Não Me Abandone

By LilianeReis

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Elisa é considerada uma das garotas mais populares do colégio Maria Montessori. Ela é estudiosa, tem uma boa... More

Informações + Book Trailer
Epígrafe
Prólogo
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Conto do Teo
Aviso de Disponibilidade - CONTO
A continuação chegou

48

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By LilianeReis

Eu estava deitada na minha cama, assistindo o filme clássico Meninas Malvadas quando ouvi duas batidas na porta, seguida da voz da minha mãe:

— Lisa?

— Já vai — avisei, pausando o filme e saindo da cama.

Assim que abri a porta do meu quarto, minha mãe esboçou um meio sorriso e perguntou:

— Tá ocupada?

— Não. Por quê?

— Vamos conversar um pouco — ela passou por mim e entrou no quarto.

Eu a olhei, levemente confusa.

— Conversar? — perguntei. — Por quê?

— Só conversar — ela disse simplesmente e deu duas batidinhas no colchão ao seu lado. — Senta aqui.

Eu fiz o que ela disse e a olhei, esperando que ela não soltasse uma bomba no meu colo.

— Então... como amanhã é sábado, seu pai e eu convidamos a Camile pra sair com você. É uma ótima oportunidade pra vocês duas se conhecerem melhor.

— Espera — falei, processando a informação. — Vocês fizeram o quê?

Minha mãe me fitou e disse:

— Elisa, por favor. Você já está bem grande pra ficar de birra.

— De birra? — repeti. — Vocês nem me perguntaram se eu ia estar disponível! Amanhã eu tenho compromisso com o Teo!

— É só marcar pra outro dia. Vocês têm as férias inteira para ficar juntos.

— Eu não acredito nisso...

— Por favor, filha. É uma boa causa. Amanhã é a folga da Camile e ela está fazendo o possível para ser amigável.

Dessa vez fui eu que encarei minha mãe.

— Ela quer distância de mim — falei. — Você sabia disso?

Um misto de surpresa e desconfiança percorreram os olhos da minha mãe.

— Elisa, o que você fez? Seu pai já conversou com você.

— Eu não fiz nada! Foi ela que disse isso!

Minha mãe respirou fundo, olhou na direção da pequena TV na parede e disse:

— Já está marcado. Você vai sair com ela e ponto final.

No instante seguinte, ela se levantou e saiu do meu quarto, fechando a porta atrás de si.

Eu soltei um longo suspiro e tentei me conformar com a situação. Pelo menos, eu estava de férias e tinha alguns dias pela frente para ficar com Teo.

***

Na tarde seguinte, meu pai parou o carro em frente ao shopping e antes de eu colocar o pé na calçada, ele disse:

— É melhor você tratar a Camile bem.

Eu olhei para ele.

— Falando assim até parece que eu sou um monstro.

Meu pai esboçou um meio sorriso antes de falar:

— Se você fazer alguma gracinha, eu vou ficar sabendo, anjinho — ele se inclinou e deu um beijo na minha bochecha. — Se divirta.

Abri a porta do carona e saí do carro, seguindo na direção da entrada do shopping. Passei pelo segurança e continuei caminhando pelos corredores de pisos lustrosos do estabelecimento.

Pelo que meu pai disse, Camile estaria  me esperando em frente a loja de bolsas do primeiro piso.

Assim que me aproximei do local marcado, avistei Camile digitando alguma coisa na tela do seu celular. Ela estava usando uma calça jeans rasgada nos joelhos, um longo cardigan de lã e tênis. Nada mau pra um dia de sábado.

— Oi — falei quando parei em sua frente.

Camile ergueu os olhos do celular e disse sem muita emoção na voz:

— Oi.

Eu forcei um meio sorriso.

— Gostei do seu look — falei.

Ela me fitou por um segundo, parecendo surpresa com a minha frase.

— Eu sei que não é o tipo de roupa que você costuma usar, mas obrigada pelo elogio falso.

Eu a encarei com uma sobrancelha erguida.

