguindo na direção da porta. — Isso é loucura. Você nem sabe quem é esse...

Parei abruptamente assim que dei de cara com o palhaço.

Fiquei inerte.

O palhaço deu um passo à frente e eu continuei sem conseguir sair do lugar.

Quando ele deu o segundo passo, finalmente eu consegui sair do meu estado de choque e girei nos calcanhares, me preparando para fechar a porta, mas fui impedida pelo sujeito, que segurou a porta pronto para entrar.

— Teo! — gritei. — Socorro!

Tirei minhas mãos suadas da porta, prestes a correr para o segundo andar quando vi o palhaço entrar abruptamente dentro do cômodo.

— Pra trás! — Teo surgiu no meu campo de visão, apontando a faca afiada para o palhaço. — Tira a máscara!

O palhaço começou a andar de costas enquanto Teo o ameaçava com a faca e eu notei que ele era uns vinte centímetros mais baixo do que Teo. Talvez fosse da minha altura.

— Tira essa porra!

O palhaço parou de andar e quando eu achei que ele fosse tirar a máscara e revelar seu rosto, Teo avançou para cima dele com a faca, mas o sujeito se desviou do golpe, deu um empurrão em Teo e seguiu na minha direção.

Sem saber para onde ir, eu comecei a seguir para sala, mas fui empurrada bruscamente contra a base da escada, batendo a testa no degrau de madeira. Antes que eu pudesse me levantar da queda, ouvi o barulho de vidro se espatifando em pedacinhos e apesar da tontura, só vi a silhueta do palhaço pulando a janela quebrada e Teo agarrando o moletom preto do sujeito, mas ele conseguiu escapar, caindo no chão lá fora.

— Filho da puta! — Teo soltou antes de um som ensurdecedor de um alarme disparar dentro da casa.

Eu tapei os ouvidos com as mãos e gritei:

— Faz isso parar!

Teo se afastou da janela e parou diante de um sistema de alarme na parede, apertando alguns botões e milagrosamente cessando o alarme ensurdecedor, fazendo o silêncio reinar dentro da casa.

Eu respirei aliviada e foi aí que eu notei que tinha sangue na minha mão. Levei a mão à testa e senti uma dor aguda na região.

— Você está bem?

Teo se agachou na minha frente e tocou no meu rosto, parecendo preocupado.

— Eu quase rachei meu crânio, mas acho que estou bem.

Teo não deve ter achado graça na minha frase, pois disse:

— Aquele projeto de It A Coisa me paga! Eu vou ser preso por assassinato se ele aparecer na minha frente de novo.

— Calma — toquei na mão dele. — Pelo menos ele foi embora e estamos bem.

— Não estamos nada bem, Elisa. Olha o que ele fez com você.

— Tá tudo bem — peguei no rosto dele com as duas mãos, sujando sua bochecha com o meu próprio sangue. — Vai ficar tudo bem — falei, duvidando dessa afirmação, mas esperando que ela se concretizasse.

Teo me fitou por alguns segundos e assentiu, grudando os lábios na minha testa.

— Vou fazer um curativo na sua testa. Fica aí.

Teo se levantou e subiu as escadas enquanto eu me sentei mais confortavelmente no degrau, olhando para a janela que o palhaço havia quebrado.

Logo, me levantei, sentindo uma leve pressão na cabeça e fui até janela, passando por cima dos cacos de vidro. Olhei para o espaço verde lá fora, me sentindo apreensiva com a possibilidade do palhaço ressurgir de repente, mas logo me afastei da janela.

Porém, antes de retornar para o meio da sala, eu avistei uma bolinha branca brilhando no chão escuro de madeira.

Me abaixei e peguei o objeto.

Era um brinco de pérola. Um brinco que meninas como eu e minhas amigas costumavam usar.

Porém, eu não estava usando e nem trouxe nenhum brinco quando Teo e eu viemos passar o fim de semana aqui.

Olhei ao redor da sala, pensativa.

Teo precisava ver isso.

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Bjs.

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