— E o que você sabe sobre o tipo de roupa que eu uso? Você age como se me conhecesse mais do que eu mesma! Qual o seu problema comigo? Eu não tenho culpa se você cresceu em orfanatos!

Camile cruzou os braços e desviou os olhos de mim. Logo, ela resmungou:

— Eu não sei porque eu ainda aceito isso... — ela voltou a me encarar. — Eu não tenho problema nenhum com você, fora o fato de você fingir simpatia comigo. Pode ser você mesma quando estiver comigo. Seus pais não vão ficar sabendo.

Eu soltei um suspiro e falei:

— Olha, eu estou sendo eu mesma, ok? Você nem me conhece pra falar que eu tô fingindo!

— Tudo bem. Desculpa por eu ter me enganado sobre você — ela disse com desdém. — Bom... onde vamos agora?

— Precisamos esperar as minhas amigas primeiro. Daqui a pouco elas estão chegando.

— Ah, ótimo — Camile disse. — Finalmente vou conhecer o grupo das patricinhas.

Ignorei o que ela disse e peguei meu celular para ver se minhas amigas tinham mandado alguma mensagem. Eu tinha convidado Marcela e Victória para me acompanharem justamente para não ficar um clima estranho entre Camile e eu, mas pelo visto, isso seria impossível.

Assim que eu me certifiquei de que eu não tinha novas mensagens, um aroma floral me invadiu e a voz de Marcela se fez ouvir:

— Oi! Espero que eu não esteja tão atrasada. — Ela me cumprimentou com um beijinho na bochecha. — Eu vim correndo.

— Sem problemas, eu acabei de chegar — olhei para Camile. — Essa é a Camile.

— Oi! — Marcela a abraçou. — A Elisa falou tanto de você — ela mentiu e sorriu na cara dura. — Eu sou a Marcela.

— Prazer em te conhecer — Camile disse com um sorriso.

O sorriso de Marcela se alargou ainda mais, evidenciando sua expressão interessada.

— Cadê a Vic? — perguntei.

— Ah... — Marcela olhou para mim. — Ela não vem porque foi tentar conversar com o Rick.

Eu assenti.

— Machos em primeiro lugar não é mesmo? Depois ela reclama da gente — olhei para Camile. — Bom... vamos, ladys?

Marcela e Camile começaram a me acompanhar e enquanto caminhavamos na direção do cinema, Marcela perguntou:

— E então, você também está de férias do colégio?

Olhei para o lado, percebendo que ela estava puxando assunto com Camile e aproveitei para escutar a conversa.

— Ah, não — Camile respondeu. — Eu já terminei o Ensino Médio. Por enquanto eu trabalho e hoje é a minha folga.

— Uau! — Marcela parecia mesmo impressionada. — Quantos anos você tem? Você parece ter a mesma idade que a gente.

Camile respondeu novamente:

— Eu tenho vinte.

— Que legal! Você já pode comprar bebida pra gente.

Eu encarei Marcela enquanto Camile dava risada do que minha amiga disse. Logo percebi que ela estava sendo simpática com Marcela e fiquei intrigada.

O que diabos Marcela tinha que eu não tinha? Por que Camile estava agindo de forma simpática com ela e quando conversava comigo parecia que me odiava?

E assim foi com Marcela tagarelando com Camile até o filme começar. As duas até cochicharam alguma coisa durante o filme e eu não podia negar que isso me incomodou um pouco.

Qual era o problema comigo? Eu era realmente um monstro que fazia as pessoas se afastarem de mim automaticamente?

Quando saímos do cinema, Marcela e eu fomos no banheiro enquanto Camile foi comprar algo para beber.

— A Camile é muito legal — Marcela comentou ao meu lado. — Eu gostei muito dela.

— Jura? — perguntei sem muito entusiasmo.

Marcela assentiu com um sorriso bobo no rosto e adentrou um box.

— Eu não entendo porque você não se deu bem com ela — minha amiga continuou, sua voz ecoando através da porta do box.

— Talvez porque eu não sou você — pensei alto, encarando meu reflexo no espelho.

— O quê?

— Nada não — suspirei. Tomara que ela não tivesse ouvido o que falei. — Você vai embora agora?

— Não. A gente podia passar em algumas lojas. O que acha?

— Pode ser.

E então, nós duas reencontramos Camile e passamos em duas lojas de roupas antes de sairmos do shopping.

Marcela fez questão de acompanhar Camile na volta e eu segui para casa, ciente de que eu era uma péssima pessoa para iniciar uma amizade.

Por que tudo era tão fácil para Marcela?

E era exatamente nisso que eu estava pensando quando liguei para Teo no começo da noite para conversamos um pouco. Eu estava tão incomodada com isso que acabei contando para ele o que eu estava sentindo.

— Você não chega aos pés da Marcela — Teo disse do outro lado da linha. — Para de se comparar com ela.

— Você só fala isso porque é meu namorado.

— Não é só por isso. Eu gosto de você do jeito que você é. Só relaxa.

— Você não acha que eu sou rabugenta?

Teo riu e o som de sua risada me fez vibrar por dentro.

— Só quando você fica brava.

— Eu sabia — falei. — Eu queria ser uma pessoa doce e mais simpática, sabe?

— E quem disse que você não é?

— Eu só consigo ser assim quando estou com você.

— Então vem aqui ficar comigo.

Eu sorri.

— Meus pais não vão gostar de saber que eu saí às escondidas só pra ver você.

— A gente dá um jeito.

— Você faz eu me sentir rebelde e eu amo isso — falei com um sorriso de orelha a orelha. — Preciso desligar agora. Eu te amo.

— Eu te amo, princesinha — sua voz grave fez meu coração dar um pulo. — Sonha comigo — dito isso, ele encerrou a chamada.

Eu tirei o celular da orelha e o coloquei embaixo do travesseiro, mantendo um sorriso bobo no rosto. Só Teo mesmo para fazer eu me sentir  bem.

Em seguida, afundei a cabeça no travesseiro e olhei para o teto.

" Eu não sei quanto tempo tinha se passado, mas acordei com a porta do meu quarto rangendo nas dobradiças.

Ergui a cabeça do travesseiro no mesmo instante.

Teo tinha acabado de fechar a porta e girou a chave na fechadura.

— Eu não acredito que meus pais deixaram você entrar aqui uma hora dessas — falei, surpresa.

Teo começou a se aproximar de mim e disse:

— Eu dei um jeito de entrar sem ser percebido.

— O quê? — eu ri. — Se meu pai pegar você aqui, ele te mata.

— Qualquer coisa eu me escondo no armário — ele pegou meu rosto com as mãos e me beijou de leve nos lábios. — Sentiu a minha falta?

— Muita — respondi, puxando-o para cima de mim.

Teo agarrou meus quadris e encaixou seu joelho entre as minhas pernas, me beijando fervorosamente dessa vez.

Segundos depois, ele afastou a boca da minha e disse:

— Eu te amo.

Eu sorri com essas três palavras. Como eu amava ouvir isso da boca de Teo.

Ele começou a fazer uma trilha de beijos do meu pescoço até a minha cravícula e ergueu a barra do meu pijama, começando a beijar a minha barriga.

Eu mergulhei os dedos no seu cabelo, mas logo notei algo emborrachado e liso.

Que estranho.

Ergui a cabeça e meu coração quase saiu pela boca com o que vi.

Teo estava usando a máscara do palhaço bem acima de mim.

Não pode ser!

Eu estava prestes a gritar quando um objeto cortante reluziu na pouca claridade do quarto.

Era uma faca.

Ele estava segurando uma faca a centímetros de distância de mim.

— Acabou — Teo avisou, erguendo a faca na direção da minha barriga. "

Sentei na cama em um único movimento, meu coração batendo disparado no peito.

Olhei ao redor do meu quarto escuro.

Teo não estava aqui.

Foi apenas um sonho.

Um maldito sonho.

Deitei na cama novamente e me cobri com o cobertor até o pescoço, tentando não pensar naquele sonho.

Teo não era o palhaço. Eu sabia que ele não era.

Isso era só o meu cérebro tentando me sabotar.

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Vote e comente, galera.

Bjs.

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